sexta-feira, 21 de outubro de 2016

LITERATURA CONTEMPORÂNEA EM PORTUGAL 1- Autores da literatura contemporânea - prosa - Agustina Bessa Luís e José Saramago



LITERATURA CONTEMPORÂNEA EM PORTUGAL  
1-    Autores da literatura contemporânea - prosa
Agustina Bessa Luís (15/10/1922 )
É considerada a mais importante escritora na literatura contemporânea  da literatura portuguesa.
Prêmios –o Prêmio Delfim Guimarães(Guimarães Editores) de uma grande editora de Portugal  e o Prêmio Eça de Queirós (Secretariado Nacional de Informação).

Obras:
Adivinhas de Pedro e Inês 

A sibila
Obra-prima - notável pela originalidade de seus processo criativo e teve inúmeras edições sucessivas - A SIBILA =inquietação espiritual



José Saramago:  (1922 -  2010)
Foi um escritor português, argumentista, jornalista, dramaturgo, contista, romancista e poeta português. Foi premiado com o Nobel de Literatura de 1999.
Prêmio Camões, o mais importante prêmio literário da língua portuguesa.
Saramago foi considerado o responsável pelo efetivo reconhecimento internacional da prosa em língua portuguesa.
Escrita sem pontuação( usa apenas o ponto final e a vírgula).
O leitor terá que perceber as falas das personagens.
Longos parágrafos
Estilo individual
Elementos fundamentais:
Criticar o passado x aprender com ele
Elementos sobrenaturais
Experimentação com a linguagem
Mergulho no interior humano
Obras:
Memorial do Convento      1982                             
Trata da construção do convento de Mafra, no século XVIII, e dos processos da Santa Inquisição cerceando as inovações da ciência, representadas pelo Padre Bartolomeu de Gusmão.  (inquisição em terras portuguesas )
História do cerco de Lisboa                            1989

Um revisor de textos propõe uma nova versão da história oficial, questionando o caráter heroico dos personagens e dos fatos.
O evangelho segundo Jesus Cristo               1991 
-recria o relato bíblico de maneira crítica;
É recontada a narrativa bíblica sob outro prisma, trabalha com a ideia de humanização da personagem Jesus, o que causou polêmica em Portugal e influenciou o autor a exilar-se na Ilha de Lanzarote, nas Canárias, uma vez que ele tinha cidadania    espanhola, obtida por meio de sua esposa, Pilar del Rio.
Ensaios sobre a cegueira                                1995                    *filme*assistir
A narrativa mostra uma epidemia de cegueira , que vai acometendo uma a uma todas as pessoas, mergulhando o mundo em uma crise humanitária sem precedentes, uma metáfora da precária visão do homem sobre si mesmo.
Como justificativa para esse romance, o autor escreve:
 O egoísmo pessoal, o comodismo, a falta de generosidade, as pequenas cobardias do quotidiano, tudo isto contribui para essa perniciosa forma de cegueira mental que consiste em estar no mundo e não ver o mundo, ou só ver dele o que, em cada momento, for susceptível de servir os nossos interesses.







2-     Autores da literatura contemporânea – poesia
Objetividade toma conta tanto da linguagem quanto da temática.
Eugênio de Andrade

José Fontinhas


13 de junho de 2005 (82 anos)

OBRAS:
Narciso, em 1939.
Em 1942, versos chamado Adolescente.
Em 1948,As mãos e os frutos,
Na poesia publicou dezenas de obras: Os amantes sem dinheiro (1950), As palavras interditas (1951), Escrita da Terra (1974), Matéria Solar (1980), Rente ao dizer (1992), Ofício da paciência (1994), O sal da língua (1995) e Os Lugares do Lume (1998).
Características da sua poesia - o poeta é aquele que, através da palavra, celebra o corpo e a terra, sinônimo de vida. Nas palavras há a música e o silêncio, o rumor, a luz e a sombra; com elas, constrói imagens que fundem o amor e o mundo natural. Por vezes é notório também um erotismo, o qual as palavras impregnam de sinceridade, simplicidade, numa fusão de corpos que condensa e se encerra na Natureza”.
Tempo presente/passado
 Densidade poética: por vezes, um ou dois versos são capazes de conter todo o universo;
Transparência: palavras de campos semânticos que traduzem transparência;
 Jogo de luzes e sombras;
 Carácter predominante eufórico da sua poesia.
Miguel Torga-Adolfo Correia da Rocha
12 de agosto de 1907

17 de janeiro de 1995 (87 anos)
Principais obras:
Pão Ázimo, 1931
A Terceira Voz, 1934
A Criação do Mundo, os Dois Primeiros Dias, 1937
O Terceiro Dia da Criação do Mundo, 1938
O Quarto Dia da Criação do Mundo, 1939
Bichos, 1940
Contos da Montanha, 1941
O Senhor Ventura, 1943
Um Reino Maravilhoso, 1941
Trás-os-Montes, 1941
Conferência, 1941
Rua, 1942
Portugal, 1950
Pedras Lavradas, 1951
Novos Contos da Montanha, 1944
Vindima, 1945

