Projeto: O Cortiço (1890 - Século XIX) e Seu Retrato Social
Público-Alvo:
Alunos do Ensino Médio, 1º e 2º anos
Duração:
4 aulas de 50 minutos (podendo ser ajustado conforme a necessidade)
Disciplinas:
LITERATURA (2 AULAS) E PRODUÇÃO DE TEXTO (2 AULAS)
Objetivos:
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Compreender a obra "O Cortiço" de Aluísio Azevedo dentro do contexto histórico e social do Brasil no século XIX.
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Refletir sobre as desigualdades sociais e a marginalização presentes no romance e suas semelhanças com a realidade social atual.
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Analisar as personagens e o ambiente descrito no romance sob a ótica do naturalismo, destacando como o ambiente influencia o comportamento e as decisões dos personagens.
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Promover o debate sobre temas como pobreza, exploração, discriminação de gênero e luta de classes através da literatura.
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Desenvolver atividades criativas e reflexivas sobre a temática abordada no romance, permitindo a aplicação dos conceitos discutidos.(PRODUÇÃO DE TEXTO)
Justificativa:
O romance O Cortiço, de Aluísio Azevedo, é uma obra fundamental para entender as características do naturalismo no Brasil, além de ser um retrato fiel das desigualdades sociais do final do século XIX. Aluísio Azevedo, com sua narrativa realista, consegue apresentar as condições de vida dos trabalhadores urbanos, marginalizados em ambientes como cortiços e favelas, ilustrando como o ambiente e as condições sociais influenciam a formação das personagens. Esse estudo é relevante não apenas para compreender o contexto histórico do Brasil, mas também para refletir sobre os problemas sociais que ainda afetam a sociedade contemporânea.
Conteúdo Programático:
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Introdução ao Naturalismo e Contexto Histórico (Aula 1):
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Definição do movimento literário naturalismo e suas características.
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Características do Brasil no século XIX: urbanização, industrialização, imigração, crescimento das cidades, e as condições de vida das classes mais baixas.
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O Cortiço como reflexo da sociedade brasileira da época.
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Análise da Obra e Características dos Personagens (Aula 1):
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Leitura de trechos selecionados de O Cortiço.
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Discussão sobre os principais personagens: João Romão, Bertoleza, Zé do Feijão, e os outros moradores do cortiço.
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Como o ambiente do cortiço influencia o comportamento e as decisões dos personagens (influência do determinismo social).
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O Retrato Social e a Marginalização (Aula 2):
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Discussão sobre os temas centrais do romance: desigualdade social, violência, exploração sexual, e condições de moradia precárias.
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Parallelo entre as condições de vida no cortiço e as condições atuais das favelas e comunidades periféricas.
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Debate sobre luta de classes e a dificuldade de ascensão social nas camadas mais pobres da sociedade.
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Atividades Criativas e Reflexivas (Aula 2):
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Debate e produção de texto: O impacto do ambiente nas nossas escolhas e como as questões sociais influenciam a vida de quem vive nas periferias.
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Atividade em grupo: Criar uma "tira" ou "cartaz" representando um dia na vida de um morador do cortiço, ou uma crítica à desigualdade social.
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Reflexão final: Como podemos mudar a realidade social e combater a desigualdade?
Metodologia:
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Aulas Expositivas e Dialogadas:
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Apresentação do contexto histórico e literário do romance, intercalando com a análise de trechos do livro.
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Discussão com os alunos sobre as semelhanças entre a obra e a realidade atual, utilizando exemplos de problemas sociais como a desigualdade de gênero, violência e falta de acesso a serviços básicos.
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Leitura e Interpretação de Textos:
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Leitura guiada de trechos selecionados de O Cortiço. CAPÍTULOS:
1. Início da narrativa – A fundação do cortiço
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Capítulos 1–3 (aproximadamente)
Foco: João Romão, Bertoleza e o início do cortiço.
Trecho sugerido: Descrição da ambição de João Romão e como ele vai se aproveitando da Bertoleza.
Temas: Ascensão social, exploração, contexto urbano do Rio de Janeiro.
2. A vida no cortiço e os tipos sociais
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Capítulos 4–8
Foco: Apresentação dos moradores – Pombinha, Rita Baiana, Jerônimo, Firmo.
Trecho sugerido: As primeiras festas e a caracterização da sensualidade e vitalidade do cortiço.
Temas: Determinismo, miscigenação, papel da mulher.
3. Jerônimo e Rita Baiana – Desejo e transformação
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Capítulos 9–14
Foco: A mudança de comportamento de Jerônimo.
Trecho sugerido: A passagem em que Jerônimo é seduzido pelo ambiente e por Rita.
Temas: Influência do meio, natureza versus civilização.
4. Conflito entre Firmo e Jerônimo
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Capítulos 15–20
Foco: Rivalidade entre os dois, culminando na morte de Firmo.
Trecho sugerido: A luta entre os dois homens, a morte de Firmo e o impacto na comunidade.
Temas: Violência, destino trágico, quebra da ordem.
5. Pombinha e o despertar
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Capítulos 21–24
Foco: Transformação de Pombinha e sua entrada na prostituição.
Trecho sugerido: Quando Pombinha perde a inocência e passa a conviver com Léonie.Temas: Determinismo social, hipocrisia, repressão feminina.
6. A decadência e o fim de Bertoleza
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Capítulos finais (25–30)
Foco: João Romão abandona Bertoleza para ascender socialmente.
Trecho sugerido: A cena do suicídio de Bertoleza.
Temas: Abandono, racismo, desigualdade, ascensão às custas do outro.
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Interpretação de passagens chave, com foco no estudo das personagens e suas relações com o ambiente.
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Atividades Criativas:
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Produção de tirinhas ou cartazes pelos alunos, representando situações do livro ou discutindo os temas abordados.
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Criação de textos dissertativos e reflexivos sobre os temas da obra e como eles podem ser aplicados à realidade contemporânea.
