ATIVIDADES – “O VIOLONISTA NO TELHADO”
Nome: ___________________________________
Turma: ___________
Data: //_____
Professor(a): ___________________________
Sobre o Filme:
"O Violonista no Telhado" é um filme baseado na peça de teatro homônima, que conta a história de Tevye, um camponês judeu que vive com sua família em uma pequena aldeia na Rússia czarista. Ele tenta equilibrar as tradições da sua cultura com as mudanças que chegam através de suas filhas, que fazem escolhas diferentes das esperadas.
Atividades em Sala
1. Interpretação de Texto (responda com atenção):
1.1. O que o violonista representa na história?
1.2. Por que Tevye tem dificuldades em aceitar os genros?
1.3. Escreva uma frase do filme ou da aula que mais chamou sua atenção. Explique por quê.
Atividade de Escrita – Escolha UMA opção e escreva até 20 linhas:
( ) Escreva uma carta de Tevye para Deus, desabafando sobre o que está vivendo.
( ) Faça um diário da filha Hodel, contando como se sente ao fazer sua escolha.
( ) Recrie a história nos dias atuais, no formato de um roteiro moderno, ambientado no Brasil.
IDEIAS: Carta de Tevye para Deus
Querido Todo-Poderoso,
Sinto meu coração pesado como um inverno rigoroso. Cada dia traz uma nova surpresa e, às vezes, temo não dar conta. Minha Yente bate à porta com notícias de casamento; meu coração se aperta. Hodel decidiu seguir seu próprio caminho e meu peito arde de orgulho e dor. Onde encontro força para abençoar sua partida? Minha pequena Chava se apaixona por quem nem nossa fé aceita. Sinto o mundo mudando sob meus pés como gelo derretido. Deus, conceda-me sabedoria para acolher as vontades do meu clã. Ensine-me a amar sem prender, a guiar sem sufocar. Que cada desafio fortaleça minha fé e não quebre minha alma. Peço paz para minha velha aldeia e esperança para meu futuro. Proteja meus filhos em suas escolhas e caminhos incertos. Agradeço pelo leite que nunca falta e pela saúde diária. Mesmo em aflição, sei que não estou só. Com gratidão e súplica,
Tevye, o leiteiro simples
Diário de Hodel
Querido diário, hoje decidi partir. Meu coração pulsa como tambor de réu, ansioso e esperançoso. Quero estudar, lutar pela liberdade que meu pai desconhece. Sinto culpa por causar sofrimento à minha família, mas a voz interior me chama: justiça, igualdade, amor. Lembro do abraço do meu irmão, esperança em seus olhos. Papai chorou, e minhas mãos tremiam quando agradeci. Aqui guardo o mapa da minha nova vida, traçado em sonhos. A neve ainda cobre as ruas da aldeia; levo comigo o frio e o aconchego dos afetos. Sei que enfrentarei perigos, saudades e incertezas, mas escolho a coragem em vez do conforto. Que minhas pegadas deixem rastro de liberdade.
Roteiro Moderno (Brasil, 2025)
CENA 1 – CASA DE TEVYE, RIO DE JANEIRO – MANHÃ
INT. Sala simples iluminada pela luz da manhã. Tevye, de boné e barba por fazer, prepara café coado na peneira enquanto checa mensagens no celular. Yente entra, mostrando o convite digital de um grupo de WhatsApp: “Casamento da Tzeitel — RSVP até sexta!” Tevye suspira e olha para a filha, que assiste em silêncio.
CENA 2 – QUARTO DE HODEL – TARDE
Hodel, com pilhas de livros de Direito e folhetos de ONGs, empacota sua bagagem. Ela toca uma foto antiga da família e sussurra, na voz em off: “Pai, prometo voltar. Vou lutar por justiça em Brasília.” Fecha a mala com firmeza, respira fundo e guarda o ursinho de infância.
CENA 3 – PRAÇA PÚBLICA – ENTARDECER
Chava caminha de mãos dadas com seu namorado de outra fé. Passantes olham, alguns sorriem em apoio. Tevye surge ao fundo, hesita, mas se aproxima com um sorriso terno: “Que caminhem juntos, sem medo.” A multidão ao redor aplaude enquanto o casal segue rumo ao pôr‑do‑sol, lado a lado
Tarefa de Casa – Pesquisa com os Pais ou Responsáveis
Converse com alguém da sua família sobre tradições familiares e responda junto com eles:
1. Qual tradição sua família mais valoriza?
2. Existe alguma tradição que sua família deixou de seguir? Por quê?
3. Como foram as regras entre pais e filhos na sua casa?
4. O que você acha importante manter das tradições?
5. É possível manter tradição e ainda assim ter liberdade? Por quê?
IDEIAS:1. Qual tradição sua família mais valoriza? (Exemplos)
Critérios Avaliados | Pontuação Máxima | Nota Obtida |
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Respostas de interpretação | 2,5 pts | |
Produção escrita (clareza, coesão e ideias) | 2,5 pts | |
Participação na aula e reflexão oral | 1,5 pts | |
Pesquisa com os pais | 2,5 pts | |
Organização e entrega | 1,0 pts | |
TOTAL | - DEZ |
Mensagem Final:
Este trabalho é uma oportunidade de refletirmos sobre quem somos, nossas origens, nossas escolhas e o respeito às diferenças. Converse, escreva com sinceridade e aproveite para conhecer mais sua própria história familiar.
PLANO DE AULA – O Violonista no Telhado
Tema Central:
Tradição, Identidade Cultural e Liberdade Pessoal
Objetivos Gerais:
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Desenvolver a capacidade de interpretação crítica de narrativas audiovisuais.
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Refletir sobre o conflito entre tradição e mudança.
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Produzir textos argumentativos, opinativos e criativos a partir do filme.
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Relacionar a obra com o contexto histórico, cultural e social.
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Estimular o diálogo intergeracional e o respeito à diversidade.
Duração:
2 a 3 aulas (50 min cada)
Recursos Necessários:
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Filme (ou trechos selecionados)
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Cópias das atividades impressas
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Quadro branco, TV ou projetor
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Dicionários e materiais de apoio (impresso ou digital)
Etapas da Aula:
Aula 1: Introdução e Contextualização
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Apresentação do tema disparador:
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“Tradição e liberdade: é possível conciliar?”
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Contextualização histórica e cultural da obra
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Rússia czarista, cultura judaica, papel da mulher, perseguições.
Contexto histórico
O enredo se passa no final do século XIX, na “Pale of Settlement” do Império Russo sob os czares Alexandre III e Nicolau II, região onde os judeus eram obrigados a viver. A rigidez do regime czarista impunha altos impostos, restrições à educação e limitação de profissões. Periodicamente, estouravam pogroms (ataques violentos e tolerados pelo governo) contra as comunidades judaicas, gerando medo e migrações forçadas.