A obra de Miguel Torga, é centrada nas seguintes temáticas:
· Problemática Religiosa:(A um Cristo negro)
Pois foi educado segundos os princípios da religião católica, e chegou mesmo a entrar no seminário de Lamego em 1918. Devido ao seu caráter, Torga deixou o seminário pela liberdade da vida.
Ao longo do tempo, a sua herança católica foi-se dissipando dentro de si, e o Deus em que ele acreditava na sua infância-“ um Deus proveniente, radioso de amor, bondade”- foi substituído por –“ um Deus justiceiro, furioso, regrador do mundo”.
· Sentimento telúrico: (Diário II)
Miguel Torga, encara o elemento terra como a mãe reprodutora. Este sentimento, pode ser comprovado através da escolha do seu pseudónimo Torga, que significa urze que nasce e cresce selvagem nos montes transmontanos.
A sua terra, Trás-os-Montes, que para ele tem o significado de busca de identidade, e é aquela que o ajuda a encontrar o seu próprio “eu” e a conhecer-se melhor.
· Desespero humanista: (O Orfeu Rebelde)
Enquanto médico, Torga sentia-se muitas vezes impotente por não poder salvar os seus pacientes, que esperavam com esperança um milagre. Assim, a descrença e a revolta contra a divindade surgem na sua obra, refletindo o seu desespero humanista. O seu desespero é humanista, pois sente-se limitado com as suas capacidades humanas.
· O drama da criação poética: (Majestade)
Pois, Torga sentia-se triste por não conseguir iluminar a sua poesia. Para ele o ato poético não podia ser separado de um certo comportamento místico.
Principais características das suas obras:
- Simplicidade do discurso;- Variedade de estruturas estróficas
- Ligação entre as estruturas estróficas e a estruturação das ideias
- Irregularidade/regularidade métrica;- Alegoria;- Adjetivação
- Comparações;- Metáforas;- Imagens;- Personificações(características humanas ao objeto)
- Antíteses; - Anáfora(repetição);- Paralelismos: com simetria/semelhanças
- Escolha das palavras; - Estilo poético eloquente sóbrio, viril, que aquece de entusiasmo.
- Uso de estrofes irregulares
Natália correia
16 de março de 1993 (69 anos)
Lisboa
Poema de Natália Correia composto propositadamente para servir de letra ao Hino dos Açores”
Letra do Hino dos Açores
Deram frutos a fé e a firmeza
no esplendor de um cântico novo:
os Açores são a nossa certeza
de traçar a glória de um povo.
Para a frente! Em comunhão,
pela nossa autonomia.
Liberdade, justiça e razão
estão acesas no alto clarão
da bandeira que nos guia.
Para a frente! Lutar, batalhar
pelo passado imortal.
No futuro a luz semear,
de um povo triunfal.
De um destino com brio alcançado
colheremos mais frutos e flores;
porque é esse o sentido sagrado
das estrelas que coroam os Açores.
Para a frente, Açorianos!
Pela paz à terra unida.
Largos voos, com ardor, firmamos,
para que mais floresçam os ramos
da vitória merecida.
Para a frente! Lutar, batalhar
pelo passado imortal.
No futuro a luz semear,
de um povo triunfal.
Características : defendia «a poesia como profecia» e «o poeta como profeta
O Sol nas Noites e o Luar nos Dias, a reunião da sua poesia completa, que inclui todos os livros publicados e muitos poemas inéditos.
Surrealista, barroca e  romântica (entre todas, a classificação preferida pela própria), foi na verdade uma escritora cuja originalidade e versatilidade não podem ser compartimentadas em qualquer escola literária.
Organizou uma Antologia da Poesia do Período Barroco; em ambos os períodos literários buscou inspiração, mas não deixou de introduzir nos poemas da sua lavra um singular talento e uma peculiar expressão poética, a que não é alheia a hábil utilização de figuras de estilo como a metáfora, os paralelismos e as repetições. Por outro lado, a ironia e o sarcasmo, as associações fônicas e imagéticas, aproximam-na do surrealismo, sem que a sua poesia deixe de ter um toque de originalidade que não pode sofrer comparação com outras expressões do movimento surrealista português.
Reencontrou os grandes mitos portugueses, que nos seus trabalhos se transformaram em arquétipos recorrentes: os mitos do Andrógino (o ser completo, uno e plural), do Desejado (que simboliza a resistência, a esperança em tempos melhores), a história de Pedro e Inês (símbolos da paixão, da volúpia na morte), o espaço sagrado e iniciático da Ilha, com os seus enigmas por resolver. Toda a sua criatividade lhes estava dirigida: reformulando-os, dedicou obras próprias a cada um desses mitos, símbolos e arquétipos, conferindo-lhes uma dimensão de futuro, de liberdade, de natalidade, de portugalidade sentida.
Em 1991, o Grande Prêmio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores pelo livro Sonetos Românticos.
Principais obras:
1989-O sol nas noites e o luar nos dias
Rio de Nuvens (1947), Poemas (1955),
 Dimensão Encontrada (1957), Passaporte (1958) —
Comunicação (1959), Cântico do País Emerso (1961),
 O Vinho e a Lira (1966), Mátria (1968),
 A Mosca Iluminada (1972),
O Anjo do Ocidente à Entrada do Ferro (1973)
 Epístola aos Iamitas (1976), O Dilúvio e a Pomba (1979),
d’O Armistício (1985) ; Sonetos Românticos (1990)
Antônio Osório
Nasceu a 1933

1990-



Planetário e Zoo dos Homens








A sua poesia evidencia um equilíbrio verbal que lhe confere uma certa referencialidade onde a atenção ao mundo natural e ao quotidiano se destacam, envolvidos pelos sentimentos e emoção do poeta. São recorrentes os temas da vida familiar, do amor e da morte.
Principais obras:
A Raiz Afectuosa (1972)
A Ignorância da Morte (1978)
O lugar do Amor (1981)
Décima Aurora (1982)
Adão, Eva e o Mais (1983)
Planetário e Zoo dos Homens (1990)
Casa das Sementes (2006)
A Luz Fraterna (2009)
(Cecília Meireles, epígrafe a Planetário e Zoo dos Homens, 1990 é o expediente da força reveladora desta poesia que tem tanto de religiosa na capacidade de diálogo com os deuses e o universo como de pagã na sua proximidade dos animais.)





















Nenhum comentário:

Postar um comentário