segunda-feira, 16 de dezembro de 2024

Missa do Galo: Uma Análise Geral do Conto de Machado de Assis

 

Nome___________________________________________________________nº _________     SÉRIE

Prova de Português-         data________________________

MISSA DO GALO          Machado de Assis

   Nunca pude entender a conversação que tive com uma senhora, há muitos anos, contava eu dezessete, ela trinta. Era noite de Natal. Havendo ajustado com um vizinho irmos à missa do galo, preferi não dormir; combinei que eu iria acordá-lo à meia-noite.

    A casa em que eu estava hospedado era a do escrivão Meneses, que fora casado, em primeiras núpcias, com uma de minhas primas. A segunda mulher, Conceição, e a mãe desta acolheram-me bem, quando vim de Mangaratiba para o Rio de Janeiro, meses antes, a estudar preparatórios. Vivia tranqüilo, naquela casa assobradada da rua do Senado, com os meus livros, poucas relações, alguns passeios. A família era pequena, o escrivão, a mulher, a sogra e duas escravas. Costumes velhos. Às dez horas da noite toda a gente estava nos quartos; às dez e meia a casa dormia. Nunca tinha ido ao teatro, e mais de uma vez, ouvindo dizer ao Meneses que ia ao teatro, pedi-lhe que me levasse consigo. Nessas ocasiões, a sogra fazia uma careta, e as escravas riam à socapa; ele não respondia, vestia-se, saía e só tornava na manhã seguinte. Mais tarde é que eu soube que o teatro era um eufemismo em ação. Meneses trazia amores com uma senhora, separada do marido, e dormia fora de casa uma vez por semana. Conceição padecera, a princípio, com a existência da comborça; mas, afinal, resignara-se, acostumara-se, e acabou achando que era muito direito.

   Boa Conceição! Chamavam-lhe "a santa", e fazia jus ao título, tão facilmente suportava os esquecimentos do marido. Em verdade, era um temperamento moderado, sem extremos, nem grandes lágrimas, nem grandes risos. No capítulo de que trato, dava para maometana; aceitaria um harém, com as aparências salvas. Deus me perdoe, se a julgo mal. Tudo nela era atenuado e passivo. O próprio rosto era mediano, nem bonito nem feio. Era o que chamamos uma pessoa simpática. Não dizia mal de ninguém, perdoava tudo. Não sabia odiar; pode ser até que não soubesse amar.

   Naquela noite de Natal foi o escrivão ao teatro. Era pelos anos de 1861 ou 1862. Eu já devia estar em Mangaratiba, em férias; mas fiquei até o Natal para ver "a missa do galo na Corte". A família recolheu-se à hora do costume; eu meti-me na sala da frente, vestido e pronto. Dali passaria ao corredor da entrada e sairia sem acordar ninguém. Tinha três chaves a porta; uma estava com o escrivão, eu levaria outra, a terceira ficava em casa.

   - Mas, Sr. Nogueira, que fará você todo esse tempo? perguntou-me a mãe de Conceição.

   - Leio, D. Inácia.

   Tinha comigo um romance, os Três Mosqueteiros, velha tradução creio do Jornal do Comércio. Sentei-me à mesa que havia no centro da sala, e à luz de um candeeiro de querosene, enquanto a casa dormia, trepei ainda uma vez ao cavalo magro de D’Artagnan e fui-me às aventuras. Dentro em pouco estava completamente ébrio de Dumas. Os minutos voavam, ao contrário do que costumam fazer, quando são de espera; ouvi bater onze horas, mas quase sem dar por elas, um acaso. Entretanto, um pequeno rumor que ouvi dentro veio acordar-me da leitura. Eram uns passos no corredor que ia da sala de visitas à de jantar; levantei a cabeça; logo depois vi assomar à porta da sala o vulto de Conceição.

   - Ainda não foi? Perguntou ela.

   - Não fui; parece que ainda não é meia-noite.

   - Que paciência!

   Conceição entrou na sala, arrastando as chinelinhas da a1cova. Vestia um roupão branco, mal apanhado na cintura. Sendo magra, tinha um ar de visão romântica, não disparatada com o meu livro de aventuras. Fechei o livro; ela foi sentar-se na cadeira que ficava defronte de mim, perto do canapé. Como eu lhe perguntasse se a havia acordado, sem querer, fazendo barulho, respondeu com presteza:

   - Não! qual! Acordei por acordar.

   Fitei-a um pouco e duvidei da afirmativa. Os olhos não eram de pessoa que acabasse de dormir; pareciam não ter ainda pegado no sono. Essa observação, porém, que valeria alguma coisa em outro espírito, depressa a botei fora, sem advertir que talvez não dormisse justamente por minha causa, e mentisse para me não afligir ou aborrecer. Já disse que ela era boa, muito boa.

   - Mas a hora já há de estar próxima, disse eu.

   - Que paciência a sua de esperar acordado, enquanto o vizinho dorme! E esperar sozinho! Não tem medo de almas do outro mundo? Eu cuidei que se assustasse quando me viu.

   - Quando ouvi os passos estranhei; mas a senhora apareceu logo.

   - Que é que estava lendo? Não diga, já sei, é o romance dos Mosqueteiros.

   - Justamente: é muito bonito.

   - Gosta de romances?

   - Gosto.

   - Já leu a Moreninha?

   - Do Dr. Macedo? Tenho lá em Mangaratiba.

   - Eu gosto muito de romances, mas leio pouco, por falta de tempo. Que romances é que você tem lido?

   Comecei a dizer-lhe os nomes de alguns. Conceição ouvia-me com a cabeça reclinada no espaldar, enfiando os olhos por entre as pálpebras meio-cerradas, sem os tirar de mim. De vez em quando passava a língua pelos beiços, para umedecê-los. Quando acabei de falar, não me disse nada; ficamos assim alguns segundos. Em seguida, vi-a endireitar a cabeça, cruzar os dedos e sobre eles pousar o queixo, tendo os cotovelos nos braços da cadeira, tudo sem desviar de mim os grandes olhos espertos.

    - Talvez esteja aborrecida, pensei eu.

    E logo alto:

    - D. Conceição, creio que vão sendo horas, e eu...

    - Não, não, ainda é cedo. Vi agora mesmo o relógio; são onze e meia. Tem tempo. Você, perdendo a noite, é capaz de não dormir de dia?

    - Já tenho feito isso.

    - Eu, não; perdendo uma noite, no outro dia estou que não posso, e, meia hora que seja, hei de passar pelo sono. Mas também estou ficando velha.

    - Que velha o quê, D. Conceição?

    Tal foi o calor da minha palavra que a fez sorrir. De costume tinha os gestos demorados e as atitudes tranqüilas; agora, porém, ergueu-se rapidamente, passou para o outro lado da sala e deu alguns passos, entre a janela da rua e a porta do gabinete do marido. Assim, com o desalinho honesto que trazia, dava-me uma impressão singular. Magra embora, tinha não sei que balanço no andar, como quem lhe custa levar o corpo; essa feição nunca me pareceu tão distinta como naquela noite. Parava algumas vezes, examinando um trecho de cortina ou consertando a posição de algum objeto no aparador; afinal deteve-se, ante mim, com a mesa de permeio. Estreito era o círculo das suas idéias; tornou ao espanto de me ver esperar acordado; eu repeti-lhe o que ela sabia, isto é, que nunca ouvira missa do galo na Corte, e não queria perdê-la.

   - É a mesma missa da roça; todas as missas se parecem.

   - Acredito; mas aqui há de haver mais luxo e mais gente também. Olhe, a semana santa na Corte é mais bonita que na roça. São João não digo, nem Santo Antônio...

