ROMANCE REGIONALISTA
Romance regionalista-
caracteriza-se pela denúncia social, principalmente em oposição ao homem da
cidade, apontando as desigualdades sociais. Além disso, ocorre a descrição
local, destacando a natureza agreste e as dificuldades dela advindas. Há o uso
de termos regionalistas que caracterizam esse tipo de romance.
1-José de Alencar-(1829-1877)-
A obra de José de Alencar constitui importante panorama sobre os
diferentes modos de vida da sociedade brasileira, além de ressaltar os aspectos
naturais, exaltando-os. Em suas obras
preserva-se a memória linguística e da identidade nacional construída por ele
em seus romances.
Obras: fase regionalista- tem por
objetivo a representação da vida(a linguagem) de determinada região do Brasil.
Til- 1872- - ler o resumo página ____- o cotidiano numa fazenda do interior
paulista do século XIX. Berta, também conhecida pelo apelido Til, é a típica
heroína romântica de alma bondosa que se sacrifica em prol de todos.
|
O Sertanejo
|
O tronco de ipê
|
O gaúcho
|
Obras: fase urbana
Lucíola
|
Obras: fase indianista
Iracema
Ubirajara
|
2- Visconde de Taunay(1843-1899)
Obras:
Inocência- 1872- interior
do Mato Grosso - cenário
sertanejo, diálogos naturais das personagens, que concedem espontaneidade à
obra.
Ler o resumo página_____-
há a descrição meticulosa do cenário da história e a reprodução do linguajar
típico do interior do Brasil(= nacionalidade) ASSISTIR AO FILME OU LER O
LIVRO.
|
3- Franklin
Távola(1842-1888)-cearense; regionalismo= manifesto a favor das áreas
do sul do país e depois do norte).CRÍTICA JOSÉ DE ALENCAR POR ESCREVER SEM TER
CONTATO DIRETO COM AS REGIÕES QUE DESCREVIA. Sua obra é fiel à realidade.
Obras :
O Cabeleira- interior do Ceará
(regionalista)
|
4-
Bernardo Guimarães (1825-1884)-
Obras : regionalistas
Rosaura(São Paulo)
|
A escrava Isaura(R.J.)-
antiescravagista
|
O pão de ouro( Amazonas)
|
O Seminarista- M.G.- ler
resumo
|
O ermitão de Muquém-interior de Goiás
|
Ler página 252-23-60
MANUEL ANTÔNIO DE ALMEIDA- R.J. (1831-1861 )-Pseudônimo “Um brasileiro”
Morreu jovem, num náufrago. Estudou Belas
–Artes e medicina.
Obra: Memórias de um sargento de milícias- único livro e clássico da nossa
literatura, na qual, com fidelidade e em tom satírico, registra a vida de tipos
populares do Brasil, no início do século XIX
Publicado em folhetins do Jornal Correio Mercantil.
Em 1854 publicado em formato de livro.
Publicou um livreto de ópera- Dois
amores, alguns ensaios, crônicas e textos jornalísticos
O Romance Urbano enfoca uma temática
estreitamente vinculada à esfera social. Ou seja, ele se dedica especialmente a
reproduzir e tecer críticas aos hábitos praticados no âmbito da sociedade. Na
história da literatura ele corresponde às obras produzidas pelo Realismo, particularmente no século XIX. O
romance urbano mais autêntico desta época, no Brasil, foi Memórias de um
Sargento de Milícias, de Manuel Antônio de Almeida. Apesar de integrar a Escola Romântica, esta obra foge das
características tradicionais deste gênero e mescla elementos do Romantismo a
características realistas. Manuel se inspirou em criações satíricas, comuns
na época da Regência e nos primeiros momentos do reinado de D. Pedro II.
A linguagem
é bem coloquial, sem cair na linguagem de baixo calão. O autor retrata de forma
saborosa a fala do povo desse período, especialmente a dos cariocas.
Memórias de
um sargento de milícias
Foco
Narrativo- Terceira Pessoa, por um narrador-testemunha. Ele observa os eventos, mas não toma parte
deles. A narrativa é fluida e dinâmica.
Tempo
Cronológico - Toda
a história se desenvolve de maneira cronológica; somente aqui e ali o narrador
suspende essa sequência para se referir brevemente ao pretérito, com a intenção
de explicar alguns pontos não compreensíveis da narrativa. Por exemplo, em dado
momento ele revela o passado do barbeiro no Navio Negreiro. Tudo se passa no
período em que a família real desembarcou na cidade do Rio de Janeiro, na época
em que D. João VI era o rei de Portugal.
