TÉCNICA DE PRODUÇÃO DE TEXTO: RESUMO
O gênero
resumo é bastante útil quando necessitamos transmitir uma informação de maneira
rápida e precisa, quando não há necessidades de entrar em detalhes sobre
determinado fato. Quando contamos sobre nosso relacionamento para um amigo,
quando falamos sobre uma viagem feita, por exemplo, estamos resumindo ideias.
• Eliminar advérbios e adjetivos
desnecessários. • Não fazer comentários pessoais. • Não copiar sentenças
avulsas nem trechos do original. • Evite empregar figuras de linguagem: o
resumo não contém as habilidades artísticas do texto original. • Se houver
algum termo criado pelo autor no texto original, o ideal é citar a autoria no
resumo.
APAGAMENTO
Eliminação
de adjetivos e advérbios. Exemplo: A linda aeromoça trabalhava
muito bem. Após o apagamento: A
aeromoça trabalhava bem. GENERALIZAÇÃO
Síntese
de significados em uma só expressão. Exemplo: A
aeromoça falava inglês, alemão, japonês e francês. Após a generalização: A
aeromoça falava línguas diferentes CONSTRUÇÃO
Indicação
do resultado e uma sequência. Exemplo: Ana varreu o chão, tirou o pó
dos móveis, lavou as cortinas e tapetes da casa. Após a construção: Ana
limpou a casa. |
Resumir é reproduzir as ideias principais
do que lemos em algumas linhas, com as nossas palavras.
1-
Fazer
uma primeira leitura do texto para ter uma primeira noção do conjunto.
2-
Realizar
uma segunda leitura, anotando, numa folha avulsa, os momentos mais significativos
e as ideias principais do texto.(Obs: também poderá grifar no texto)
3-
A
partir do que anotamos fazemos então o resumo. Procurar ser o mais fiel
possível ao pensamento do texto. NÃO
COMENTAR E NEM DAR A SUA OPINIÃO SOBRE AS IDEIAS LIDAS. Resumir é interpretar e
condensar, ou seja, reproduzir o conteúdo do texto original, sendo escrito de
preferência com a nossa própria linguagem.
4-
Depois
de fazer o resumo, procure dar um título ao texto. O título deve ser uma
espécie de síntese interpretativa que pode ser feita a partir do conjunto das
ideias apresentadas no texto ou das que forem mais significativas.
ALGUMAS INFORMAÇÕES SOBRE O AUTOR E AO CONTO, PARA ADQUIRIR ALGUNS CONHECIMENTOS:
Autor: Dalton Trevisan
Nascimento e perfil: Dalton Trevisan nasceu em 1925, em Curitiba, Paraná. É conhecido como "Vampiro de Curitiba" por seu comportamento recluso e misterioso.
Estilo e temas principais:
Escrita direta, concisa e minimalista.
Tom sombrio e irônico, com foco em temas
urbanos.
Explora a vida cotidiana e as complexidades
humanas, destacando personagens anônimos e marginalizados.
Obras conhecidas:
O Vampiro de Curitiba (1965).
Cemitério de Elefantes (1964).
Contexto Literário: ( ENSINO MÉDIO0
Época literária e estética:
Insere-se na terceira fase do Modernismo
brasileiro, marcada pelo regionalismo e pelo aprofundamento em temas urbanos e
psicológicos.
A literatura dos anos 60 e 70 expõe
injustiças sociais e desigualdades, refletindo conflitos cotidianos com um
olhar muitas vezes pessimista.
Características da obra de Trevisan:
Estilo minimalista com linguagem econômica, marcada por frases curtas e impactantes.
Temas como marginalização, fragmentação do
indivíduo e complexidade emocional em contextos urbanos.
Sobre o Conto "Uma Vela para
Dario":
Estilo e enfoque:
Linguagem direta e econômica, característica do minimalismo de Trevisan.
Dialoga com questões políticas e sociais do
Brasil dos anos 70, trazendo forte crítica social e abordagem realista.
Significado e impacto:
Reflete a angústia e o lado sombrio da condição humana.
Apresenta uma narrativa de desespero e
miséria, abordando a relação de um homem com a própria mortalidade e a
indiferença alheia.
Características narrativas:
Concisão e carga emocional complexa.
Exemplo representativo da prosa curta e
intensa de Dalton Trevisan, focando nas dificuldades e desafios do indivíduo
marginalizado no ambiente urbano.
Leia o conto : Uma Vela para Dario -
Dalton Trevisan
Dario vinha apressado, guarda-chuva no
braço esquerdo e, assim que dobrou a esquina, diminuiu o passo até parar,
encostando-se à parede de uma casa. Por ela escorregando, sentou-se na calçada,
ainda úmida de chuva, e descansou na pedra o cachimbo.
Dois ou três passantes rodearam-no e
indagaram se não se sentia bem. Dario abriu a boca, moveu os lábios, não se
ouviu resposta. O senhor gordo, de branco, sugeriu que devia sofrer de ataque.
Ele reclinou-se mais um pouco,
estendido agora na calçada, e o cachimbo tinha apagado. O rapaz de bigode pediu
aos outros que se afastassem e o deixassem respirar. Abriu-lhe o paletó, o
colarinho, a gravata e a cinta. Quando lhe retiraram os sapatos, Dario roncou
feio e bolhas de espuma surgiram no canto da boca.