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Debates e Discussões:
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Promover debates em sala de aula sobre os temas do livro, como desigualdade social, racismo, violência e marginalização.
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Reflexão sobre os papéis sociais e como a sociedade pode melhorar as condições de vida das pessoas em situação de vulnerabilidade.
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Avaliação:
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Participação nas Discussões e Debates:
A participação ativa nas discussões sobre o conteúdo literário e a comparação com a realidade social contemporânea. -
Atividade Criativa:
Avaliação da criatividade e reflexão crítica nas produções artísticas (tirinhas, cartazes, ou redações). -
Texto Final:
Produção de um texto dissertativo reflexivo sobre a obra e sua aplicação no contexto social atual, abordando temas como desigualdade e exclusão social. -
Teste de Conteúdo (Opcional):
Uma prova escrita com questões dissertativas e objetivas sobre o conteúdo do livro, os personagens e os temas tratados.
Recursos Necessários:
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Livro: O Cortiço (preferencialmente a versão completa ou um resumo de trechos selecionados).
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Projetor ou Slides: Para apresentação do contexto histórico e social.
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Materiais para Atividades Criativas: Papel, canetas, marcadores, e outros recursos para os alunos produzirem seus cartazes ou tirinhas.
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Computadores ou Tablets (Opcional): Para que os alunos criem suas produções digitais ou busquem referências sobre as condições sociais atuais.
Aula | Atividade | Objetivo |
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1 | Introdução ao Naturalismo e Contexto Histórico | Apresentar o movimento literário e o cenário histórico do século XIX. |
2 | Análise da Obra e Características dos Personagens | Estudar personagens e trechos do livro, discutindo a influência do ambiente. |
3 | O Retrato Social e a Marginalização | Debater sobre as condições sociais e como elas afetam os indivíduos. |
4 | Atividades Criativas e Reflexivas | Produção artística e redação sobre os temas do livro e reflexão crítica. |
Conclusão:
Este projeto visa proporcionar aos alunos uma compreensão mais profunda sobre a obra O Cortiço e seu retrato social. Através da análise literária e das atividades propostas, os alunos poderão refletir sobre a desigualdade social, a marginalização e a luta de classes, temas que ainda são extremamente relevantes no Brasil de hoje. Além disso, o projeto estimula a criatividade, a empatia e a consciência crítica, permitindo que os estudantes façam conexões entre o passado e a realidade contemporânea, sempre com foco na construção de um futuro mais justo e igualitário.
O Cortiço (1890), escrito por Aluísio Azevedo, é um romance naturalista que descreve de forma vívida as condições de vida de uma comunidade de classe baixa, retratando um cortiço, que é uma habitação coletiva, com características de superlotação, pobreza extrema e exploração social. Essa obra aborda não apenas o cenário físico do cortiço, mas também as questões sociais, políticas e culturais da época, como a luta de classes, a violência, a exploração sexual e a ausência de perspectivas de ascensão para os moradores. Embora o romance tenha sido escrito no século XIX, muitos de seus temas continuam a ser relevantes hoje, no Brasil e em outras partes do mundo.
PARTE 2-
O Cortiço e o Retrato Social no Século XIX
O cortiço é descrito por Aluísio Azevedo como um lugar de convivência intensa, onde as condições de vida são degradantes. Os moradores, em sua maioria, são imigrantes nordestinos e pessoas de classe baixa que buscam melhorar sua vida, mas acabam presas em um ciclo de pobreza e miséria. No cortiço, as relações humanas são marcadas pela violência, pelo instinto animal, pela desigualdade social e pela marginalização.
Aluísio Azevedo utiliza o naturalismo para mostrar que as características das pessoas são moldadas pela hereditariedade e pelo ambiente social. O autor não romantiza a miséria; ao contrário, ele enfatiza o impacto do ambiente degradante sobre os indivíduos, que se tornam reféns das circunstâncias e da sua condição social.
Os personagens de O Cortiço, como João Romão, Bertoleza, e Zé do Feijão, representam tipos humanos que buscam a sobrevivência a qualquer custo, muitas vezes se entregando a práticas de exploração ou se submetendo a uma vida de sofrimento e repressão.
O Retrato Social nos Dias de Hoje-
Apesar de ter sido escrito no século XIX, a obra de Aluísio Azevedo continua a ser um retrato da realidade de muitas comunidades marginalizadas no Brasil e em outros países em desenvolvimento. Podemos traçar paralelos entre as condições de vida no cortiço de Azevedo e as favelas e comunidades periféricas nas grandes cidades brasileiras de hoje. A seguir, apresento algumas questões sociais abordadas no romance que ainda são muito atuais:
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Desigualdade Social e Econômica:
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No romance, a classe social baixa é retratada como tendo poucas chances de ascensão e sendo dominada por forças econômicas e políticas que a oprimem. Hoje, muitas comunidades de classe baixa, especialmente em áreas urbanas periféricas, ainda enfrentam enormes desigualdades sociais e econômicas. Embora existam programas de assistência social, muitos indivíduos ainda enfrentam limitações severas de acesso a educação, saúde e moradia de qualidade.
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Superlotação e Condições de Moradia:
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No cortiço, a falta de espaço e a superlotação são problemas que afetam diretamente a qualidade de vida dos personagens. Em muitas favelas e áreas de risco, o problema da superlotação continua presente, com famílias inteiras morando em pequenos cômodos ou construções precárias, com infraestrutura deficiente.
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Falta de Perspectivas de Ascensão Social:
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Assim como os moradores do cortiço, muitas pessoas nas periferias urbanas de hoje têm pouca chance de melhorar sua condição social, devido à falta de educação de qualidade, ausência de oportunidades de trabalho e a marginalização econômica. A mobilidade social, embora tenha aumentado em algumas áreas, ainda é limitada, e o ciclo de pobreza muitas vezes é transmitido entre gerações.
