terça-feira, 12 de novembro de 2024

"A Carta" de Mia Couto PERGUNTAS COM RESPOSTAS

 

·         LEIA:    Contos de Mia Couto, nascido António Emílio Leite Couto (Beira, 5 de Julho de 1955), é um biólogo e escritor moçambicano.[1]

Biografia-Filho de portugueses[2] que emigraram a Moçambique em meados do século XX, Mia nasceu e foi escolarizado na Beira. Com catorze anos de idade, teve alguns poemas publicados no jornal Notícias da Beira e três anos depois, em 1971, mudou-se para a cidade capital de Lourenço Marques (agora Maputo). Iniciou os estudos universitários em medicina, mas abandonou esta área no princípio do terceiro ano, passando a exercer a profissão de jornalista depois do 25 de Abril de 1974. Trabalhou na Tribuna até à destruição das suas instalações em Setembro de 1975, por colonos que se opunham à independência. Foi nomeado diretor da Agência de Informação de Moçambique (AIM) e formou ligações de correspondentes entre as províncias moçambicanas durante o tempo da guerra de libertação. A seguir trabalhou como diretor da revista Tempo até 1981 e continuou a carreira no jornal Notícias até 1985. Em 1983, publicou o seu primeiro livro de poesia, Raiz de Orvalho, que inclui poemas contra a propaganda marxista militante[3]. Dois anos depois, demitiu-se da posição de diretor para continuar os estudos universitários na área de biologia.

Além de ser considerado um dos escritores mais importantes de Moçambique, é o escritor moçambicano mais traduzido. Em muitas das suas obras, Mia Couto tenta recriar a língua portuguesa com uma influência moçambicana, utilizando o léxico de várias regiões do país e produzindo um novo modelo de narrativa africana. Terra Sonâmbula, o seu primeiro romance, publicado em 1992, ganhou o Prémio Nacional de Ficção da Associação dos Escritores Moçambicanos em 1995 e foi considerado um dos doze melhores livros africanos do século XX por um júri criado pela Feira do Livro do Zimbabué. Em 2007, foi entrevistado pela revista Isto É[4]. Foi fundador de uma empresa de estudos ambientais da qual é colaborador[5].

Mia Couto, pseudônimo de António Emílio Leite Couto, nasceu a 5 de Julho de 1955 na Beira, Moçambique.
Terá encontrado no seu meio familiar um ambiente cultural e intelectual favorável ao seu desenvolvimento enquanto escritor. Muito cedo, aos catorze anos, publicou os seus primeiros poemas num jornal. Profissionalmente já foi professor, jornalista e biólogo.
Enquanto escritor, Mia Couto possui uma obra reconhecida internacionalmente que foi já adaptada ao cinema e ao teatro e está representada em várias antologias, tendo sido também objeto de vários estudos. A sua escrita espelha um maravilhoso universo ficcional, intensamente ligado à cultura e imaginário moçambicanos e aos mitos rurais e urbanos que, sustentados em formas de arte verbal da oralidade popular, tornam a sua escrita única e fazem deste escritor um contador de histórias único.

FALE SOBRE A BIOGRAFIA DE MIA COUTO:USE PARÁGRAFOS)- SEMPRE UTILIZE A IDEIA DADA ABAIXO: 

_______________NASCEU EM ____________________NO ANO DE __________________.

PUBLICOU SEU PRIMEIRO LIVRO EM ____________ENTITULADO _________________________________.

É CONSIDERADO UM ____________________________________________________________________.

GANHOU O PRÊMIO______________________________________________________________________.

ENCONTROU EM SEU MEIO FAMILIAR _______________________________________________________.

FOI JORNALISTA E ____________________________ .

SUAS OBRAS SÃO SOBRE______________________________________________________________________

 Mia Couto - Biografia

Mia Couto nasceu em Beira, Moçambique, no ano de 1955.

Publicou seu primeiro livro em 1983, intitulado "Raiz de Orvalho", uma obra de poesia.

É considerado um dos escritores mais importantes de Moçambique e um dos mais reconhecidos escritores africanos contemporâneos. Sua escrita é notável pela recriação da língua portuguesa, influenciada pela cultura e pela oralidade moçambicana.

Ganhou o Prêmio Camões em 2013, considerado o mais prestigioso prêmio literário da língua portuguesa, como reconhecimento de sua contribuição para a literatura.

Encontrou em seu meio familiar um ambiente cultural e intelectual favorável ao seu desenvolvimento, onde o amor pela leitura e pela escrita foi estimulado desde cedo. Seus pais, portugueses, criaram-no em um contexto que mesclava culturas moçambicana e europeia.

Foi jornalista e biólogo, tendo atuado como diretor de vários meios de comunicação em Moçambique e também como funcionário em uma empresa de estudos ambientais.

Suas obras são sobre a cultura moçambicana, mitos e lendas, e os impactos sociais e políticos da guerra e da pós-independência, abordando temas como a identidade, a memória, a dor e a esperança.

