SAGARANA(1946) - JOÃO GUIMARÃES
ROSA (TERCEIRA GERAÇÃO DO MODERNISMO- PROSA)
3ª FASE DO MODERNISMO OU GERAÇÃO
DE 45 E VEM ATÉ OS DIAS ATUAIS
(LITERATURA CONTEMPORÂNEA)-
CONHECIDA COMO SOCIAL OU INTROSPECTIVA.
CONTEXTO
HISTÓRICO: influenciará os autores
FIM DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL
FIM DA GUERRA FRIA
TRIBUNAL DE NUREMBERG- NAZISTAS
CONDENADOS
MAO TSI TUNG- CHINA- CRIA A
REPÚBLICA POPULAR DA CHINA
REVOLUÇÃO CUBANA - FIDEL
E CHE- TIRAM O DITADOR DO PODER
E TOMAM CONTA DA ILHA DE CUBA
BRASIL-FIM DA DITADURA VARGAS –
LEGALIDADE DOS PARTIDOS
POLÍTICOS- NOVA FASE NA POLÍTICA E ECONOMIA
DITADURA MILITAR- 1964 A 1985-
21 anos de mão de ferro.
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CARACTERÍSTICAS
DA 3 ª FASE:
Literatura instrumento
social de denúncia e de crítica( aprofundar mais nas obras).
Regionalismo
universal- Guimarães Rosa
Busca da
Verossimilhança-G.R.,
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Características
de Guimarães Rosa:
PROSA
REGIONALISTA-ASPECTOS DA VIDA NO CAMPO, DA FALA COLOQUIAL E REGIONALISTA.
JOÃO GUIMARÃES
ROSA(1908-M.G.-1967)-regional/universal
Médico- ia visitar os
Pacientes, observava os costumes/linguagem do povo, a terra e o cotidiano.
Transportou o conhecimento para a literatura.
Em sua obra a
linguagem é cheia de regionalismo(linguagem popular)
Sertão de Minas Gerais
Neologismos( cria novas
palavras)-considerado engenheiro da linguagem/língua- mistura o regional e o universal no sertão de
M.G.(miséria)-
ENGENHEIRO PELA
MISTURA USAR NORMA CULTA E ARCAÍSMOS, CRIARÁ NEOLOGISMOS.
OBSERVAÇÃO- JOÃO
CABRAL ERA CONSIDERADO UM ENGENHEIRO EM BUSCA DA PERFEIÇÃO (NEOPARNASIANO)
Falará sobre a
existência.
Bem x mal =
misticismo, religiosidade
Foi um dos maiores
poetas do Brasil, sendo que a maioria
de suas obras são ambientadas no sertão.
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CARACTERÍSTICAS
DA OBRA:
Sagarana-a originalidade da
linguagem pelo o uso de neologismos(palavras inventadas)
Saga (LENDA)e rana (COMO SE FOSSE)
Sagarana= PARECEM LENDAS.
Sagarana inventada a partir do
hibridismo,ou seja,a junção de radicais de línguas diferentes (ESCANDINAVA E
TUPI)
A linguagem - dialeto sertanejo
nas páginas de seu livro e o mescla aos célebres neologismos e a inúmeros
arcaísmos.
É um livro que já mostra o
regionalismo (Sertão mineiro,o povo, a jagunçagem,da religiosidade e o
amor,que remete á cidade natal do autor,Cordisburgo,onde o autor sairá do
regionalismo padrão da segunda geração modernista,para migrar á um
regionalismo novo,com a fusão entre o neologismo e linguagem popular.
Sagarana apresentará sertão
universal,onde seus personagens terão crenças e reflexões psicológicas acerca
do existencialismo da vida e de temas ambíguos como o real x mágico.
O livro contém epígrafes,ou
seja,um resumo logo na abertura do capítulo contento provérbios e cantigas do
sertão mineiro.
A obra contém nove histórias.
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1-Foco Narrativo
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3ªpessoa
3ªpessoa
3ªpessoa
3ªpessoa
1ª
pessoa
1ªpessoa.
3ªpessoa
3ªpessoa
3ªpessoa
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Narrador
onisciente
Narrador
onisciente
Narrador
onisciente
Narrador
onisciente
Narrador personagem
Narrador personagem
Narrador
onisciente
Narrador
onisciente
Narrador
onisciente
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2- Tempo- começo do século XX.
3-Cenário- sertão de Minas Gerais.