Resumo do
Enredo
No século XIX, em terras
cariocas, Leonardo passa por muitas peripécias e protagoniza passagens
divertidas e irônicas. O autor acompanha sua trajetória desde o momento em que
ele nasceu. Ele foi fruto do romance entre Leonardo-Pataca, um negociante de
roupas, e Maria das Hortaliças, uma camponesa. O casal se conheceu a bordo da
embarcação que o trouxe de Lisboa até o Brasil. A criança teve como padrinhos a
parteira e o barbeiro. O autor acompanha a trajetória do herói da malandragem
até sua promoção à posição de Sargento de Milícias.
Desde pequeno o protagonista é
marcado pelos reveses do destino, com a fuga da mãe ao lado do capitão de um
navio e o abandono do pai, agora um meirinho, posição prestigiada neste período
histórico. Durante a briga mais acirrada de Pataca e Maria, o pai dá o famoso
pontapé no protagonista, gesto que lhe deixaria fortes impressões ao longo da
vida. Leonardo é criado pelo barbeiro, que se dedica a ele de corpo e alma. O
padrinho se apega tanto ao menino que não percebe a sua ausência de caráter, um
traço presente em Leonardo desde a infância. O sonho do padrinho é que ele seja
clérigo, e para isso o prepara, em meio às travessuras do garoto.
O protagonista passa por várias
aventuras, sempre enganando o barbeiro. Anos depois ele ingressa na escola.
Nesta ocasião o menino se torna amigo de um sacristão, também propenso à
malandragem, e assume a mesma função na Igreja, com a ajuda de Tomás da Sé, pai
de seu colega. Enquanto isso, em meio às traquinagens do garoto, o autor vai
revelando a libertinagem do padre e o envolvimento desse sacerdote com uma
cigana, ex-amante de Leonardo Pataca. O protagonista é expulso da Igreja ao
revelar essa história oculta do sacerdote. A única tentativa de frequentar a
escola é frustrada; dura apenas um dia, pois na manhã e na tarde o garoto só
ganha palmatórias do mestre. Enquanto isso, sua madrinha insistia que ele devia
exercer um ofício.
Na mocidade ele se torna um
desocupado. Seu pai enfim deixara a cigana e se casara com a filha da parteira,
Chiquinha. O protagonista se interessa pela sobrinha de Dona Maria, amiga do
barbeiro. Luisinha agora é órfã e fica sob os cuidados dessa senhora, que ganha
sua guarda em uma das famosas contendas, passatempo preferido da senhora.
Quando está prestes a conquistar a moça, entra em cena José Manuel, antigo
amigo da madrinha de Leonardo. Ele antipatiza com o homem e logo se dá conta
das más intenções dele.
Leonardo enfim perde o medo e se
declara à Luisinha. Nasce a filha de Leonardo Pataca. A parteira consegue
intrigar José Manuel junto à Dona Maria, que fica indignada com o rival de
Leonardo. Após a declaração de Leonardo, Luisinha passou por uma grande mudança
no corpo e no comportamento. José Manuel encontra um mestre de reza que o ajuda
a indispor Dona Maria contra Leonardo. O barbeiro morre e o protagonista é
confortado por sua amada. Ele se torna o herdeiro de seu padrinho. Como Pataca
passa a administrar a herança, Leonardo é obrigado a ir morar com ele, mesmo a
contragosto. Ele e a madrasta entram em guerra.
Após uma discussão acalorada com
o pai e a madrasta, Leonardo é expulso de casa, pois o pai dele fica furioso
quando seu passado vem à baila no meio da guerra entre o filho e sua nova
esposa. Ele vai para o Cajueiro e aí reencontra o antigo companheiro de sacristia
e através dele conhece Vidinha, por quem se encanta. O protagonista recebe
então a proposta de morar junto com o grupo de jovens na Rua da Vala.
Dois primos de Vidinha competem
entre si pelo amor da garota, mas ela gosta mesmo é de Leonardo. Os dois começam
a namorar e esse relacionamento provoca ciúmes nos dois pretendentes. Eles vão
até Vidigal, o representante da lei, e denunciam que o protagonista está
vivendo clandestinamente na residência e se aproveitando das garotas. O herói é
aprisionado, mas consegue escapar.
Sua madrinha lhe arranja um
trabalho na despensa do rei, mas Leonardo arma mais uma das suas. Ele tem um
caso com a mulher de seu chefe, Toma-Largura, e acaba sendo demitido. O herói é
preso mais uma vez. Vidinha acaba se envolvendo com o ex-patrão do protagonista
ao ir tirar satisfações com ele e a esposa dele, a Moça do Caldo.