   Pouco a pouco, tinha-se inclinado; fincara os cotovelos no mármore da mesa e metera o rosto entre as mãos espalmadas. Não estando abotoadas, as mangas, caíram naturalmente, e eu vi-lhe metade dos braços, muitos claros, e menos magros do que se poderiam supor. A vista não era nova para mim, posto também não fosse comum; naquele momento, porém, a impressão que tive foi grande. As veias eram tão azuis, que apesar da pouca claridade, podia contá-las do meu lugar. A presença de Conceição espertara-me ainda mais que o livro. Continuei a dizer o que pensava das festas da roça e da cidade, e de outras coisas que me iam vindo à boca. Falava emendando os assuntos, sem saber por quê, variando deles ou tornando aos primeiros, e rindo para fazê-la sorrir e ver-lhe os dentes que luziam de brancos, todos iguaizinhos. Os olhos dela não eram bem negros, mas escuros; o nariz, seco e longo, um tantinho curvo, dava-lhe ao rosto um ar interrogativo. Quando eu alteava um pouco a voz, ela reprimia-me:

   - Mais baixo! Mamãe pode acordar.

   E não saía daquela posição, que me enchia de gosto, tão perto ficavam as nossas caras. Realmente, não era preciso falar alto para ser ouvido; cochichávamos os dois, eu mais que ela, porque falava mais; ela, às vezes, ficava séria, muito séria, com a testa um pouco franzida. Afinal, cansou; trocou de atitude e de lugar. Deu volta à mesa e veio sentar-se do meu lado, no canapé. Voltei-me, e pude ver, a furto, o bico das chinelas; mas foi só o tempo que ela gastou em sentar-se, o roupão era comprido e cobriu-as logo. Recordo-me que eram pretas. Conceição disse baixinho:

   - Mamãe está longe, mas tem o sono muito leve; se acordasse agora, coitada, tão cedo não pegava no sono.

   - Eu também sou assim.

   - O quê? Perguntou ela inclinando o corpo para ouvir melhor.

   Fui sentar-me na cadeira que ficava ao lado do canapé e repeti a palavra. Riu-se da coincidência; também ela tinha o sono leve; éramos três sonos leves.

   - Há ocasiões em que sou como mamãe: acordando, custa-me dormir outra vez, rolo na cama, à toa, levanto-me, acendo vela, passeio, torno a deitar-me, e nada.

   - Foi o que lhe aconteceu hoje.

   - Não, não, atalhou ela.

   Não entendi a negativa; ela pode ser que também não a entendesse. Pegou das pontas do cinto e bateu com elas sobre os joelhos, isto é, o joelho direito, porque acabava de cruzar as pernas. Depois referiu uma história de sonhos, e afirmou-me que só tivera um pesadelo, em criança. Quis saber se eu os tinha. A conversa reatou-se assim lentamente, longamente, sem que eu desse pela hora nem pela missa. Quando eu acabava uma narração ou uma explicação, ela inventava outra pergunta ou outra matéria, e eu pegava novamente na palavra. De quando em quando, reprimia-me:

   - Mais baixo, mais baixo...

   Havia também umas pausas. Duas outras vezes, pareceu-me que a via dormir; mas os olhos, cerrados por um instante, abriam-se logo sem sono nem fadiga, como se ela os houvesse fechado para ver melhor. Uma dessas vezes creio que deu por mim embebido na sua pessoa, e lembra-me que os tornou a fechar, não sei se apressada ou vagarosamente. Há impressões dessa noite, que me aparecem truncadas ou confusas. Contradigo-me, atrapalho-me. Uma das que ainda tenho frescas é que, em certa ocasião, ela, que era apenas simpática, ficou linda, ficou lindíssima. Estava de pé, os braços cruzados; eu, em respeito a ela, quis levantar-me; não consentiu, pôs uma das mãos no meu ombro, e obrigou-me a estar sentado. Cuidei que ia dizer alguma coisa; mas estremeceu, como se tivesse um arrepio de frio, voltou as costas e foi sentar-se na cadeira, onde me achara lendo. Dali relanceou a vista pelo espelho, que ficava por cima do canapé, falou de duas gravuras que pendiam da parede.

   - Estes quadros estão ficando velhos. Já pedi a Chiquinho para comprar outros.

   Chiquinho era o marido. Os quadros falavam do principal negócio deste homem. Um representava "Cleópatra"; não me recordo o assunto do outro, mas eram mulheres. Vulgares ambos; naquele tempo não me pareciam feios.

   - São bonitos, disse eu.

   - Bonitos são; mas estão manchados. E depois francamente, eu preferia duas imagens, duas santas. Estas são mais próprias para sala de rapaz ou de barbeiro.

   - De barbeiro? A senhora nunca foi a casa de barbeiro.

   - Mas imagino que os fregueses, enquanto esperam, falam de moças e namoros, e naturalmente o dono da casa alegra a vista deles com figuras bonitas. Em casa de família é que não acho próprio. É o que eu penso; mas eu penso muita coisa assim esquisita. Seja o que for, não gosto dos quadros. Eu tenho uma Nossa Senhora da Conceição, minha madrinha, muito bonita; mas é de escultura, não se pode pôr na parede, nem eu quero. Está no meu oratório.

   A idéia do oratório trouxe-me a da missa, lembrou-me que podia ser tarde e quis dizê-lo. Penso que cheguei a abrir a boca, mas logo a fechei para ouvir o que ela contava, com doçura, com graça, com tal moleza que trazia preguiça à minha alma e fazia esquecer a missa e a igreja. Falava das suas devoções de menina e moça. Em seguida referia umas anedotas de baile, uns casos de passeio, reminiscências de Paquetá, tudo de mistura, quase sem interrupção. Quando cansou do passado, falou do presente, dos negócios da casa, das canseiras de família, que lhe diziam ser muitas, antes de casar, mas não eram nada. Não me contou, mas eu sabia que casara aos vinte e sete anos.

   Já agora não trocava de lugar, como a princípio, e quase não saíra da mesma atitude. Não tinha os grandes olhos compridos, e entrou a olhar à toa para as paredes.

   - Precisamos mudar o papel da sala, disse daí a pouco, como se falasse consigo.

   Concordei, para dizer alguma coisa, para sair da espécie de sono magnético, ou o que quer que era que me tolhia a língua e os sentidos. Queria e não queria acabar a conversação; fazia esforço para arredar os olhos dela, e arredava-os por um sentimento de respeito; mas a idéia de parecer que era aborrecimento, quando não era, levava-me os olhos outra vez para Conceição. A conversa ia morrendo. Na rua, o silêncio era completo.

   Chegamos a ficar por algum tempo, - não posso dizer quanto, - inteiramente calados. O rumor único e escasso, era um roer de camundongo no gabinete, que me acordou daquela espécie de sonolência; quis falar dele, mas não achei modo. Conceição parecia estar devaneando. Subitamente, ouvi uma pancada na janela, do lado de fora, e uma voz que bradava: "Missa do galo! missa do galo!"

    - Aí está o companheiro, disse ela levantando-se. Tem graça; você é que ficou de ir acordá-lo, ele é que vem acordar você. Vá, que hão de ser horas; adeus.

    - Já serão horas? perguntei.

    - Naturalmente.

    - Missa do galo! repetiram de fora, batendo.

    -Vá, vá, não se faça esperar. A culpa foi minha. Adeus; até amanhã.

