quarta-feira, 8 de junho de 2016

RESUMO – MEU TIO JULES



RESUMO – MEU TIO JULES

         Davranche e seu amigo estão na rua e  um homem pede dinheiro; Davranche da bastante dinheiro para ele, justificando que o homem  lembra seu tio Jules.
         Ele pergunta se o amigo( narrador) quer ouvir a história e ele diz que sim.
         Davranche era de uma família pobre,  o pai, as duas irmãs  a mãe e ele, com muita falata de dinheiro, culpando o pai pela pobreza; ele nada fazia. Economizavam  e só passeavam aos domingos, para arrumar marido para as moças.
         O passeio era no cais e e lá tinha navio, o pai lembrava--se do irmão Jules, a “ovelha negra” da família, que tinha sido mandado para Nova Iorque e ele escreveu contando que estava rico
         Uma segunda carta chega, dois anos depois, informando que Jules estava na América do Sul.
        Nisso  apareceu um pretendente para a irmã mais nova do narrador. O namorado quis marcar o casamento após ter ouvido sobre a carta de tio Jules.
        Um domingo, resolveram fazer uma excursão para Jersey, uma ilha próxima, após o casamento.
        O pai vê um marinheiro sujo no convés, vendendo ostras e quis  comprar. . Após a compra, volta atordoado, dizendo que o marinheiro se parece com seu irmão Jules.
       A mulher vai  e confirma que era Jules.
       Sem que o tio percebesse, eles se informam e  descobrem que Jules acabou com  sua fortuna e não quer se aproximar de seus parentes por que deve dinheiro a eles .
       As ostras não haviam sido pagas e para  o tio não descobrir o paradeiro da família, o narrador Debranches vai pagar o tio.
       Ele nada  diz, mas tem vontade de chamar o homem de tio.
      Com pena deixa o troco para seu tio  e sua mãe fica irritada.
      A família pega outro navio na volta para não ver mais o    tio Jules.
      A história termina com a justificativa de Davranche para seu amigo: é por causa dessa história que ele sempre ajuda os mendigos.


Versificação-ritmo, rima, estrofe,metrificação, verso



VERSIFICACÃO

Já se sabe que existem basicamente duas formas literárias: poesia e prosa.  Essa diferenciação, no entanto, dá-se apenas no aspecto formal, pois a mensagem poética pode estar presente tanto na prosa como no poema.  Assim, podemos encontrar tanto prosa poética como poema narrativo, descritivo, ou dramático.
Veremos a seguir alguns elementos constituintes do poema.                           -

Ritmo

Observe:   "Eis aqui o morto com seu terno curto"

Quando lemos um poema, a primeira coisa que sentimos é a sua melodia.  Essa melodia é decorrente do arranjo das palavras feito através de uma sucessão de sons fortes e fracos, repetidos com intervalos regulares e variados.  A essa sucessão de sons que gera a melodia no verso chamamos ritmo.

Rima

Observe:   "De barba feita, cabelo penteado
jamais esteve tão bem arrumado"

O ritmo melódico é, muitas vezes, acentuado por combinações sonoras idênticas ou semelhantes que normalmente ocorrem no final dos versos.  A essa identidade de sons chamamos rima.

Tipos de rima

Quanto às combinações, as rimas classificam-se em:

*     rimas emparelhadas:
 nesta estrofe de Olavo Bilac elas sucedem-se duas a duas (A A B B);
"Pode em redor de ti tudo se aniquilar          A
Tudo renascerá cantando ao teu olhar, = A
Tudo, mares e céus, árvores e montanhas,=B
Porque a vida perpétua arde em tuas entranhas!"- B

*     rimas alternadas ou cruzadas:
nesta estrofe de Manuel Bandeira o 1º verso rima com o 3º e o 2º rima com o 4º (A B A B):
     "Não aprofundas o teu tédio                    A
     Não te entregues à mágoa vã.                   B
     O próprio tempo é bom remédio      A
     Bebe a delícia da manhã."                         B

   *     rimas interpeladas ou opostas:
 na estrofe de Raul de Leoni a seguir, o 1º verso rima com o 4º e o 2º rima com o 3º (A B B A);
          "O homem desperta e sai cada alvorada                A
          Para o acaso das cousas ... e, à saída,                     B
          Leva uma crença vaga, indefinida,                        B
          De achar o ideal nalguma encruzilhada                  A

Observação: outros tipos de combinações e podemos chamar de rimas mistas.  Veja o poema de Bilac.

                           "Hoje, segues de novo ... Na partida       A
                           Nem o pranto os teus olhos umedece,     B
                           Nem te comove a dor da despedida.

                           E eu, solitário, volto a face, e tremo        C
                           Vendo o teu vulto que desaparece          B
                           Na extrema curva do caminho extremo."C

Quanto à Posição do acento tônico, as rimas classificam-se em:

·      rimas agudas ou masculinas: rimam-se palavras oxítonas( sílaba tônica(forte) é a última)- "Que nos importa agora quando o vamos enterrar se ele não teve sequer tempo de namorar?"