Leonardo é forçado pelos policias
a se alistar no Exército. Mas ele não resiste e tece suas travessuras até mesmo
dentro da polícia. Ao aprontar com Vidigal, é aprisionado de novo. Por
insistência da parteira, de D. Maria e da antiga amante, Maria Regalada, o
Major acaba perdoando o malandro e lhe garante o posto de Sargento do Exército.
Por outro lado, Luisinha se
casara com José Manuel, mas o marido a maltratava e só queria saber da sua
herança. Logo depois, porém, o mesmo morre. Então Leonardo, vestido com sua
farda de sargento de milícias, enfim contrai matrimônio com a moça, agora uma
bela mulher. Com a futura morte de D. Maria e de Leonardo Pataca, o casal toma
posse de suas heranças.
Por meio deste personagem Manuel
Antônio reproduz os costumes de uma época e expõe de forma bem-humorada a forma
como muitos moradores do Rio de Janeiro recorriam à malandragem para ganhar a
vida. Cada personagem que desfila pelas páginas desse livro luta para transpor
os obstáculos que surgem na jornada que empreendem contra a miséria.
Leonardo é, sem dúvida, o
pioneiro na galeria dos personagens malandros da literatura brasileira. Ele
representa os seres que, no início do século XX, percorriam as ruas da cidade
do Rio de Janeiro.
Cenários
·
Rio de Janeiro – cenário principal, palco das aventuras do herói.
·
Navio de Lisboa-Brasil – trouxe os pais de Leonardo para o Brasil.
·
Casa da família de Leonardo Pataca – onde o protagonista viveu até a
separação dos seus pais, quando ele tinha apenas sete anos de idade.
·
Barbearia – Cenário onde o barbeiro exerce sua profissão.
·
Casa do barbeiro – Aí Leonardo passa boa parte da sua existência.
·
Casa da Cidade Nova - onde se pratica magia negra.
·
Casa da Guarda da Sé ou Campo dos Ciganos - depósito temporário dos
presos.
·
Pátio dos Bichos - saleta do Palácio do Rei.
·
Largo do Paço e Navio Negreiro - ligados ao passado do barbeiro.
·
Casa da Rua da Vala - residência do mestre do menino, única escola que
ele conheceu.
·
Casa de Dona Maria – nesta residência Leonardo conhece Luisinha.
·
Império - sede do imperador do Divino. É numa das festas que Leonardo vê
Luisinha desabrochar e se encantar com tudo, especialmente com os fogos de
artifício.
·
Oratório de Pedra – antigo oratório onde o povo ia orar, especialmente
durante a Via Sacra. A polícia o transforma em uma guarita de pedra vazia.
·
Conceição - a madrinha de Leonardo insiste para ele aprender um ofício
neste lugar.
·
Coimbra - para onde o barbeiro deseja enviar Leonardo, com a intenção de
que ele se torne padre.
·
Cajueiros – lugarejo onde Leonardo conhece Vidinha.
·
Casa de Vidinha – também localizada na Rua da Vala.
·
Ucharia Real - despensa do rei.
·
Rua da Misericórdia - aí residia o major Vidigal.
Personagens
Leonardo-Pataca-Marido de Maria-da-Hortaliça e pai de Leonardo, o
protagonista.
Maria-da-Hortaliça- Mãe do protagonista e esposa infiel de
Leonardo-Pataca.
Leonardo- Protagonista do romance. Filho de Leonardo-Pataca e
de Maria-da-Hortaliça, criado pelo barbeiro, seu padrinho. Desde pequeno ele já
revela um caráter duvidoso. Quando se tornou rapaz, assumiu a malandragem como
forma de vida. Não queria ser padre nem exercer qualquer ofício.
A Comadre- Parteira, madrinha de Leonardo, ela estava sempre
ajudando o afilhado.
O Compadre- Barbeiro, padrinho de Leonardo. Não tinha esposa
nem filhos. Dedicou a vida a Leonardo. No início desejava que ele fosse padre.
Depois desistiu e fez tudo para que ele se casasse com Luisinha.
Capitão do navio- Leonardo-Pataca o encontrou diversas vezes nas
proximidades de sua casa. Ele acreditava que o homem fosse amante da sua
mulher. Maria-da-Hortaliça foge com ele para Portugal.
Caboclo velho- Ele praticava magia negra. Leonardo Pataca recorreu
a ele para ter a cigana de volta.
Cigana- Novo amor de Leonardo-Pataca, depois da fuga de
Maria. Ela também o traía. Tinha um caso com o mestre-de-cerimônias da igreja
da Sé.
Major Vidigal- Ele representava a justiça, o aparato policial da
época. Concentrava em suas mãos a tarefa de julgar, a execução da sentença e
também perseguia os infratores.
