domingo, 26 de janeiro de 2025

Artigo de opinião : O valor da arte urbana ; Você concorda com as ideias do autor sobre o grafite? Justifique sua resposta, apontando argumentos do texto com os quais você concorda ou discorda.

  

Agora, leia o artigo de opinião a seguir e converse com seus colegas sobre as ideias do autor.

O valor da arte urbana

 

Considerado uma das manifestações mais comuns da arte urbana, o grafite se desenvolveu a partir dos anos sessenta, estando fortemente vinculado às tribos urbanas e aos movimentos de contracultura e transgressão, em especial ao hip-hop. A natureza dessa arte e suas temáticas abordadas são extremamente variadas. Podem aludir a problemas sociais e políticos, podem ter caráter informativo, satírico ou contestatório ou podem ser meras expressões artísticas desvinculadas de referências. O grafite se desenvolveu de forma intensa no Brasil, que se tornou uma referência nessa prática de arte urbana.

 

Não obstante sua popularidade, essa expressão artística foi, por muito tempo, desvalorizada, sendo relegada à condição de vandalismo, crime, contravenção ou de mera poluição visual. A estigmatização do grafite está diretamente ligada à sua origem desvinculada dos cânones artísticos e à sua associação com grupos e segmentos da sociedade que são alvos de discriminação e desvalorização. As grandes metrópoles encaravam o grafite como um "problema urbano" e estabeleceram, algumas vezes, estratégias para tentar coibir a sua prática, não raramente apelando para a criminalização dos movimentos de contracultura que o praticavam.

 

O argumento de que o grafite é uma forma de poluição visual e de degradação urbana é bastante questionável. Ao contrário do que dizem os detratores dessa manifestação artística, os murais e painéis coloridos ajudam a quebrar a monotonia do cinza que predomina os ambientes urbanos, muitas vezes ajudando a embelezar e valorizar as ruas. É uma forma de arte democrática, disponível para a apreciação de todos os cidadãos, com o potencial de popularizar, de forma acessível, o desfrutar da arte. Longe de ser um problema urbano, o grafite é uma prática que ajuda a humanizar e sensibilizar as massas. E mesmo que a opinião sobre o grafite não seja consensual, ele tem o poder de estimular o debate, a crítica, o pensamento sobre a arte e o refinamento estético.

 

A partir dos anos 2000, entretanto, o grafite passou a ser gradualmente assimilado como uma manifestação artística original e legítima. A sociedade passou a compreender melhor o seu potencial de comunicar ideias, denunciar problemas sociais e expressar a insatisfação de grupos marginalizados. A prática se tornou objeto de estudo dos acadêmicos e grafiteiros de renome passaram a ser convidados para integrar exposições de arte em museus e galerias. Paralelamente ao desenvolvimento de um mercado associando o grafite ao design comercial, também foram criadas oficinas de grafite e projetos que possibilitaram o seu uso como ferramenta educacional, para comunicação de ideias e valores, associada à inclusão social e à introdução no universo da arte. Acredito que a tendência de assimilação e aceitação do grafite como fazer artístico deve aumentar de forma considerável no futuro próximo, em função da crescente valorização dos saberes legados da contracultura e dos grupos marginalizados no passado.            Texto produzido pela equipe pedagógica, especificamente, para este material.

 

Você concorda com as ideias do autor sobre o grafite? Justifique sua resposta, apontando argumentos do texto com os quais você concorda ou discorda.

 

Sim, concordo com as ideias apresentadas pelo autor sobre o grafite, principalmente no que diz respeito ao seu papel como manifestação artística legítima e relevante para a sociedade. Abaixo, justifico minha posição com base nos argumentos do texto:

  1. Arte Democrática e Acessível: O autor destaca que o grafite é uma forma de arte democrática, disponível para todos nas ruas e espaços públicos, o que possibilita um acesso mais amplo à apreciação artística. Concordo com essa visão, pois a arte urbana rompe com a exclusividade dos museus e galerias, alcançando um público diverso e promovendo a inclusão cultural.
  2. Valorização Estética do Espaço Urbano: Discordo dos que classificam o grafite como poluição visual. Como o texto argumenta, os murais e painéis coloridos têm o poder de transformar o ambiente urbano, muitas vezes monocromático e cinza, em algo mais vibrante e acolhedor. Isso humaniza as cidades e melhora a relação das pessoas com os espaços em que vivem.
  3. Potencial Educacional e de Inclusão Social: Concordo também com o autor sobre o uso do grafite em projetos educacionais e inclusivos. Oficinas de grafite e iniciativas que utilizam essa expressão artística como ferramenta para promover inclusão social são exemplos de como a arte urbana pode ir além da estética e contribuir para a formação de jovens e a conscientização social.
  4. Denúncia e Reflexão: O autor aponta que o grafite tem o poder de comunicar ideias, denunciar problemas sociais e dar voz a grupos marginalizados. Esse aspecto do grafite o torna não apenas arte, mas também um instrumento de crítica e transformação social. É um meio de estimular o debate e promover a reflexão sobre temas importantes.

Portanto, acredito que o grafite, longe de ser um problema urbano, desempenha um papel crucial na valorização cultural, social e estética das cidades, contribuindo tanto para a democratização da arte quanto para o desenvolvimento da consciência social

 

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