“Poemas Negros”( 1947- 39 poemas) - Jorge de Lima (1893-
União dos Palmares - Alagoas -1953-RJ) OBSERVAÇÃO- NÃO TERMINEI DE FALAR DE TODOS OS POEMAS.
Autor: “Príncipe dos poetas de Alagoas”.
Morou
no engenho do pai, convivendo numa realidade rural.
1902-
mudou-se para Maceió.
Fez
medicina em salvador.
Foi
deputado estadual.
Em1930
mudou-se para o Rio de Janeiro.
Jorge
de lima era branco e vivia no engenho.
“Poemas”
se encaixa na 2ª fase do Modernismo no
Brasil(1930-1945).- momento de crítica social, regionalista.
Ele
tem 3 fases: Parnasiano(1914), nordestina e religiosa(católica).
Principais
características:
Misticismo;
Religiosidade;
Metafísica
(filosófica, existencial- vai além de nossa compreensão);
Social(camadas
sociais mais sofridas);
Sensualidade;
Escravidão
do ser humano(opressão, preconceito)
Aspectos
culturais: africanismos.
Fala
popular: teor modernista, Valorização do linguajar espontâneo-oral; linguagem peculiar;
usa o vocabulário dos negros que trabalham como escravos.
Sensualidade
feminina
Sonetos:
Inspiração cristã
Fala
sobre as figuras míticas africanas (Iemanjá) via religião e fará referências a outras
obras (por exemplo, francesa);
Cultura
africana no Brasil –umbanda e candomblé
Temas
sociais, escravidão, direitos humanos, violência, sexualidade, dentes,
“POEMAS NEGROS”: (1947),
o tema regional, a linguagem coloquial, o folclore e o elemento negro marcam
seus versos.
I - Novos
poemas
ESSA
NEGRA FULÔ-poema célebre - escrava que chega para trabalhar na
casa grande, faz uma pequena referência a Gonçalves.Dias (Canção de Exílio),
maus tratos com os escravos. Visão dele em relação a escravidão.
Comidas -
Santa
Rita Durão
Minha
sombra
Flos
Sanctorun
Meus
olhos
Cantigas
II – Poemas escolhidos
Nordeste
Enchente
O filho
pródigo
Poema
relativo
Mulher
proletária- trabalhadora, mistura o social com
religião, muitos filhos que trabalharão, Deus irá proteger pelo serviço
proletário. O poeta Jorge de Lima critica no poema, o
Capitalismo desenfreado que explora trabalhadores e os transforma em máquinas.
A reprodução em série das indústrias é exteriorizada pelos operários, que
explorados ao máximo, não têm direito a ter uma vida, com dignidade, nem têm
seu individualismo respeitado. Assim como os produtos nos quais trabalham, eles
são talhados “numa mesma fôrma”, excluídos e incluídos num sistema de lucro dos
quais eles não tiram vantagem. O ser humano não é visto como homem, como
mulher, pai, mãe, filho, filha, amigo... mas, como peça de uma grande
engrenagem que é o próprio sistema capitalista. No contexto de “Mulher
proletária”, a mulher é a própria sociedade que fabrica filhos em grande
número, máquinas humanas que quando “vingam” se transformam em braços para manter
a burguesia. Braços... não cérebros, nem corações, nem seres humanos, nem
pessoas. São braços que não tendo o que comercializar, resta apenas o seu
trabalho. A mulher é a única “fábrica” que o operário, marido tem. Este trecho
mostra a mecanização das relações, já que os filhos são “fabricados” em série,
para que um dia cumpram a mesma sina dos pais. Na última estrofe, Jorge de Lima
conversa com a “mulher proletária” e fala sobre um futuro ainda esperançoso, já
que a superprodução de homens que nascem condenados a ser explorados cresce a
cada dia e já é mais numerosa que a Burguesia. Cabe a eles organização, para
que unidos possam salvar a si próprios. É uma denuncia a passividade das
pessoas diante da dominação. Um dia este proletariado pode vir a se estabelecer
com uma vida digna, quando ele entender que têm direitos iguais aos dos que o
dominam e exploram, mas, para isto, precisam acordar. “Sonho que se sonha só é
só um sonho que se sonha só, mas, sonho que se sonha junto, é realidade”. No
Modernismo abandonou-se a preocupação com a forma, que dominou a geração
Parnasiana. Em “Mulher proletária”, percebemos a grande habilidade do poeta
Jorge de Lima em fazer jogo de palavra. O substantivo mulher é acompanhado do
adjetivo proletária que impõe as marcas do Capitalismo inseridas na sua
personalidade. Assim como operário, produção, superprodução, burguesia,
burguês, o autor define a mecanização do ser humano, como consequência do
Capitalismo exagerado, que têm seus princípios fundamentados no lucro e não na
pessoa que produz.