Cultura judaica e vida no shtetl
As aldeias judaicas (“shtetls”) eram marcadas por laços comunitários fortes: sinagoga, estudo da Torá e tradições familiares orientavam o dia a dia. O calendário religioso (sábado, festas como Pessach e Yom Kipur) ditava ritmos de trabalho, descanso e celebração. No entanto, a pobreza era comum, e o sustento muitas vezes dependia de pequenos comércios ou artesanato, tal como o ofício de leiteiro de Tevye.
Papel da mulher
Na sociedade judaica tradicional do shtetl, a mulher tinha papel central no lar, era responsável pela manutenção da fé, da alimentação kosher e da educação dos filhos. Entretanto, suas opções se limitavam a casar‑se por arranjo e cuidar da casa; estudos avançados ou trabalho fora eram raros. As filhas de Tevye—Tzeitel, Hodel, Chava—representam diferentes graus de tensão entre respeito à tradição e desejo de autonomia.
Perseguições e migrações
Os pogroms intensificaram-se a partir de 1881, após o assassinato do czar Alexandre II, custando centenas de vidas e destruindo casas. Esse clima de insegurança impelia famílias inteiras a buscar refúgio em cidades maiores ou emigrar para a América, Palestina ou outras partes da Europa. No romance/peça, a partida de Hodel para a América ecoa o relato real de milhões de judeus que fugiram das violências e das leis discriminatórias.
Comentário sobre a obra
“O Violonista no Telhado” captura essa tensão histórica ao mostrar como, em um ambiente de tradição robusta, cada membro da família luta para conciliar suas próprias aspirações com as normas ancestrais. Tevye, o pai, simboliza a fé que sustenta a comunidade, enquanto as filhas encarnam as pressões sociais e as mudanças culturais que anunciavam o fim dos shtetls. A obra, assim, não é apenas um retrato de opressão, mas sobretudo uma celebração da resiliência cultural e do processo inevitável de transformação.
Aula 2: Debate e Interpretação
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Discussão em grupo:
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O que mais chamou atenção?
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Qual personagem representa mudança? Qual representa resistência?
Aula 3: Produção e Reflexão
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Produção textual:
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Crônica, carta, diário ou redação opinativa. EXEMPLOS: 1. Crônica
Hoje acordei pensando no cheiro de comida de domingo na casa da vovó: o arroz soltinho, o feijão carregado de tempero e o bolo fofinho saindo do forno. Enquanto a chaleira apitava, perguntei a mim mesma se o mundo todo precisa mesmo de pressa — se, ao largar nossas tradições, não largamos também um pouco do que somos. Percebi então que tradição é essa receita de afeto que passa de mão em mão, sempre pedindo licença antes de entrar no novo.
2. Carta
Querida tia Marta,
Há dias tenho sentido falta dos nossos almoços de domingo. Sinto falta do seu sorriso quando eu trocava receitas de família e da forma como você ensinava a fazer aquele bolo de fubá que ninguém mais acerta. Quero propor que neste mês, mesmo com nossa rotina corrida, reservemos uma tarde para repetir a tradição — mas com uma pitada de inovação: que tal experimentar uma versão integral? Assim, renovamos o sabor e mantemos viva a lembrança de casa.
Com carinho,
Ana
3. Redação Opinativa
Em um mundo que corre em velocidade digital, manter tradições pode parecer apegado ao passado. No entanto, acredito que são justamente esses rituais — o jantar em família, a troca de histórias antigas, as festas comunitárias — que nos lembram de quem somos e de onde viemos. A liberdade, por sua vez, mora na escolha de reinventar essas práticas para que continuem significativas. Conciliar tradição e liberdade é, portanto, um exercício de equilíbrio: adaptar costumes para que falem à nossa geração sem perder o calor das raízes.
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Socialização das produções
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Autoavaliação e avaliação formativa
Autoavaliação
Como fazer
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Definir critérios claros: apresente ao aluno uma lista de habilidades ou objetivos de aprendizagem (por exemplo, “uso correto de tempos verbais”, “participação em debate”).
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Fornecer instrumentos de reflexão: use checklists, escalas (por exemplo, 1–5), diários de bordo ou questionários com perguntas orientadoras (ex.: “O que consegui fazer bem nesta atividade?”; “Onde ainda preciso melhorar?”).
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Orientar a análise pessoal: estimule o aluno a comparar seu desempenho com os critérios, identificando pontos fortes, dificuldades e estratégias de progresso.
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Registrar compromissos de melhoria: peça que escreva ou desenhe um plano de ação breve (“vou praticar cinco verbos irregulares por dia”, “vou pedir ajuda ao colega X na revisão”).
Exemplos
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Checklist de redação:
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Uso de introdução, desenvolvimento e conclusão? □ Sim □ Não
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Parágrafos bem estruturados? □ Sim □ Não
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Vocabulário variado? □ Sim □ Não
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Reflexão: “Onde posso enriquecer meu texto?”
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Diário de bordo semanal:
“Nesta semana, senti-me confiante em resolver problemas de álgebra (nota 4/5), mas ainda erro ao interpretar gráficos (nota 2/5). Para melhorar, revisarei o material sobre leitura de eixos e farei exercícios extras.”
Avaliação Formativa
Como fazer
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Planejar momentos de verificação contínua: inclua pequenas atividades ao longo da aula (início, meio e fim) que permitam aferir o andamento da turma.
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Variar instrumentos: use question–pauta (perguntas orais), exit tickets (respostas rápidas no final da aula), discussões em duplas, quizzes digitais de baixa pressão e observação direcionada.
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Dar feedback imediato: comente erros e acertos no próprio momento da atividade, destacando o que precisa ser aprimorado e como.
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Ajustar o planejamento: com base nas informações coletadas, mire revisões, exercícios de reforço ou aprofundamento nos pontos mais críticos para a turma.
Exemplos
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Exit ticket (bilhete de saída):
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Pergunta breve no final da aula: “Cite uma vantagem da energia renovável.”
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Professor lê as respostas e nota rapidamente quem entendeu o conceito e quem precisa de revisão.
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Debate relâmpago em duplas:
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Tema: “Prós e contras da globalização”.
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Cada dupla fala por 1 minuto, e o professor circula avaliando uso de argumentos e fluência, indicando sugestões em tempo real (“Use um exemplo concreto da sua comunidade para reforçar seu ponto”).
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Portfólio com feedback contínuo:
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Alunos reúnem versões progressivas de um projeto (texto, arte ou experimento).
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O professor faz anotações em cada etapa (“Aprofunde sua justificativa aqui”, “Excelente uso de recursos visuais nesta parte”).
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Dessa forma, autoavaliação coloca o aluno no centro do seu próprio processo de aprendizagem, enquanto a avaliação formativa permite ao professor ajustar o ensino em tempo real — juntas, promovem um ciclo de melhoria contínua.
ATIVIDADES IMPRESSAS – O Violonista no Telhado
Atividade 1 – Compreensão e Interpretação
1. Assinale a alternativa correta:
(Valor: 1 ponto cada)
-
O violonista no telhado simboliza:
a) A guerra iminente
b) A fé cega nas tradições
✅ c) O equilíbrio frágil entre tradição e mudança
d) A presença do diabo nas decisões familiares -
Tevye tem dificuldade em aceitar as decisões das filhas porque:
a) Não quer que se casem
b) Deseja que todas virem freiras
✅ c) Suas escolhas desafiam as tradições religiosas e sociais
d) Odeia os genros
2. Responda:
(Valor: 2 pontos cada)
-
Qual o maior dilema enfrentado por Tevye ao longo da história?
Conflito entre seguir suas tradições religiosas e respeitar os desejos das filhas.
-
O que você aprendeu com o filme sobre o respeito às diferenças culturais?
Que devemos respeitar as escolhas dos outros mesmo que não concordemos com elas. Cada cultura tem seu valor e sua história.
Atividade 2 – Redação Criativa
Escolha uma das propostas e escreva um texto de até 20 linhas.
(Valor: até 5 pontos)
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Escreva uma carta de Tevye para Deus, refletindo sobre a mudança que sua família está vivendo.
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Faça um diário da filha Hodel, relatando como se sente ao escolher o amor ao invés da tradição.
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Crie um roteiro moderno baseado no filme, ambientado no Brasil de hoje.
Valor: até 5 pontos (1 ponto por resposta).
Entrevistem seus pais ou responsáveis sobre o tema “tradições familiares”:
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Qual tradição de família você mais valoriza?
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Existe alguma tradição que você não segue mais? Por quê?
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Como foi seu relacionamento com seus pais em relação a regras e liberdade?
-
O que você acha importante manter da cultura familiar?
-
Você acha que tradição e liberdade podem conviver?
1. Qual tradição de família você mais valoriza?
-
Gosto muito do nosso almoço de domingo: toda a família se reúne, cada um traz um prato diferente e ficamos horas conversando na mesa.
-
Para mim, é o momento em que avós, tios e primos contam histórias antigas, reforçando o nosso sentimento de união.
2. Existe alguma tradição que você não segue mais? Por quê?
-
Até meus 15 anos, sempre escrevíamos cartas à mão no Natal, mas hoje trocamos só mensagens no grupo do WhatsApp pela praticidade.
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Parávamos para ouvir o noticiário juntos depois do jantar; hoje cada um checa as notícias no celular, perde‑se o papo coletivo.
3. Como foi seu relacionamento com seus pais em relação a regras e liberdade?
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Meus pais sempre tiveram toque de recolher até os 18 anos, mas eu podia escolher minhas horas de estudo e meus hobbies — aprendemos a negociar horários.
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Cresci fazendo tarefas domésticas fixas, mas sempre tive liberdade para decidir qual esporte praticar ou qual livro estudar nas férias.
4. O que você acha importante manter da cultura familiar?
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A forma como resolvemos conflitos: sentamos em roda, falamos com calma e procuramos ouvir a opinião de cada um.
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Os encontros mensais, quando cada parente leva uma sobremesa e todos celebram aniversários juntos, mantendo o hábito de festa em família.
5. Você acha que tradição e liberdade podem conviver?
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Sim: a tradição nos dá raízes e identidade, e a liberdade nos faz questionar e adaptar os costumes para que continuem significativos.
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Acredito que podemos manter o essencial de cada ritual — o valor de união ou respeito — enquanto reformulamos detalhes para que reflitam nossa vida hoje.
AVALIAÇÃO
Critério | Pontos |
---|---|
Participação nas discussões | 1 |
Compreensão textual | 2,5 |
Produção textual (criatividade, clareza, coesão) | 2,5 |
Pesquisa com os pais | 2,5 |
Reflexão crítica e argumentação | 1,5 |
Total | 10 pontos |
1. Ficha Técnica
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Título Original: Fiddler on the Roof
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Baseado na obra de: Tevye e suas filhas, de Sholem Aleichem
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Diretor: Norman Jewison
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Ano: 1971
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Gênero: Drama musical
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Contexto histórico: Império Russo, início do século XX, antes da Revolução Russa
2. Tema Disparador
Tradição versus mudança.
Como preservar os valores familiares e culturais diante de um mundo em transformação?
EXEMPLOS: Para manter vivos os valores familiares e culturais num mundo em constante mudança, é fundamental combinar tradição e inovação de forma consciente:
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Diálogo aberto e contínuo
Crie espaços regulares para conversas em família — jantares, rodas de conversa ou até grupos de mensagem — em que cada geração compartilhe memórias, explique o significado dos rituais e ouça as expectativas dos mais jovens. -
Adaptação criativa dos rituais
Identifique o “coração” de cada tradição (por exemplo, união, gratidão, hospitalidade) e adapte detalhes para o contexto atual: troque a missa dominical por uma caminhada em grupo, reformule o cardápio de festas típicas para incluir opções veganas ou convide amigos de outras culturas para enriquecer a celebração. -
Registro e memória
Fotografe, filme ou escreva crônicas sobre momentos familiares importantes. Um álbum digital compartilhado ou um diário coletivo ajudam a fixar a história e servem de ponto de partida para novas gerações entenderem suas raízes. -
Educação e prática ativa
Ensine crianças e jovens a cozinhar as receitas de família, cantar as canções tradicionais e falar expressões do dialeto ancestral. Aprender “fazendo” fortalece o vínculo afetivo e o sentido de pertencimento. -
Integração com a comunidade
Participe de grupos culturais, associações de bairro ou festivais temáticos. Trocar experiências com outras famílias que valorizam tradições semelhantes amplia o repertório e mostra que manter costumes pode ser também um ato de abertura ao mundo. -
Reflexão sobre valores centrais
Periodicamente, revisite em família quais valores realmente importam — respeito, generosidade, coragem — e quais práticas podem ser ajustadas. Assim, evita‑se o apego cego a rituais vazios e mantém‑se viva a essência que dá sentido à tradição.
Ao equilibrar memória e inovação, garantimos que nossos valores familiares e culturais floresçam mesmo em solos novos.
