O CONCRETISMO NO BRASIL
Contexto histórico:
-década de 50
-Europa-recuperação das consequências
da Segunda Guerra Mundial
Poetas brasileiros- estudo da revista
Noigrandes(palavra de origem provençal que significa “antídoto contra o mal”
Brasil: democratização política-
desenvolvimento econômico
Governo Juscelino
Kubischek(1956-1960)- prometia 50 anos em 5.
Grande crescimento industrial
Aumento de empregos (gera- renda dos
trabalhadores)
Construção de Brasília
Isenção de impostos sobre os livros
*(1962- 66 milhões de livros)
Incentivos para a indústria de papel
nacional
Estabilidade POLÍTICA – OTIMISMO- ANOS
DOURADOS
Juscelino Kubischek passou a ser
criticado pela invasão de novos hábitos - produtos e tendências
norte-americanas chegaram, mudando o comportamento dos brasileiros (coca-cola e
rockn´roll)
Características:
Surgiu: 1956- Exposição
Nacional de Arte concreta- Museu de Arte Moderna de São Paulo
Opunha-se às propostas
poéticas da geração de 45 – fim do verso, do lirismo e do tema; defende o
significado e a integração do espaço em branco ao poema, e a decomposição e
montagem de palavras, com seus vários sentidos e correlações com outras
palavras.
Concretismo= primeiro
produto de exportação da poesia brasileira (Oswald de Andrade)
As obras são conhecidas
por explorar o som, pela disposição das letras e palavras na folha(visual) e o
apelo à comunicação não verbal .
Faz críticas ao abordar
temáticas polêmicas.
Essas
obras se caracterizam pela não presença de eu lírico e por mudar o estilo de
leitura de poesia, pois a posição dos elementos na obra passa a ter
importância. Portanto, a poesia é baseada a geometrização e a visualização da
linguagem. Com isso os temas e os recurso das obras são os mais variados. Os
temas, na maioria das vezes, são urbanos e que chamam atenção da massa e
representam a realidade das grandes cidades. Os recursos, também são muito
variados, são sons, caracteres com formas e tamanhos diferentes e a diagramação
do texto no papel para criar um neologismo. Por isso o poeta concretista se
torna uma espécie de artista gráfico. Os veículos de divulgação para as obras
também são muito diversos. Por exemplo o cartaz, anúncio, fotografia, cartão,
enfim o veículo se torna um objeto de produção industrial. Além da utilização
de recursos gráficos, onde o poema se torna um objeto, temos também o abandono
do discurso tradicional com a abolição do verso e a rejeição do lirismo.
Criadores do concretismo: Décio Pignatari, Augusto de Campos, Haroldo
de Campos
Nos
poemas abaixo podemos constatar essas características. O 1º Poema
“nascemorre”, Haroldo de Campos (1958). o 2º Poema
“beba coca cola”, Décio Pignatari E O 3º . Ovonovelo, Augusto de Campos
(1956).
Podemos notar a simetria (geometria como base) das formas
triangulares e a circularidade do poema, que trata da vida e morte se
sucedendo pelas palavras e sílabas que se formam.
Isso é mostrado na estrutura concisa do poema: o “re” da palavra
“renasce” surge da palavra “morre”, enquanto a conjunção “se” sai de “nasce””.
|
analisemos um poema concreto:
* Em vez de sentimentalismos, tem-se concretudes;
* Em vez de elementos estruturais (estrofes, rimas...), a própria palavra, a palavra-objeto; * Formas? Dispostas geometricamente, de modo a permitir que o leitor assimile a mensagem por vários ângulos. Neste poema, em especial, da esquerda para a direita, de cima para baixo e vice-versa; * Predomínio de imagens em detrimento ao caráter discursivo; *visual
O poema “beba coca cola”, de Décio Pignatari, critica a indústria do
divertimento através das palavras que extrapolam o sentido publicitário.
“Novamente vemos a preocupação com temas da vida moderna, na forma de crítica
ao capitalismo norte-americano; ele não é tão rigorosamente geométrico, mas
seu texto está trabalhado dentro da estrutura de permutação matemática na
ordem das letras do slogan da Coca-Cola”.
|
OLHAR O POEMA
|
Podemos notar a utilização de referências de poemas já existentes, no
caso, referência aos poemas clássicos, que determina uma característica do
concretismo, a metalinguagem. O poema “ovonovelo” é um exemplo dessa
característica. Ele manteve a forma figurativa referente ao poema de Símias
de Rodes (325 a.C.), montando um discurso sobre a transformação do velho no
novo pelo princípio da circularidade ovo-novo-novelo, velho.
|
Na série seguinte, Ovonovelo
(1954-1960), encontramos os primeiros poemas concretos, que são aqui,
basicamente, de dois tipos: caligramas (como o que dá título à série) e os por
mim chamados de poemas sofísticos.
Caligrama, como se sabe, é uma “representação
figurativa do conteúdo de um texto, mediante arranjo dos próprios caracteres
tipográficos com que é composto.” À precisa definição do Aurélio falta
ressaltar que tal representação não se dá de modo orgânico, digamos assim, mas
inteiramente artificial: o texto é forçado a se encaixar numa forma
pré-determinada, por divisões e espaçamentos arbitrários de frases ou palavras.
Notar o espaçamento maior entre as letras nas
duas primeiras linhas, bem como os espaçamentos forçados entre as palavras nas
demais, visando a arredondar a forma dessa primeira estrofe (o que se repete no
resto do poema). Não obstante, há aqui alguma impregnação da forma no próprio
texto, através do campo semântico de palavras como ovo, novelo,
folhos, dentro, centro, além de uma descrição
baseada num cerrado jogo paronomástico que é um exemplo de poesia verbal bem
realizada: “ovo // novelo // novo no velho // o filho em folhos // na jaula dos
joelhos // infante em fonte // feto feito // dentro do // centro”.
A maior parte dos poemas da seção Ovonovelo
constitui-se, porém não de caligramas, mas, como referido, de poemas
“sofísticos”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário