LÍNGUA
PORTUGUESA
PRODUÇÃO PARA NOTA Professora: Bernadete |
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Ano/Série |
DATA DE ENTREGA |
Bimestre |
Produção |
VALOR: 10,0 |
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8º E.F. |
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4º |
RESUMO |
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RESUMO DA
CRÔNICA: “O homem nu” -
Fernando Sabino. (Conte com suas palavras a história lida.Destacar o narrador, as personagens e os elementos de sequência de tempo.) RESUMIR
O TEXTO NARRATIVO
(DESTACAR
O NARRADOR, AS PERSONAGENS E OS ELEMENTOS DE SEQUÊNCIA DE TEMPO.)ABAIXO,
USANDO AS TÉCNICAS DE APAGAMENTO, GENERALIZAÇÃO E CONSTRUÇÃO. • Eliminar advérbios e adjetivos
desnecessários. • Não fazer comentários pessoais. • Não copiar sentenças
avulsas nem trechos do original. • Evite empregar figuras de linguagem: o
resumo não contém as habilidades artísticas do texto original. • Se houver
algum termo criado pelo autor no texto original, o ideal é citar a autoria no
resumo.
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INICIAR SUA CRÕNICA CITANDO: NOME DA CRÔNICA E AUTOR
Na crônica “O homem nu”, de Fernando Sabino, o
narrador personagem narra o diálogo com a sua esposa
O Homem
Nu – crônica
de Fernando Sabino
Ao acordar, disse para a mulher:
— Escuta, minha filha: hoje é dia
de pagar a prestação da televisão, vem aí o sujeito com a conta, na certa. Mas
acontece que ontem eu não trouxe dinheiro da cidade, estou a nenhum.
— Explique isso ao homem —
ponderou a mulher.
— Não gosto dessas coisas. Dá um
ar de vigarice, gosto de cumprir rigorosamente as minhas obrigações. Escuta:
quando ele vier a gente fica quieto aqui dentro, não faz barulho, para ele
pensar que não tem ninguém. Deixa ele bater até cansar — amanhã eu pago.
Pouco depois, tendo despido o
pijama, dirigiu-se ao banheiro para tomar um banho, mas a mulher já se trancara
lá dentro. Enquanto esperava, resolveu fazer um café. Pôs a água a ferver e
abriu a porta de serviço para apanhar o pão. Como estivesse completamente nu,
olhou com cautela para um lado e para outro antes de arriscar-se a dar dois
passos até o embrulhinho deixado pelo padeiro sobre o mármore do parapeito.
Ainda era muito cedo, não poderia aparecer ninguém. Mal seus dedos, porém,
tocavam o pão, a porta atrás de si fechou-se com estrondo, impulsionada pelo
vento.
Aterrorizado, precipitou-se até a
campainha e, depois de tocá-la, ficou à espera, olhando ansiosamente ao redor.
Ouviu lá dentro o ruído da água do chuveiro interromper-se de súbito, mas
ninguém veio abrir. Na certa a mulher pensava que já era o sujeito da
televisão. Bateu com o nó dos dedos:
— Maria! Abre aí, Maria. Sou eu —
chamou, em voz baixa.
Quanto mais batia, mais silêncio
fazia lá dentro.
Enquanto isso, ouvia lá embaixo a
porta do elevador fechar-se, viu o ponteiro subir lentamente os andares… Desta
vez, era o homem da televisão!
Não era. Refugiado no lanço da
escada entre os andares, esperou que o elevador passasse, e voltou para a porta
de seu apartamento, sempre a segurar nas mãos nervosas o embrulho de pão:
— Maria, por favor! Sou eu!
Desta vez não teve tempo de
insistir: ouviu passos na escada, lentos, regulares, vindos lá de baixo… Tomado
de pânico, olhou ao redor, fazendo uma pirueta, e assim despido, embrulho na
mão, parecia executar um ballet grotesco e mal ensaiado. Os passos na escada se
aproximavam, e ele sem onde se esconder. Correu para o elevador, apertou o
botão. Foi o tempo de abrir a porta e entrar, e a empregada passava, vagarosa,
encetando a subida de mais um lanço de escada. Ele respirou aliviado, enxugando
o suor da testa com o embrulho do pão.
Mas eis que a porta interna do
elevador se fecha e ele começa a descer.
— Ah, isso é que não! — fez o
homem nu, sobressaltado.
E agora? Alguém lá embaixo
abriria a porta do elevador e daria com ele ali, em pêlo, podia mesmo ser algum
vizinho conhecido… Percebeu, desorientado, que estava sendo levado cada vez
para mais longe de seu apartamento, começava a viver um verdadeiro pesadelo de
Kafka, instaurava-se naquele momento o mais autêntico e desvairado Regime do
Terror!
— Isso é que não — repetiu,
furioso.
Agarrou-se à porta do elevador e
abriu-a com força entre os andares, obrigando-o a parar. Respirou fundo,
fechando os olhos, para ter a momentânea ilusão de que sonhava. Depois
experimentou apertar o botão do seu andar. Lá embaixo continuavam a chamar o
elevador. Antes de mais nada: “Emergência: parar”. Muito bem. E agora? Iria
subir ou descer? Com cautela desligou a parada de emergência, largou a porta,
enquanto insistia em fazer o elevador subir. O elevador subiu.
— Maria! Abre esta porta! —
gritava, desta vez esmurrando a porta, já sem nenhuma cautela. Ouviu que outra
porta se abria atrás de si.
Voltou-se, acuado, apoiando o
traseiro no batente e tentando inutilmente cobrir-se com o embrulho de pão. Era
a velha do apartamento vizinho:
— Bom dia, minha senhora — disse
ele, confuso. — Imagine que eu…
A velha, estarrecida, atirou os
braços para cima, soltou um grito:
— Valha-me Deus! O padeiro está
nu!
E correu ao telefone para chamar
a radiopatrulha:
— Tem um homem pelado aqui na
porta!
Outros vizinhos, ouvindo a
gritaria, vieram ver o que se passava:
— É um tarado!
— Olha, que horror!
— Não olha não! Já pra dentro,
minha filha!
Maria, a esposa do infeliz, abriu
finalmente a porta para ver o que era. Ele entrou como um foguete e vestiu-se
precipitadamente, sem nem se lembrar do banho. Poucos minutos depois,
restabelecida a calma lá fora, bateram na porta.
— Deve ser a polícia — disse ele,
ainda ofegante, indo abrir.
Não era: era
o cobrador da televisão.
Sugestão
para iniciar: Na
crônica “O homem nu”, de Fernando Sabino, o narrador personagem narra o diálogo com a sua esposa |
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