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Violência e Exploração:
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O cortiço é um lugar de violência, onde as relações humanas são baseadas muitas vezes em instintos primitivos, como o desejo de posse e poder. Hoje, muitas comunidades enfrentam violência tanto por parte de traficantes quanto pela repressão policial, e as condições de vida em ambientes como as favelas podem gerar conflitos e tensões constantes. A violência nas comunidades também é uma das formas de exploração social, como a busca por poder e domínio sobre os mais vulneráveis.
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Relações de Gênero e Exploração Sexual:
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No livro, a exploração sexual de mulheres, como Bertoleza, é uma realidade do cortiço. Infelizmente, a exploração das mulheres, muitas vezes como um meio de sobrevivência, ainda é uma questão muito atual. Mulheres em comunidades de risco, especialmente as mais vulneráveis, continuam a ser alvo de violência sexual, exploração e abuso.
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Falta de Acesso a Serviços Básicos:
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A falta de acesso a serviços essenciais como saúde, educação e saneamento básico ainda é uma realidade em muitas comunidades de baixa renda. Mesmo com os avanços em algumas áreas, as disparidades são gritantes, e muitos moradores de comunidades periféricas enfrentam dificuldades diárias por causa da falta de infraestrutura básica.
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Conclusão
O Cortiço, de Aluísio Azevedo, oferece uma reflexão poderosa sobre a desigualdade social e a luta pela sobrevivência nas condições mais adversas. Embora o contexto histórico tenha mudado desde o século XIX, os temas abordados no romance — como a marginalização social, a exploração e as dificuldades enfrentadas pelas classes mais pobres — continuam muito atuais. O retrato de Azevedo pode ser visto como um espelho das realidades vividas por muitos indivíduos em áreas periféricas e comunidades de baixa renda nas grandes cidades do Brasil, onde a pobreza e a desigualdade social ainda são desafios persistentes. Assim, O Cortiço continua relevante, não apenas como um clássico literário, mas como um retrato crítico das estruturas sociais que ainda precisam ser transformadas.
APÓS A LEITURA ACIMA, PRODUZIR UM TEXTO COM O TÍTULO: Título: O Retrato Social de O Cortiço e sua Relevância nos Dias de Hoje
EXEMPLO:
Introdução:
A obra O Cortiço, de Aluísio Azevedo, publicada em 1890, é um dos maiores exemplos do naturalismo no Brasil, retratando de forma crua as condições de vida das classes mais pobres no século XIX. Ambientada em um cortiço, onde moram imigrantes nordestinos e outros trabalhadores de classe baixa, a narrativa de Azevedo descreve um ambiente de miséria, exploração e desigualdade social. Embora tenha sido escrita há mais de um século, muitos dos problemas abordados no romance, como a pobreza extrema, a falta de acesso a serviços básicos e a marginalização social, continuam a ser uma realidade em diversas comunidades até hoje. Assim, O Cortiço se revela não apenas um retrato histórico da sociedade brasileira do século XIX, mas também uma obra que, com seus temas universais, mantém uma grande relevância nos dias de hoje.
Desenvolvimento:
No contexto do século XIX, O Cortiço descreve uma sociedade dividida em classes sociais bem definidas, com a elite vivendo em condições privilegiadas e as classes populares em extrema pobreza. O romance explora a superlotação, a precariedade da moradia e as péssimas condições de vida dos moradores do cortiço, que vivem à margem da sociedade. Essa marginalização é acentuada pela exploração das mulheres e pela constante presença de violência nas relações humanas. A condição dos personagens, como João Romão e Bertoleza, é moldada pelo ambiente hostil e pela busca incessante pela sobrevivência. A obra de Azevedo, portanto, serve como um retrato das desigualdades estruturais de sua época, que empurram os indivíduos para um ciclo de pobreza e opressão, dificultando sua ascensão social.
Esses problemas sociais, infelizmente, não ficaram restritos ao século XIX. No Brasil contemporâneo, ainda podemos observar realidades semelhantes em muitas comunidades de classe baixa e periferias urbanas. As favelas e comunidades periféricas em grandes cidades como Rio de Janeiro, São Paulo e outras, continuam enfrentando desigualdade social extrema, com a falta de acesso a serviços essenciais como saúde, educação e saneamento básico. A violência, a exploração e a marginalização das classes populares continuam sendo questões persistentes, com muitas pessoas vivendo em condições de superlotação e enfrentando dificuldades para garantir o básico para suas famílias. O que Azevedo retratou no século XIX ainda é visível em muitas partes do Brasil, onde o ciclo de pobreza é perpetuado por uma combinação de fatores, como a falta de oportunidades, a discriminação social e a desigualdade econômica.
Além disso, a obra de Azevedo aborda questões relacionadas à exploração sexual e à desigualdade de gênero, com personagens como Bertoleza sendo vítimas da opressão masculina. No contexto atual, ainda enfrentamos problemas semelhantes, como a exploração das mulheres em comunidades carentes, a violência doméstica e o tráfico de mulheres. Essas questões são um reflexo das estruturas sociais que continuam a marginalizar as mulheres, especialmente aquelas de classe baixa.
Conclusão:
Embora O Cortiço tenha sido escrito no século XIX, sua análise continua a ser válida nos dias de hoje, pois os problemas sociais abordados na obra permanecem presentes na sociedade contemporânea. A miséria, a desigualdade social, a violência e a exploração ainda afetam milhões de brasileiros que vivem nas periferias e em áreas marginalizadas. A obra de Azevedo serve como um alerta para as disparidades econômicas e sociais que persistem em nosso país, destacando a importância de promover mudanças estruturais que possam garantir melhores condições de vida para todos. Ao refletir sobre a realidade descrita por Azevedo, é possível perceber que, apesar de os tempos terem mudado, a luta contra a desigualdade social continua sendo um desafio urgente e necessário na sociedade brasileira.
Leitura Guiada – O Cortiço, de Aluísio Azevedo ( em grupos, sortear os capítulos)
1. Início da narrativa – A fundação do cortiço
Capítulos 1–3
Trecho sugerido:
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Apresentação de João Romão e Bertoleza.
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A descrição do crescimento do cortiço.
Perguntas de compreensão: RESPOSTAS ABAIXO
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Como João Romão começa sua trajetória de ascensão?
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Qual é o papel de Bertoleza nesse processo?
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Como o autor apresenta o ambiente urbano nesse início?
Análise temática:
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Determinismo: João Romão é influenciado por sua ambição e o meio urbano competitivo.
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Relações de poder: Bertoleza é explorada, mesmo sendo essencial ao progresso de João.
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Contexto histórico: Crítica à sociedade escravocrata e à falsa liberdade dos libertos.
Atividade:
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Faça um mapa de personagens mostrando quem são João Romão e Bertoleza, destacando suas características e relação com o espaço. EXEMPLO:
Elemento Descrição Quem é Português imigrante, dono do armazém, fundador do cortiço Características principais Ambicioso, ganancioso, calculista, explorador, frio Função na narrativa Representa o capitalismo selvagem e a ascensão social às custas dos outros Evolução Começa como pequeno comerciante, cresce explorando os outros, termina rico e sem moral Relação com o espaço Constrói o cortiço como forma de acumular poder e lucro. Representa a organização fria e exploradora do espaço urbano Conflitos Explora Bertoleza emocional e economicamente, entra em disputa simbólica com o sobrado de Miranda Símbolo de A classe dominante emergente, o colonizador oportunista, o empreendedor que vê tudo como negócio Elemento Descrição Quem é Mulher negra, ex-escravizada, companheira de João Romão Características principais Trabalhadora, dedicada, iludida, submissa, trágica Função na narrativa Representa a classe trabalhadora explorada e a mulher negra vítima do sistema escravocrata Evolução Começa como parceira trabalhadora de João Romão, termina traída e destruída Relação com o espaço Trabalha incansavelmente dentro do armazém e da casa — ou seja, integra-se ao espaço como força de trabalho invisibilizada Conflitos Nunca reconhecida como esposa ou igual, é descartada por João Romão no final Símbolo de A mão de obra marginalizada, o sofrimento do povo negro pós-abolição, a mulher que sustenta o sistema e é descartada
Elemento Descrição Tipo de relação Dominação e exploração disfarçadas de parceria afetiva Base da relação João Romão usa o afeto e a lealdade de Bertoleza para enriquecer Síntese simbólica Representam a estrutura desigual do Brasil no século XIX: o branco europeu sobe pisando na mulher negra que o sustenta
2. A vida no cortiço e os tipos sociais
Capítulos 4–8
Trecho sugerido:
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Descrição da vida coletiva e festas.
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Introdução de personagens como Pombinha, Rita Baiana, Firmo.
Perguntas:
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Como o cortiço é representado como um organismo vivo?
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O que diferencia os moradores do cortiço dos do sobrado vizinho?
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Como a festa simboliza o espírito coletivo?
Temas:
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Coletividade vs individualismo: O cortiço como espaço de comunidade versus a solidão burguesa.
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Relações de classe e raça: Conflito entre o cortiço e o sobrado.
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Corpo e natureza: Sensualidade como elemento dominante da vida popular.
Atividade:
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Elabore um cartaz ou mural digital com colagens ou ilustrações que representem o ambiente do cortiço e seus moradores.
“O Cortiço: um organismo vivo de gente e luta”
Letra grande, com fonte rústica ou feita à mão, remetendo a um ambiente popular.
Divisão do Cartaz:
1. Cenário / Espaço físico
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Imagem de fundo: casinhas apertadas, paredes descascadas, pátio comum com roupas estendidas no varal.
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Elementos colados:
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Baldes de água
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Gaiolas com passarinhos
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Fogões improvisados
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Galinhas ou porcos soltos
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2. Moradores (colagens/ilustrações)
Sugestão: colagens de rostos expressivos com rótulos curtos, como num painel de personagens.
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João Romão: rosto sério, terno surrado, dinheiro na mão → “Dono do cortiço. Frio, calculista.”
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Bertoleza: mulher negra com lenço na cabeça, lavando roupa → “Trabalha sem parar. Mãe do cortiço.”
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Rita Baiana: mulher sensual, dança com saia rodada → “Corpo livre, alma quente.”
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Jerônimo: rosto europeu, mas já suado, transformado → “Se abrasileirando pelo desejo.”
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Firmo: homem negro com olhar desafiador → “Orgulho, resistência e tragédia.”
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Pombinha: jovem moça com livro nas mãos → “Inocência em crise.”
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Léonie: mulher sofisticada, roupa ousada → “Mentora da libertação feminina.”
3. Sensações do cortiço
Inclua balões de palavras ou pinceladas com frases que mostrem o clima do lugar:
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“Calor, gritaria, vida!”
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“Onde tudo acontece: festas, lutas, desejos.”
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“Cheiro de comida, suor e sonho.”
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“Um lugar que engole e transforma.”
4. Contraste com o sobrado
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À margem do cartaz, uma faixa branca e limpa, com imagem de Miranda e sua família, frios, distantes.
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Legenda: “A ilusão do bom nome. O medo do povo que vive.”
5. Frase de impacto final (parte inferior):
“No cortiço, ninguém é só um – é todos. É luta, é vida, é queda.”
Fonte estilizada, como pincel ou escrita à mão.
Cores sugeridas:
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Tons quentes: amarelo, laranja, marrom → para representar calor, agitação, vida.
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Pinceladas fortes e traços orgânicos, para reforçar o caos e o movimento constante do cortiço.
Jerônimo e Rita Baiana – Desejo e transformação
Capítulos 9–14
Trecho sugerido:
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Jerônimo, português sério e disciplinado, muda após se apaixonar por Rita.
Perguntas:
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Que transformações ocorrem em Jerônimo? Como ele é influenciado pelo meio?
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Rita representa civilização ou natureza? Justifique.
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Qual o papel da sensualidade nesse trecho?
