Descrição Objetiva
A Stanza dell’Incendio di Borgo é uma das célebres salas decoradas por Rafael Sanzio nos Museus Vaticanos. Pintada entre 1514 e 1517, a sala apresenta um conjunto de afrescos que narram episódios históricos relacionados aos papas Leão III e Leão IV. O nome da sala deriva do afresco principal, "O Incêndio do Borgo", que retrata um evento milagroso ocorrido durante o pontificado de Leão IV, quando um incêndio devastador foi supostamente extinto pela benção papal.
Características principais:
- Localização: Museus Vaticanos, Cidade do Vaticano.
- Técnica: Afrescos.
- Período: Renascimento.
- Autor principal: Rafael Sanzio, com colaboração de seus assistentes.
- Temas: Históricos, religiosos, e com forte componente propagandístico.
- Estilo: Combinação do classicismo com a narrativa histórica, característica da alta Renascença.
Descrição Subjetiva
A Stanza dell’Incendio di Borgo é mais do que uma simples sequência de pinturas históricas. É uma celebração da figura papal, uma demonstração do poder da fé e uma ode à beleza da arte renascentista. Ao adentrar a sala, o espectador é imerso em um universo de cores vibrantes, figuras imponentes e paisagens detalhadas. A narrativa épica dos afrescos, aliada à maestria técnica de Rafael, cria uma atmosfera de grandiosidade e solenidade.
Impressões subjetivas:
- Harmonia e equilíbrio: As composições são ricas em detalhes, mas mantém uma harmonia visual que conduz o olhar do espectador.
- Expressão emocional: As figuras retratadas transmitem uma ampla gama de emoções, desde o terror diante do fogo até a serenidade da fé.
- Luz e sombra: O uso magistral da luz e da sombra confere profundidade e realismo às cenas.
- Beleza clássica: A influência da arte clássica é evidente na idealização das formas e na composição dos grupos figurais.
- Propaganda papal: A sala funciona como uma poderosa ferramenta de propaganda, exaltando a figura do papa e legitimando o poder da Igreja.
Em resumo, a Stanza dell’Incendio di Borgo é uma obra-prima da arte renascentista que continua a encantar e inspirar visitantes de todo o mundo. Sua beleza, complexidade e significado histórico a tornam um dos tesouros mais preciosos dos Museus Vaticanos.
Análise Iconográfica dos Afrescos da Stanza dell'Incendio di Borgo
Uma análise iconográfica detalhada da Stanza dell'Incendio di Borgo revelaria um rico universo de simbolismos e referências históricas, cuidadosamente escolhidos por Rafael para exaltar a figura papal e fortalecer o poder da Igreja. Cada afresco dessa sala conta uma história, e cada detalhe possui um significado específico.
Afresco principal: O Incêndio do Borgo
- O milagre: O ponto central da narrativa é o milagre realizado pelo Papa Leão IV, que, através de sua bênção, extingue o devastador incêndio que assola o bairro romano do Borgo. Essa representação miraculosa reforça o poder divino atribuído ao papado.
- A composição: A cena é dividida em três planos: o primeiro plano, com o caos do incêndio e as pessoas fugindo; o plano médio, com a figura do papa bendizendo; e o plano de fundo, com a Basílica de São Pedro. Essa organização espacial enfatiza a importância do evento e a intervenção divina.
- Simbolismo: A presença da Basílica de São Pedro, centro do cristianismo, reforça a ligação entre o poder temporal e o poder espiritual. A figura do papa, representado como um líder carismático e protetor, consolida sua posição como intermediário entre Deus e os homens.
Outros afrescos:
- A Batalha de Óstia: Nesse afresco, o Papa Leão IV é representado como um grande estrategista militar, liderando suas tropas para a vitória. A representação do papa como um guerreiro reforça sua imagem de defensor da fé e do Estado Papal.
- O Juramento de Leão III: Aqui, o foco está na coroação de Carlos Magno por Leão III. A cena celebra a aliança entre a Igreja e o Império Carolíngio, um momento crucial na história da Europa.
- A Coroação de Carlos Magno: Nesse afresco, a ênfase está na solenidade da cerimônia e na importância do papado na legitimação do poder imperial.