4- Resumo: Sagarana
O Burrinho Pedrês(TEMÁTICA: EXPERIÊNCIA DE
UM VELHO ANIMAL; LUTA DO BEM CONTRA O MAL )
Este
conto se passa na Fazenda da Tampa, de propriedade do Major Saulo. Seus
serviçais estão escolhendo os cavalos que transportarão os homens sertão afora
com o objetivo de tanger um rebanho de bois de corte. Infelizmente o burrinho
Sete-de-Ouros é um dos animais selecionados para esse trabalho. João Manico é o
vaqueiro que o montará.
Enquanto
isso, Raymundão narra a história do touro Calundu. Ele só feria quem estivesse
a cavalo. Uma vez ele desafiou uma onça preta e afugentou o bicho só para
preservar um bando de vacas com seus bezerrinhos. Ao tirar a vida de
Vadico, filho do proprietário rural Neco Borges, ele só é poupado a pedido do
rapaz. Mas Raymundão foi então encarregado de conduzir o animal para outra
propriedade. Um dia depois de chegar ao novo lar o touro foi encontrado morto.
Após um
temporal, a manada atinge o córrego da Fome, o qual estava quase transbordando.
Atravessá-lo seria um risco e o Major Saulo insiste que todos tomem cuidado,
pois neste lugar muitos já haviam perdido a vida. Porém, tudo corre bem e até o
burrinho passa pelas águas sem problemas.
Em um
dado momento, o Major exige que João Manico deixe Francolim montar
Sete-de-Ouros. Ele assim faz, mas o encarregado pede ao patrão que, quando
chegarem ao vilarejo, ele possa mais uma vez trocar de montaria, pois seria
humilhante para ele ser visto no lombo do burro.
Dois dos
vaqueiros do bando exigem atenção. Badu
e Silvino se desentenderam por conta de uma garota caolha. Os dois viraram
rivais mortais. Francolim e o Major suspeitam que Silvino esteja planejando
matar Badu, que vai se casar com a ex-namorada dele. O vaqueiro carrega consigo
mais bens do que deveria e negociou quatro reses por um valor muito baixo.
Saulo pede que Francolim observe Silvino a cada momento no regresso da
caravana.
Os
vaqueiros foram recebidos com festanças no vilarejo. Os bichos vão repousar
enquanto os homens passeiam pela região. Na partida os vaqueiros zombaram de
Badu. Como ele estava embriagado, foi obrigado a montar o Burrinho, mas era
volumoso demais para o animal. Na saída do vilarejo Francolim aguardava pelo
companheiro.
Logo
depois o encarregado deixa Badu sozinho e se preocupa em vigiar Silvino, que
caminhava avante ao lado do irmão dele, Tote, que tentava convencê-lo a não
acabar com a vida de Badu. Porém o homem traído insistia em levar seu plano
adiante.
A
caravana seguia viagem noite adentro. Subitamente os cavalos estacaram diante
do córrego transbordado. Os homens decidiram aguardar Badu e Sete-de-Ouros. Se
o animal avançasse pelas águas, seria possível transpor o ribeirão, já que este
bicho não costuma adentrar um ponto de onde não consiga partir.
O
burrinho mergulha nas águas levando Badu consigo. Os outros confiam e vão
atrás. Mas não conseguem atravessar o riacho. Oito vaqueiros perdem a vida na
travessia: Benevides, Silvino, Leofredo, Raymundão, Sinoca, Zé Grande, Tote e
Sebastião. Sete-de-Ouros, porém, chega ao seu destino com Badu às costas e
Francolim segurando seu rabo. Ao pisar em solo seguro o animal se liberta do
encarregado e vai direto para a fazenda. Em casa ele é liberado do homem
adormecido e de seus arreios.
A volta
do marido pródigo
Lalino
Salãthiel é um mulato esperto que nunca chega na hora para o trabalho árduo na
mineração da terra. Seu Marra vigia o tempo todo os trabalhadores, mas nem ele
pode com o protagonista. Este vive criando histórias e justificativas para não
se matar de trabalhar. Alguns gostam muito dele, outros o desprezam. Generoso
acredita que o espanhol Ramiro está cercando a esposa de Lalino.
O
protagonista decide ir para a capital. Ele chega ao trabalho, pede as contas e
ao regressar para casa vê o homem que tenta conquistar sua esposa, Maria Rita.
Lalino tem uma ideia; inventa que deseja partir sem sua garota, mas não tem os
recursos financeiros para fazer a viagem. O espanhol cede e lhe empresta um
conto de réis. O protagonista embarca para a capital do Brasil.
Um mês se
passa e Maria Rita está arrasada. Três meses depois, ela já vivia com Ramiro.