Temas:
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Determinismo biológico/social: Jerônimo sucumbe ao meio.
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Choque cultural: Portugal (ordem) vs Brasil (natureza, calor, desejo).
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Animalização: Transformações físicas e comportamentais de Jerônimo.
Atividade:
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Produza um diálogo fictício entre Jerônimo e Rita, onde ele tenta resistir à sua influência, mas acaba cedendo.
4. Conflito entre Firmo e Jerônimo
Capítulos 15–20
Trecho sugerido:
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Brigas entre os dois, culminando no assassinato de Firmo.
Perguntas:
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Por que o confronto entre Firmo e Jerônimo é inevitável?
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Como a violência é retratada? É uma escolha ou uma consequência?
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Que aspectos de rivalidade racial e social estão presentes?
Temas:
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Luta por território e poder.
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Bestialização do homem: Conflitos apresentados de forma primitiva.
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Destino trágico: Firmo é um obstáculo à transformação de Jerônimo.
Atividade:
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Crie uma linha do tempo ilustrada com os principais eventos do conflito, marcando os momentos de tensão crescente.
5. Pombinha e o despertar
Capítulos 21–24
Trecho sugerido:
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Pombinha deixa a vida "pura" e passa a viver com Léonie.
Perguntas:
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O que leva Pombinha a mudar radicalmente de vida?
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Que críticas sociais o autor faz por meio dessa personagem?
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O que representa a figura de Léonie?
Temas:
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Hipocrisia burguesa: A educação formal não impede a queda de Pombinha.
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Liberdade sexual e exclusão social: Ela só se realiza fora das normas da sociedade.
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Determinismo: O meio a empurra para um único caminho possível.
Atividade:
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Escreva um monólogo dramático de Pombinha no momento em que decide ir embora com Léonie.
6. A decadência e o fim de Bertoleza
Capítulos 25–30
Trecho sugerido:
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João Romão abandona Bertoleza ao saber que ela não era realmente liberta.
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Suicídio de Bertoleza.
Perguntas:
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Como o final de Bertoleza representa a culminação do processo de exploração?
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João Romão é um vilão ou apenas um produto do sistema?
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O que o final da história sugere sobre a ascensão social?
Temas:
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Capitalismo selvagem: A desumanização em nome da ambição.
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Tragédia do negro liberto: A liberdade como ilusão.
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Ascensão e ruína: João Romão sobe pisando em todos ao redor.
Atividade:
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Crie uma carta final de Bertoleza, escrita antes do suicídio, expressando seus sentimentos e reflexões sobre a vida no cortiço.
1. Início da narrativa – A fundação do cortiço
Perguntas e Respostas:
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Como João Romão começa sua trajetória de ascensão?
João Romão começa como simples vendeiro e, por meio de economia extrema, exploração da mão de obra de Bertoleza e práticas desonestas, acumula capital e expande seus negócios, construindo o cortiço. -
Qual é o papel de Bertoleza nesse processo?
Bertoleza, uma ex-escravizada, trabalha incansavelmente no armazém e na casa de João. Ela representa a base do sucesso dele, sendo explorada emocionalmente e financeiramente. -
Como o autor apresenta o ambiente urbano nesse início?
O ambiente urbano é caótico, competitivo e desigual, mostrando um Rio de Janeiro em crescimento desordenado, com conflitos sociais e intensa luta por ascensão.
2. A vida no cortiço e os tipos sociais
Perguntas e Respostas:
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Como o cortiço é representado como um organismo vivo?
O cortiço é descrito como um ser coletivo, vibrante, cheio de vida, barulho, sensualidade e energia. É uma massa humana que vive intensamente, quase como um personagem. -
O que diferencia os moradores do cortiço dos do sobrado vizinho?
Os moradores do cortiço são pobres, miscigenados, vivem em comunidade e com intensidade. Os do sobrado (como Miranda e família) representam a elite conservadora, europeizada, que tenta manter distância moral e social dos "corticeiros". -
Como a festa simboliza o espírito coletivo?
A festa mostra união, alegria, sensualidade e instinto — tudo que caracteriza o cortiço. É um momento de escape e comunhão, que contrasta com o individualismo do sobrado.
3. Jerônimo e Rita Baiana – Desejo e transformação
Perguntas e Respostas:
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Que transformações ocorrem em Jerônimo? Como ele é influenciado pelo meio?
Jerônimo, antes rígido e europeu, vai se "abrasileirando", mudando seu comportamento, fala, corpo e valores, influenciado pela vida sensual e pulsante do cortiço e principalmente por Rita. -
Rita representa civilização ou natureza? Justifique.
Rita representa a natureza — ela é livre, sensual, instintiva, e simboliza o clima quente, o corpo, a dança e o prazer, em oposição à frieza europeia de Jerônimo. -
Qual o papel da sensualidade nesse trecho?
A sensualidade é a força que move o cortiço, o desejo é motor de transformação, queda e revelação das verdadeiras motivações humanas.
4. Conflito entre Firmo e Jerônimo
Perguntas e Respostas:
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Por que o confronto entre Firmo e Jerônimo é inevitável?
Porque ambos disputam o mesmo espaço afetivo (Rita) e social. O embate é tanto pessoal quanto simbólico: o antigo e o novo, o negro e o imigrante branco, o instinto e o poder. -
Como a violência é retratada? É uma escolha ou uma consequência?
A violência é consequência do ambiente: ela emerge naturalmente do meio degradado, das tensões sociais e raciais, e do instinto dos personagens. -
Que aspectos de rivalidade racial e social estão presentes?
Jerônimo (português branco) e Firmo (negro) disputam o amor de Rita e, simbolicamente, o domínio do espaço. A morte de Firmo mostra a força opressora do imigrante sobre o negro marginalizado.
5. Pombinha e o despertar
Perguntas e Respostas:
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O que leva Pombinha a mudar radicalmente de vida?
Ela descobre que sua pureza e educação não a protegerão da hipocrisia da sociedade. Depois de um trauma (sugestão de abuso ou violência), ela rejeita a vida burguesa e se entrega ao cortiço e à prostituição, buscando liberdade. -
Que críticas sociais o autor faz por meio dessa personagem?
A hipocrisia das famílias de classe média, a repressão às mulheres, e a falsidade do ideal de pureza e castidade femininas. Pombinha só encontra autonomia fora das normas. -
O que representa a figura de Léonie?
Léonie é a figura da mulher liberta sexualmente, dona de si, e símbolo da transgressão social. Ela inicia Pombinha em uma nova vida, fora da moral tradicional.
6. A decadência e o fim de Bertoleza
Perguntas e Respostas:
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Como o final de Bertoleza representa a culminação do processo de exploração?
Bertoleza, que trabalhou anos por João Romão, é descartada por ele como um objeto inútil. Ao ser denunciada como escravizada ilegal, é traída e sem saída, cometendo suicídio. -
João Romão é um vilão ou apenas um produto do sistema?
Ele é ambos. Age de forma cruel e egoísta, mas também é produto de um sistema capitalista selvagem que valoriza a ascensão a qualquer custo. -
O que o final da história sugere sobre a ascensão social?
Que a ascensão social, no sistema descrito, é feita sobre o sofrimento e destruição dos outros. O sucesso de Romão é vazio e construído sobre ruínas humanas.
PROVA DE LITERATURA – O CORTIÇO (Aluísio Azevedo)
Tema: O Cortiço e seu retrato social no século XIX
Data: ____________
Nome: ____________________________
Valor total: 10,0 pontos
1. (1,0 ponto) – Múltipla Escolha
O Cortiço é uma obra marcada pelo:
a) Romantismo, com foco no sentimentalismo.
b) Parnasianismo, com exaltação à forma poética.
c) Naturalismo, com ênfase no determinismo social e biológico.
d) Modernismo, com crítica à linguagem tradicional.
2. (1,0 ponto) – Verdadeiro ou Falso
Assinale (V) para verdadeiro e (F) para falso:
( ) A obra retrata apenas as camadas ricas da sociedade carioca.
( ) Aluísio Azevedo critica a desigualdade social por meio dos contrastes entre o cortiço e o sobrado.
( ) João Romão ascende socialmente explorando os moradores do cortiço.
( ) O cortiço é apresentado como um ambiente de luxo e progresso.
3. (1,0 ponto) – Interpretação de Personagem
Quem é João Romão na obra e qual o seu papel na crítica social construída por Aluísio Azevedo?
4. (1,0 ponto) – Múltipla Escolha
Qual dos elementos abaixo NÃO é uma característica do Naturalismo presente em O Cortiço?
a) Determinismo
b) Descrição científica do comportamento humano
c) Idealização do amor e da mulher
d) Influência do meio no indivíduo
5. (1,0 ponto) – Dissertativa Curta
Explique de que forma o cortiço é uma metáfora da sociedade brasileira do século XIX.
6. (1,0 ponto) – Associação de Colunas
Associe os personagens às suas características:
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Bertoleza
-
João Romão
-
Miranda
-
Rita Baiana
-
Pombinha
( ) Lavadeira negra que vive uma relação de exploração com João Romão
( ) Representa a ascensão burguesa por meio da exploração
( ) Burguês tradicional que vive no sobrado
( ) Personagem sensual, símbolo da liberdade e da alegria
( ) Jovem que perde a inocência e representa o determinismo social
7. (1,0 ponto) – Questão de Análise Literária
Explique o conceito de determinismo e como ele se manifesta na trajetória de Pombinha.
8. (1,0 ponto) – Verdadeiro ou Falso
( ) O ambiente do cortiço influencia diretamente os comportamentos dos personagens.
( ) João Romão é um personagem estático, que não muda ao longo da narrativa.
( ) Rita Baiana representa os costumes da cultura afro-brasileira.
( ) A crítica social da obra está centrada apenas no comportamento moral dos personagens.
9. (1,0 ponto) – Questão Dissertativa Longa
Desenvolva um pequeno texto (5 a 7 linhas) analisando como a obra O Cortiço denuncia as desigualdades sociais e o preconceito racial da época. Dê exemplos da narrativa.
10. (1,0 ponto) – Interpretação e Atualidade
Você acha que os problemas sociais retratados em O Cortiço ainda estão presentes na sociedade brasileira atual? Justifique sua resposta com base na obra e na realidade contemporânea.
GABARITO – PROVA DE LITERATURA: O CORTIÇO
Valor total: 10,0 pontos
1. Múltipla Escolha (1,0 ponto)
Resposta correta: c) Naturalismo, com ênfase no determinismo social e biológico.
2. Verdadeiro ou Falso (1,0 ponto – 0,25 cada)
-
( F ) A obra retrata apenas as camadas ricas da sociedade carioca.
-
( V ) Aluísio Azevedo critica a desigualdade social por meio dos contrastes entre o cortiço e o sobrado.
-
( V ) João Romão ascende socialmente explorando os moradores do cortiço.
-
( F ) O cortiço é apresentado como um ambiente de luxo e progresso.
3. Interpretação de Personagem (1,0 ponto)
Resposta esperada: João Romão é o protagonista que representa o imigrante português que enriquece à custa da exploração alheia. Sua trajetória simboliza a ascensão econômica baseada na desigualdade, refletindo a crítica social do autor ao capitalismo selvagem do período.
4. Múltipla Escolha (1,0 ponto)
Resposta correta: c) Idealização do amor e da mulher
5. Dissertativa Curta (1,0 ponto)
Resposta sugerida: O cortiço funciona como uma metáfora da sociedade brasileira do século XIX, mostrando um espaço onde predominam a pobreza, a promiscuidade e a opressão. Ele representa um microcosmo social, onde o meio determina a vida dos indivíduos, revelando a desigualdade, o racismo e a exploração do trabalho.
6. Associação de Colunas (1,0 ponto – 0,2 cada)
1 – Bertoleza → Lavadeira negra que vive uma relação de exploração com João Romão
2 – João Romão → Representa a ascensão burguesa por meio da exploração
3 – Miranda → Burguês tradicional que vive no sobrado
4 – Rita Baiana → Personagem sensual, símbolo da liberdade e da alegria
5 – Pombinha → Jovem que perde a inocência e representa o determinismo social
7. Questão de Análise Literária (1,0 ponto)
Resposta esperada: Determinismo é a ideia de que o ser humano é moldado pelo ambiente, pela hereditariedade e pelo meio social. Pombinha, inicialmente pura e educada, acaba sendo levada à prostituição, resultado das influências do meio em que vive, exemplificando o determinismo social.
8. Verdadeiro ou Falso (1,0 ponto – 0,25 cada)
-
( V ) O ambiente do cortiço influencia diretamente os comportamentos dos personagens.
-
( F ) João Romão é um personagem estático, que não muda ao longo da narrativa.
-
( V ) Rita Baiana representa os costumes da cultura afro-brasileira.
-
( F ) A crítica social da obra está centrada apenas no comportamento moral dos personagens.
9. Dissertativa Longa (1,0 ponto)
Resposta sugerida: A obra denuncia as desigualdades sociais ao mostrar como os pobres vivem em condições miseráveis, enquanto os ricos exploram essa situação. Personagens como Bertoleza, negra e escravizada, simbolizam o racismo estrutural. O autor evidencia como o ambiente e a origem social moldam o destino dos indivíduos.
10. Interpretação e Atualidade (1,0 ponto)
Resposta esperada: Sim, muitos problemas abordados ainda existem, como a desigualdade de renda, o racismo, a exploração do trabalho e a precariedade das moradias. Assim como no cortiço, hoje ainda há pessoas vivendo em comunidades sem saneamento, com pouca assistência e oportunidades limitadas.
PROVA DE PRODUÇÃO DE TEXTO – VALOR: 10,0 PONTOS
Data: ____________
Nome: ____________________________
Instruções:
Escolha um dos temas abaixo e desenvolva um texto dissertativo-argumentativo com introdução, desenvolvimento e conclusão. Use argumentos consistentes, evite clichês e siga a norma padrão da língua.
Extensão sugerida: 20 a 30 linhas.
TEMA 1 – A realidade do cortiço e a desigualdade social ontem e hoje
A partir da leitura da obra O Cortiço, reflita sobre como as desigualdades sociais retratadas na literatura do século XIX continuam presentes na sociedade atual. Quais os principais fatores que mantêm essa realidade? Que caminhos podem levar à mudança?
No fim do século XIX, Aluísio Azevedo descreveu um Brasil marcado pela convivência entre opulência e miséria, retratada no cotidiano apertado das moradias coletivas. Hoje, apesar dos avanços tecnológicos e econômicos, ainda vemos as fachadas modernas ocultando bolsões de pobreza e exclusão. Reflita sobre o que mudou — e o que permanece — na trajetória das desigualdades sociais, identificando as estruturas que perpetuam a distância entre ricos e pobres.
TEMA 2 – Racismo estrutural: o peso da cor na vida dos brasileiros
A personagem Bertoleza, em O Cortiço, simboliza a exploração e o racismo da época. Reflita sobre como o racismo estrutural ainda está presente no Brasil e quais atitudes individuais e coletivas podem contribuir para combatê-lo.
Bertoleza, personagem negra de O Cortiço, foi alçada à condição de objeto de troca e exploração, sem voz nem direitos. Na contemporaneidade, os desafios do racismo vão muito além do preconceito explícito — eles estão em leis, práticas de mercado e expectativas sociais que se mantêm invisíveis. Pense em como as barreiras impostas pela cor seguem limitando oportunidades e de que forma a mudança começa tanto no indivíduo quanto na coletividade.
TEMA 3 – O papel da educação na superação da pobreza
O acesso limitado à educação de qualidade é um fator que perpetua a exclusão social. Reflita sobre como a educação pode transformar vidas e combater a desigualdade social, tanto na literatura quanto na vida real.
O cortiço não ensinava leitura ou ciências, mas a sobrevivência diária, marcando destinos segundo a condição de nascer em um determinado lugar. Hoje, a educação de qualidade surge como ferramenta transformadora capaz de romper ciclos de exclusão. Considere como o acesso ao conhecimento amplia horizontes, fortalece o senso crítico e abre portas para novas possibilidades.
TEMA 4 – A influência do ambiente na formação do indivíduo
A obra O Cortiço mostra como o meio influencia o comportamento humano. Reflita sobre até que ponto o ambiente em que vivemos define nossas escolhas e personalidade. É possível romper com essas influências?
No microcosmo do cortiço, cada cheiro, cada cômodo e cada vizinhança moldava os hábitos e desejos de seus moradores. Somos frutos do espaço onde crescemos: ruas, escolas, lares e amizades deixam marcas profundas em nossas escolhas. Analise até que ponto podemos transcender essas influências e construir uma identidade própria, independente das circunstâncias externas.
TEMA 5 – O Brasil invisível: moradores de rua, favelas e cortiços hoje
O país ainda convive com habitações precárias, falta de saneamento básico e abandono de populações vulneráveis. Reflita sobre os desafios enfrentados por quem vive à margem da sociedade e proponha soluções para promover dignidade a essas pessoas. Atrás das grandes avenidas e das redes sociais, existe um país que luta pela sobrevivência em barracos, calçadas e casebres improvisados. Vagando pelo país, os invisíveis clamam por dignidade, serviços básicos e atenção. Reflita sobre os desafios que eles enfrentam e proponha caminhos para que toda vida humana seja reconhecida e valorizada.