 LEIA: 

Mia Couto                   A CARTA
            A velha dobrou as pernas como se dobrasse os séculos. Ela sofria doença do chão, mais e de mais se deixando nos caídos. Amparava-se em poeiras, seria para se acostumar à cova, na subfície do mundo?
            - Me leia a carta. Me entregava o papel marrotado, dobrado em mil sujidades. Era a Carta de seu filho, Ezequiel. Ele se longeara, de farda, cabelo no zero. A carta, ele a enviara fazia anos muito coçados. Sempre era a mesma, já eu lhe conhecia de memória, vírgula a vírgula.
            - Outra vez, mamã Cacilda?
            - Sim, maistravez.
            Sentei o papel sob os olhos, fingi acarinhar o desenho das letras. Quase nem se viam, suadas que estavam. Dormiam sob o lenço de Cacilda, desde que chegara a guerra. Essas letras cheiram a pólvora, me rodilham o coração. Era o dito da velha.
            Agora, passados os tempos, aquele papel era a única prova do seu Ezequiel. Parecia que só pelo escrito, sempre mais desbotado, seu filho acedia à existencia. Nas primeiras vezes eu até me procedia à leitura, traduzindo a autêntica versão do pequeno soldado. Eram letras incertinhas, pareciam crianças saindo da formatura. Juntavam-se ali mais erros que palavras. O recheio nem era maior que o formato.
            Porque naquela escrita não havia nem linha de ternura. O soldado aprendera a guerra desaprendendo o amor? Em Ezequiel, morrera o filho para nascer o tropeiro? Nas primeiras leituras, meu coração muito se apertava em inventadas dedicatórias aquela mãe. Enquanto lia, eu espreitava o rosto da idosa senhora, tentando escutar uma ruga de tristeza. Nada. A velha se imovia, como se tivesse saudade da morte. Seus olhos não mencionavam nenhuma dor. Eu tentava um alivio, desculpar o menino que não sobrevivera à farda. Nem se entristenha, mamã Cacilda. Também, maneira como carregaram esse menino para a tropa! Sem camisa, sem mala, sem notícia. Atirado para os fundos do camião como se faz às encomendas sem endereço.
           - Entenda, mamã Cacilda.
           Mas ela já dormia, deitada em antiquíssima sombra. Ou mentia que Dormia, debruçada na varanda da alma? Fingia, a velha. Como o rio, num açude, se disfarça de lagoa. Depois, ela regressava às pálpebras, me apressava.
           - Continua. Por que paraste?
           Já não restava nada que ler. Era só o gorduroso gatafunho, despedida Sem nenhum beijo. Pode a carta de um saudoso filho terminar assim «unidade, trabalho, vigilância»? Mas a velha insistia, cismalhava. Eu que lesse, toda a gente sabe, as letras igualam as estrelas mesmo poucas são infinitas. Eu lhe fosse paciente, pobre mãe, sem nenhuma escola. Foi então que passei a alongar aquela tinta, amolecendo as reais palavras. Inventava. Em cada leitura, uma nova carta surgia da velha missiva.
           E o Ezequiel, em minha imagináutica, ganhava os infindos modos de ser filho, homem com méritos para permanecer menino. Cacilda escutava num embalo, houvessem em minha voz ondas de um sepultado mar. Ela embarcava de visita a seu filho, tudo se passando na bondade de uma mentira. Diz-se na própria doideira dos vamos loucurando. Até, um dia, me trouxeram notícia. Ezequiel perdera, para sempre, a existencia. Ele se desfechara em incógnitos matos, vitima dos bandos. A mãe nem suspeitava. Perguntei desconhecia-se o paradeiro dela. Ficasse eu atribuido de lhe entregar o escuro anúncio. Esperei. Nesse fim de tardinha, porém, mamã Cacilda não compareceu em minha casa. Assustei adivinhara ela o destino do Ezequiel? Quem conhece os poderes de uma mãe em exercicio de saudade? Decidi ir ao seu lugar. Parti ainda restavam manchas do poente. Cacilda cozinhava uns míseros grãos, ementa de passarinho.
           - Senta, meu filho, fica servido, não custa dividir pobrezas.
           Fui ficando, me compondo de coragem. Como podia eu deflagrar aquele luto? Comemos. Melhor fingimos comer. Faz conta é uma refeição, meu filho. Faz conta. Modo que eu vivo, fazendo de conta.
           - E agora, diz porque vieste nesta minha casa?
Olhei o chão, o mundo escapava pelo fundo. Ela venceu o silêncio.
           - Me vens ler o meu filho?
           Acenei que sim. Aceitei o velho papel mas demorei a começar. Eu queria acertar os meus tons, evitando o emergir de alguma tremura. Finalmente, atravessei a escrita, ao avesso da verdade. Trouxe as novas do filho, seus consecutivos heroísmos. Ele, o mais bravo, mais bondoso, mais único. Como sempre, a mãe escutou em qualificado silêncio. Às vezes, no colorir de um parágrafo, ela sorria sempre igual, esse meu filho. Eu me parabendizia, cumprida a missão do fingimento. Me despedi, quase em alívio. Foi então, em derradeiro relance, que eu vi a velha mãe lançava a carta sobre a fogueira. Ao meu virar, ela emendou o gesto. O papel demorou um instante a ser mastigado pelo fogo. Nesse brevíssimo segundo, eu anotei a lágrima pingando sobre a esteira. Ela fingiu tirar um fumo do rosto, fez conta que metia a carta sob o lenço. Me voltei a despedir, fazendo de conta que aquele adeus era igual aos todos que já lhe concedera.