Todos acreditavam que Lalino tinha negociado a própria esposa. Mais de meio ano
após esses fatos, ele já viveu muitas peripécias em terras cariocas. Mas agora
o homem está prestes a ficar sem nada e começa a ficar saudoso. Resolve então
retornar para casa.
No
vilarejo todos zombam dele. Ele vai à morada do espanhol e exige ver Ritinha,
chegando até mesmo a ameaçar Ramiro ao aproximar sua mão do cabo da sua arma.
De repente, porém, desiste de falar com a ex-esposa e leva apenas o violão.
Verificou que Ramiro cuidava bem da mulher e no igarapé encontrou seu Oscar. O
homem se comprometeu a conseguir um espaço para Lalino no mundo da política com
seu pai, o Major Anacleto.
Porém o
Major tem princípios morais rígidos e não quer dar uma chance para alguém que
vendeu a própria família. Tio Laudônio, irmão de Anacleto, que vê em meio á
escuridão e tem os sentidos apurados além da conta, intervém a favor de Lalino
e consegue demover o Major de sua recusa. Ele pede que Lalino o procure um dia
depois. Mas o protagonista só se apresenta na quarta-feira e dá de cara com
Anacleto.
O Major
tenta mandá-lo embora, mas o mulato o convence de que passou esse tempo fazendo
um levantamento de quem era leal a ele e quem o atraiçoava pelas costas. Sabia
tudo sobre os planos de Benigno para vencer Anacleto nas eleições. O protagonista
demanda a proteção de Estevão, o capanga de quem todos têm medo, e passa a ser
visto como o cabo eleitoral de Anacleto.
Tudo vai
bem para Lalino até que Ramiro o entrega para o Major. O espanhol conta que ele
vinha mantendo amizade com Nico, filho de Benigno. Tocavam e bebiam juntos,
inclusive na companhia de Estevão. Anacleto ficou furioso. Porém o mulato o
persuade de que tudo faz parte de seus planos para obter informações.
Após um
tempo, Lalino pediu que Oscar fosse até Ritinha e falasse com a mesma sem
contar que ia a pedido de Lalino. Ele fez o oposto do pedido, inventando
intrigas e tentando roubar um beijo da mulher. Ela o mandou embora alegando que
era mesmo apaixonada pelo ex-marido. Mas Oscar relata ao protagonista que a
ex-esposa tinha, na verdade, se apaixonado por Ramiro.
Uma tarde
Ritinha vai até a fazenda e aos prantos implora ao Major que a proteja, pois
Ramiro, enciumado, desejava assassinar Lalino e ela; depois ele se mataria.
Quando Anacleto exige que lhe tragam o mulato, descobre que ele estava tomando
uns drinques com estranhos recém-chegados em um carro. Irado, acreditando ser
seus opositores, vê o homem chegar com pessoas do governo, entre eles o
Secretário do Interior. Feliz, o Major interveio para reconciliar Lalino e a
mulher dele.
Sarapalha
Em um
vilarejo quase deserto, às margens do Rio Pará, um surto de malária levou a
população a partir. Em uma propriedade rural vazia, restaram três habitantes:
Primo Ribeiro, Primo Argemiro e uma preta velha que todos os dias prepara a refeição.
Não há como trabalhar nessa região.
O
fantasma da morte assombra os primos. Um dia Ribeiro, achando que vai morrer,
conta ao Primo Argemiro que a esposa partiu com um boiadeiro, deixando-o
sozinho. Ele quis seguir os dois, mas se os achasse teria que assassinar o
casal e lhe faltava ousadia para tanto.
Aproveitando
as confidências, Argemiro confessa que era apaixonado por Luísa, a esposa de
Ribeiro, embora nunca tenha se declarado a ela ou lhe desrespeitado. Embora sem
forças e febril, por causa da malária, Ribeiro se enfurece com o primo. Apesar
da insistência deste, ele não lhe concede o perdão e o expulsa.
Argemiro
parte praticamente se arrastando e ainda, no caminho, é confundido pelos
pássaros com um espantalho. Ele lamenta nunca ter se declarado para Luísa e
sonha com ela, rememorando seu rosto antes do casamento. No cenário que o cerca
ele vê flores azuis, mesma cor do vestido que cobria sua amada no dia do
matrimônio.
Duelo
Turíbio
Todo foi a uma pescaria e disse à esposa que retornaria apenas no dia seguinte.
Na margem do rio o protagonista sofreu um incidente e acabou voltando ao
anoitecer. Então ele flagrou a esposa com Cassiano Gomes, ex-policial e perito
em armas. Turíbio fingiu nada ter visto e teceu um plano. Dias depois, pronto
para a fuga, ele foi à residência do rival e atirou na nuca dele, um tiro
certeiro, mas por engano matou o irmão dele, Levindo Gomes. Após o enterro,
Cassiano se fechou no interior de sua morada. Preparou tudo e então iniciou a
vingança.
Na
perseguição Cassiano viu seus planos serem frustrados. Turíbio, exímio
conhecedor das redondezas, levava vantagem. O protagonista estava tão confiante
que regressou para casa e passou a noite com sua mulher, Dona Silvana.
Nessa ocasião ele confidenciou à esposa sua estratégia derradeira. Ele contava
que o coração do rival não suportaria a pressão. Mas, quando foi possível, a
companheira entregou seus planos para Cassiano.
Cinco
meses se passaram sem que eles se enfrentassem. Então Turíbio, iludido com a
ideia de fazer fortuna em São Paulo, partiu para a cidade grande. Depois
levaria a esposa. Enquanto isso, Cassiano, doente, tomou uma decisão;
antes de sua morte ele acabaria com Turíbio. Ao passar pelo vilarejo chamado
Mosquito, sua saúde piorou. Ele não conseguiu contratar ninguém que matasse seu
rival. Antes da sua morte, ele conhece um sertanejo chamado Vinte-E-Um,
na verdade Antônio. Cassiano o ajuda inclusive a salvar a vida do filho. Quando
ele morre, Turíbio retorna seguro de si. Mas Vinte-E-Um, desejoso de fazer
justiça ao seu antigo benfeitor, acaba com a vida de Turíbio.
Minha
gente
O
narrador vai de visita à propriedade rural de seu tio, no momento preocupado em
ganhar as eleições do lugarejo. Ele cai de amores por Maria Irma, sua prima.
Mas esta paixão não é correspondida. Um belo dia a jovem é visitada por Ramiro,
e o protagonista fica enciumado.
A moça
conta que ele é noivo de outra mulher. O garoto teceu um plano; ele iria
simular um relacionamento com uma jovem da propriedade vizinha. Mas a
estratégia de fazer ciúmes à prima é frustrada. O único benefício de seus
planos foi, sem querer, colaborar para a vitória de seu tio nas eleições.
O
narrador parte. Na segunda vez em que ele vai à fazenda, a prima lhe apresenta
a mulher da sua vida, Armanda. Ele é fulminado pelo cupido na mesma hora e logo
depois a moça se torna sua esposa, enquanto Maria Irma contrai matrimônio com
Ramiro Gouveia.
São Marcos(duelo travado entre dois apaixonados pela sonoridade poética)
O
narrador é José, conhecido como Izé, médico graduado há pouco tempo e novo no
Calango-Frito. João Mangolô era considerado um feiticeiro poderoso na região.
José sempre zombava do preto-velho, desprezando seu saber e considerando tudo que
o envolvia como pura superstição. Mas ele exagerava no preconceito e sempre
dizia que todo negro era vagabundo, cachaceiro e feiticeiro.
Sem nada
respeitar, o médico começa a declamar a oração de São Marcos quando encontro
Aurísio Manquitola, que foge com medo.
Caminhando
pelas trilhas que levam à lagoa, o narrador passa a contemplar a harmonia da
natureza e dos animais. Subitamente ele perde a vista. Pouco a pouco ele
percebe que está muito longe de todos e não tem como regressar a sua morada.
Ele decidiu gritar, mas não teve resposta. José tenta se orientar entre as
árvores e cai no choro, porém nada resolve.
Ele
começa a rezar a oração de São Marcos, proferindo inclusive os insultos
contidos na prece. O médico passa a ter alucinações e corre pela floresta. O
narrador chega à residência de Mangolô movido por uma raiva descontrolada. Ele
tenta esganar o feiticeiro, mas Mangolô implora que o deixe vivo. De repente a
visão retorna. O feiticeiro tinha atado uma tira de pano preto nos olhos de um
boneco para José ficar cego por um tempo. O narrador decide conviver em paz com
o preto-velho.
Corpo
fechado
Trabalhar
não é com Manuel Fulô. Ele adora mesmo é contar histórias regadas a uma boa
cachaça. O homem propõe ao narrador, médico em Lajinha, que seja seu padrinho
de casamento. Ele conta que tinha uma mula, Beija-Fulô, enquanto Antonico
é proprietário de uma sela do México.