·      rimas graves ou femininas: rimam-se palavras paroxítonas( sílaba forte é a penúltima)
 "Que nos importa agora se quando menino o seu grande sonho foi tocar violino?"

·      rimas esdrúxulas: rimam-se palavras proparoxítonas.
 "Fez o curso primário numa escola pública. quanto ao secundário resta muita vida"
Quanto à coincidência de sons, as rimas são classificadas em:

·      rima perfeita, soante ou consoante: há correspondência completa de sons;
"Começou contínuo e acabou funcionário
Sempre eficiente e cumpridor do horário"

·      rima imperfeita, toante ou assonante: a correspondência de sons existe apenas na sílaba tônica nas seguintes não.
"Casou com Luísa, que morava longe
não tinha olhos pretos nem cabelos longos"

Quanto ao valor, podemos classificar as rimas em:

·      rimas pobres: são muito comuns e ocorrem geralmente com palavras de mesma classe gramatical (penteado e arrumado são adjetivos);
"De barba feita, cabelo penteado
jamais esteve tão bem arrumado"

·      rimas ricas: ocorrem com palavras de classes gramaticais diferentes (quis é verbo e Paris é substantivo);
"Que nos importa agora se algum dia ele quis
conhecer Nova York, Londres ou Paris?"

·      rimas raras: são obtidas entre palavras de muito poucas rimas possíveis.
"E vinha-me coroar com a flor dos cinamomos.
Mas chegavam então lacaios e mordomos"

(Alphonsus de Guimaraens)

·      rimas preciosas: são rimas artificiais; aparecem com pouquíssima frequência.
 "Oh vem, de branco, - do imo da folhagem!
Os ramos, leve, a tua mão aparte.
Oh vem!  Meus olhos querem desposar-te.
Refletir-te virgem a serena imagem."

(Camito Pessanha)

O verso que não tem rima chama-se verso branco.


Medida do verso

1      2    3      4 5
Observe: Eis/a/quio/mor/to-  cinco sílabas poéticas
Medir o verso é contar as suas sílabas poéticas.  A essa contagem de sílabas damos o nome de
Metrificação  
       1  2     3 4  5            6  7
Agora observe o verso: Che/ga/do/ a/ bom / por/to - sete sílabas gramaticais

1      2  3        4   5
Che/ga/do a/bom / por/to - cinco sílabas poéticas
Dica:Do a= elisão duas vogais juntas formam a elisão( falamos junto- doa)
O número de sílabas poéticas não corresponde ao número de sílabas gramaticais porque:
a)    a contagem das sílabas poéticas vai até última sílaba tônica;

b)    houve a junção de duas sílabas, a que damos o nome de elisão.

Pausa final do verso


Observe:   "De camisa nova, gravata borboleta/
parece até que vai para uma festa"/
Lendo esses versos você percebe que há uma pausa final, uma unidade rítmica.  Apesar de a maioria dos versos apresentarem essa pausa, existem versos em que ela não ocorre.
Exemplo:  "E paramos de súbito na estrada Da vida: longos anos, presa à minha A tua mão, a vista deslumbrada Tive da luz que teu olhar continha."
(Olavo Bilac)
A essa suspensão da sequência fônica do verso que vai se completar no início do verso seguinte, damos o nome de "enjambement"

Tipos de verso

Os versos são classificados de acordo com o número de sílabas poéticas que possuem.  Os mais
comuns são:
o pentassílabo ou redondilha menor: verso de cinco sílabas
            1    2      3      4  5
"Na / mar/cha / da / vi/da
1         2     3     4   5
Que / vai / a / vo/ar
             1        2  3     4  5
        Por es/sa / des/ci/da
              
(João de  Deus)

ou redondilha maior: verso de sete sílabas

1     2  3         4 5   6    7
"A/que/la e/nor/me /frie/za
1    2         3 4 5    6    7
Não / en,/tris/te/çe / nin/quém...

1         2  3 4              5  6  7
E/la.es/ten/de o/ seu / des/dém

1      2      3  4          5   6 7
A/ sua / pró/pria / be/le/za;"

(Camilo Pessanha)

decassílabo: verso de dez sílabas
1    2  3    4 5         6     7     8       9    10
"A/mo/r é/ fo/go    que   ar/de / sem / se /ver.
               1      2 3 4       5      6      7             8      9    10
               É       fe/ri/da / que dói / e      não / se / sen/te;
               1 2       3    4   5     6      7             8   9   10
               É   um / con/ten/ta/men/to        des/con/ten/te;

1      2     3   4   5   6   7  8         9  10
É dor / que / de/sa/ti/na sem / do/er;
(Camões)

O verso decassílabo pode ser:
a)    heróico: acentos fundamentais na 6º e 10ª sílabas;
b)    sáfico: acentos fundamentais na 4ª, 8ª e 10ª sílabas.