3. Enredo – Síntese da História
A história gira em torno de Tevye, um humilde leiteiro judeu que vive na aldeia fictícia de Anatevka, na Rússia. Com uma forte ligação às tradições judaicas, Tevye enfrenta desafios quando suas três filhas mais velhas decidem escolher seus próprios maridos, desafiando os costumes e o papel do "casamenteiro".
Enquanto tenta conciliar sua fé, seus valores e o amor pelas filhas, Tevye também enfrenta as transformações sociais, o crescimento do antissemitismo e a ameaça da expulsão de sua comunidade.
a) Tradição vs. Modernidade
-
O conflito entre os valores antigos (fé, família, costumes) e as novas ideias (liberdade, amor, escolha pessoal).
-
A figura do violonista simboliza o equilíbrio instável entre o velho e o novo.
b) Autoridade e Liberdade
-
Até que ponto os pais devem impor seus valores?
-
Quando os filhos têm o direito de decidir por si mesmos?
c) Identidade cultural e religiosa
-
A fé judaica como elemento de união e resistência.
-
A intolerância como ameaça à diversidade cultural.
d) Amor e casamento
-
O amor romântico como escolha pessoal versus o casamento arranjado.
e) Preconceito e perseguição
-
O antissemitismo na Rússia czarista e suas consequências.
5. Aplicações na Área de Português e Educação
a) Compreensão textual e interpretação
-
Leitura crítica de diálogos, monólogos (como os de Tevye com Deus), canções e símbolos.
-
Identificação de elementos narrativos: enredo, personagem, tempo, espaço, narrador.
b) Produção textual
-
Escrever uma carta de Tevye para Deus.
-
Produzir um diário das filhas, relatando seus conflitos internos.
-
Criar uma resenha crítica ou um roteiro de adaptação moderna da história.
c) Literatura
-
Análise da estrutura narrativa.
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Estudo comparativo com contos populares, fábulas ou histórias tradicionais.
-
Relação com obras que tratam de identidade, resistência e mudança social.
d) Gramática contextualizada
-
Verbos no presente e no passado.
-
Discurso direto e indireto (diálogos e narração).
-
Pronomes pessoais e reflexivos no contexto dos monólogos.
e) Temas transversais e interdisciplinares
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Ética: respeito às diferenças culturais, religiosas e de pensamento.
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História: o contexto do Império Russo e os movimentos migratórios.
-
Filosofia: autonomia, livre-arbítrio, dever e responsabilidade.
a) Tradição vs. Modernidade
-
Conflito central: O choque entre o respeito às práticas ancestrais (fé, família, costumes do shtetl) e o desejo de mudança (liberdade individual, amor romântico, escolha pessoal).
-
Exemplo clássico: Tevye aceita à contragosto que a filha Tzeitel case por amor em vez de obedecer ao dote arranjado — tensão entre o “sempre foi assim” e o “quero decidir meu destino”.
-
O violonista como metáfora: Ele toca suas cordas no alto, equilibrado sobre o telhado — assim como a comunidade tenta manter viva a tradição, sem cair sob o peso da modernidade.
b) Autoridade e Liberdade
-
Até que ponto os pais impõem valores?
Tevye sente que tem o dever de orientar os casamentos das filhas, mas cada vez questiona até onde seu “toque de recolher” espiritual deve chegar. -
Quando os filhos decidem por si mesmos?
Hodel parte sem o “sim” do pai, afirmando que sua consciência (e não apenas a tradição familiar) deve guiar seu caminho.
c) Identidade cultural e religiosa
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Fé judaica como laço e resistência
O estudo da Torá, as orações diárias e o sábado são âncoras que unem o shtetl e dão força para suportar hostilidades externas. -
Intolerância em torno da diversidade
Os pogroms — saques e violência contra judeus — ilustram como o preconceito político e religioso ameaça a própria sobrevivência cultural.
d) Amor e casamento
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Amor romântico vs. casamento arranjado
Enquanto a tradição valoriza alianças familiares negociadas, a nova geração busca o afeto mútuo como base da união. -
Exemplo: Tzeitel troca o pretendente escolhido por seu pai pelo rapaz de quem realmente gosta, mostrando que o sentimento pode reescrever regras antigas.
e) Preconceito e perseguição
-
Antissemitismo na Rússia czarista
Leis de residência (Pale of Settlement), altos impostos e ciclos de violências (pogroms) pressionam famílias inteiras a emigrar. -
Consequências
Medo constante, quebra de laços comunitários e partida forçada rumo à América ou à Palestina, carregando a cultura na mala.
5. Aplicações na Área de Português e Educação
a) Compreensão textual e interpretação
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Análise de diálogos e monólogos: Estudar o diálogo interior de Tevye com Deus para identificar sentimentos e argumentos.
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Elementos narrativos: Mapear enredo (apresentação do shtetl → conflitos → partida), personagens (Tevye, filhas, vizinhos), tempo (final do século XIX) e espaço (Anatevka).
b) Produção textual
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Carta de Tevye para Deus: Exercitar o uso de vocativo, expressões de súplica e agradecimento.
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Diário das filhas: Trabalhar narrativa em primeira pessoa, relatando dilemas entre tradição e escolha pessoal.
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Roteiro de adaptação moderna: Conectar cenários atuais (apps de namoro, protestos, contextos brasileiros) com a essência da história.
c) Literatura
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Estrutura narrativa: Identificar prólogo, conflitos internos e resolução aberta.
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Comparação com contos populares: Relacionar a figura do casamenteiro ou do pai sábio com personagens de fábulas que debatem mudança e conservadorismo.
d) Gramática contextualizada
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Tempos verbais: Alternar presente (diálogos, monólogos) e passado (narração de eventos).
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Discurso direto e indireto: Transformar as falas de Tevye em narração indireta e vice‑versa.
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Pronomes pessoais e reflexivos: Observar como Tevye se dirige a Deus (“Tu me dás força?”) e como as filhas contam suas próprias ações.
e) Temas transversais e interdisciplinares
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Ética: Respeito às diferenças religiosas e ao direito de escolha.
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História: Contextualizar o Império Russo, as leis de segregação e os movimentos migratórios judaicos.
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Filosofia: Debater livre‑arbítrio, dever familiar e responsabilidade social.
6. Personagens Principais
Personagem | Características | Função simbólica | |||
---|---|---|---|---|---|
Tevye | Leiteiro judeu, conservador, irônico e piedoso | Representa o conflito entre tradição e amor paternal | |||
Golde | Esposa de Tevye, prática e realista | Simboliza a estabilidade e a força feminina | |||
Filhas (Tzeitel, Hodel, Chava) | Jovens determinadas, românticas, críticas | Representam as novas gerações e a ruptura com o passado | |||
Yente (casamenteira) | Representante dos costumes tradicionais | Símbolo da tradição que se desfaz | |||
| PERSONAGEM MUDO QUE APARECE NOS TELHADOS | METÁFORA VISUAL PARA O EQUILÍBRIO DELICADO DA VIDA |
7. Simbolismo do Violonista
-
Representa a tentativa de manter o equilíbrio em meio ao caos.
-
A vida, como a música, é frágil, exige sensibilidade e flexibilidade.
-
Ele aparece nos momentos de decisão, como uma consciência ou presença espiritual.
Simbolismo do Violonista e exemplos na história
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Equilíbrio em meio ao caos
No prólogo, o violonista surge serenamente tocando no telhado enquanto o vilarejo de Anatevka se prepara para mais um dia difícil. Sua postura precária — um homem sozinho acima dos telhados — espelha a luta da comunidade para permanecer firme diante das mudanças políticas e sociais. -
Fragilidade da vida e da música
Sempre que Tevye reflete sobre seu próprio destino ou o das filhas, escutamos o violino ao fundo, como um lembrete de que cada nota é breve e pode ser interrompida a qualquer instante. Por exemplo, quando Hodel anuncia sua partida para a cidade grande, o som suave mas incerto do violino reforça a ideia de que a vida, tal qual uma melodia, exige sensibilidade e pode desabar num único tropeço. -
Presença espiritual nos momentos de decisão
No ato em que Tzeitel recusa o casamento arranjado, o violonista aparece novamente, quase invisível, mas seu som invade a cena, funcionando como a “voz da consciência” de Tevye — ele não fala, mas, pela música, sugere compaixão e flexibilidade. -
A voz da tradição que acompanha a mudança
Durante o embate entre Tevye e Chava — que se apaixona por um não‑judeu — o violino toca de forma dissonante, sinalizando tensão e a urgência de um novo equilíbrio. A dissonância musical representa o conflito entre a lei antiga e o amor que transgride fronteiras religiosas. -
Despedida e renovação
Na cena final, quando a comunidade prepara as malas para deixar Anatevka, o violonista toca uma melodia triste mas com notas de esperança, apontando que, embora o shtetl se desfaça, a tradição e a fé podem viajar com cada exilado – tal como a música, que mesmo longe de sua origem continua a ressoar no coração das pessoas.
8. Mensagens e Reflexões Centrais
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A mudança é dolorosa, mas inevitável.
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A tradição pode ser um alicerce ou uma prisão — cabe discernimento.
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O amor verdadeiro exige coragem.
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O diálogo entre gerações é fundamental.
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A cultura se transforma, mas a dignidade deve ser preservada.
Mensagens e Reflexões Centrais – Ideias e Exemplos
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A mudança é dolorosa, mas inevitável
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Ideia: Toda transição envolve “lutos” – deixamos para trás confortos, certezas e até pessoas.
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Exemplo em “O Violonista”:
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Hodel parte para a cidade grande, e Tevye sente o vazio da casa sem ela – a dor do adeus.
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No final, a comunidade abandona Anatevka; cada família carrega na mala memórias e saudade, mas sabe que não há retorno.
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A tradição pode ser um alicerce ou uma prisão — cabe discernimento
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Ideia: Rituais mantêm a coesão social e o sentido de pertencimento, mas, se rigidamente impostos, sufocam o novo.
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Exemplo:
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Tevye inicialmente recusa o amor de Tzeitel por considerar o casamento arranjado “santo” (alicerce), mas depois abençoa a união (discernimento).
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Chava rompe com o grupo ao se apaixonar por um não‑judeu, mostrando como a tradição sem flexibilidade pode aprisionar o indivíduo.
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O amor verdadeiro exige coragem
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Ideia: Amar de verdade implica enfrentar tabus, desafiar expectativas e correr riscos.
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Exemplo:
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Tzeitel desafia o noivo arregentado e escolhe o rapaz de quem realmente gosta — arrisca o escândalo familiar.
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Hodel abandona a segurança do lar para seguir um amor e um ideal de justiça na cidade grande, sabendo que pode nunca voltar.
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O diálogo entre gerações é fundamental
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Ideia: Somente pela conversa franca pais e filhos compreendem motivações, medos e esperanças — e encontram caminhos conjuntos.
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Exemplo:
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Tevye, em seus monólogos com Deus, expõe dúvidas e acaba internalizando as vozes das filhas.
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Ao sentar com Tzeitel para ouvir suas razões, ele passa de autoritário a parceiro de decisão, mesmo que a princípio relute.
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A cultura se transforma, mas a dignidade deve ser preservada
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Ideia: Adaptar costumes não significa renegar valores essenciais, mas sim mantê‑los vivos em novas formas e contextos.
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Exemplo:
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Ao migrar para a América, as famílias mantêm o Shabat em pequenos grupos, mesmo num país que não observa o calendário judaico.
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O violonista final toca uma melodia que mistura temas antigos com variações modernas, simbolizando a adaptação sem perder a honra das notas originais.
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9. Atividades Sugeridas
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Redação: “O que eu manteria e o que eu mudaria na tradição da minha família?”
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Debate: “Até que ponto os pais devem interferir nas decisões dos filhos?”
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Criação de Podcast ou vídeo: entrevista com os personagens sobre seus dilemas.
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Análise de canções do musical: o que revelam sobre o pensamento e os sentimentos dos personagens?
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Julgamento simulado: colocar Tevye em julgamento por não apoiar o casamento da filha com um não judeu.
Redação: “O que eu manteria e o que eu mudaria na tradição da minha família?”
– Ideia: Convide o estudante a dividir em três partes: (1) apresentação das tradições atuais; (2) análise crítica—o que faz bem, o que precisa de ajuste; (3) propostas concretas de “manter” e “mudar”.
– Exemplo: “Eu manteria o almoço de domingo porque fortalece nosso laço; mudaria o hábito de trocarmos cartões apenas por WhatsApp, reintroduzindo o cartão manuscrito para valorizar o afeto.”
Debate: “Até que ponto os pais devem interferir nas decisões dos filhos?”
– Ideia: Organize dois grupos (Pró‑intervenção e Contra‑intervenção), distribua perguntas-guia (“Quando a intervenção protege?” “Quando tolhe?”) e estabeleça tempo para réplica.
– Exemplo de argumento:
– Pró‑intervenção: “Pais têm responsabilidade de orientar escolhas profissionais até o jovem alcançar maturidade.”
– Contra‑intervenção: “Liberdade para escolher parceiro é direito fundamental; imposições podem gerar ressentimento e rompimento.”
Criação de podcast ou vídeo: entrevista com os personagens sobre seus dilemas
– Ideia: Estruture em três blocos: (1) apresentação dos “convidados” (Tevye, Hodel, Chava); (2) perguntas sobre conflito tradição vs. escolha pessoal; (3) encerramento com reflexões.