    E com o mesmo balanço do corpo, Conceição enfiou pelo corredor dentro, pisando mansinho. Saí à rua e achei o vizinho que esperava. Guiamos dali para a igreja. Durante a missa, a figura de Conceição interpôs-se mais de uma vez, entre mim e o padre; fique isto à conta dos meus dezessete anos. Na manhã seguinte, ao almoço, falei da missa do galo e da gente que estava na igreja sem excitar a curiosidade de Conceição. Durante o dia, achei-a como sempre, natural, benigna, sem nada que fizesse lembrar a conversação da véspera. Pelo Ano-Bom fui para Mangaratiba. Quando tornei ao Rio de Janeiro, em março, o escrivão tinha morrido de apoplexia. Conceição morava no Engenho Novo, mas nem a visitei nem a encontrei. Ouvi mais tarde que casara com o escrevente juramentado do marido.

Fonte: Contos Consagrados - Machado de Assis - Coleção Pretígio - Ediouro - s/d.

 

 Missa do Galo: Uma Análise Geral do Conto de Machado de Assis

Missa do Galo é um conto de Machado de Assis que, apesar de sua brevidade, revela a maestria do autor em desvendar a complexidade da alma humana e as nuances das relações interpessoais. A narrativa, ambientada em uma noite de Natal, gira em torno de um diálogo aparentemente banal entre dois personagens: Nogueira, um jovem pensionista, e Conceição, uma mulher casada.

A Trama Sutil

A trama, embora simples, é rica em subtextos e ironias. A conversa entre Nogueira e Conceição, ocorrida na véspera de Natal, revela um jogo de sedução sutil e uma tensão sexual latente. A mulher, casada com um homem que a traía, encontra naquela noite uma oportunidade de escapar da rotina e da hipocrisia da sociedade.

Temas Centrais

  • Hipocrisia e Moralidade: O conto explora a hipocrisia da sociedade burguesa, onde as aparências são mais importantes que a verdade. A personagem de Conceição, por exemplo, representa a mulher reprimida pela sociedade, que busca um escape para seus desejos.
  • Sedução e Desejo: A atração entre Nogueira e Conceição é um dos elementos centrais do conto. A conversa entre os dois revela um jogo de sedução sutil, onde cada palavra e gesto tem um significado duplo.
  • Tempo e Memória: A narrativa é marcada pela dualidade entre passado e presente. Nogueira, como narrador, relembra um acontecimento de sua juventude, revelando como a memória pode ser seletiva e como os acontecimentos podem adquirir novos significados com o passar do tempo.

A Linguagem e o Estilo de Machado de Assis

A linguagem de Machado de Assis é elegante e precisa, revelando um profundo conhecimento da psicologia humana. O autor utiliza a ironia e a ambiguidade para criar um clima de suspense e intriga. A descrição dos personagens é sutil e psicológica, permitindo ao leitor construir uma imagem completa de cada um deles.

A Importância da Obra

" Missa do Galo" é um conto que transcende o tempo e continua a fascinar os leitores. A obra aborda temas universais como o amor, o desejo, a hipocrisia e a complexidade das relações humanas. A maestria de Machado de Assis em construir personagens complexos e em criar narrativas ambíguas faz deste conto uma obra-prima da literatura brasileira.

A Mulher na Obra de Machado de Assis: O Caso de Conceição

Ao analisar a personagem de Conceição em "A Missa do Galo", é fundamental situá-la no contexto da representação feminina na literatura brasileira do século XIX. As mulheres, frequentemente, eram retratadas como seres passivos, submissos e limitados aos papéis de esposa e mãe. Conceição, no entanto, desafia essa representação estereotipada.

  • Mulher e desejo: Conceição não é apenas um objeto de desejo, mas um sujeito ativo que busca satisfazer seus próprios desejos. Sua conversa com Nogueira revela uma mulher consciente de sua sexualidade e que busca transcender os limites impostos pela sociedade.
  • Hipocrisia social: A personagem de Conceição expõe a hipocrisia da sociedade burguesa, que exigia das mulheres uma conduta moral impecável, enquanto os homens tinham mais liberdade para agir. Conceição, ao se envolver em uma conversa íntima com outro homem na véspera de Natal, desafia essa moral vigente.
  • Complexidade psicológica: Machado de Assis retrata Conceição como uma mulher complexa, com desejos conflitantes e uma vida interior rica. A personagem não é apenas uma vítima das circunstâncias, mas uma mulher que toma suas próprias decisões, mesmo que arriscadas.

O Papel da Religião: Uma Crítica à Hipocrisia

A referência à Missa do Galo, um evento religioso de grande importância, não é casual. Machado de Assis utiliza esse elemento para:

  • Criticar a hipocrisia religiosa: A celebração religiosa serve como pano de fundo para a conversa entre Nogueira e Conceição, revelando a distância entre a fé professada e as ações das pessoas.
  • Destacar a dualidade humana: A personagem de Conceição, que participa da missa, também se envolve em uma conversa marcada pela sensualidade e pelo desejo. Essa dualidade revela a complexidade da natureza humana e a dificuldade de conciliar os impulsos religiosos com os desejos carnais.
  • Ironizar a moralidade burguesa: A missa, como um ritual religioso, representa a moralidade burguesa, que condena o adultério e a imoralidade. No entanto, a conversa entre os personagens revela que essa moralidade é frequentemente violada na prática.

A Influência do Realismo: Psicologia e Análise Social

"A Missa do Galo" é um exemplo clássico do Realismo literário, movimento que se caracterizava pela valorização da observação da realidade, da análise psicológica das personagens e da crítica social.

  • Psicologia das personagens: Machado de Assis aprofunda a análise psicológica de seus personagens, revelando seus medos, desejos e contradições. A conversa entre Nogueira e Conceição é um momento de autoconhecimento para ambos, revelando suas verdadeiras naturezas.
  • Crítica social: O conto faz uma crítica sutil à sociedade burguesa, revelando seus valores, hipocrisias e contradições. A personagem de Conceição é um símbolo da mulher oprimida por uma sociedade que a limita e a controla.
  • Linguagem realista: A linguagem utilizada por Machado de Assis é simples e direta, evitando floreios e descrições excessivas. O autor busca a objetividade na descrição da realidade, sem idealizações.

Conclusão

"A Missa do Galo" é um conto que transcende o tempo e continua relevante para a compreensão da sociedade brasileira. A obra de Machado de Assis, ao explorar temas como a condição feminina, a hipocrisia social e a complexidade da natureza humana, contribui para a construção de uma literatura brasileira rica e diversa.


A análise de "Missa do Galo", conto de Machado de Assis, oferece uma rica oportunidade de examinar os aspectos literários e psicológicos que o autor abordou, além das críticas sociais sutis presentes na narrativa. Publicado em 1900, este conto está inserido no período de maturidade do escritor, quando ele havia consolidado seu estilo realista e, ao mesmo tempo, introduzido elementos mais reflexivos e simbólicos em suas obras. A seguir, apresento uma análise completa do conto, incluindo seus temas, personagens, estilo e interpretação.

Contexto e Estrutura do Conto

"Missa do Galo" narra a história de um menino que, ao voltar de uma missa de Natal com seu pai, vivencia um episódio de grande importância emocional, mas também de uma profunda reflexão sobre o tempo, a infância e a natureza da memória.

O conto é escrito de forma introspectiva, com um tom melancólico e uma estrutura narrativa que mistura a primeira pessoa com a terceira pessoa, o que cria uma sensação de distanciamento temporal e psicológico. O narrador, que é o próprio menino que revê o passado, se encontra, na sua forma adulta, a analisar as ações e sentimentos que vivenciou. Esse recurso confere à história um caráter de memória e reflexão, típico das obras de Machado de Assis.