Elementos iconográficos recorrentes:
- Figuras idealizadas: As figuras representadas nos afrescos são idealizadas, com traços clássicos e expressões nobres. Essa idealização busca transmitir a ideia de que os personagens retratados são exemplos de virtude e perfeição.
- Paisagens detalhadas: As paisagens são ricamente detalhadas e desempenham um papel importante na composição das cenas. Elas servem como pano de fundo para as ações dos personagens e contribuem para a criação de uma atmosfera realista e envolvente.
- Simbolismo religioso: A iconografia religiosa é abundante nos afrescos, com a presença de símbolos como a cruz, a mitra papal e os santos. Esses elementos reforçam a natureza religiosa das histórias representadas.
Após ler os cinco textos abaixo,
faça a descrição objetiva e a subjetiva:
SUGESTÃO: Ao ler, colorir de amarelo as
descrições objetivas (baseada no que você vê) e de verde a descrição subjetiva( impressões) e depois
faça o seu texto.
Texto 1-O Fogo
em Borgo conta a história do incêndio que eclodiu em 847 em torno da
basílica de San Pietro(o " Borgo ")., que o
Papa Leão IV teria milagrosamente extinguido com o simples gesto do sinal da
cruz.
O Papa é
colocado nos andares inferiores, de frente para a janela de um palácio.
O
lado esquerdo, com um templo em ruínas mostra através de um arco um edifício em
chamas com o telhado agora aberto. Um homem nu desce da parede com a tensão
muscular do esforço evidente, enquanto uma mulher dá a um homem um bebê com
panos; mais tarde reconhecemos Enea carregando seu
pai Anchise e seu filho Ascanio em suas costas . Atrás deles,
a mulher vestida de amarelo, Creusa ,a abóbada da Capela Sistina .
À
direita, um grupo de mulheres, se esforça para trazer recipientes cheios de
água para domar as chamas na Basílica
Mais
à esquerda, você pode ver a fachada da antiga basílica do Vaticano , decorada com
mosaicos. O vazio central e o conjunto de gestos conseguem fazer convergir o
olhar do espectador para a figura do pontífice, por menor que seja a comparação
com o primeiro andar.
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Texto 2- A obra faz
referências à antiguidade clássica, à arquitetura medieval e aos temas em uso
pelos artistas da época. O artista mostra, no afresco em questão, uma fração da
Roma antiga, desfeita durante o século XVI: a fachada original da Basílica de
São Pedro, com seus mosaicos sobre fundo dourado e janelas de arcos
românicos. São vistos também as colunas antigas de escuro mármore
africano com capitéis jônicos e colunas brancas com capitéis coríntios,
pintadas com rachaduras e fraturas, como ruínas do passado de Roma.
O Papa, de sua janela, abençoa a multidão
aflita. Há um grupo atrás dele e outro ajoelhado debaixo de sua janela, e mais
outro um pouco mais distante, numa galeria, em primeiro plano, que tenta
desesperadamente apagar o fogo. Uma mulher de amarelo, com os dois braços
levantados, tendo as costas voltadas para o observador, parece pedir socorro ao
Papa. À esquerda, correndo das labaredas do fogo, um jovem carrega um velho às
costas, atrás dele vem uma senhora idosa e à sua esquerda uma criança, provavelmente
membros de uma mesma família. No centro, uma mulher, sentada, abraça o seu
bebê, enquanto duas outras mães zelam por suas crianças. À direita, as pessoas
portam vasilhames com água, tentando apagar o fogo. Um jovem nu é visto
descendo de um muro, enquanto uma mãe entrega a outrem o seu bebê
recém-nascido, no intuito de salvá-lo.
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Texto 3-O "Incendio di Borgo"
("Incêndio de Borgo" de 1514) ilustra a história do incêndio que
ocorreu em 847 no Borgo, uma dos "bairros" de Roma localizado em
frente à antiga Basílica de São Pedro, que foi apagado pelo Papa Leão IV apenas
com sua bênção dada de dentro da Loggia delle Benedizione (no centro da
cena ao fundo), salvando a população e a Basílica. À esquerda vemos um
templo em chamas e à direita um grupo de mulheres que carregam vasilhames com
água para conter as chamas.