1.Grife  no texto os elementos da narrativa: personagem, tempo, espaço, enredo, clímax, foco narrativo.

 1. Elementos da narrativa:

  • Personagens: A velha (mamã Cacilda), o narrador (personagem que lê a carta), Ezequiel (filho de mamã Cacilda).
  • Tempo: O tempo da narrativa não é exatamente especificado, mas pode-se inferir que se passa em um período pós-guerra, com referência a uma longa espera pelas cartas de Ezequiel e à memória dos tempos de guerra.
  • Espaço: A casa de mamã Cacilda, com o ambiente descrito como humilde e marcado pela dor e pela memória da guerra.
  • Enredo: O narrador lê para a velha a carta de seu filho, Ezequiel, um soldado que se afastou, e que, na visão da mãe, nunca morre. O enredo se concentra nas diferentes leituras feitas pela velha e no relacionamento simbólico com a carta.
  • Clímax: O clímax ocorre quando a velha, após ouvir mais uma versão da carta, que o narrador inventa para ela, finalmente a queima. A lágrima que cai simboliza a dor de um luto silencioso e irreconhecível.
  • Foco narrativo: O foco narrativo é em primeira pessoa, com o narrador contando a história de sua interação com a velha.

2. Advérbios de lugar e tempo:

  • Advérbios de lugar: "lá", "aqui", "em minha casa", "no fundo", "na varanda", "em sua casa".
  • Advérbios de tempo: "já", "faz anos", "primeiras vezes", "agora", "passados os tempos", "sempre", "depois", "finalmente".

3.      Dê sua  opinião  sobre o conto lido:    (USE O ESQUEMA ABAIXO, SEMPRE QUE FOR PEDIDO OPINIÃO )

Primeiro parágrafo

-  Pode começar com uma dessas expressões: Creio que...- Na minha opinião...- No meu ponto de vista...- Na minha perspectiva...- Considero que...- Diria que... , “penso que”, “acho que”, “pessoalmente”, “no meu ponto de vista” , “indubitavelmente”, ”realmente”, “com  certeza”, “parece-me que”, “provavelmente”, “infelizmente”;

     No segundo parágrafo

 

- Fale sobre o tema: “em primeiro lugar (...) em segundo lugar

O  tema é  sobre ________________________ e  achei muito _______________________porque(porque”, “pois”, “por isso”, “embora”, “apesar de”, “para”, “a fim de”, “logo”, “então”;

 

No  terceiro parágrafo

      No último parágrafo:  “conseqüentemente”, “por conseguinte”, “assim”, “então”, “desse modo”; finalmente”,“por um lado (...) por outro lado”

 

                     Na minha opinião o conto é ___________________________________________, pois trata-se de uma situação ___________________________________________________________________ e, além disso,  ________________________________________

                     O tema é  ____________________________________ por isso_________________________

                    

Primeiro parágrafo
Na minha opinião, o conto lido de Mia Couto, A Carta, é uma obra profunda e com um grande impacto emocional. O autor consegue transmitir uma sensação de tristeza e resignação, explorando as complexidades da vida humana em um contexto de guerra e perda. Penso que a escrita de Mia Couto, com sua mistura de realidade e imaginação, proporciona uma reflexão sobre o sofrimento e a esperança que emergem em situações extremas.

Segundo parágrafo
O tema central do conto é sobre a perda, a saudade e a dor das pessoas em tempos de guerra. Achei muito tocante porque, em primeiro lugar, ele retrata a figura da mãe que, mesmo com a ausência de seu filho, continua a esperar notícias dele, mantendo a memória e a esperança. Em segundo lugar, o conto fala sobre a mentira que se torna necessária para manter a paz de espírito de quem sofre. A velha mãe se apega à ilusão, buscando consolo na falsa esperança de que seu filho ainda está vivo.

Terceiro parágrafo
Consequentemente, a narrativa de Mia Couto nos leva a refletir sobre os efeitos da guerra nas pessoas que não participam diretamente dela, mas que são profundamente afetadas por suas consequências. Por um lado, a história é sobre a dor da separação e a dificuldade de aceitar a perda; por outro lado, é também sobre a capacidade humana de se reinventar, mesmo em meio ao sofrimento. Essa ambiguidade da vida, onde o amor e a dor coexistem, torna o conto ainda mais marcante.4o mini

OUTRO TIPO DE OPINIÃO:

Opinião sobre o conto:

Primeiro parágrafo: No meu ponto de vista, o conto "A Carta" é profundamente tocante, pois aborda questões como a dor do luto, a memória e a busca pela verdade em meio ao silêncio da guerra. O tema da guerra é tratado de uma maneira emocionalmente intensa, com a carta sendo um símbolo da comunicação quebrada entre a realidade e a ilusão.