Análise dos Personagens

  1. O narrador (menino): O protagonista do conto é um menino que, apesar de ser muito jovem, tem uma visão bastante madura sobre a vida. A história se passa na noite de Natal, após a missa de galo, um evento tradicional no Brasil, onde o garoto vivencia uma experiência sensível e de certa forma transformadora. Através de sua percepção, o conto revela o mundo infantil sob o olhar de um adulto que, com a distância temporal, consegue refletir sobre os pequenos detalhes e a complexidade das emoções daquele momento.

  2. O pai: O pai do menino, presente na narrativa de forma secundária, representa uma figura autoritária, mas ao mesmo tempo afetiva. Sua principal função no conto é criar uma espécie de contraste entre o mundo inocente e a realidade mais dura da vida adulta. Ele observa o filho, mas a distância entre os dois vai se alargando conforme a narrativa avança.

Temas Principais

  1. A infância e o processo de amadurecimento: O tema da infância é central em "Missa do Galo". A história não apenas narra a experiência do Natal, mas também aborda a transição da criança para o adulto. O conto está impregnado de um sentimento nostálgico, especialmente quando o narrador, já adulto, reflete sobre a simplicidade e a pureza daquelas memórias. A referência ao Natal e à missa de galo simboliza um rito de passagem, uma celebração que, embora religiosa, evoca a relação do menino com a tradição e com a própria compreensão da vida.

  2. A percepção do tempo: O tempo é um elemento crucial no conto, já que a narrativa é construída sobre uma análise das lembranças do protagonista. O uso da memória, e a tentativa do narrador em reconstruir o que aconteceu, faz com que o tempo se distorça. A percepção que o menino tem da sua vivência é contrastada com a visão do adulto, que agora reflete sobre as experiências passadas. O conto aborda o passado e o presente, mostrando como as lembranças da infância se misturam com a visão madura, mais cética e distante da realidade.

  3. A crítica à vida adulta: Como é típico em muitas obras de Machado de Assis, há uma crítica velada à sociedade adulta e às suas contradições. O pai, que representa a figura adulta, é mostrado com uma leve indiferença para com os sentimentos mais profundos do filho. O menino, ao longo da história, começa a perceber que as pessoas adultas possuem um entendimento diferente do mundo, mais pragmático, mas também mais afastado da pureza da infância.

  4. A religiosidade e o simbolismo do Natal: O Natal e a missa de galo têm um significado simbólico importante no conto. Ao mesmo tempo em que o evento é retratado como uma celebração religiosa, ele carrega em si uma reflexão sobre a espiritualidade e a transitoriedade da vida. A missa, enquanto rito, não é apenas uma representação da tradição cristã, mas também serve para estabelecer uma conexão emocional e simbólica com o passado, com as coisas simples e belas da infância.

Estilo e Linguagem

A linguagem de Machado de Assis em "Missa do Galo" é marcada pela simplicidade aparente. Embora a narrativa pareça fácil e direta, ela está repleta de camadas de significado, como é característico do estilo realista e psicológico de Machado. O autor faz uso de um estilo irônico e, ao mesmo tempo, afetivo, que transmite uma complexidade emocional por meio da observação dos detalhes mais insignificantes.

Machado também utiliza recursos como o fluxo de consciência, onde os pensamentos e sentimentos do narrador se sobrepõem, criando um retrato psicológico sutil. A escolha de descrever a missa de galo e a jornada de volta para casa como um evento simples, quase rotineiro, é uma forma de explorar a complexidade dos sentimentos humanos.

Interpretação Final

"Missa do Galo" pode ser interpretado como uma reflexão profunda sobre o passado e o presente, a inocência da infância e a dúvida que o adulto carrega sobre suas próprias memórias. Através da vivência do menino, Machado de Assis constrói uma crítica sutil às distâncias entre as gerações e a perda da pureza e da imediata percepção que caracterizam a infância. A missa de galo, além de ser um evento religioso, também se torna um símbolo de transição, de rito de passagem, que marca o fim da infância e o início da fase adulta, onde o mundo se torna mais complexo, mas também mais desiludido.

Além disso, a ironia machadiana está presente no conto, já que o autor se utiliza da experiência aparentemente banal de uma missa de Natal para abordar questões existenciais e filosóficas. A maneira como a história é contada – através do olhar do menino, mas com a reflexão do adulto – nos oferece uma das mais belas representações do autor sobre o tempo, a memória e a complexidade da vida humana.

Conclusão: "Missa do Galo" é um conto que, à primeira vista, pode parecer simples, mas esconde, sob a sua narrativa contida, uma complexa análise psicológica e uma crítica social sutil. Através de sua habilidade narrativa, Machado de Assis nos leva a questionar a nossa própria visão sobre a infância, o tempo e as relações humanas.

Elementos da narrativa em "Missa do Galo" de Machado de Assis:

1. Enredo

O enredo de "Missa do Galo" é relativamente simples, centrado em um evento de Natal, mais especificamente a ida de um menino à missa de galo com seu pai e o retorno para casa após a celebração. A história se desenrola ao longo dessa noite, e a reflexão do narrador adulto sobre o evento da infância constitui o núcleo da narrativa. A trama é repleta de significados simbólicos, uma vez que a visita à missa e o retorno para casa funcionam como um ritual de transição, envolvendo o contraste entre a inocência da infância e a complexidade do entendimento adulto.

2. Personagens

Os personagens principais são:

  • O narrador (o menino): A história é contada pela perspectiva do protagonista, que, ao rememorar o evento da missa de galo, analisa seu passado e a percepção que tinha sobre as experiências da infância. Embora jovem, o narrador é dotado de uma visão aguçada sobre as situações e de uma sensibilidade que lhe permite perceber as complexidades de sua relação com o pai e com o mundo à sua volta. Ele também se vê lidando com questões de identidade e amadurecimento.

  • O pai do menino: O pai é uma figura mais distante emocionalmente. Embora participe ativamente da experiência do Natal com o filho, ele não compartilha a mesma compreensão emocional do evento. A sua presença, ao longo do conto, ressalta a disparidade entre o mundo infantil e o mundo adulto, caracterizado por uma certa dureza e pragmatismo. Ele é mais uma figura autoritária, que conduz a missa e a noite de forma mecânica, sem envolver-se muito na sensibilidade da experiência.

3. Ambiente

O ambiente de "Missa do Galo" é principalmente a cidade, durante a noite de Natal, e o local da missa, que é descrito de forma simples, mas significativa. O ambiente da missa e o caminho de volta para casa após o evento são fundamentais para simbolizar a transição entre os mundos da infância e da vida adulta. A atmosfera de Natal, com suas tradições religiosas e rituais, é usada por Machado de Assis para evocar sentimentos de nostalgia, reflexão e melancolia.

O ambiente externo, com as suas festividades e símbolos religiosos, contrasta com o ambiente interno, psicológico, em que o menino começa a questionar a vida e os comportamentos ao seu redor. O caminho de volta para casa serve como metáfora para esse processo de amadurecimento e reflexão.

4. Tempo

O tempo em "Missa do Galo" possui uma dimensão tanto cronológica quanto psicológica. Cronologicamente, o conto se passa em uma única noite, na véspera de Natal. No entanto, o tempo psicológico é mais relevante: o narrador adulto revisita suas memórias da infância e reflete sobre elas com o distanciamento do tempo. Assim, o tempo se dilata na narrativa, à medida que o narrador adulto pondera sobre as experiências e emoções que viveu no passado.

A tensão entre o passado (a infância) e o presente (a visão do adulto) é um dos principais aspectos do conto, que leva à reflexão sobre as transformações que o tempo impõe à percepção humana.

5. Narrador

O narrador de "Missa do Galo" é uma combinação da primeira pessoa (do ponto de vista do menino) com a terceira pessoa (do ponto de vista do adulto refletindo sobre o passado). Isso confere à narrativa uma camada de complexidade, já que o narrador transmite ao leitor não apenas o que sentiu enquanto criança, mas também uma visão retrospectiva e analítica da experiência. O narrador adulto se distancia do menino e reflete sobre os acontecimentos, e isso cria uma ironia sutil, típica do estilo de Machado de Assis, que permite que o leitor tenha uma visão mais ampla das situações narradas.

6. Ponto de Vista

O ponto de vista é, fundamentalmente, subjetivo, uma vez que a história é contada a partir da perspectiva de uma criança, mas com a análise do narrador adulto. O ponto de vista infantil transmite uma visão simples e direta dos eventos, mas a reflexão adulta insere a nostalgia e a crítica, proporcionando uma análise mais profunda sobre o significado da experiência. Esse ponto de vista dual cria uma dinâmica temporal interessante, onde o passado e o presente se misturam.

7. Conflito

O principal conflito em "Missa do Galo" é interno e psicológico. O narrador, que é uma criança, busca compreender e processar as complexidades do mundo adulto e suas próprias emoções. Ele enfrenta um processo de amadurecimento, que é simbolizado pela missa de Natal e pela percepção da distância emocional entre ele e seu pai. O conflito também pode ser visto como uma tentativa de reconciliar a visão infantil da vida com a desilusão e o entendimento que o adulto traz, após a perda da inocência.

Além disso, há um conflito entre gerações, onde o narrador percebe que, à medida que cresce, vai perdendo a compreensão espontânea e pura do mundo e das relações familiares, o que é uma crítica sutil de Machado de Assis à forma como a sociedade adulta funciona.

8. Estilo

O estilo de Machado de Assis em "Missa do Galo" é caracterizado pela simplicidade aparente. A narrativa, à primeira vista, parece simples e direta, mas carrega em si várias camadas de ironia, reflexão psicológica e crítica social. Através de uma linguagem fluida e de um discurso direto, Machado de Assis consegue explorar a complexidade das emoções e dos pensamentos humanos. O estilo é introspectivo, e o uso da linguagem figurada, com metáforas e simbolismos, enriquece o texto, tornando-o mais denso e sugestivo.

9. Simbolismo

O conto está repleto de simbolismos, especialmente no que diz respeito ao Natal e à missa de galo, que não são apenas eventos religiosos, mas também marcos simbólicos da transição entre a infância e a vida adulta. A missa simboliza a pureza e a fé da infância, enquanto o caminho de volta para casa é uma metáfora para o amadurecimento e o distanciamento da inocência. O conto também pode ser visto como uma reflexão sobre a transitoriedade da vida e a forma como as memórias da infância se tornam distorcidas e reinterpretadas à medida que envelhecemos.

Conclusão

Em "Missa do Galo", Machado de Assis utiliza vários elementos da narrativa para explorar temas como tempo, memória, amadurecimento e a complexidade das relações familiares. O conto é um exemplo da capacidade de Machado de tratar temas profundos com uma simplicidade aparente, permitindo uma análise multifacetada da condição humana e das contradições do universo adulto e infantil. O uso de simbolismos, a reflexão psicológica e a estrutura narrativa tornam a obra uma excelente representação do estilo do autor.

I - Coloque V, para verdadeiro e F, para falso:

( V ) Machado, como um grande observador dos mínimos gestos humanos, revela-se um arguto psicólogo, revelando neste conto, por sugestão, os desejos mais secretos das personagens. Desejos que talvez eles mesmos não sejam capazes de assumir clara e conscientemente. O narrador diz que não sabe porque fala sem parar, emendando os assuntos, mas é assim mesmo que quase todos nós fazemos quando estamos numa situação gostosa e embaraçosa do processo de sedução. Há um receio de perder o que está sendo bom e não há coragem de se avançar decididamente em direção ao alvo que se pretende.

( V ) Conceição vai crescendo no decorrer da narrativa, assumindo a leveza das grandes personagens, a sabedoria das deusas e a essência das mulheres fatais. Torna-se envolvente, sensual, iluminada. A revelação da personagem é captada através de um flagrante de vida real - um jovem à espera da missa do galo na Corte. É focalizado o insólito de uma situação, misto de conversa, de aconchego, de sensualidade e de insinuações. A densidade psicológica capaz de criar uma atmosfera voltada para o inusitado deve ser anotada como supremo ato da criação machadiana. A elasticidade temporal também é uma das marcas da genialidade do escritor, pois a marcação do tempo psicológico transcorre independente do tempo cronológico e o leitor se vê envolvido em um clima hipnótico que só se desfaz nas linhas finais.

( F ) O conto é narrado em 1ª pessoa.

( V ) Neste conto, a metade do texto ou mais tem a função de nos transmitir Conceição.

( V ) Missa do Galo é o pretexto para conhecermos a fundo aquela mulher de trinta, mal casada, que tem por duas horas uma conquista a fazer, provando a si mesma ser capaz de encantar um homem, jovem ainda.


II. Coloque X - Foco narrativo:

( X ) 1ª pessoa
( ) 3ª pessoa


III. Cite o espaço da narrativa:

O espaço da narrativa de "Missa do Galo" é, principalmente, o interior da casa de Conceição e as ruas da cidade no contexto da cidade do Rio de Janeiro no século XIX, em uma noite de Natal. O ambiente em que se desenrola a conversa entre a personagem principal e o homem com quem ela interage durante a espera pela missa de galo é fundamental para a construção do clima íntimo e sedutor da história.


IV. Dê as Características físicas de Conceição:

  • Idade: Por volta de 30 anos.
  • Condição civil: Casada, mas mal casada.
  • Rosto: A narrativa não dá uma descrição detalhada, mas se refere ao charme e à sensualidade que ela irradia.
  • Roupas: Roupas adequadas à sua classe social e à ocasião, mas não há uma descrição meticulosa no conto.
  • Estrutura corporal: Imaginamos que tenha uma estrutura corpórea atraente, dada sua função de seduzir.
  • Olhos: Não há uma descrição explícita.
  • Gestos: Gestos sutis, demonstrando certo domínio da situação.
  • Modo de andar: Sensual, chamando atenção.
  • Braços: Não há uma descrição específica.
  • Dentes: Não descritos.
  • Nariz: Não descrito.
  • Calçados: Não descritos.
  • Sono: A narrativa não aborda o sono de Conceição.
  • Apresentação física: O que se destaca é a presença de uma mulher madura, sensual, com uma aura sedutora.

V. Características psicológicas:

  • Título que lhe era dado: Conceição é uma mulher sedutora e encantadora, que procura conquistar um homem mais jovem.
  • Temperamento: Ela é uma mulher emocionalmente madura, mas insegura em relação ao seu casamento e sua própria identidade.
  • Tipo de esposa: Mal casada, com um casamento infeliz.
  • Como pessoa: Determinada, envolvente e com um desejo de afirmação pessoal.
  • Quanto ao amor: Ela tem um certo vazio emocional, tentando provar a si mesma seu poder de sedução.
  • No trato com as pessoas: Através de um diálogo que mistura insinuações e sedução.
  • Um dos seus gostos: Seduzir, conquistar.
  • Como se sente em relação à sua idade: Está ciente de sua idade, o que provavelmente a motiva a reafirmar sua atratividade.
  • Atitudes: Sabe como controlar a situação, usará suas estratégias de sedução.
  • Seu modo de pensar: Não há muita profundidade em seu modo de pensar; ela é mais guiada por seus instintos.
  • Seu modo de contar as coisas: Ela tenta envolver o ouvinte através de uma comunicação sedutora e indireta.
  • Suas atitudes mais comuns: Manipulação emocional e sedução.