A cena que nos preocupa aqui representa
um milagre que ocorreu na cidade romana : um incêndio catastrófico estourou
no bairro romano central de Borgo, sua magnitude era tal que varreu rapidamente
os edifícios do bairro sem que ninguém pudesse fazer nada por isso. Foi então
que o Papa IV terminou o fogo fazendo o sinal da cruz.
Rafael e sua oficina têm planos
diferentes para estabelecer a composição do afresco : em primeiro plano, os
habitantes do bairro tentam conter o fogo, enquanto a angústia e o
desespero tomam conta de mulheres e crianças que fogem aterrorizadas. Também
neste close, Rafael deu um aceno ocasional aos temas da antiguidade clássica,
por exemplo, vemos as figuras de um jovem que carrega um pai idoso. Essa
cena se referiria ao voo de Enéias de Tróia e igualaria as duas cidades. Além
disso, muitos elementos arquitetônicos classicistas são colocados na composição
de acordo com o gosto da época.
No fundo, uma grande
multidão de cidadãos corre desesperadamente pedindo ajuda para a Basílica de
São Pedro buscando intervenção divina. O edifício corresponde à antiga basílica
de origem paleocristã que pouco se assemelhava à galante construção que hoje
coroa a Praça de São Pedro. Ali, sob uma janela do tipo sérvio - devemos
enfatizar a importância que a arquitetura tem nas obras de Rafael - a figura do
pontífice parece ajudar o povo.
Domina cromaticamente as cores da terra : ocre, amarelo, terra ... aparecem em toda a composição. O desenho goza de grande importância, não em vão
estamos em Roma, onde a linha ainda goza de destaque sobre a cor. A luz é
clara e transparente e se espalha de maneira homogênea pelo espaço.
A agonia dos personagens, as posturas distorcidas e forçadas e a esbelteza
dos corpos afastam-se da calma e harmonia a que Rafael nos acostumou, de fato o
trabalho já anuncia muitas das ideias estéticas que subsequentemente se
desenvolvem durante o maneirismo. .
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Texto
4-O Fogo em Borgo
conta a história do incêndio que eclodiu em 847 em torno da basílica de San
Pietro, que o Papa Leão IV teria milagrosamente extinguido com o simples gesto
do sinal da cruz. O Papa é
colocado nos andares inferiores, de frente para a janela de um palácio com
arquitetura Bramante
Mais à esquerda, na área central e sempre no
segundo andar, está a antiga fachada de San Pietro, a do período
constantiniano; no topo dos
degraus em frente ao edifício estão reunidos
vários fiéis, provavelmente em oração. Em primeiro plano estão os fugitivos: Enéias, com seu filho Ascanio ao
lado dele, carrega o velho ancião nos ombros. A colunata em estilo coríntio lembra a do templo de Marte Ultore.
Aqui Raphael sabia perfe itamente como integrar o sólido plasticismo e
a anatomia dinâmica das figuras de Michelangelo (ignudi della Sistina) com a antiga
estatuária, num conjunto de elementos sintonizados com um elevado sentido de
monumentalidade equilibrada.
A cena mostra a milagrosa extinção do fogo que
irrompeu na aldeia graças à intervenção de Leão
IV .
À esquerda, há também a citação educada de Enea carregando seu pai Anchises em seus ombros, ao lado de seu filho Ascanio e sua
enfermeira Caieta : alusão aos interesses literários do papa.
Um terrível
incêndio irrompeu no bairro em frente à antiga basílica
de San Pietro (o " Borgo
"). Leão IV , dando solene
bênção da Loja das Bênçãos, milagrosamente apagou o fogo, salvando a população
e a basílica [2] .
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Texto 5-
Em 847 um terrível incêndio irrompeu no bairro em frente
à antiga basílica de San Pietro (o " Borgo "). Leão
IV , dando solene bênção da Loja
das Bênçãos, milagrosamente apagou o fogo, salvando a população e a basílica [2] .
A história caiu em um cenário clássico, povoado por
figuras heróicas que são influenciadas pela influência de Michelangelo , com veias literárias, aludindo à queima de Tróia da memória virgiliana, e políticas, aludindo ao
papel pacificador do papa entre o flare da surtos de guerra entre as potências
cristãs [2] . A reencenação da Eneida foi também um pretexto para celebrar a história
de Roma na sua
dimensão mais heróica [3] .