Segundo parágrafo: O tema é sobre a saudade e o luto da mãe em relação ao seu filho, que foi para a guerra e nunca mais voltou. Achei muito comovente, pois a história mostra como a mãe cria uma realidade paralela, acreditando nas palavras da carta, mesmo quando a verdade já está distante. A maneira como o narrador lê a carta para a velha e vai inventando histórias reflete a tentativa de manter viva a memória do filho perdido.

Terceiro parágrafo: Na minha opinião, o conto é emocionante, pois trata-se de uma situação de luto não resolvido e de uma relação mãe-filho marcada pela guerra. Além disso, a ideia de reescrever a história do filho e de criar uma nova versão da carta revela a força da memória e da negação da perda.

O tema é sobre o luto e a dor do desaparecimento, por isso achei que a história transmite uma sensação de desconforto e de impotência diante da morte e do esquecimento.

 

 

Perguntas Dissertativas

  1. Qual é o tema central do conto "A Carta" de Mia Couto?

    • Resposta: O tema central do conto é a dor da perda, a saudade e a ilusão criada por uma mãe que, em meio à guerra, se apega a uma carta que jamais traz boas notícias, mas que ela continua a ler e acreditar. A história aborda também a relação entre a verdade e a mentira, onde a mentira se torna uma forma de consolo para a dor da perda.
  2. Explique o significado do título "A Carta" no contexto da narrativa.

    • Resposta: O título "A Carta" refere-se ao papel que contém as palavras de Ezequiel, filho de mamã Cacilda, que está ausente devido à guerra. Embora a carta simbolize a comunicação entre mãe e filho, ela também se torna um símbolo de esperança e de sofrimento, pois o conteúdo da carta nunca muda e acaba se tornando uma ilusão para a mãe, que a lê repetidamente, buscando consolo nas palavras.
  3. Qual a importância da personagem mamã Cacilda para o desenvolvimento da história?

    • Resposta: Mamã Cacilda é uma personagem central que representa a dor da perda e o apego à memória do filho, que nunca retorna. Sua insistência em ler a carta de seu filho Ezequiel, mesmo sabendo que ela está desbotada e sem novidades, simboliza o sofrimento da saudade. A personagem também ilustra a dificuldade de aceitar a realidade da guerra e a morte, se apegando à ilusão de que o filho ainda está vivo.

Perguntas de Múltipla Escolha

  1. Qual é o motivo da personagem principal continuar lendo a carta, apesar de já conhecê-la de cor?
    a) Porque ela acredita que o filho ainda está vivo.
    b) Porque a carta traz notícias novas sobre o filho.
    c) Porque ela sente que a carta é a única ligação com o filho.
    d) Porque a carta contém promessas de guerra.

    • Resposta correta: c) Porque ela sente que a carta é a única ligação com o filho.
  2. O que a personagem principal faz com a carta no final da história?
    a) Joga a carta fora.
    b) Coloca a carta sob o lenço.
    c) Queima a carta.
    d) Coloca a carta em um lugar seguro.

    • Resposta correta: c) Queima a carta.
  3. O que o narrador observa sobre a velha mamã Cacilda enquanto ela escuta a leitura da carta?
    a) Ela chora ao ouvir as palavras.
    b) Ela fica imperturbável, sem mostrar tristeza.
    c) Ela pede para o narrador parar de ler.
    d) Ela sorri e diz que a carta está mal escrita.

    • Resposta correta: b) Ela fica imperturbável, sem mostrar tristeza.

Perguntas de Verdadeiro ou Falso

  1. A carta que mamã Cacilda recebe de seu filho, Ezequiel, muda sempre que é lida.

    • Resposta: Falso. A carta nunca muda, mas a personagem inventa novas palavras e interpretações para consolar a mãe.
  2. Mamã Cacilda acredita que a carta do filho ainda traz notícias novas, mesmo que o conteúdo seja sempre o mesmo.

    • Resposta: Verdadeiro. A mãe acredita que as palavras da carta continuam sendo uma forma de ligação com o filho, mesmo que a carta nunca traga notícias novas.
  3. O narrador tenta esconder a verdade sobre a morte de Ezequiel de mamã Cacilda.

    • Resposta: Verdadeiro. O narrador omite a verdade para não causar dor a mamã Cacilda, inventando histórias para dar esperança à velha mãe.

Pergunta de Correspondência

  1. Associe as frases abaixo com a sua respectiva interpretação:

a) "A velha se imovia, como se tivesse saudade da morte."
b) "Era o dito da velha."
c) "Agora, passados os tempos, aquele papel era a única prova do seu Ezequiel."

  1. Significa que a mãe não expressa dor, mas sente um vazio existencial.
  2. A carta se tornou um símbolo de saudade e de apego ao passado.
  3. A personagem se apega à carta como a única forma de manter o filho vivo em sua memória.
  • Respostas corretas:
    a) 1.
    b) 2.
    c) 3.