VI. Relacione:


( 1 )      descrição da casa e de seus moradores              (        )        parágrafos  1 a 3

( 2 )      espera pela hora da missa                                 (       )        parágrafos 59 a 63

( 3 )      início do diálogo                                             (       )        parágrafos 17 a  24

( 4 )      comentário sobre romances                              (       )   parágrafos 08 a 16

( 5 )      tentativa de sair                                               (       )   parágrafos 04 a 07

( 6 )      perturbação de conceição                                 (       )   parágrafo 47

( 7 )      perturbação de ambos                                      (       )   parágrafos 24 a 31

( 8 )      deslumbramento do rapaz                                (       )   parágrafos 56 a 58

( 9 )      comentários  sobre quadros                              (       )  parágrafos 32 a 34

(10)     conversa pessoal                                             (       )   parágrafos 54 a 55

(11)     indecisão e silêncio                                         (       )   parágrafos 35 a 46

(12)     despedida                                                       (       )   parágrafos 48 a 53

(13)     conclusão                                                       (       )   parágrafo  64


  • Analisando a Estrutura Narrativa de "A Missa do Galo"


    NúmeroDescrição do EventoParágrafos
    1Descrição da casa e de seus moradores1-3
    2Espera pela hora da missa59-63
    3Início do diálogo17-24
    4Comentário sobre romances8-16
    5Tentativa de sair4-7
    6Perturbação de Conceição47
    7Perturbação de ambos24-31
    8Deslumbramento do rapaz56-58
    9Comentários sobre quadros32-34
    10Conversa pessoal54-55
    11Indecisão e silêncio35-46
    12Despedida48-53
    13Conclusão64
  • Descrição da casa e de seus moradores – parágrafos 1-3
  • Espera pela hora da missa – parágrafos 59-63
  • Início do diálogo – parágrafos 17-24
  • Comentário sobre romances – parágrafos 8-16
  • Tentativa de sair – parágrafos 4-7
  • Perturbação de Conceição – parágrafo 47
  • Perturbação de ambos – parágrafos 24-31
  • Deslumbramento do rapaz – parágrafos 56-58
  • Comentários sobre quadros – parágrafos 32-34
  • Conversa pessoal – parágrafos 54-55
  • Indecisão e silêncio – parágrafos 35-46
  • Despedida – parágrafos 48-53
  • Conclusão – parágrafo 64

Análise Complementar:

  1. Descrição da casa e de seus moradores (X) parágrafos 1 a 3

    • O narrador descreve a casa onde está hospedado e os membros da família que a habitam, como o escrivão Meneses, sua esposa Conceição, a sogra e as escravas.
  2. Espera pela hora da missa (X) parágrafos 59 a 63

    • O narrador aguarda ansiosamente o momento da missa, refletindo sobre o tempo e a paciência durante a espera.
  3. Início do diálogo (X) parágrafos 17 a 24

    • A conversa entre o narrador e Conceição começa, com ela questionando o motivo dele estar acordado e esperando sozinho pela missa.
  4. Comentário sobre romances (X) parágrafos 08 a 16

    • O narrador fala sobre os romances que tem lido, incluindo "Os Três Mosqueteiros" e menciona outros títulos, enquanto Conceição expressa seu gosto por romances.
  5. Tentativa de sair (X) parágrafos 04 a 07

    • O narrador tenta sair de casa para a missa, mas é interrompido pela conversa com Conceição, que aparece na sala.
  6. Perturbação de Conceição (X) parágrafo 47

    • Conceição demonstra uma leve perturbação ao falar sobre suas dificuldades com o sono e suas devoções.
  7. Perturbação de ambos (X) parágrafos 24 a 31

    • O diálogo se desenvolve com ambos trocando impressões, e o narrador percebe que a conversa está ficando um tanto perturbadora ou introspectiva.
  8. Deslumbramento do rapaz (X) parágrafos 56 a 58

    • O narrador expressa uma admiração crescente por Conceição, ficando deslumbrado com sua presença e comportamento.
  9. Comentários sobre quadros (X) parágrafos 32 a 34

    • Conceição faz comentários sobre os quadros da sala, mencionando a ideia de substituí-los, além de relatar sua preferência por imagens religiosas.
  10. Conversa pessoal (X) parágrafos 54 a 55

  • O narrador e Conceição têm uma conversa mais pessoal, falando sobre os sonhos e hábitos de sono.
  1. Indecisão e silêncio (X) parágrafos 35 a 46
  • Durante esse trecho, a conversa entre os dois se torna mais silenciosa e introspectiva, com intervalos e momentos de indecisão na troca de palavras.
  1. Despedida (X) parágrafos 48 a 53
  • No momento da despedida, Conceição orienta o narrador a ir à missa e eles se despedem, ela com seu jeito tranquilo.
  1. Conclusão (X) parágrafo 64
  • O narrador finaliza o relato, refletindo sobre a missa e o comportamento de Conceição, além de mencionar a mudança na vida dela após a morte do marido.

VII- Assinale a alternativa correta:

  1. A seu ver, Nogueira:

( ) deixou-se envolver por Conceição e consentiu nesse envolvimento.
( X ) não percebeu nada: para ele aquela conversa foi só uma entre tantas que normalmente mantinha com a dona da casa onde se hospedara para poder estudar no Rio de Janeiro.

  1. O narrador capta as diversas reações dele próprio como personagem numa sequência:

( X ) crescente no envolvimento e na tensão entre os dois.
( ) uniforme, sem altos e baixos, tranquila como se apenas dois amigos estivessem conversando para ocupar o tempo até que um terceiro amigo comum aparecesse para levá-lo à missa do galo.

 

A análise da distribuição dos eventos em "A Missa do Galo" permite destacar a construção meticulosa da narrativa por Machado de Assis, refletindo sua habilidade em criar atmosferas e personagens que evoluem dentro de uma trama sutil, mas cheia de tensão emocional. Vamos detalhar a interpretação de cada ponto mencionado:

Missa do galo- Análise Complementar

  1. A construção da atmosfera:

    • O início da história, com a descrição da casa e de seus moradores (parágrafos 1-3), estabelece o ambiente tranquilo e silencioso, preparando o terreno para a intensificação emocional que virá mais tarde. A casa, com suas particularidades e os habitantes silenciosos, cria uma sensação de quietude que contrasta com o que está prestes a acontecer, uma conversa íntima e reveladora.
  2. A evolução do diálogo:

    • O diálogo entre Nogueira e Conceição (parágrafos 17-24) começa de forma mais superficial, mas à medida que os parágrafos avançam (especialmente de 24 a 31), as interações se tornam mais intensas e reveladoras. A relação entre os dois personagens é uma construção gradual, com momentos de tensão e de reflexão, refletindo suas inseguranças, desejos e desconfianças. As emoções são cuidadosamente moduladas por Machado, transmitindo a complexidade de seus sentimentos.
  3. O papel do tempo:

    • A espera pela missa (parágrafos 59-63) é um marco temporal importante na narrativa. Ela serve não apenas como um elemento de ambientação, mas como um dispositivo narrativo para criar uma tensão crescente. A missa do galo, que ocorre no período de Natal, é um símbolo de um novo começo ou renovação, mas, ao mesmo tempo, serve para intensificar a introspecção dos personagens. O tempo também é um reflexo da tensão emocional crescente.
  4. A ambiguidade da linguagem:

    • A linguagem de Machado de Assis, carregada de ambiguidades, cria uma narrativa que pode ser lida de múltiplas maneiras. As conversas e os gestos são impregnados de subentendidos e sugestões que, à primeira vista, parecem simples, mas ao serem analisados, revelam profundidades psicológicas e emocionais. A ambiguidade é central, permitindo diferentes interpretações dos sentimentos e das ações dos personagens.