Dois grupos de arquiteturas atuam como asas
laterais, extremamente dinâmicas, enquanto no centro um corte à distância
revela a figura do pontífice, de serenidade despreocupada devido à consciência
de sua infalibilidade [2] .
O lado esquerdo, com um templo em ruínas que lembra
a colunata coríntia do templo
de Dioscuri , mostra
através de um arco um edifício em chamas com o telhado agora aberto. Um homem
nu desce da parede com a tensão muscular do esforço evidente, enquanto uma
mulher dá a um homem um bebê com panos; mais tarde reconhecemos Enea carregando seu pai Anchise e seu filho Ascanio em suas costas [2] . Atrás deles, a mulher vestida de amarelo, Creusa , lembra vagamente a Sybilla
Sibyl de Michelangelo na abóbada
da Capela Sistina .
À direita, um grupo de mulheres, se esforça para
trazer recipientes cheios de água para domar as chamas em um templo iônico , que lembra o
de Saturno [2] .
No meio de uma série de mulheres com filhos se
volta para o pontífice, que tem vista para uma arquitetura bramante com cantaria. Mais à esquerda, você pode ver a
fachada da antiga
basílica do Vaticano , decorada
com mosaicos. O vazio central e o conjunto de gestos conseguem fazer convergir
o olhar do espectador para a figura do pontífice, por menor que seja a
comparação com o primeiro andar. Esse esquema foi amplamente adotado pelos
classicistas do século XVII [2] .
Citações aprendidas e procuradas, tiradas do
classicismo e da modernidade, representam bem o ambiente evocado pelos
escritores da corte de Leão X.
Da beleza harmoniosa da Stanza
della Segnatura passou agora
para um estilo mais ousado e não homogêneo, com uma composição mais
intensamente cenográfica, sem uma organização estrutural articulada dos
edifícios, que parecem ser cenas teatrais ou aparelhos efêmeros preparados
durante as férias (o O próprio Raffaello encarregou-se diretamente do design do
cenário). Strong é o componente experimental e foi comparado por alguns, em seu
desenho sobre os repertórios de Urbino, Úmbria, Florentino e Veneziano, ao
processo que naqueles mesmos anos envolveu os escritores sobre a escolha da
linguagem. De fato, Rafael estava retrabalhando as linguagens de seus
antecessores para dar origem ao classicismo que influenciou as gerações seguintes [2] .
Descrição Objetiva:
A pintura "Stanza dell’Incendio di Borgo" de Rafael mostra uma cena do incêndio de Borgo de 847, com o Papa Leão IV em uma janela do palácio, abençoando a multidão aflita. À esquerda, há um templo em ruínas e um edifício em chamas, com um homem nu descendo de uma parede com tensão muscular. Uma mulher entrega um bebê a um homem, enquanto Enéias carrega seu pai Anchises e seu filho Ascanio. À direita, mulheres tentam apagar as chamas trazendo vasilhames de água. A cena é preenchida com figuras dinâmicas, como a figura do pontífice, que está no centro da composição. O fundo apresenta uma arquitetura que remete ao classicismo, com colunas jônicas e coríntias e uma fachada da Basílica de São Pedro, decorada com mosaicos. O céu é claro, e a luz é uniforme, irradiando de maneira homogênea sobre as figuras e o espaço.
Descrição Subjetiva:
A pintura transmite uma sensação de caos e desespero no início, com as figuras em ação, correndo ou tentando salvar os outros, especialmente nas mulheres que carregam água e nas figuras tentando escapar do fogo. A tensão é palpável, com as posturas dos personagens mostrando agonia e esforço. No entanto, a presença do Papa Leão IV, que abençoa a cena, traz uma sensação de serenidade e poder, quase como uma intervenção divina que traz esperança. A representação de Enéias com seu pai e filho evoca uma ligação com a mitologia clássica e transmite um sentido de heroísmo e sacrifício familiar. A fusão entre o passado clássico e o cenário contemporâneo de Rafael cria uma sensação de continuidade e de grandeza. A composição, apesar do drama representado, exibe uma harmonia estrutural, com a figura do pontífice sendo o ponto de convergência do olhar, simbolizando uma fonte de força e orientação no meio do caos. O uso da luz e das cores terrosas reforça a sensação de realismo e equilíbrio entre a dor do incêndio e a promessa de salvação.
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