Pergunta de Interpretação

  1. No trecho "As letras cheiram a pólvora, me rodilham o coração", o que o narrador tenta transmitir sobre a carta de Ezequiel?
  • Resposta: O narrador sugere que a carta traz consigo a dor e o trauma da guerra, simbolizados pela "pólvora", e que as palavras da carta têm um efeito emocional profundo sobre a personagem, causando-lhe um "rodilhanço no coração" pela lembrança das atrocidades da guerra.
  1. Qual é o papel da mentira na história?
  • Resposta: A mentira é usada pelo narrador como uma forma de consolo para mamã Cacilda. Ele inventa uma versão mais esperançosa e heroica sobre o filho para aliviar a dor da mãe. A mentira acaba se tornando uma maneira de proteger a mãe da cruel realidade da guerra e da perda.

Análise Crítica

  1. De que maneira o conto "A Carta" critica a guerra e seus efeitos nas pessoas que não participam diretamente dela?
  • Resposta: O conto critica a guerra ao mostrar como ela destrói não só os combatentes, mas também as famílias dos envolvidos, que ficam marcadas pela dor da perda, pela saudade e pela impossibilidade de uma verdadeira comunicação. A guerra não apenas mata, mas também transforma e fragiliza emocionalmente as pessoas ao seu redor, deixando-as presas a ilusões e mentiras para suportar a dor.
  1. Como você interpreta o final do conto, quando a velha queima a carta?
  • Resposta: O ato de queimar a carta pode ser interpretado como uma aceitação da morte de seu filho, embora ela nunca tenha realmente conhecido a verdade sobre o destino dele. A carta, que antes era a única conexão com ele, é finalmente destruída, simbolizando o fim da ilusão e o início do processo de luto e aceitação da realidade. É também uma forma de libertação, tanto para a mãe quanto para o narrador, que finalmente enfrentam a perda de forma mais direta.

Pergunta de Reflexão

  1. Em sua opinião, qual a mensagem principal do conto "A Carta" de Mia Couto?
  • Resposta: A mensagem principal do conto é sobre a dor da perda, a ilusão que às vezes se cria para aliviar o sofrimento e a difícil aceitação da morte. O conto explora como a guerra afeta não só os combatentes, mas também aqueles que ficam esperando, sem saber a verdade, e como a memória e a esperança podem ser consolidadas através de pequenas mentiras que nos ajudam a suportar a dor.

 

 

  1. Quem é o personagem principal no conto "A Carta"?
    a) Ezequiel
    b) O narrador
    c) Mamã Cacilda
    d) O soldado

    Resposta correta: c) Mamã Cacilda


  1. O que caracteriza a carta que mamã Cacilda lê durante o conto?
    a) Está cheia de notícias novas sobre o filho.
    b) O papel está amassado e as palavras estão quase ilegíveis.
    c) Está escrita em uma língua estrangeira.
    d) A carta é uma mensagem de despedida enviada pela mãe.

    Resposta correta: b) O papel está amassado e as palavras estão quase ilegíveis.


  1. Qual é o papel da carta para mamã Cacilda no conto?
    a) A carta traz novas instruções sobre como lidar com a guerra.
    b) A carta é uma forma de manter viva a memória de seu filho.
    c) A carta contém detalhes importantes sobre a guerra.
    d) A carta é usada como um documento oficial do governo.

    Resposta correta: b) A carta é uma forma de manter viva a memória de seu filho.


  1. Por que o narrador lê a carta para mamã Cacilda, mesmo sabendo o que está escrito nela?
    a) Porque ela insiste e acredita que a carta sempre traz notícias novas.
    b) Porque a carta está sendo enviada pela última vez.
    c) Porque o narrador precisa confirmar a morte de Ezequiel.
    d) Porque o narrador está se despedindo de mamã Cacilda.

    Resposta correta: a) Porque ela insiste e acredita que a carta sempre traz notícias novas.


  1. O que o narrador faz quando percebe que mamã Cacilda não reage à leitura da carta?
    a) Ele fica irritado e para de ler a carta.
    b) Ele começa a inventar palavras novas para confortá-la.
    c) Ele desiste de ler e sai da casa dela.
    d) Ele tenta contar a verdade para ela de forma direta.

    Resposta correta: b) Ele começa a inventar palavras novas para confortá-la.


  1. Qual é o sentimento de mamã Cacilda em relação à carta de seu filho, Ezequiel?
    a) Ela está aliviada ao saber que ele está bem.
    b) Ela se desespera porque a carta está envelhecida.
    c) Ela sente uma saudade profunda e acredita que o filho ainda está vivo.
    d) Ela ignora a carta, pois já sabe o que está escrito.

    Resposta correta: c) Ela sente uma saudade profunda e acredita que o filho ainda está vivo.


  1. O que mamã Cacilda faz com a carta no final do conto?
    a) Ela a guarda em um baú para preservá-la.
    b) Ela pede ao narrador para lê-la novamente.
    c) Ela queima a carta, deixando-a se desintegrar.
    d) Ela a envia para o filho, esperando uma resposta.

    Resposta correta: c) Ela queima a carta, deixando-a se desintegrar.


  1. O que a frase "As letras cheiram a pólvora, me rodilham o coração" sugere sobre a carta?
    a) A carta é cheia de amor e carinho.
    b) A carta é um símbolo da dor e do sofrimento causados pela guerra.
    c) A carta contém boas notícias sobre a guerra.
    d) A carta traz esperança e felicidade para mamã Cacilda.

    Resposta correta: b) A carta é um símbolo da dor e do sofrimento causados pela guerra.


  1. Por que o narrador inventa novas palavras ao ler a carta?
    a) Porque ele quer criar uma história mais feliz para mamã Cacilda.
    b) Porque ele não sabe ler direito o conteúdo da carta.
    c) Porque ele quer que a carta tenha um efeito político.
    d) Porque ele deseja enganar mamã Cacilda sobre o destino de seu filho.

    Resposta correta: a) Porque ele quer criar uma história mais feliz para mamã Cacilda.


  1. Qual é o sentimento final que o narrador expressa ao terminar a leitura da carta?
    a) Alívio por ter finalmente contado a verdade para mamã Cacilda.
    b) Tristeza por não poder mais mentir sobre o destino do filho.
    c) Felicidade por ter dado uma nova esperança a mamã Cacilda.
    d) Raiva por ter sido forçado a mentir tantas vezes.

Resposta correta: b) Tristeza por não poder mais mentir sobre o destino do filho.

 

 

Perguntas de Múltipla Escolha

  1. Qual é o principal tema do conto "A Carta"? a) A saudade de uma mãe por seu filho na guerra
    b) A luta pela independência de Moçambique
    c) A correspondência entre soldados
    d) O medo da morte durante a guerra

    Resposta correta: a) A saudade de uma mãe por seu filho na guerra


  1. Como o narrador se sente enquanto lê a carta para mamã Cacilda? a) Ele sente alívio por finalmente contar a verdade.
    b) Ele se sente desconfortável, pois sabe que está mentindo para ela.
    c) Ele está emocionado com a mensagem de amor na carta.
    d) Ele sente raiva de mamã Cacilda por insistir em ouvir a carta.

    Resposta correta: b) Ele se sente desconfortável, pois sabe que está mentindo para ela.


  1. O que simboliza a carta que mamã Cacilda recebe do filho? a) A esperança de uma vida melhor após a guerra.
    b) A promessa de um retorno imediato de seu filho.
    c) A saudade e a dor causadas pela distância e pela guerra.
    d) A prova de que o filho ainda está vivo e bem.

    Resposta correta: c) A saudade e a dor causadas pela distância e pela guerra.


  1. O que o narrador inventa ao ler a carta para mamã Cacilda? a) Ele inventa novas palavras para suavizar a dor dela.
    b) Ele inventa uma história sobre como Ezequiel está bem.
    c) Ele inventa que Ezequiel já está morto, para poupá-la.
    d) Ele inventa um futuro onde Ezequiel retorna com grandes conquistas.

    Resposta correta: a) Ele inventa novas palavras para suavizar a dor dela.


  1. O que acontece no final do conto "A Carta"? a) Mamã Cacilda finalmente recebe uma carta verdadeira de seu filho.
    b) O narrador conta a verdade sobre o destino de Ezequiel.
    c) Mamã Cacilda queima a carta e finge que não houve mais notícias do filho.
    d) O narrador descobre que Ezequiel está vivo e retorna para casa.

    Resposta correta: c) Mamã Cacilda queima a carta e finge que não houve mais notícias do filho.


Pergunta Dissertativa

  1. Comente sobre o papel da mentira no conto "A Carta" de Mia Couto.
    • Resposta sugerida: No conto "A Carta", a mentira desempenha um papel central na interação entre o narrador e mamã Cacilda. O narrador, ao ler a carta para a mãe de Ezequiel, sente-se obrigado a inventar palavras e mensagens para proteger a mãe da dor da realidade. A mentira se torna um mecanismo de defesa emocional, tanto para o narrador quanto para a mãe, que se apega à ilusão de que seu filho está vivo. Isso levanta questões sobre o que é mais importante: a verdade ou o consolo, especialmente quando a verdade é dolorosa. O conto ilustra como a mentira pode ser usada como uma forma de cuidado e compaixão, mas também como ela pode perpetuar o sofrimento quando a realidade se impõe.

Pergunta de Interpretação de Texto

  1. No trecho “As letras cheiram a pólvora, me rodilham o coração”, o que o narrador está tentando transmitir sobre a carta? a) A carta é uma lembrança positiva da guerra.
    b) A carta está ligada ao sofrimento e à violência da guerra.
    c) A carta é uma mensagem de esperança e fé.
    d) A carta é cheia de erros de escrita que tornam o texto confuso.

    Resposta correta: b) A carta está ligada ao sofrimento e à violência da guerra.


Pergunta de Análise Crítica

  1. Qual é a função do silêncio de mamã Cacilda durante a leitura da carta? a) Ela está em choque e não consegue reagir à dor.
    b) Ela se conforma com a ideia de que seu filho está morto.
    c) Ela não acredita nas palavras do narrador e prefere não responder.
    d) Ela finge não se importar para proteger o narrador de sua tristeza.

    Resposta correta: a) Ela está em choque e não consegue reagir à dor.


  1. Qual a importância do simbolismo da carta queimada no final do conto? a) Ela representa a destruição das lembranças e do sofrimento de mamã Cacilda.
    b) Ela simboliza o fim da guerra e o retorno da paz.
    c) Ela é uma forma de finalmente libertar Ezequiel da guerra.
    d) Ela indica que mamã Cacilda não acredita mais em seu filho.

    Resposta correta: a) Ela representa a destruição das lembranças e do sofrimento de mamã Cacilda.


  1. O que a atitude de mamã Cacilda ao queimar a carta revela sobre sua relação com a realidade? a) Ela não consegue lidar com a perda de seu filho e opta por negar a verdade.
    b) Ela está feliz com a morte de Ezequiel e quer esquecê-lo.
    c) Ela quer preservar a memória do filho intacta e, por isso, destrói a carta.
    d) Ela prefere viver na ilusão de que seu filho está vivo e, por isso, queima a carta.

Resposta correta: a) Ela não consegue lidar com a perda de seu filho e opta por negar a verdade.


Essas perguntas abordam os principais elementos do conto "A Carta" de Mia Couto, ajudando a explorar temas como a saudade, a mentira, a guerra e a relação entre mãe e filho.

1. Assinale as alternativas corretas:

a) “A Carta”, crônica de Mia Couto, é uma narrativa em primeira pessoa, em que o narrador discorre sobre sua relação com a personagem mamã Cacilda. Ele nos narra a história desta senhora, cujo filho, chamado Ezequiel, foi levado à guerra. Dos campos de batalha, Ezequiel envia a sua mãe uma única carta, que o narrador lerá inúmeras vezes para Cacilda.
Resposta: Correta.

b) E a cada releitura da epístola (carta), o narrador acrescenta algo para consolar a mãe. Tanto o conteúdo dessa carta, quanto as leituras feitas pelo narrador não são revelados aos leitores, que somente são informados sobre a recriação da carta, a exemplo de uma escrita infinita.
Resposta: Correta.

c) O narrador inicia a “estória” sem nomear a personagem Cacilda, só a descreve destacando sua postura corporal.
Resposta: Correta.

d) A apresentação de Cacilda é feita por meio da descrição de uma postura curvada, como se carregasse um peso. A princípio podemos relacionar a curvatura de seu corpo com o passar do tempo e consequentemente com sua idade. Em seguida, o narrador nos dá indícios de que tal postura não é uma condição natural da velhice, e sim causada por uma doença.
Resposta: Correta.

e) Mamã Cacilda em sua enfermidade busca o amparo e o consolo em “poeiras”, que podem ser entendidas como uma metáfora de vestígios de seu passado – notadamente a carta de seu filho, que a escrevera “fazia anos muito coçados”. O narrador continua se questiona a respeito da maneira como Cacilda se consola diante da sua separação de Ezequiel.
Resposta: Correta.


2. Assinale a alternativa incorreta:

a) O narrador seguiu por um tempo lendo a carta sem alterá-la. A forma e o conteúdo da epístola (carta) são destacados, sendo um conjunto de palavras com algumas imprecisões, grafadas de forma confusa, “sem ternura”, mostrando que, em certa medida, Ezequiel havia perdido sua humanidade.
Resposta: Correta.

b) A carta, em princípio, é um elo não só entre a existência sofrida de Cacilda com a de seu filho, mas também entre o tempo passado que foi interrompido e o presente. No passado, a estabilidade dos fatos é rompida pela convocação da guerra.
Resposta: Correta.

c) O narrador esclarece que, em suas primeiras leituras, ele tentava justificar as duras palavras do filho, por meio das condições em que ele foi levado à guerra. Para o narrador a violência da guerra desde o momento da convocação já era uma forma de desumanização, pois os guerrilheiros eram tratados como mercadorias e não como pessoas. Mais adiante ele se questiona se uma carta pode terminar da seguinte forma: “unidade, trabalho, vigilância”, fazendo, assim, uma alusão explicita ao lema da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO).
Resposta: Correta.

d) Para o narrador, o término da carta soava muito estranho, pois as palavras do filho deveriam ser carregadas de emoções e não reduzidas a um procedimento burocrático, ressaltando o esvaziamento de humanidade em tempos de guerra. Para o narrador, Ezequiel não “sobrevivera à farda”. Esta afirmação possibilita a leitura de que a morte aqui vai além da questão da finalização do ciclo vital, estendendo-se a uma possível transformação na vida do tropeiro, que possivelmente tivera partes de sua essência e de sua história dilaceradas pela brutalidade de sua experiência como soldado.
Resposta: Correta.

e) Nesta crônica, a carta de Ezequiel ultrapassa seu papel de canal de comunicação entre remetente e destinatário e Não se torna uma personagem da narrativa.
Resposta: Incorreta – A carta se torna uma "personagem" na narrativa.


**3. Leia: Entre o narrador e Cacilda, há Ezequiel, cujo nome de origem hebraica significa “aquele que tem a força de Deus”. Ezequiel foi um dos profetas bíblicos, cujas profecias eram feitas por meio de encenações e representações simbólicas. Uma de suas maiores profecias foi a queda de Jerusalém, que foi anunciada pela morte de sua amada esposa. Segundo a bíblia, Deus pediu que ele não entrasse em luto. Os sinais de seus presságios frequentemente ocorriam em sua própria vida.
Mia Couto mescla em seus personagens elementos das várias culturas presentes em Moçambique. É no mínimo curioso, quando ponderamos que o nome escolhido pelo autor refere-se justamente ao profeta que recebia presságios por meio de acontecimentos em sua vida pessoal e transmitia-os por encenações. A história do profeta _______________ com a que nos é narrada de mamã Cacilda. Com isso, o narrador estabelece um diálogo entre as diversas marcas culturais moçambicanas.
Complete o espaço com:
( ) se assemelha
( ) não se assemelha
Resposta: se assemelha.


4. Assinale a sequência correta que completa a ideia abaixo:
Os três personagens podem ainda ser associados a tempos distintos da história moçambicana - mamã Cacilda, ___________________________; narrador, _____________ e Ezequiel, _________________________. Apesar de representarem momentos históricos diferentes, eles têm de alguma forma suas histórias cruzadas pela guerra. Essa intersecção é concretizada com o papel atribuído à carta na narrativa.

a) mamã Cacilda, um passado distante; narrador, um passado colonial e Ezequiel, um passado recente de guerras.
Resposta: Correta.

b) mamã Cacilda, um passado colonial; narrador, um passado distante e Ezequiel, um passado recente de guerras.
Resposta: Errada.

c) mamã Cacilda, um passado recente de guerras; narrador, um passado colonial e Ezequiel, um passado distante.
Resposta: Errada.


5. Leia:
“Eu que lhe fosse paciente, pobre mãe, sem nenhuma escola. Foi então que passei a alongar aquela tinta, amolecendo as reais palavras. Inventava. Em cada leitura, uma nova carta surgia da velha missiva. E o Ezequiel, em minha imagináutica, ganhava os infindos modos de ser filho, homem com méritos para permanecer menino”.

Assinale a única alternativa que não está relacionada ao texto:

a) O tom no qual a carta é descrita se altera ao longo da narrativa. Em um primeiro momento ela era um papel amassado, depois “letras letras suadas”, chegando à condição de um papel “gorduroso, gatafunho, sem nenhum beijo”. Há um paralelo entre a situação da carta e da personagem Ezequiel, como se ambos convergissem para uma crescente deterioração: a carta enquanto elemento material muito manipulado, a personagem em processo de desumanização. À medida que a história avança, o narrador toma consciência da degradação da carta e resolve mudar sua postura diante de seu ritual de leitura para mamã Cacilda.
Resposta: Correta.

b) Diante da falta de notícias do jovem tropeiro e das saudades de Cacilda, o narrador resolve recriar a realidade, embelezando-a, pois acredita que aquela mãe merecia consolo maior do que aquela única carta, cujas letras já estavam quase apagadas pelo tempo. Cacilda aceita o fingimento do narrador e coopera com ele, comentando certas passagens da carta inventada, assim ela passa a dividir a função de narrar com o próprio narrador.
Resposta: Correta.

c) Desta forma, inicia uma cumplicidade entre o narrador e a mamã Cacilda. O narrador usa sua imaginação para transgredir a lógica da realidade e amenizar os sofrimentos da velha. Suas “estórias” tentam recompor os estilhaços deixados pela guerra. Cacilda não cria nenhuma resistência à lógica do narrador e compactua com suas recriações. Assim, estreitando os laços de amizade, cumplicidade e solidariedade entre os personagens.
Resposta: Correta.

d) A atitude solidária do narrador em tentar amenizar o sofrimento de Cacilda é reconhecida por ela, que lhe oferece a única coisa que poderia compartilhar: a pobreza.
Resposta: Correta.


6. Você concorda com as afirmações abaixo?

  1. “A carta” tem seus enredos desenvolvidos a partir da interação de seu protagonista com uma carta, elemento que representa o elo entre o passado e o presente da personagem.
  2. “A Carta”, de Mia Couto, tem em seu enredo a presença de uma carta que serve como elemento de ligação entre o presente e as memórias de um passado em tempos de guerras.
  3. “A Carta”, aproxima o narrador e a personagem Cacilda ao soldado Ezequiel, separado de sua mãe, pois fora enviado ao combate.

a) concordo
Resposta: Concordo.

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