Observações

  • Flexibilidade: A divisão dos parágrafos e a interpretação dos eventos são flexíveis, dependendo da perspectiva do leitor. Como Machado de Assis nunca dá respostas definitivas, os eventos podem ser vistos de várias formas, refletindo a complexidade da experiência humana.

  • Interconexão dos eventos: Os eventos não acontecem de forma isolada; eles estão todos conectados, criando uma trama coesa e complexa. A interação entre os personagens e a passagem do tempo se complementam, ampliando o impacto emocional da narrativa. Cada evento prepara o terreno para o próximo, culminando no silêncio da despedida.

Possíveis aprofundamentos

  1. A função dos diálogos:

    • Os diálogos entre Nogueira e Conceição revelam mais do que simples palavras trocadas. Eles funcionam como uma janela para os desejos, medos e as expectativas dos personagens. Cada troca reflete o estado emocional e psicológico de ambos, e como esses sentimentos são modulados pela presença do outro.
  2. Interpretar os símbolos:

    • A missa do galo em si pode ser vista como um símbolo de renovação, mas também de separação e perda. O Natal, muitas vezes associado a novos começos, serve como um ponto de virada para os personagens, que, de alguma forma, estão à beira de uma mudança – seja emocional ou de sua relação.
  3. Comparar com outras obras de Machado de Assis:

    • Machado de Assis frequentemente explora a psicologia dos personagens e as dinâmicas de poder nas relações, especialmente entre homens e mulheres. Ao comparar este conto com outras obras como Memórias Póstumas de Brás Cubas e Dom Casmurro, podemos observar temas comuns, como a dúvida, a introspecção e a complexidade das relações humanas.

Conclusão

A distribuição dos eventos em A Missa do Galo revela como Machado de Assis constrói uma narrativa sutil, mas rica em emoções e ambiguidade. Cada evento é cuidadosamente colocado para refletir os dilemas internos dos personagens e suas interações complexas. O conto é um exemplo perfeito da habilidade de Machado em explorar a psique humana e as relações interpessoais, com uma linguagem cheia de nuances que permite múltiplas interpretações. Ao analisar as conexões entre os eventos e a estrutura da narrativa, percebemos como o autor cria uma história envolvente, rica em simbolismo e reflexão sobre o amor, o desejo e a complexidade das relações humanas.

Questões Dissertativas

  • Análise da personagem:
    • Descreva a personagem de Conceição, destacando suas características e contradições.
    • Qual o papel da personagem de Nogueira na narrativa?
    • Como a relação entre Conceição e Nogueira evolui ao longo do conto?
  • Interpretação da obra:
    • Quais os temas centrais abordados em "A Missa do Galo"?
    • Como o ambiente e o tempo influenciam a narrativa?
    • Qual a importância da ironia e da ambiguidade na construção do conto?
  • Conexão com o contexto histórico:
    • Como a obra reflete a sociedade brasileira do século XIX?
    • Qual a importância do Realismo para a compreensão do conto?

Questões Alternativas

  • Qual a principal característica da personalidade de Conceição?
    • a) Passiva e submissa
    • b) Impulsiva e rebelde
    • c) Complexa e contraditória
    • d) Superficial e interesseira
  • Qual o significado da referência à "Missa do Galo" no título do conto?
    • a) É uma alusão à religiosidade da época.
    • b) Simboliza o momento de revelação dos personagens.
    • c) Representa a passagem do tempo e a renovação.
    • d) Todas as alternativas anteriores.

Questões V ou F

  • A narrativa de "A Missa do Galo" é linear e objetiva. ( )
  • Conceição é uma personagem estereotipada da mulher do século XIX. ( )
  • A ironia é um recurso utilizado por Machado de Assis para criticar a sociedade. ( )

Questões de Correspondência

  • Relacione os personagens com suas características:
    • Conceição ( )
    • Nogueira ( )
    • Meneses ( )
      • a) Jovem estudante, observador
      • b) Marido traído, ausente
      • c) Mulher complexa e sedutora

Questões de Análise Crítica

  • Você concorda que a personagem de Conceição representa a mulher oprimida pela sociedade da época? Justifique sua resposta.
  • Qual a importância da ambientação da história na casa do escrivão Meneses?
  • Como o final do conto sugere uma continuação da história?

Questões Objetivas de Múltipla Escolha

  • Qual o gênero literário de "A Missa do Galo"?
    • a) Romance
    • b) Conto
    • c) Crônica
    • d) Poesia
  • Qual o ponto de vista narrativo utilizado por Machado de Assis?
    • a) Primeira pessoa
    • b) Terceira pessoa onisciente
    • c) Terceira pessoa limitada
    • d) Objetiva

Questões de Complementação Simples

  • A personagem de Conceição é descrita como uma mulher __________.
  • O conto "A Missa do Galo" foi escrito por __________.

Questões de Resposta Única

  • Qual o tema central do conto?
  • Como a personagem de Conceição desafia os padrões sociais da época?

Questões de Interpretação

  • Qual o significado da última frase do conto?
  • Como a religiosidade é representada na obra?

Questões de Resposta Múltipla

  • Quais os temas abordados em "A Missa do Galo"?
    • a) Amor
    • b) Hipocrisia
    • c) Condição feminina
    • d) Todas as alternativas anteriores

Questões de Asserção-Razão

  • A personagem de Conceição é complexa e contraditória.
  • PORQUE Ela representa a mulher idealizada pela sociedade da época.

Questão de Foco Negativo

  • Qual das alternativas NÃO é um tema abordado em "A Missa do Galo"?

Questão de Associação

  • Relacione os elementos da narrativa com seus respectivos significados:
    • Missa do Galo ( )
    • Casa do escrivão ( )
    • Conversação entre Nogueira e Conceição ( )
      • a) Símbolo da hipocrisia social
      • b) Representa a passagem do tempo e a renovação
      • c) Espaço de intimidade e revelação

RESPOSTAS: 

Questões Dissertativas:

  1. Análise da personagem:

    • Descreva a personagem de Conceição, destacando suas características e contradições. Conceição é uma personagem multifacetada, marcada por sua complexidade emocional e comportamental. Ela é retratada como uma mulher sedutora, ao mesmo tempo que carrega uma certa passividade, refletindo a contradição das expectativas sociais da época. Embora se mostre reservada e melancólica em alguns momentos, também possui uma atitude provocativa, especialmente em relação ao jovem Nogueira. Sua relação com o marido, Meneses, também revela a ambiguidade de seus sentimentos – ao mesmo tempo que parece conformada com seu casamento, ela exibe um desejo de transgressão. Conceição, portanto, simboliza a mulher que está entre a aceitação de seu papel na sociedade e a busca por liberdade e prazer.

    • Qual o papel da personagem de Nogueira na narrativa? Nogueira é a personagem que, através de seus sentimentos e percepções, revela os dilemas e contradições de Conceição. Sua presença na história permite que o leitor explore o universo íntimo de Conceição e seus conflitos internos. Ele representa o jovem idealista e ingênuo, que, ao interagir com a mulher casada e complexa, começa a perceber as sutilezas da vida adulta e das relações humanas. Nogueira é essencial para a construção da tensão da narrativa, e sua evolução emocional diante da experiência com Conceição é uma chave para entender a crítica que Machado de Assis faz à sociedade da época.