GRADE DE CORREÇÃO – PRODUÇÃO DE TEXTO (VALOR: 10,0 pontos)
CRITÉRIO | DESCRIÇÃO | PONTUAÇÃO MÁXIMA |
---|---|---|
1. Estrutura e organização do texto | Presença de introdução, desenvolvimento e conclusão bem definidos; parágrafos organizados. | 2,0 pontos |
2. Coesão e coerência textual | Uso adequado de conectivos, progressão lógica das ideias, continuidade do raciocínio. | 2,0 pontos |
3. Argumentação e conteúdo | Clareza dos argumentos, pertinência das ideias, reflexão crítica e posicionamento consistente. | 3,0 pontos |
4. Domínio da norma padrão | Ortografia, pontuação, concordância verbal e nominal, regência, colocação pronominal. | 2,0 pontos |
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES PARA A CORREÇÃO
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Desvio grave de tema: nota zero.
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Texto fora do gênero solicitado: nota zero.
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Texto com menos de 8 linhas válidas: nota zero.
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Cópia integral dos textos motivadores (se houver): desconto proporcional ou anulação.
Textos Motivadores:
A seguir, encontram-se breves textos motivadores para cada um dos cinco temas propostos. Utilize-os como ponto de partida para reflexão e construção de seu texto dissertativo-argumentativo.
Tema 1 – A realidade do cortiço e a desigualdade social ontem e hoje
No fim do século XIX, Aluísio Azevedo descreveu um Brasil marcado pela convivência entre opulência e miséria, retratada no cotidiano apertado das moradias coletivas. Hoje, apesar dos avanços tecnológicos e econômicos, ainda vemos as fachadas modernas ocultando bolsões de pobreza e exclusão. Reflita sobre o que mudou — e o que permanece — na trajetória das desigualdades sociais, identificando as estruturas que perpetuam a distância entre ricos e pobres.
Sugestões de estrutura:
Introdução: Contextualize brevemente O Cortiço e apresente a tese de que as desigualdades do século XIX persistem hoje.
Desenvolvimento: Aborde dois fatores históricos (por exemplo, herança colonial e concentração fundiária) e dois fatores contemporâneos (mercado de trabalho informal, políticas públicas insuficientes).
Conclusão: Retome a tese, sugira caminhos possíveis (educação, reforma urbana, políticas de redistribuição) e finalize com um apelo à ação coletiva.
Tema 2 – Racismo estrutural: o peso da cor na vida dos brasileiros
Bertoleza, personagem negra de O Cortiço, foi alçada à condição de objeto de troca e exploração, sem voz nem direitos. Na contemporaneidade, os desafios do racismo vão muito além do preconceito explícito — eles estão em leis, práticas de mercado e expectativas sociais que se mantêm invisíveis. Pense em como as barreiras impostas pela cor seguem limitando oportunidades e de que forma a mudança começa tanto no indivíduo quanto na coletividade.
Sugestões de estrutura:
Introdução: Apresente Bertoleza como símbolo do racismo em O Cortiço e aponte a persistência do problema hoje.
Desenvolvimento: Traga exemplos do romance (situação de Bertoleza) e relacione com dados atuais (desigualdade salarial, sub-representação política, violência policial).
Conclusão: Proponha atitudes individuais (educação antirracista, autocrítica) e coletivas (ações afirmativas, políticas públicas) e conclua reforçando a urgência do combate estrutural.
Tema 3 – O papel da educação na superação da pobreza
O cortiço não ensinava leitura ou ciências, mas a sobrevivência diária, marcando destinos segundo a condição de nascer em um determinado lugar. Hoje, a educação de qualidade surge como ferramenta transformadora capaz de romper ciclos de exclusão. Considere como o acesso ao conhecimento amplia horizontes, fortalece o senso crítico e abre portas para novas possibilidades.
Sugestões de estrutura:
Introdução: Contextualize a ausência de educação no cortiço e defina a ideia de que a educação é ferramenta de ascensão social.
Desenvolvimento: Explique como a educação poderia ter mudado a trajetória dos moradores do cortiço; exemplifique com políticas reais (bolsa-família, ENEM, tecnologias educacionais).
Conclusão: Reforce a necessidade de investimentos públicos, valorização de professores e participação da comunidade escolar para garantir acesso e qualidade.
Tema 4 – A influência do ambiente na formação do indivíduo
No microcosmo do cortiço, cada cheiro, cada cômodo e cada vizinhança moldava os hábitos e desejos de seus moradores. Somos frutos do espaço onde crescemos: ruas, escolas, lares e amizades deixam marcas profundas em nossas escolhas. Analise até que ponto podemos transcender essas influências e construir uma identidade própria, independente das circunstâncias externas.
Sugestões de estrutura:
Introdução: Apresente o determinismo ambiental em O Cortiço e proponha a reflexão sobre sua força na vida contemporânea.
Desenvolvimento: Primeiro, analise como o ambiente molda comportamentos (cite Pombinha, Rita Baiana); depois, discuta exemplos de superação (casos de mentoring, programas sociais).
Conclusão: Aponte limites e possibilidades de ação individual e coletiva para gerar ambientes positivos e proponha uma intervenção (arte, esportes, políticas culturais).
Tema 5 – O Brasil invisível: moradores de rua, favelas e cortiços hoje
Atrás das grandes avenidas e das redes sociais, existe um país que luta pela sobrevivência em barracos, calçadas e casebres improvisados. Vagando pelo país, os invisíveis clamam por dignidade, serviços básicos e atenção. Reflita sobre os desafios que eles enfrentam e proponha caminhos para que toda vida humana seja reconhecida e valorizada.
Sugestões de estrutura:
Introdução: Destaque o contraste entre a imagem oficial da cidade e a realidade das áreas precárias, conectando com o tema da invisibilidade.
Desenvolvimento: Descreva os principais problemas (falta de saneamento, violência, desemprego) e apresente iniciativas de sucesso (favela bairro, moradia social, ONGs locais).
Conclusão: Reforce a necessidade de políticas públicas integradas, participação comunitária e empatia social, finalizando com um chamado à responsabilidade cidadã.
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