Poema do
nadador
Poema à
bem-amada
III –Poemas
Negros
Bicho
encantado
Banguê
História
Democracia
Retreta
do vinte
Quichimbi
sereia negra
Zefa
lavadeira
Benedito
Calunga
Ladeira
da Gamboa
Passarinho
cantando
Exu comeu
tarubá
Ancila
negra
O banho
das negras
Cachimbo
do sertão
Obambá é
batizado
Poema de
encantação
Rei é
Oxalá, rainha é Iemanjá
Foi
mudando, mudan
Janaína
Quando
ele vem
Xangô
Pra donde
que você me leva
Maria
Diamba
Olá!
Negro
IV –
Livro de sonetos
Os seus
enfeites
Apenas eu
te aceito, não te quero
Sinto-me
salivado pelo Verbo
Vereis
que o poema cresce independente
Este
poema de amor não é lamento
Nas
noites enluaradas cabeleiras
Nas
noites enluaradas as olheiras
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DIABO
BRASILEIRO- sobre a cultura africana (candomblé).
PELO
SILÊNCIO –sensual-define uma mulher- fala além de nossa compreensão-silêncio da
mulher(partiu-pode ser pela morte).
ESSA
INFANTA- é a morte, morte que está presente em nossa vida.
ESSA
PAVANA- morte de uma pessoa, enterrada,
homenagens que chega no caixão.
O
GRANDE DESASTRE AÉREO DE ONTEM – homenagem a Cândido Portinari- um
acontecimento, uma realidade.
OBRA: A INVENÇÃO DE
ORFEU -Mistura as características das 3 fases. Poema épico.
Há
metáforas.
Epopeia
do Brasil –(relaciona-se com Camões, Dante) 10 cantos.
O
próprio poeta nos revela seus propósitos, na introdução do poema: - "Eu pretendi com este livro, que é
um poema só, único, dividido em 10 cantos, fazer a modernização da epopeia. Uma
epopeia moderna não teria mais um conteúdo novelesco. Não dependeria mais
de uma história geográfica, nem, dos modelos, clássicos da epopeia.
Verifiquei, depois da obra pronta e escrita, que quase inconscientemente,
devido à minha entrega completa ao poema, que não só o Tempo como o Espaço
estavam ausentes deste meu longo poema e que eu tinha assentado as suas
fundações nas tradições gratas a uma epopeia brasileira, principalmente , as
tradições remotamente lusas e camonianas."
Combina o catolicismo, o elemento
onírico e o surrealismo. É o documento literário da natureza barroca do Brasil.
A obra é uma poderosa imagem
deste país afro-europeu que carreia uma antiga cultura para enriquecer suas
nascentes bárbaras.
O texto de Invenção de Orfeu
é extremamente complexo e erudito. Apresenta diversas técnicas e faturas:
poesias metrificadas e rimadas, outras em metro livre e verso branco, sonetos,
canções, baladas, poemas épicos, líricos, poesias de carne e de sangue, poesias
de infância, episódios surrealistas, esboços de dramas e de farsas. Propõe uma
espécie de teodisseia (= odisseia para Deus) centrada na busca, pelo homem, de
uma plenitude sensível e espiritual. ressalta a complexidade do estilo vazado
num imenso leque de metros, ritmos e estrofações e em formas de difícil
elaboração: oitavas clássicas, tercetos, sextinas etc.
Poema épico e subjetivo, longo em
dez cantos fragmentários, Invenção de Orfeu une fragmentos de epopeias
clássicas, como a Divina comédia,
Eneida, Os Lusíadas e a própria Bíblia a elementos sociais
nacionais. O autor constrói uma epopeia moderna e brasileira ao criar uma
viagem na qual se depara com o Inferno, o Paraíso e algumas musas.
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