Os dois
vivem tentando conquistar o bem do outro. Surge então Targino, um dos
arruaceiros da região. Ele diz para todo mundo que vai dormir com a noiva de
Manuel Fulô antes do matrimônio. O homem fica agoniado, pois o valentão é o
dono da região. Surge então o feiticeiro Antonico e faz um acordo com Manuel.
Ele vai ‘fechar seu corpo’, porém em troca precisará lhe dar a mula Beija-Fulô,
bem de maior estima de Fulô. Sem saída, ele concorda.
Desta
forma ele desafia Targino e, para surpresa do povo, acaba com a vida dele com
uma singela faca que mais parecia um canivete. Manuel se casa com a amada e em
algumas ocasiões ainda pode tomar por empréstimo sua mula de estimação. Além do
mais, torna-se o novo valentão das redondezas.
Conversa
de bois
Neste
conto o autor destaca quatro fatores essenciais do sertão mineiro. Um deles é o
carro de bois que atravessa a região transportando rapadura e um corpo, o do
pai de Tiãozinho. Os animais são o segundo elemento; os outros são o condutor
do carro e o guia, o menino Tiãozinho.
Oito bois
movem o carro, Buscapé e Namorado, Capitão e Brabagato, Dançador e Brilhante,
Realejo e Canindé. Na parte superior vai o carreiro, Agenor Soronho. O morto
era também um guia da boiada. O garoto vive sua dor da perda; ele tem que
enfrentar igualmente a exaustão e a forma cruel como Agenor o trata, incitando
os bois sem dó ou piedade. Agora o garoto está sujeito à boa-vontade do
condutor, que promove a sobrevivência dos familiares de Tiãozinho porque quer
conquistar a mãe dele, a qual já era sua amante antes mesmo da morte do pai do
garoto, Januário, que vivia paralisado e cego há algum tempo, sem condições de
trabalhar. Enquanto Agenor adormece e o personagem mergulha numa espécie de
transe, os bois conversam entre si. Os animais eram solidários ao menino e, a
um comando dele, eles saltam adiante e provocam a queda de Agenor. O carreiro
morre e a viagem segue mais leve
A hora e a vez de Augusto Matraga(LUTA DO BEM X O MAL, VALENTIA E FORÇA)
Augusto
Estêves (NHÔ Augusto)é o valentão do
vilarejo onde habita. Ele gasta tudo que cai em suas mãos e, com o falecimento
de seu pai, conhece a miséria. Um belo dia ele recebe uma mensagem de Quim
Recadeiro; acabara de ficar sem seus capangas, recrutados por seu maior rival,
o Major Consilva, e sua esposa e a filha tinham partido na companhia de Ovídio
Moura.
Inconformado,
ele vai à fazenda do Major para enfrentar os antigos homens de confiança. O
Major exige que o protagonista receba a marca do ferro no glúteo e que a vida
lhe seja tirada. No auge da agonia, ele pula de um abismo. À beira da morte, é
socorrido por um casal de negros. Até um sacerdote é chamado para
confortá-lo. Ao se curar, o protagonista resolve mudar de vida. Então
ele se refugia com os negros no Tombador.
A partir
de então, ele passa a trabalhar sem cessar, especialmente para a sobrevivência
do casal que o salvou. Além disso, ele pretende expiar seus erros. Em
uma ocasião o bando de jagunços comandado por Joãozinho Bem-Bem chega ao
povoado e Augusto e o célebre fora-da-lei se tornam amigos. É com tristeza que
o protagonista o vê partir.
Com a
passagem do tempo, Augusto também se despede de Tombador, sentindo que seu
momento está por vir. Ele se depara com o jagunço, que se prepara para eliminar
uma família por revanche. O protagonista implora ao amigo que não cometa essa
atrocidade, e o mesmo vê esse pedido como uma ofensa. Ambos duelam entre si e
acabam perdendo a vida.
Resumo
Sagarana, publicado em 1946, reúne contos do escritor
Guimarães Rosa. Confira resumos dos contos do livro:
1. O
burrinho pedrês. O
fazendeiro Major Saulo determina que seus homens levem uma grande quantidade de
bois para comercialização em uma cidade distante. Para cumprir a tarefa,
convoca seus vaqueiros mais experientes, montados em cavalos jovens e fortes.
Acompanha a condução o burrinho Sete-de-Ouros, velho e fraco. Depois de uma
chuva torrencial, um pequeno riacho, que foi facilmente superado na ida, torna-se
rio caudaloso no retorno dos vaqueiros à fazenda. O único animal a escapar da
correnteza é justamente o burrinho, que conta com sua experiência para poupar
suas forças e deixar-se levar pelas águas ao invés de tentar lutar contra elas,
como fizeram os outros.
