Agora, leia o artigo de opinião a seguir e converse
com seus colegas sobre as ideias do autor.
O valor da arte urbana
Considerado uma das manifestações mais comuns da arte
urbana, o grafite se desenvolveu a partir dos anos sessenta, estando fortemente
vinculado às tribos urbanas e aos movimentos de contracultura e transgressão,
em especial ao hip-hop. A natureza dessa arte e suas temáticas abordadas são
extremamente variadas. Podem aludir a problemas sociais e políticos, podem ter
caráter informativo, satírico ou contestatório ou podem ser meras expressões
artísticas desvinculadas de referências. O grafite se desenvolveu de forma
intensa no Brasil, que se tornou uma referência nessa prática de arte urbana.
Não obstante sua popularidade, essa expressão
artística foi, por muito tempo, desvalorizada, sendo relegada à condição de
vandalismo, crime, contravenção ou de mera poluição visual. A estigmatização do
grafite está diretamente ligada à sua origem desvinculada dos cânones
artísticos e à sua associação com grupos e segmentos da sociedade que são alvos
de discriminação e desvalorização. As grandes metrópoles encaravam o grafite como
um "problema urbano" e estabeleceram, algumas vezes, estratégias para
tentar coibir a sua prática, não raramente apelando para a criminalização dos
movimentos de contracultura que o praticavam.
O argumento de que o grafite é uma forma de poluição
visual e de degradação urbana é bastante questionável. Ao contrário do que
dizem os detratores dessa manifestação artística, os murais e painéis coloridos
ajudam a quebrar a monotonia do cinza que predomina os ambientes urbanos,
muitas vezes ajudando a embelezar e valorizar as ruas. É uma forma de arte
democrática, disponível para a apreciação de todos os cidadãos, com o potencial
de popularizar, de forma acessível, o desfrutar da arte. Longe de ser um
problema urbano, o grafite é uma prática que ajuda a humanizar e sensibilizar
as massas. E mesmo que a opinião sobre o grafite não seja consensual, ele tem o
poder de estimular o debate, a crítica, o pensamento sobre a arte e o
refinamento estético.
A partir dos anos 2000, entretanto, o grafite passou a
ser gradualmente assimilado como uma manifestação artística original e
legítima. A sociedade passou a compreender melhor o seu potencial de comunicar
ideias, denunciar problemas sociais e expressar a insatisfação de grupos
marginalizados. A prática se tornou objeto de estudo dos acadêmicos e
grafiteiros de renome passaram a ser convidados para integrar exposições de
arte em museus e galerias. Paralelamente ao desenvolvimento de um mercado
associando o grafite ao design comercial, também foram criadas oficinas de
grafite e projetos que possibilitaram o seu uso como ferramenta educacional,
para comunicação de ideias e valores, associada à inclusão social e à
introdução no universo da arte. Acredito que a tendência de assimilação e
aceitação do grafite como fazer artístico deve aumentar de forma considerável
no futuro próximo, em função da crescente valorização dos saberes legados da
contracultura e dos grupos marginalizados no passado. Texto
produzido pela equipe pedagógica, especificamente, para este material.
Você concorda com as ideias do autor sobre o grafite?
Justifique sua resposta, apontando argumentos do texto com os quais você
concorda ou discorda.
Sim, concordo com as ideias apresentadas pelo autor
sobre o grafite, principalmente no que diz respeito ao seu papel como
manifestação artística legítima e relevante para a sociedade. Abaixo, justifico
minha posição com base nos argumentos do texto:
- Arte
Democrática e Acessível: O autor destaca que o grafite é uma
forma de arte democrática, disponível para todos nas ruas e espaços
públicos, o que possibilita um acesso mais amplo à apreciação artística.
Concordo com essa visão, pois a arte urbana rompe com a exclusividade dos
museus e galerias, alcançando um público diverso e promovendo a inclusão
cultural.
- Valorização
Estética do Espaço Urbano: Discordo dos que classificam o grafite
como poluição visual. Como o texto argumenta, os murais e painéis
coloridos têm o poder de transformar o ambiente urbano, muitas vezes
monocromático e cinza, em algo mais vibrante e acolhedor. Isso humaniza as
cidades e melhora a relação das pessoas com os espaços em que vivem.
- Potencial
Educacional e de Inclusão Social: Concordo também com o autor sobre o uso
do grafite em projetos educacionais e inclusivos. Oficinas de grafite e
iniciativas que utilizam essa expressão artística como ferramenta para
promover inclusão social são exemplos de como a arte urbana pode ir além
da estética e contribuir para a formação de jovens e a conscientização
social.
- Denúncia
e Reflexão: O
autor aponta que o grafite tem o poder de comunicar ideias, denunciar
problemas sociais e dar voz a grupos marginalizados. Esse aspecto do
grafite o torna não apenas arte, mas também um instrumento de crítica e
transformação social. É um meio de estimular o debate e promover a
reflexão sobre temas importantes.
Portanto, acredito que o grafite, longe de ser um
problema urbano, desempenha um papel crucial na valorização cultural, social e
estética das cidades, contribuindo tanto para a democratização da arte quanto
para o desenvolvimento da consciência social
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