– Exemplo de roteiro:
– Host: “Sr. Tevye, o que passou pela sua mente quando sua filha escolheu amar fora das tradições?”
– Tevye: “Foi um terremoto no meu coração, mas arrependi‑me de não ouvir antes seus sonhos.”
– Hodel: “Precisava provar que meu amor e meu propósito são válidos, mesmo contrariando o costume.”
Análise de canções do musical: o que revelam sobre o pensamento e os sentimentos dos personagens?
– Ideia: Selecione 2–3 canções (por ex. “Tradition”, “If I Were a Rich Man”, “Sunrise, Sunset”), peça interpretação de versos-chave e conexão com conflitos.
– Exemplo:
– Em “Tradition”, o coro de Anatevka celebra as regras como “o cimento da aldeia”, revelando o medo coletivo de perder identidade.
– Em “Sunrise, Sunset”, a melodia suave contrasta a rapidez do tempo, expondo a saudade e a angústia de Tevye ao ver as filhas crescerem.
Julgamento simulado: colocar Tevye em julgamento por não apoiar o casamento da filha com um não‑judeu
– Ideia: Defina papel de juiz, promotor (acusando Tevye de violar “direito ao amor”), advogado de defesa (justificando dever de pai), testemunhas (Hodel, Chava, vizinhos).
– Exemplo de peça processual:
– Promotor: “Senhor Tevye, o senhor privou sua filha de direito fundamental ao amor?”
– Defesa: “Ele seguia normas religiosas milenares, buscando preservar a fé e a coesão comunitária.”
– Testemunha Hodel: “Minha coragem de amar desenvolveu meu caráter; faltou a meu pai escutar meu coração.”
Dessa forma, cada proposta traz um roteiro claro e exemplos práticos que articulam conteúdo literário, reflexões éticas e desenvolvimento de habilidades de linguagem.
10. Conclusão Educacional
“O Violonista no Telhado” é uma obra rica para trabalhar língua, cultura, ética, história e identidade. Estimula o pensamento crítico e promove empatia por meio de personagens humanos, com conflitos universais. É uma fonte poderosa para educar com sentido e sensibilidade, mostrando que ensinar é também aprender a ouvir, dialogar e respeitar.
“O Violonista no Telhado” oferece um terreno fértil para o ensino que vai muito além da análise literária:
Primeiro, trabalhar a língua por meio dos diálogos e monólogos de Tevye e de suas filhas permite explorar registros do discurso (formal e coloquial), tempos verbais e construções de voz ativa e passiva. Alunos podem reescrever cenas, transformar falas em narração indireta e até criar novas falas, exercitando a criatividade e a precisão linguística.
No campo da cultura, a peça mergulha o estudante num “shtetl” russo-judaico, mostrando costumes alimentares, festas religiosas e hábitos cotidianos que se conectam a tantas comunidades pelo mundo. Isso amplia o repertório cultural e estimula pesquisas sobre danças, músicas e culinária judaica, culminando em oficinas práticas de dança, canto ou culinária.
Quanto à ética, o conflito entre estabelecer limites e respeitar escolhas pessoais — seja no arranjo de casamentos, seja na decisão de deixar a aldeia — convida a debates sobre autonomia, solidariedade e tolerância. Exercícios de julgamento simulado, debates e painéis permitem aos alunos vivenciar dilemas como os de Tevye: até onde vai o dever de proteger e quando esse zelo se torna autoritarismo.
Sob a ótica da história, ao contextualizar o Antissemitismo no Império Russo, o Pale of Settlement e os pogroms, a obra desencadeia pesquisas multidisciplinares: mapas dos fluxos migratórios judaicos, comparação com outras perseguições e até reflexões sobre migração hoje. Trabalhar fontes primárias e secundárias ajuda a desenvolver o pensamento crítico e a relação entre texto literário e documentos históricos.
Por fim, no campo da identidade, “O Violonista” demonstra como fé, memória e pertencimento constituem nosso “eu coletivo”. Projetos como diários fictícios, podcasts de entrevistas com “personagens” ou até adaptação para um vídeo ambientado na comunidade local permitem que cada aluno explore suas próprias raízes e compreenda a diversidade de trajetórias e escolhas.
Em suma, usar esta obra em sala significa ensinar a ouvir — as vozes antigas e as novas —, dialogar entre gerações e celebrar o respeito mútuo, pois todo aprendizado significativo nasce da sensibilidade para enxergar o outro como alguém que também sente, duvida e busca seu equilíbrio perante as mudanças.
1. Temas centrais para interpretação textual e produção de texto
Trabalhar com os seguintes temas:
Tradição vs. Mudança
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Discussão oral ou redação: “Você concorda que devemos manter tradições a todo custo?”
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Gênero textual sugerido: dissertação argumentativa ou crônica.
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Objetivo: interpretar o conflito central do protagonista com as mudanças no contexto familiar e social.
Identidade cultural
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Produção de texto: "O que define quem eu sou?" ou "Minhas raízes e meu lugar no mundo".
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Leitura comparativa: trechos do filme e depoimentos reais de imigrantes ou descendentes de imigrantes.
Conflito de gerações
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Debate em sala: “Filhos devem seguir os caminhos escolhidos pelos pais?”
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Produção de carta: Carta de Tevye para uma de suas filhas, tentando entender suas escolhas.
2. Gêneros textuais a serem trabalhados
Redações e produções
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Carta pessoal (entre personagens)
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Diário íntimo de uma das filhas
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Entrevista com Tevye
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Artigo de opinião sobre a importância (ou não) da tradição
Roteiro teatral
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Adaptação de uma cena do filme para ser encenada em sala
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Criação de diálogos modernos baseados em conflitos familiares atuais
3. Atividades de leitura e compreensão
Análise de trechos
Escolher cenas-chave do filme ou trechos da peça para:
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Identificar figuras de linguagem (ironia, metáfora, hipérbole)
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Compreender o discurso indireto livre em reflexões do personagem Tevye
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Explorar a estrutura narrativa clássica: introdução, conflito, clímax e desfecho
4. Oralidade e argumentação
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Júri simulado: “Tevye fez certo ao aceitar (ou não) o casamento de suas filhas fora da tradição?”
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Entrevista coletiva: alunos assumem o papel dos personagens e respondem às perguntas da turma
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Seminário temático: “O papel da mulher nas sociedades tradicionais”
5. Interdisciplinaridade (Português + História + Artes)
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Contexto histórico: perseguições aos judeus na Rússia czarista → estudo do realismo e do contexto político.
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Trilha sonora do filme: interpretação de letras como "Se Eu Fosse Rico" – análise poética.
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Artes: criação de um mural com retratos da vila Anatevka, expressando a cultura, os símbolos e os valores.
6. Avaliação diagnóstica ou formativa
Aplicar uma prova ou atividade avaliativa baseada no filme, incluindo:
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Questões objetivas de interpretação de texto
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Questões dissertativas sobre personagens
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Reescrita de trechos com mudança de foco narrativo
Sugestão de atividade criativa final
Projeto: “Minha Tradição, Minha História”
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Entrevista com avós ou pais sobre uma tradição familiar.
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Produção de um texto autobiográfico ou poético.
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Compartilhamento oral em sala, construindo um "livro coletivo de memórias e tradições".
Proposta Pedagógica: "O Violonista no Telhado" e a Formação do Sujeito na Escola
Tema Disparador
“Se eu fosse rico...” ou “Como equilibrar tradição e mudança?”
Essa frase provoca a reflexão sobre quem somos, o que desejamos e como lidamos com mudanças. Assim como o protagonista Tevye tenta manter o equilíbrio entre valores antigos e um mundo em transformação, também o aluno vive esse conflito em sua formação.
Síntese da História
“O Violonista no Telhado” (baseado nas histórias de Sholem Aleichem) narra a vida de Tevye, um leiteiro judeu que vive com sua família em uma pequena aldeia russa. Ele tenta manter tradições religiosas e culturais enquanto enfrenta pressões sociais, políticas e familiares — especialmente com as decisões de suas filhas, que querem escolher seus próprios caminhos.
O "violonista no telhado" simboliza o ato de equilibrar-se em um mundo incerto, mantendo a esperança e a identidade, mesmo em tempos difíceis.
Discussão com os alunos
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O que representa o “violonista” na história?
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Como Tevye lida com as mudanças que desafiam suas crenças?
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Qual é o papel do diálogo entre pais e filhos, alunos e professores?
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O que muda no ensino e no aprender quando há escuta?
1. O que representa o “violonista” na história?
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Símbolo de equilíbrio: pergunte aos alunos como imaginam um músico tocando no alto de um telhado instável — esse contraste entre fragilidade e arte pode representar o esforço de manter a comunidade unida, mesmo quando tudo balança.
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Consciência silenciosa: abra o debate sobre momentos em que o som do violino parece “falar” por Tevye ou pela tradição, funcionando como uma voz interior que o acompanha em decisões difíceis.
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Tarefa em dupla: cada dupla escolhe uma cena-chave e elabora uma breve encenação mímica em que o violino aparece, explorando emoções como medo, esperança ou dúvida.
2. Como Tevye lida com as mudanças que desafiam suas crenças?
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Monólogos como termômetro: peça que leiam um trecho do diálogo de Tevye com Deus e identifiquem suas fases de reação (negação, raiva, negociação, aceitação).
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Exemplos práticos: cite Tzeitel, Hodel e Chava e discuta como cada escolha das filhas provoca em Tevye um conflito entre o amor paterno e o dever religioso.
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Roda de conversa: divida a turma em 3 grupos, cada um representando uma filha; depois, cada grupo explica ao “Tevye” (um voluntário) por que sua escolha faz sentido, e o “Tevye” responde quais valores tradicionais tenta defender.
3. Qual é o papel do diálogo entre pais e filhos, alunos e professores?
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Pontes de entendimento: explique que, quando pais e filhos (ou professores e alunos) pararam para ouvir uns aos outros, surgem soluções criativas em vez de imposições.
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Dinâmica de escuta ativa: organize um exercício onde um aluno fala sobre um tema polêmico (por exemplo, uso de celular em sala) por 1 minuto e outro apenas repete, em suas palavras, o que ouviu, antes de dar sua opinião.
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Discussão guiada: questione: “Como teríamos evitado o choque entre Tevye e as filhas se eles tivessem praticado a escuta ativa? Que frases ou perguntas teriam ajudado?”
4. O que muda no ensino e no aprender quando há escuta?
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Aprendizagem significativa: comente que ouvir verdadeiramente o aluno permite ao professor adaptar conteúdos e métodos, tornando o aprendizado mais relevante.
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Sentimento de pertencimento: discuta como o aluno que se sente ouvido ganha confiança para participar, questionar e propor ideias.
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Atividade final: liste em cartaz, com a turma, “3 benefícios da escuta em sala” e “2 barreiras que precisamos superar para ouvir melhor uns aos outros”, para depois planejar ações concretas (turnos de fala, perguntas abertas, feedbacks positivos).
Essas perguntas e dinâmicas ajudam a transformar “O Violonista no Telhado” em um laboratório vivo de diálogo, empatia e construção coletiva de conhecimento
Questões Abordadas
1. Quem sou eu? Quem ensina? Quem aprende?
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Cada sujeito tem saberes. O professor ensina, mas também aprende com o aluno.
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O aluno ensina sobre seu tempo, linguagem, cultura e modo de ver o mundo.
2. Por que buscar a autonomia?
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A autonomia é uma construção: não é fazer o que quer, mas saber fazer escolhas com responsabilidade.
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O personagem Tevye negocia entre o que quer, o que pode e o que deve.
3. Ensinar como? Ensinar o quê?
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O construtivismo propõe que o conhecimento se constrói a partir do conflito, da dúvida e da experiência vivida.
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Ensinar é criar situações em que o aluno possa refletir, agir e construir sentido.
4. Mudança, liberdade e limites
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Liberdade sem regra vira caos; regra sem liberdade vira opressão.
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A escola é um espaço de construção coletiva de limites saudáveis.
5. Quem é o nosso aluno?
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É alguém em formação, com história própria, afetos, saberes e desejos.
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O aluno também é protagonista de sua aprendizagem.
6. Quem é avaliado?
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A avaliação precisa ser formativa, dialógica e contínua.
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Avalia-se o progresso do aluno, mas também o método do professor e as condições da escola.
Propostas de Produção de Texto
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Diário do Tevye: Escreva um trecho do diário do personagem, refletindo sobre um conflito vivido.
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Carta de uma das filhas para o pai: Justifique sua escolha amorosa, conciliando respeito e desejo de autonomia.
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Crônica escolar: Relate um momento em que você teve que escolher entre seguir regras ou buscar liberdade.
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Redação – Quem sou eu?: Reflexão pessoal sobre identidade, escolhas e aprendizagem.
Diário do Tevye
Querido diário,
Hoje minha cabeça pesa mais que os baldes de leite que carrego. Minha filha Chava… foi embora. Casou-se com um não judeu. Como posso aceitar isso e ainda assim seguir fiel à minha fé e ao que sempre acreditei? Sinto que meu coração está dividido. Amo minha filha, mas minha tradição… é como uma raiz que não se arranca fácil. Falei com Deus, pedi sinais. Ele ficou em silêncio. Talvez o silêncio seja a resposta.