2. A
volta do marido pródigo (Traços biográficos de Lalino Salãthiel). O mulato Lalino Salãthiel vive no interior de Minas
mas sonha com aventuras amorosas em terras cariocas. Junta algum dinheiro e
parte, deixando para trás a esposa Maria Rita. Depois de algum tempo, terminam
o dinheiro e a empolgação, e ele retorna. Encontra Maria Rita envolvida com o
espanhol Ramiro. Lalino se envolve então nas disputas políticas locais e, com a
vitória de seu candidato, consegue a expulsão dos estrangeiros. Alcança também
o perdão de Maria Rita.
3.
Sarapalha. Os primos Ribeiro e Argemiro
vivem isolados, com seu cachorro Jiló, em Sarapalha, lugarejo do interior de
Minas Gerais. Sofrem com a malária, doença que lhes provoca febre e
tremedeiras. Para Ribeiro, a dor maior vem do fato de ter sido abandonado pela
esposa Maria Luísa, que fugiu com outro homem. Durante as intermináveis
conversas que mantêm para tentar distrair da doença, Argemiro confessa ter
sentido igual amor pela moça, embora sem jamais faltar com o respeito ao primo.
Ribeiro, decepcionado com o que considera uma traição, expulsa o parente de
suas terras.
4. Duelo.
Voltando de uma pescaria mal
sucedida, Turíbio Todo flagra sua mulher Dona Silivana com o ex-militar
Cassiano Gomes. Contém seu ímpeto e adia a vingança. No entanto, ao executá-la,
acaba por assassinar o irmão de Cassiano, fugindo em seguida. Segue-se uma
grande perseguição pelo interior de Minas, que dura até Turíbio se retirar para
São Paulo. Cassiano, sofrendo do coração, é obrigado a interromper sua busca no
lugarejo do Mosquito. Ali, torna-se amigo de Timpim Vinte-e-Um, homem simples
que recebe o auxílio financeiro de Cassiano para comprar remédio para sua
família. Em troca, Cassiano, pouco antes de morrer, pede a Timpim que vingue
seu irmão. Turíbio fica sabendo da morte de seu perseguidor e retorna a Minas.
No caminho para a casa de Silivana, encontra Timpim, que cumpre a promessa
feita a Cassiano.
5. Minha
gente. O narrador é um inspetor escolar
que, de férias, visita a fazenda de seu Tio Emílio no interior de Minas. Lá,
reencontra a prima Maria Irma, namorada de infância, e tenta retomar a aventura
amorosa. A moça consegue fazer com que a atenção do primo seja atraída para a
amiga Armanda, noiva de Ramiro, rapaz pretendido por ela. O narrador,
aficionado do jogo de xadrez, se vê vítima de uma jogadora perspicaz nas
estratégias amorosas. Ela consegue fazer com que Armanda se interesse pelo
narrador, deixando Ramiro livre para ela. O final feliz é composto pelo duplo
casamento.
6. São Marcos.
Izé, o narrador, faz pouco caso
das crendices populares, não perdendo a oportunidade de passar diante da casa
de certo João Mangolô, negro tido como feiticeiro, para zombar de seus feitos.
Durante um passeio, vê-se repentinamente cego. Seguindo certa lenda, reza a
oração de São Marcos, que tem fama de ser poderosa. Orientado pelo olfato, pela
audição e pelo tato, aproxima-se da casa do feiticeiro. Consegue avançar sobre
este e recupera a visão no momento em que o negro retira a venda dos olhos de
um boneco. Izé se despede de Mangolô e parte, agora um pouco mais crédulo.
7. Corpo
fechado. No lugarejo da Laginha vive
Manuel Fulô, que tem duas paixões: sua noiva Das Dores e uma mulinha de
estimação, a Beija-Fulô, cobiçada por Antonico das Pedras, que tem fama de
feiticeiro. Targino, um valentão local, avista Das Dores e comunica a Manuel
Fulô o desejo de dormir com ela antes do casamento. Para impedir essa ofensa,
Manuel teria que enfrentar o valentão. O narrador, médico local e amigo de
Manuel Fulô, não encontra meio de ajudá-lo. O rapaz recorre a Antonico, que
fecha seu corpo com feitiço. No duelo com Targino, Manuel escapa por milagre
dos tiros que lhe são dirigidos e fere mortalmente o rival com uma pequena
faca. Depois desse feito, torna-se o novo valentão do lugar.
8.
Conversa de bois. O menino
Tiãozinho vive um drama: seu pai, entrevado, nada pode fazer contra os amores
que a esposa mantém com Agenor Soronho, condutor de carros de boi. Quando o pai
morre, Tiãozinho ajuda a transportar o corpo a um cemitério próximo, com outras
mercadorias. Pelo caminho, Agenor prenuncia a vida que o menino teria dali por
diante, agora sob suas ordens, na condição de padrasto. A crueldade que Agenor
demonstra para com o menino, manifesta-se também no trato com os bois de carga.
Estes se comunicam entre si e articulam uma forma de matar o carreiro.
Aproveitam-se de um cochilo de Agenor e, sacudindo o carro, derrubam-no e
passam com as rodas sobre ele. Sem desconfiar de nada, Tiãozinho se desespera,
enquanto os bois lançam berros triunfais.
9. A hora
e a vez de Augusto Matraga. Augusto
Esteves é um fazendeiro de comportamento violento. Gasta dinheiro com jogos e
prostitutas, maltrata a esposa Dionóra, despreza a filha e enfrenta seus
opositores com a ajuda dos capangas que o acompanham. A esposa foge com outro
homem, enquanto seus empregados o abandonam, reclamando o pagamento de salários
atrasados. Augusto vai tirar satisfações e acaba agredido por eles. Durante a
surra, atira-se de um barranco e é dado como morto. No entanto, é encontrado
por um casal de negros que cuida dele.
Durante a convalescença, Augusto
reflete sobre sua vida e se penitencia dos pecados cometidos. Recuperado, parte
para uma pequena propriedade que possui no Tombador, lugar distante, passando a
servir o casal de negros, trabalhando arduamente. Certo dia, aparece no lugar o
cangaceiro Joãozinho Bem-Bem, que simpatiza com Augusto e o convida a
participar de seu bando. Augusto recusa. Tempos depois, sente irresistível
desejo de partir. Segue sem rumo, até reencontrar o bando de cangaceiros no
lugarejo do Rala-Coco. Quando vê a ameaça de Joãozinho Bem-Bem de fazer mal a
um homem velho e à sua família, Augusto sente que chegou sua hora de concluir a
remissão de seus pecados. Enfrenta o bando e vence o líder, morrendo em
seguida.
GUIMARÃES
ROSA*
1908 - Cordisburgo – Minas Gerais/+ 1967 - Rio de Janeiro
VIDA
- Foi médico, diplomata, embaixador, romancista, novelista, contista
- Formado em Medicina no interior de Minas Gerais, onde foi médico da Força Pública local.
- Entra na diplomacia, chegando a embaixador.
- Ganha prêmio com um livro de versos que não publicou. É o marco inicial de sua carreira literária.
1946 – publica coleção de contos – Sagarana.
- 1956 – publica Corpo de Baile – novela; Grande Sertão: Veredas – romance.
OBRAS
ROMANCE
1956 – Grande Sertão: Veredas
CONTOS
1946 – Sagarana – coletânea de contos
1952 – com o Vaqueiro Mariano
1962 – Primeiras Estórias
1967 – Tutaméia (Terceiras Estórias)
NOVELAS
1956 – Corpo de Baile – dois volumes. Atualmente Corpo de Baile é reeditado em três volumes independentes: Manuelzão e Miguilim; No Urubuquaquá, no Pinhém e Noites no Sertão.
CARACTERÍSTICAS
1 – Regionalismo diferente, no qual a invenção, inclusive linguística, supera de muito os valores locais.
2 – Grande Sertão Veredas era para ser uma das novelas, ampliou-se até as dimensões atuais.
3 – Estilo original de criação e da visão do mundo.
4 – Apesar de o regionalismo ser um tema gasto, conseguiu fazer um livro de valor universal, em que os elementos pitorescos são mais condutores de um senso profundo dos grandes problemas do homem.
5 - Deve-se isso à sua capacidade de criar um estilo próprio, baseado na contribuição regional e remontando-o, graças ao arcaísmo desta a velhas matrizes da língua.
6 – Fusão do local e universal, de presente e eterno, aproxima a sua obra das grandes experiências literárias da cultura moderna.
7 - Lirismo delicado, que é a essência das coisas, não maculadas; rudeza e aridez das relações humanas.
8 – Primeiro entre nós que conseguiu captar um mundo regional através de um prisma universal.
9 – A obra de Guimarães Rosa veio concretizar a nova dimensão que o regionalismo estava esperando: a dimensão do espírito e do mistério das coisas.