·      dodecassílabo ou alexandrino: verso de doze sílabas

                   1    2         3 4 5       6            7 8     9     10 11    12
              "A/mou   da/que/la / vez / co/mo / se / fos/se a/ úl/tima
                   1    2            3 4  5   6           7    8  9     lo 11      12
               Bei/jou      su/a/ mu/lher co/mo / se / fos/se a/ úl/tima"
                                                     (Chico Buarque de Holianda)

Observação: O verso que foge a essa rigidez da métrica tradicional, não obedecendo a uma medida padronizada, chama-se verso livre.


Estrofe

Leia a poesia que segue:



Sonhei ter sonhado
Que havia sonhado.

Em sonho lembrei-me
De um sonho passado:
o de ter sonhado
Que estava sonhando.
Manuel Bandeira(1886-1968)
Visualmente, você percebe dois grupos de versos.  A cada um desses grupos damos o nome de estrofe.
Observação: Classifica-se a estrofe de acordo com o número de versos nela contidos.

 
1- Indique as afirmações verdadeiras.

a)    O texto literário pode ser expresso de "formas" diferentes: através de orações, períodos e parágrafos, ou através de versos.
b)    Verso é cada linha do poema.
c)    Ritmo é a sucessão de sílabas fortes e fracas com intervalos regulares e variados, gerando assim a melodia.
d)    Rima é a identidade ou semelhança de sons que ocorre normalmente no final dos versos.


2.       Como se classificam as rimas, quanto às suas combinações?

3.       Identifique as rimas dos versos abaixo segundo suas combinações nas estrofes.

a)    140 meu coração desce,
Um balão apagado...
- Melhor fora que ardesse, Nas trevas, incendiado"
(Camilo Pessanha)

b)    "Ela deixava atrás tanta recordação!
E o pesar, a saudade até no próprio
[chão, Debaixo dos seus pés, parece que gemia, Levantava-se o sol, vinha rompendo o [dia, E o bosque, a selva, o campo, a pradaria [em flor Vestiam-se de luz, como um peito de [amor." (Alberto de Oliveira)
c)    "Na brancura da pele e no gesto macio, A carícia tu tens, e a moleza de gata,
O teu andar sutil é doce como a pata Desse animal pisando um tapete som-
[brio..."
(E. Perneta)

d)    "Chorai arcadas do violoncelo!  Convulsionadas, Pontes aladas De pesadelo"
(Camilo Pessanha)

4.         Como se classificam as rimas quanto à posição do acento tõnico?

'5.  Classifique as rimas dos versos a seguir de acordo com a posição do acento tônico.

a)    "Subiu a construção como se fosse
[máquina
Seus olhos, embotados de cimento e
[lágrimas"
(Chico Buarque de Hollanda)
b)    "Quando Ismália enlouqueceu Pôs-se na torre a sonhar ... Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar."
(Alphonsus de Guimaraens)
c)    "Assim passava eu no mundo, Nesse descuido profundo"
(Fagundes Varela)

6.         Como se classificam as rimas quanto à coincidência de sons?

7.         Classifique as rimas dos versos abaixo de acordo com a sua identidade de sons.

a)    "Naquelas tardes fagueiras À sombra das bananeiras"
(Casimiro de Abreu)
b)    "No rosto calmo, um leve sorriso nem parece aquele mais-morto-que-
-vivo,,

8.       Como se classificam as rimas quanto aos seus valores?

9.       Classifique as rimas dos versos abaixo de acordo com o valor delas.

a)    "Eu não vi brilhar nos céus, Ao luzir dos olhos teus,"
(Fagundes Varela)
b)    "Transportar uma saudade.  Sem um ai de ansiedade."
(Junqueira Freire)

10.     Leia o poema abaixo:

O último Poema

"Assim eu quereria o meu último poema Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos intencionais
Que fosse ardente como uni soluço sem [lágrimas Que tivesse a beleza das flores quase sem [perfume
A pureza da chama em que se consomem os diamantes límpidos A paixão dos suicidas que se matam sem [explicação."
(Manuel Bandeira)

Os versos desse poema são desprovidos de rima.  De que tipo de versos se trata?

11.     Como se chama a contagem das sílabas poéticas de um verso?

12.     Como se chama a junção de duas ou mais sílabas gramaticais numa mesma sílaba poética?

13.     Observe os versos:
"Queda imoto o arvoredo.  Não fulgura Urna estrela no torvo firmamento"

(Olavo Bilac)

Que fenômeno ocorre nesses versos em relação à pausa final?

14.     Faça as relações possíveis.
a)    monossílabo
b)    dissílabo
c)    trissílabo
d)    tetrassílabo
e)    pentassílabo ou redondilha menor
f)     hexassílabo
g)    heptassílabo ou redondilha maior