Carta de uma das filhas para o pai (ex: Hodel)
Pai querido,
Sei que não foi fácil para o senhor ouvir minha decisão. Mas não escolhi alguém qualquer. Escolhi alguém que me faz crescer, que luta por justiça, e que me respeita como mulher e como filha do senhor. Sei que o senhor teme que eu esqueça nossa fé, mas meu amor não é contra Deus — é parte da coragem que Ele me deu. Não quero abandonar nossas raízes, só quero que cresçam comigo. Respeito o que o senhor acredita, e espero que um dia também respeite o que eu sinto.
Com amor,
Hodel
Crônica escolar
Lembro bem do dia em que resolvi cortar o cabelo do meu jeito. Lá em casa, todo mundo sempre dizia: “Cabelo curto não combina com menina.” Mas eu me olhei no espelho e me senti livre. Na escola, teve quem riu, quem elogiou, e quem só olhou. Em casa, o silêncio foi pesado, mas aos poucos entenderam que era só cabelo — e era meu. Às vezes, seguir a regra parece mais fácil, mas se a gente não escuta o próprio coração, a vida vira um roteiro dos outros.
Redação – Quem sou eu?
Sou alguém em construção. Aprendi que minha identidade não está só no nome que me deram ou na escola onde estudo. Está nas escolhas que faço, nas dúvidas que carrego, nas vezes em que errei e nas que fui corajoso o bastante para tentar de novo. Crescer é como andar numa corda bamba entre o que os outros esperam de mim e o que eu descubro sobre mim mesmo. Sou feito de pedaços da minha família, da minha história, mas também dos sonhos que ainda não contei pra ninguém.
Objetivos de Aprendizagem
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Desenvolver a autoconsciência sobre o papel do aluno e do professor.
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Valorizar a comunicação clara e respeitosa.
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Refletir sobre o equilíbrio entre tradição e inovação.
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Praticar diferentes gêneros textuais e argumentativos.
Sugestão de Avaliação Formativa
Critério | Pontuação (0–2) |
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Clareza na escrita e oralidade | |
Capacidade de argumentação | |
Relacionamento com o filme e temas | |
Criatividade e profundidade | |
Participação nas discussõesRESPOSTAS REFLEXIVAS1. Quem sou eu? Quem ensina? Quem aprende?Resposta: 2. Por que buscar a autonomia?Resposta: 3. Ensinar como? Ensinar o quê?Resposta: 4. O que muda? Como lidar com liberdade e limites?Resposta: 5. Quem é o nosso aluno?Resposta: 6. Quem é avaliado?Resposta: ConclusãoO filme nos provoca a pensar sobre identidade, tradição, transformação e escuta ativa — todos aspectos centrais para uma educação mais humana. Usar esse material em sala permite que se discuta valores, linguagem, convivência e o papel de cada um no processo de aprendizagem. Se desejar, posso montar uma atividade ou plano de aula completo com base nessas respostas. Deseja que eu elabore? ATIVIDADES – “O VIOLONISTA NO TELHADO” (WORD-IMPRIMIR ) Nome: ___________________________________ Turma: ___________ Data: ____/____/_____ Professor(a): ___________________________ Sobre o Filme: “O Violonista no Telhado” é um filme baseado na peça de teatro homônima, que conta a história de Tevye, um camponês judeu que vive com sua família em uma pequena aldeia na Rússia czarista. Ele tenta equilibrar as tradições da sua cultura com as mudanças que chegam através de suas filhas, que fazem escolhas diferentes das esperadas. 📚 Atividades em Sala 1. Interpretação de Texto (responda com atenção): 1.1. O que o violonista representa na história? __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ 1.2. Por que Tevye tem dificuldades em aceitar os genros? __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ 1.3. Escreva uma frase do filme ou da aula que mais chamou sua atenção. Explique por quê. __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ ✍️ Atividade de Escrita – Escolha UMA opção e escreva até 20 linhas: ( ) Escreva uma carta de Tevye para Deus, desabafando sobre o que está vivendo. ( ) Faça um diário da filha Hodel, contando como se sente ao fazer sua escolha. ( ) Recrie a história nos dias atuais, no formato de um roteiro moderno, ambientado no Brasil. __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ 🏠 Tarefa de Casa – Pesquisa com os Pais ou Responsáveis 1. Qual tradição sua família mais valoriza? __________________________________________________________________________________________ 2. Existe alguma tradição que sua família deixou de seguir? Por quê? __________________________________________________________________________________________ 3. Como foram as regras entre pais e filhos na sua casa? __________________________________________________________________________________________ 4. O que você acha importante manter das tradições? __________________________________________________________________________________________ 5. É possível manter tradição e ainda assim ter liberdade? Por quê? __________________________________________________________________________________________ ✅ Avaliação (professor preenche) Critérios Avaliados Pontuação Máxima Nota Obtida Respostas de interpretação 5 pts Produção escrita (clareza, coesão e ideias) 5 pts Participação na aula e reflexão oral 3 pts Pesquisa com os pais 5 pts Organização e entrega 2 pts TOTAL: 20 pts 🗣️ Mensagem Final: Este trabalho é uma oportunidade de refletirmos sobre quem somos, nossas origens, nossas escolhas e o respeito às diferenças. Converse, escreva com sinceridade e aproveite para conhecer mais sua própria história familiar. Sobre o Filme:“O Violonista no Telhado” é um filme baseado na peça de teatro homônima, que conta a história de Tevye, um camponês judeu que vive com sua família em uma pequena aldeia na Rússia czarista. Ele tenta equilibrar as tradições da sua cultura com as mudanças que chegam através de suas filhas, que fazem escolhas diferentes das esperadas. Atividades em Sala1. Interpretação de Texto (responda com atenção): 1.1. O que o violonista representa na história? 1.2. Por que Tevye tem dificuldades em aceitar os genros? 1.3. Escreva uma frase do filme ou da aula que mais chamou sua atenção. Explique por quê. Atividade de Escrita – Escolha UMA opção e escreva até 20 linhas:(Exemplo de opção escolhida: Carta de Tevye para Deus) Querido Deus, Tarefa de Casa – Pesquisa com os Pais ou Responsáveis1. Qual tradição sua família mais valoriza? 2. Existe alguma tradição que sua família deixou de seguir? Por quê? 3. Como foram as regras entre pais e filhos na sua casa? 4. O que você acha importante manter das tradições? 5. É possível manter tradição e ainda assim ter liberdade? Por quê? |
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