    • Como a relação entre Conceição e Nogueira evolui ao longo do conto? Inicialmente, a relação entre Conceição e Nogueira é marcada pela hesitação e pela troca de olhares e palavras. Nogueira é atraído pela beleza e mistério de Conceição, enquanto ela, por sua vez, parece encarar a situação com certa indiferença. Contudo, à medida que o diálogo entre eles avança, fica claro que Conceição exerce um certo poder sobre o rapaz. Ela o provoca e o confunde, jogando com suas expectativas e desejos. No final, Nogueira percebe que a mulher por quem se encantou não é aquilo que ele imaginava, o que sugere uma mudança em sua percepção do mundo adulto e das relações amorosas.

  2. Interpretação da obra:

    • Quais os temas centrais abordados em "A Missa do Galo"? Os temas centrais do conto incluem o amor, o desejo, a hipocrisia social, a condição feminina e a complexidade das relações humanas. Machado de Assis explora a interação entre o desejo e as normas sociais, destacando as contradições internas de seus personagens, especialmente no que diz respeito aos papéis de gênero na sociedade do século XIX.

    • Como o ambiente e o tempo influenciam a narrativa? O ambiente da casa do escrivão Meneses, onde a história se desenrola, contribui para criar uma atmosfera intimista e carregada de tensão. O tempo, representado pela espera pela missa do galo, serve como uma metáfora para a passagem do tempo, a mudança de estados emocionais e a inevitabilidade do destino. A religiosidade e a celebração do Natal também introduzem uma reflexão sobre moralidade, pecado e redenção, elementos cruciais para a análise das personagens e seus conflitos internos.

    • Qual a importância da ironia e da ambiguidade na construção do conto? A ironia e a ambiguidade são elementos fundamentais para a crítica social presente no conto. Através desses recursos, Machado de Assis expõe as falácias e contradições da sociedade brasileira do século XIX, especialmente no que diz respeito à moralidade, ao comportamento das mulheres e às expectativas em relação ao casamento e ao amor. A ironia ajuda a criar uma distância entre o que as personagens aparentam e o que realmente são, revelando a hipocrisia de seus sentimentos e ações.

  3. Conexão com o contexto histórico:

    • Como a obra reflete a sociedade brasileira do século XIX? "A Missa do Galo" reflete a sociedade brasileira do século XIX ao abordar temas como a hipocrisia social, as relações de poder entre os sexos, e a busca por liberdade dentro de um sistema de normas rígidas. A narrativa examina o papel da mulher na sociedade, especialmente no que diz respeito à sua subordinação ao homem, e critica as convenções sociais que limitam as escolhas pessoais, como o casamento e a moralidade religiosa.

    • Qual a importância do Realismo para a compreensão do conto? O Realismo, movimento literário ao qual Machado de Assis pertence, busca representar a realidade de forma objetiva, sem idealizações. Em "A Missa do Galo", o autor utiliza o Realismo para mostrar a complexidade das relações humanas, afastando-se de discursos românticos e apresentando personagens multifacetados, com desejos, medos e conflitos internos que refletem a realidade de seu tempo.


Questões Alternativas:

  1. Qual a principal característica da personalidade de Conceição?

    • c) Complexa e contraditória
  2. Qual o significado da referência à "Missa do Galo" no título do conto?

    • d) Todas as alternativas anteriores

Questões V ou F:

  1. A narrativa de "A Missa do Galo" é linear e objetiva. ( F )
  2. Conceição é uma personagem estereotipada da mulher do século XIX. ( F )
  3. A ironia é um recurso utilizado por Machado de Assis para criticar a sociedade. ( V )

Questões de Correspondência:

  1. Conceição – c) Mulher complexa e sedutora
  2. Nogueira – a) Jovem estudante, observador
  3. Meneses – b) Marido traído, ausente

Questões de Análise Crítica:

  1. Você concorda que a personagem de Conceição representa a mulher oprimida pela sociedade da época? Justifique sua resposta. Sim, pois Conceição está presa às expectativas sociais que limitam suas escolhas, especialmente no que se refere ao casamento e à sua condição de mulher. Contudo, ela também desafia esses limites, mostrando um desejo de independência e autonomia, o que torna sua figura ambígua e contraditória.

  2. Qual a importância da ambientação da história na casa do escrivão Meneses? A casa de Meneses funciona como um espaço fechado, que confere à narrativa um caráter intimista. Esse espaço representa a privacidade onde as tensões entre Conceição e Nogueira se intensificam, além de ser um reflexo das convenções sociais que influenciam os comportamentos dos personagens.

  3. Como o final do conto sugere uma continuação da história? O final aberto sugere que a relação entre Nogueira e Conceição poderia evoluir de maneiras imprevisíveis. O conto não resolve a tensão emocional entre os dois personagens, deixando a impressão de que algo mais poderia acontecer, mas ao mesmo tempo, reforçando a inevitabilidade da separação de seus destinos.


Questões Objetivas de Múltipla Escolha:

  1. Qual o gênero literário de "A Missa do Galo"?

    • b) Conto
  2. Qual o ponto de vista narrativo utilizado por Machado de Assis?

    • b) Terceira pessoa onisciente

Questões de Complementação Simples:

  1. A personagem de Conceição é descrita como uma mulher complexa.
  2. O conto "A Missa do Galo" foi escrito por Machado de Assis.

Questões de Resposta Única:

  1. Qual o tema central do conto? O tema central do conto é a complexidade das relações humanas, abordando o amor, o desejo, a hipocrisia e a condição feminina no contexto social do século XIX.

  2. Como a personagem de Conceição desafia os padrões sociais da época? Conceição desafia os padrões sociais ao mostrar uma sensualidade e uma busca por independência que não eram condizentes com o comportamento esperado de mulheres casadas da época. Ela também manipula suas relações para exercer algum controle sobre seu destino.


Questões de Interpretação:

  1. Qual o significado da última frase do conto? A última frase sugere a ironia de uma revelação ou "despertar" emocional que, embora traga à tona as verdadeiras intenções de Conceição, também revela a imaturidade e a ingenuidade de Nogueira. Essa frase ressoa como uma reflexão sobre a desilusão e o despertar para a complexidade da vida adulta.

  2. Como a religiosidade é representada na obra? A religiosidade é representada através do símbolo da "Missa do Galo", que evoca um momento de transição, mas também carrega uma crítica à hipocrisia da sociedade que usa a religiosidade para justificar comportamentos contraditórios e desonestos.


Questões de Resposta Múltipla:

  1. Quais os temas abordados em "A Missa do Galo"?
    • d) Todas as alternativas anteriores

Questões de Asserção-Razão:

  1. A personagem de Conceição é complexa e contraditória. PORQUE Ela representa a mulher idealizada pela sociedade da época.
    • FALSO. Embora Conceição seja complexa e contraditória, ela não é uma simples representação da mulher idealizada pela sociedade, mas sim uma personagem que desafia e subverte as expectativas sociais, tornando-se uma figura mais profunda e multifacetada.

Questão de Foco Negativo:

  1. Qual das alternativas NÃO é um tema abordado em "A Missa do Galo"?
    • (Exemplo de resposta: Falta de liberdade econômica)

Questão de Associação:

  1. Missa do Galo – b) Representa a passagem do tempo e a renovação
  2. Casa do escrivão – c) Espaço de intimidade e revelação
  3. Conversação entre Nogueira e Conceição – a) Símbolo da hipocrisia social

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