GRANDE SERTÃO: VEREDAS
- O romance é narrado na primeira pessoa em monólogo ininterrupto, por Riobaldo, velho fazendeiro do norte de Minas, antigo jagunço, que conta a sua vida e as suas angústias.
- primeiro bandido, depois chefe de bando, a sua tarefa principal é vingar a morte do grande chefe Joca Ramiro, assassinado à traição. Para isso estabelece um pacto com o diabo, que não sabe se foi realmente feito, mas que depois o atormenta pelo resto da vida, numa dúvida insanável.
- o seu maior amigo e companheiro de armas é Reinaldo, quem chama Diadorim e por quem sente uma extrema amizade, que se aproxima do amor e o deixa perturbado. O fato se explica quando Diadorim morre em duelo, matando ao mesmo tempo o traidor Hermógenes: era a moça Diadorina, filha de Joca Ramiro, disfarçada de homem.
- na estrutura do livro, os fatos são transpostos para uma atmosfera lendária e o real se cruza com o fantástico.
- concepção de vanguarda – universalismo literário moderno – desestruturação da linguagem literária tradicional.
- aspecto temático – retrata o coronelismo em função do tema filosófico – ser ou não ser.
- mundo cultural identificado com o regionalismo sertanejo.
VIDA
- Foi médico, diplomata, embaixador, romancista, novelista, contista
- Formado em Medicina no interior de Minas Gerais, onde foi médico da Força Pública local.
- Entra na diplomacia, chegando a embaixador.
- Ganha prêmio com um livro de versos que não publicou. É o marco inicial de sua carreira literária.
1946 – publica coleção de contos – Sagarana.
- 1956 – publica Corpo de Baile – novela; Grande Sertão: Veredas – romance.
OBRAS
ROMANCE
1956 – Grande Sertão: Veredas
CONTOS
1946 – Sagarana – coletânea de contos
1952 – com o Vaqueiro Mariano
1962 – Primeiras Estórias
1967 – Tutaméia (Terceiras Estórias)
NOVELAS
1956 – Corpo de Baile – dois volumes. Atualmente Corpo de Baile é reeditado em três volumes independentes: Manuelzão e Miguilim; No Urubuquaquá, no Pinhém e Noites no Sertão.
CARACTERÍSTICAS
1 – Regionalismo diferente, no qual a invenção, inclusive linguística, supera de muito os valores locais.
2 – Grande Sertão Veredas era para ser uma das novelas, ampliou-se até as dimensões atuais.
3 – Estilo original de criação e da visão do mundo.
4 – Apesar de o regionalismo ser um tema gasto, conseguiu fazer um livro de valor universal, em que os elementos pitorescos são mais condutores de um senso profundo dos grandes problemas do homem.
5 - Deve-se isso à sua capacidade de criar um estilo próprio, baseado na contribuição regional e remontando-o, graças ao arcaísmo desta a velhas matrizes da língua.
6 – Fusão do local e universal, de presente e eterno, aproxima a sua obra das grandes experiências literárias da cultura moderna.
7 - Lirismo delicado, que é a essência das coisas, não maculadas; rudeza e aridez das relações humanas.
8 – Primeiro entre nós que conseguiu captar um mundo regional através de um prisma universal.
9 – A obra de Guimarães Rosa veio concretizar a nova dimensão que o regionalismo estava esperando: a dimensão do espírito e do mistério das coisas.
GRANDE SERTÃO: VEREDAS
- O romance é narrado na primeira pessoa em monólogo ininterrupto, por Riobaldo, velho fazendeiro do norte de Minas, antigo jagunço, que conta a sua vida e as suas angústias.
- primeiro bandido, depois chefe de bando, a sua tarefa principal é vingar a morte do grande chefe Joca Ramiro, assassinado à traição. Para isso estabelece um pacto com o diabo, que não sabe se foi realmente feito, mas que depois o atormenta pelo resto da vida, numa dúvida insanável.
- o seu maior amigo e companheiro de armas é Reinaldo, quem chama Diadorim e por quem sente uma extrema amizade, que se aproxima do amor e o deixa perturbado. O fato se explica quando Diadorim morre em duelo, matando ao mesmo tempo o traidor Hermógenes: era a moça Diadorina, filha de Joca Ramiro, disfarçada de homem.
- na estrutura do livro, os fatos são transpostos para uma atmosfera lendária e o real se cruza com o fantástico.
- concepção de vanguarda – universalismo literário moderno – desestruturação da linguagem literária tradicional.
- aspecto temático – retrata o coronelismo em função do tema filosófico – ser ou não ser.
- mundo cultural identificado com o regionalismo sertanejo.
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