Meninos ciganos
Eles foram colegas de Leonardo
enquanto durou a via-sacra. Os garotos o convidam para conhecer o Campo dos
Ciganos, onde ele assiste a uma das festas deles.
Tenente-coronel- Ele protegia Leonardo-Pataca e seu filho, graças a
uma dívida moral com Maria-da-Hortaliça.
Mestre- Personagem que criou o barbeiro, sem jamais lhe
revelar se eram parentes.
Marujo- Tripulante de um navio negreiro, ele propôs ao padrinho de Leonardo que trabalhasse
nesta embarcação.
Capitão do navio negreiro-Ele ficou doente dentro do navio e morreu, mas não
sem antes pedir ao barbeiro que levasse sua herança à filha, e deu ao padrinho
de Leonardo o endereço para a entrega de seus bens.
Velha portuguesa- Mãe de Maria-da-Hortaliça.
Vizinha do Compadre- Viúva, ela sempre discutia com o barbeiro por causa
de Leonardo, a quem detestava.
Beata- Amiga da vizinha do compadre. Por ela a comadre
tomou conhecimento da separação dos pais de Leonardo.
Velho vizinho do compadre- Também desdenhava de Leonardo.
Mestre do pequeno- Era um dos melhores professores da região. Adorava
os pássaros.
Tomás da Sé filho- O garoto era sacristão como o pai. Ele era
companheiro de travessuras do menino Leonardo. Na juventude ele vai encontrar
mais uma vez o protagonista e o apresentará a Vidinha.
Tomás da Sé- Pai do sacristão. É ele que consegue inserir
Leonardo como sacristão na igreja em que é responsável pela sacristia.
Mestre-de-cerimônias- É um sacerdote já em idade avançada. Ele se graduou
em Coimbra. Parecia ser um franciscano devoto, mas na verdade era um libertino.
Ele tinha um envolvimento afetivo com a cigana cortejada por Leonardo Pataca.
Capuchinho italiano- É este sacerdote que toma o lugar do Mestre de
Cerimônias na realização do sermão anual. Ele só se comunica através do próprio
idioma, o qual ninguém entende.
Chiquinha- Era a filha da parteira. Sua mãe ansiava por lhe
achar um bom marido. Enfim, quando Leonardo-Pataca desiste da cigana, acaba se
casando com ela. Os dois têm uma filha. Chiquinha se mantém em luta constante
contra o protagonista.
Dona Maria- Uma mulher na terceira-idade, piedosa e caridosa.
Adorava se envolver em demandas; ao vencer uma delas, conquista a guarda da
sobrinha órfã. Era uma velha amiga do barbeiro.
Luisinha- Sobrinha de Dona Maria. Quando perde os pais ela
vai morar com Dona Maria, sua tia. Ela e Leonardo eram apaixonados um pelo
outro. Na adolescência era sem graça; depois se transforma em uma bela mulher.
Vidinha- A jovem mulata era desejada pelos dois primos.
Leonardo também cai de amores por ela quando Tomás da Sé o apresenta à garota.
Na época o grupo se reunia no Cajuzeiros e Vidinha cantava e tocava viola.
Irmãs viúvas- Elas integravam o grupo de Tomás, intitulado por
ele de ‘sua gente’. Uma tinha três filhos e a outra três filhas.
Filhos da viúva- Três garotos de vinte anos ou um pouco mais, todos
trabalhadores na Conceição.
Filhas da outra viúva- Três jovens irrequietas, aproximadamente na mesma
faixa de idade que os primos. Vidinha era uma delas. A irmã casada parecia ter
um caso com Tomás.
Vizinhas de Dona Maria- Elas é que sempre bisbilhotavam sobre a união de
Luisinha e José Manuel.
Procurador de Dona Maria- O homem era o responsável pelas demandas de Dona
Maria. Acaba morrendo subitamente.
Toma-largura- Era um homem obeso que residia no interior do pátio
da Ucharia, ou seja, da despensa real. Ele vivia com uma moça que tomava conta
da sua casa. Ela se torna a responsável por Leonardo ser mandado embora do
trabalho quando seu companheiro a encontra ao lado de Leonardo, tomando um
caldo com ele. Depois o ex-chefe do protagonista cai de amores por Vidinha.
Moça do caldo- Companheira de Toma-Largura, ela era uma bela
jovem, um contraste com o rude homem da despensa. Vidinha, enciumada, foi tirar
satisfações dela e do despenseiro.
Maria-Regalada- Muito amiga de Dona Maria e a paixão do Major
Vidigal. Ela foi muito bonita na juventude e ainda agora estava sempre alegre,
dando constantes gargalhadas. Por esse motivo todos a chamavam de Regalada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário