quinta-feira, 17 de setembro de 2015

PONTUAÇÃO



   ► Emprego dos sinais de pontuação
Os sinais de pontuação são sinais gráficos empregados na língua escrita para tentar recuperar recursos específicos da língua falada, tais como: entonação, jogo de silêncio, pausas, etc...

PONTO ( . )
a) indicar o final de uma frase declarativa.Ex.: Lembro-me muito bem dele.
b) separar períodos entre si.Ex.: Fica comigo. Não vá embora.
c) nas abreviaturas.Ex.: Av.; V. Ex.ª
     DOIS-PONTOS ( : )
a) iniciar a fala dos personagens:
Ex.: Então o padre respondeu:
- Parta agora.
b) antes de apostos ou orações apositivas, enumerações ou seqüência de palavras que explicam, resumem idéias anteriores.Ex.: Meus amigos são poucos: Fátima, Rodrigo e Gilberto.
c) antes de citação.Ex.: Como já dizia Vinícius de Morais: “Que o amor não seja eterno posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure.”
     RETICÊNCIAS ( ... )
a) indicar dúvidas ou hesitação do falante.Ex.: Sabe...eu queria te dizer que...esquece.
b) interrupção de uma frase deixada gramaticalmente incompleta.
Ex.: - Alô! João está?
- Agora não se encontra. Quem sabe se ligar mais tarde...
c) ao fim de uma frase gramaticalmente completa com a intenção de sugerir prolongamento de idéia.Ex.: “Sua tez, alva e pura como um foco de algodão, tingia-se nas faces duns longes cor-de-rosa...” (Cecília- José de Alencar)
d) indicar supressão de palavra (s) numa frase transcrita.Ex.: “Quando penso em você (...) menos a felicidade.” (Canteiros - Raimundo Fagner)
     PARÊNTESES ( () )
a) isolar palavras, frases intercaladas de caráter explicativo e datas.Ex.: Na 2ª Guerra Mundial (1939-1945), ocorreu inúmeras perdas humanas."Uma manhã lá no Cajapió ( Joca lembrava-se como se fora na véspera), acordara depois duma grande tormenta no fim do verão. “ (O milagre das chuvas no nordeste- Graça Aranha)
Os parênteses também podem substituir a vírgula ou o travessão.
     PONTO DE EXCLAMAÇÃO ( ! )
a) Após vocativo.Ex.: “Parte, Heliel! “ ( As violetas de Nossa Sra.- Humberto de Campos).
b) Após imperativo.Ex.: Cale-se!
c) Após interjeição.Ex.: Ufa! Ai!
d) Após palavras ou frases que denotem caráter emocional.Ex.: Que pena!
    PONTO DE INTERROGAÇÃO ( ? )
a) Em perguntas diretas.Ex.: Como você se chama?
b) Às vezes, juntamente com o ponto de exclamação.
Ex.: - Quem ganhou na loteria?
- Você.
-  Eu?!
    TRAVESSÃO ( - )
a) dar início à fala de um personagem.
Ex.: O filho perguntou:
- Pai, quando começarão as aulas?
b) indicar mudança do interlocutor nos diálogos.
- Doutor, o que tenho é grave?
- Não se preocupe, é uma simples infecção. É só tomar um antibiótico e estará bom.
c) unir grupos de palavras que indicam itinerário.Ex.: A rodovia Belém-Brasília está em péssimo estado.
Também pode ser usado em substituição à virgula em expressões ou frases explicativas.Ex.: Xuxa – a rainha dos baixinhos – será mãe.
     ASPAS ( “  ” )
a) isolar palavras ou expressões que fogem à norma culta, como gírias, estrangeirismos, palavrões, neologismos, arcaísmos e expressões populares.Ex.: Maria ganhou um apaixonado “ósculo” do seu admirador.
A festa na casa de Lúcio estava “chocante”.
Conversando com meu superior, dei a ele um “feedback” do serviço a mim requerido.
b) indicar uma citação textual.Ex.: “Ia viajar! Viajei. Trinta e quatro vezes, às pressas, bufando, com todo o sangue na face, desfiz e refiz a mala”. ( O prazer de viajar - Eça de Queirós)
Se, dentro de um trecho já destacado por aspas, se fizer necessário a utilização de novas aspas, estas serão simples. ( '  ' )
Recursos alternativos para pontuação:Parágrafo ( §  )Chave ( {  } )Colchete ( [  ] )Barra ( / )



VÍRGULA ( , )
É usada para marcar uma pausa do enunciado com a finalidade de nos indicar que os termos por ela separados, apesar de participarem da mesma frase ou oração, não formam uma unidade sintática.
Ex.: Lúcia, esposa de João, foi a ganhadora única da Sena.
Podemos concluir que, quando há uma relação sintática entre termos da oração, não se pode separá-los por meio de vírgula.
Não se separam por vírgula:
·         predicado de sujeito;objeto de verbo;adjunto adnominal de nome;complemento nominal de nome;
·         predicativo do objeto do objeto;oração principal da subordinada substantiva (desde que esta não seja apositiva nem apareça na ordem inversa).
A vírgula no interior da oração É utilizada nas seguintes situações:
a) separar o vocativo. Ex.: Maria, traga-me uma xícara de café. educação, meus amigos, é fundamental para o progresso do país.
b) separar alguns apostos. Ex.: Valdete, minha antiga empregada, esteve aqui ontem.
c) separar o adjunto adverbial antecipado ou intercalado. Ex.: Chegando de viagem, procurarei por você.
As pessoas, muitas vezes, são falsas.
d) separar elementos de uma enumeração.Ex.: Precisa-se de pedreiros, serventes, mestre-de-obras.
e) isolar expressões de caráter explicativo ou corretivo.Ex.: Amanhã, ou melhor, depois de amanhã podemos nos encontrar para acertar a viagem.
f) separar conjunções intercaladas.Ex.: Não havia, porém, motivo para tanta raiva.
g) separar o complemento pleonástico antecipado.Ex.: A mim, nada me importa.
h) isolar o nome de lugar na indicação de datas.Ex.: Belo Horizonte, 26 de janeiro de 2001.
i) separar termos coordenados assindéticos.Ex.: "Lua, lua, lua, lua,por um momento meu canto contigo compactua..."  (Caetano Veloso)
j) marcar a omissão de um termo (normalmente o verbo).Ex.: Ela prefere ler jornais e eu, revistas. (omissão do verbo preferir)
Termos coordenados ligados pelas conjunções e, ou, nem dispensam o uso da vírgula. Ex.: Conversaram sobre futebol, religião e política.
Não se falavam nem se olhavam./ Ainda não me decidi se viajarei para Bahia ou Ceará.
Entretanto, se essas conjunções aparecerem repetidas, com a finalidade de dar ênfase, o uso da vírgula passa a ser obrigatório.
Ex.: Não fui nem ao velório, nem ao enterro, nem à missa de sétimo dia.
A vírgula entre orações
É utilizada nas seguintes situações:
a) separar as orações subordinadas adjetivas explicativas. Ex.: Meu pai, de quem guardo amargas lembranças, mora no Rio de Janeiro.
b) separar as orações coordenadas sindéticas e assindéticas (exceto as iniciadas pela conjunção e ). Ex.: Acordei, tomei meu banho, comi algo e saí para o trabalho. Estudou muito, mas não foi aprovado no exame.
Há três casos em que se usa a vírgula antes da conjunção:
1) quando as orações coordenadas tiverem sujeitos diferentes.
Ex.: Os ricos estão cada vez mais ricos, e os pobres, cada vez mais pobres.
2) quando a conjunção e vier repetida com a finalidade de dar ênfase (polissíndeto). Ex.: E chora, e ri, e grita, e pula de alegria.
3) quando a conjunção e assumir valores distintos que não seja da adição (adversidade, conseqüência, por exemplo) Ex.: Coitada! Estudou muito, e ainda assim não foi aprovada.
c) separar orações subordinadas adverbiais (desenvolvidas ou reduzidas), principalmente se estiverem antepostas à oração principal.Ex.: "No momento em que o tigre se lançava, curvou-se ainda mais; e fugindo com o corpo apresentou o gancho."( O selvagem - José de Alencar)
d) separar as orações intercaladas. Ex.: "- Senhor, disse o velho, tenho grandes contentamentos em a estar plantando..."
Essas orações poderão ter suas vírgulas substituídas por duplo travessão. Ex.: "Senhor - disse o velho - tenho grandes contentamentos em a estar plantando..."
e) separar as orações substantivas antepostas à principal.Ex.: Quanto custa viver, realmente não sei.
PONTO-E-VÍRGULA ( ; )
a) separar os itens de uma lei, de um decreto, de uma petição, de uma seqüência, etc.
Ex.: Art. 127 – São penalidades disciplinares:
I- advertência;II- suspensão;III- demissão;IV- cassação de aposentadoria ou disponibilidade;V- destituição de cargo em comissão;VI-  destituição de função comissionada. ( cap. V das penalidades Direito Administrativo)
b) separar orações coordenadas muito extensas ou orações coordenadas nas quais já tenham tido utilizado a vírgula.
Ex.: “O rosto de tez amarelenta e feições inexpressivas, numa quietude apática, era pronunciadamente vultuoso, o que mais se acentuava no fim da vida, quando a bronquite crônica de que sofria desde moço se foi transformando em opressora asma cardíaca; os lábios grossos, o inferior um tanto tenso (...) " (O visconde de Inhomerim - Visconde de Taunay)
FAÇA A LEITURA
– Ana, você não está prestando atenção no que eu disse.

– Lógico que estou. Por que você acha que não estou?

– Ah, é? Então, me diga: o que foi que eu disse até aqui?

– Você falou que sua mãe não deixou você ir à festa da Marcela, porque estava de castigo.

– Tá, mas por que eu estava de castigo?

– Porque, porque... Xih, Bia, essa eu não sei, não.

– Tá vendo? Você está com a cabeça na lua.

– Não é isso. É que a Luana me pediu para ajudar em um trabalho da escola e eu estou aqui na

internet fazendo uma pesquisa.

– Eu sempre achei que você era mais amiga da Luana do que minha amiga!

– Bia, não é nada disso.

– É sim. Então fica aí com a sua pesquisa que eu vou desligar.

– Não, Bia, espera aí que eu já converso com você.

– Tchau, Ana.

Nenhum comentário:

Postar um comentário