Cada pessoa que chegava erguia-se
na ponta dos pés, embora não o pudesse ver. Os moradores da rua conversavam de
uma porta à outra, as crianças foram despertadas e de pijama acudiram à janela.
O senhor gordo repetia que Dario sentara-se na calçada, soprando ainda a fumaça
do cachimbo e encostando o guarda-chuva na parede. Mas não se via guarda-chuva
ou cachimbo ao seu lado.
A velhinha de cabeça grisalha
gritou que ele estava morrendo. Um grupo o arrastou para o táxi da esquina. Já
no carro a metade do corpo, protestou o motorista: quem pagaria a corrida?
Concordaram chamar a ambulância. Dario conduzido de volta e recostado á parede
- não tinha os sapatos nem o alfinete de pérola na gravata.
Alguém informou da farmácia na
outra rua. Não carregaram Dario além da esquina; a farmácia no fim do
quarteirão e, além do mais, muito pesado. Foi largado na porta de uma peixaria.
Enxame de moscas lhe cobriu o rosto, sem que fizesse um gesto para espantá-las.
Ocupado o café próximo pelas pessoas
que vieram apreciar o incidente e, agora, comendo e bebendo, gozavam as
delicias da noite. Dario ficou torto como o deixaram, no degrau da peixaria,
sem o relógio de pulso.
Um terceiro sugeriu que lhe
examinassem os papéis, retirados - com vários objetos - de seus bolsos e
alinhados sobre a camisa branca. Ficaram sabendo do nome, idade; sinal de
nascença. O endereço na carteira era de outra cidade.
Registrou-se correria de mais de
duzentos curiosos que, a essa hora, ocupavam toda a rua e as calçadas: era a
polícia. O carro negro investiu a multidão. Várias pessoas tropeçaram no corpo
de Dario, que foi pisoteado dezessete vezes.
O guarda aproximou-se do cadáver e
não pôde identificá-lo — os bolsos vazios. Restava a aliança de ouro na mão esquerda,
que ele próprio quando vivo - só podia destacar umedecida com sabonete. Ficou
decidido que o caso era com o rabecão.
A última boca repetiu — Ele morreu,
ele morreu. A gente começou a se dispersar. Dario levara duas horas para
morrer, ninguém acreditou que estivesse no fim. Agora, aos que podiam vê-lo,
tinha todo o ar de um defunto.
Um senhor piedoso despiu o paletó
de Dario para lhe sustentar a cabeça. Cruzou as suas mãos no peito. Não pôde
fechar os olhos nem a boca, onde a espuma tinha desaparecido. Apenas um homem
morto e a multidão se espalhou, as mesas do café ficaram vazias. Na janela
alguns moradores com almofadas para descansar os cotovelos.
Um menino de cor e descalço veio
com uma vela, que acendeu ao lado do cadáver. Parecia morto há muitos anos,
quase o retrato de um morto desbotado pela chuva.
Fecharam-se uma a uma as janelas e,
três horas depois, lá estava Dario à espera do rabecão. A cabeça agora na
pedra, sem o paletó, e o dedo sem a aliança. A vela tinha queimado até a metade
e apagou-se às primeiras gotas da chuva, que voltava a cair. Dalton Trevisan, Uma Vela para Dario, Vinte contos menores. Rio de Janeiro: Record, 1979
Observa-se
que Dalton Trevisan, contista e Pós- Modernista , mostra as misérias do quotidiano,
faz uma análise penetrante e amarga das relações humanas ( falta de ética).
Gênero Textual e Propósito
- O texto é um conto, gênero narrativo que lida com um único conflito e poucos personagens.
- A literatura apresentada é ficcional, mas reflete a realidade através da representação social.
- O conto tem a intenção de revelar o contexto e as circunstâncias sociais em que se insere.
Narrativa e Estilo
- A narrativa é feita em terceira pessoa, usando o pronome "ele" para se referir ao protagonista.
- A linguagem é de estilo jornalístico: frases curtas e diretas, com tom de incerteza quanto ao desfecho.
- Dalton Trevisan, um autor pós-moderno, analisa de forma crítica as misérias cotidianas e as relações humanas, focando na falta de ética e na desumanização.
Crítica Social
- O texto faz uma crítica social sobre a falta de solidariedade das pessoas.
- As pessoas estão mais interessadas em observar o que acontece com Dario do que ajudá-lo, refletindo o egoísmo da sociedade.
- O conto descreve ações de socorro que são incompletas e observa o desaparecimento dos objetos pessoais de Dario, sugerindo que ele foi furtado pelas pessoas ao redor.
Estrutura e Elementos Literários
- O narrador sugere, de forma sutil, que Dario foi vítima de furtos enquanto estava desacordado.
- Exemplo: O questionamento do motorista sobre quem pagaria a corrida ao táxi é destacado com o uso dos dois-pontos.
- O conto não apenas narra os últimos momentos de Dario, mas também descreve as ações dos personagens, permitindo que o leitor experimente esses momentos.
Reflexão e Sentimento de Indignação
- A história causa um sentimento de indignação sobre a sociedade e a falta de empatia com os marginalizados (pessoas que vivem nas ruas).
- A crítica se estende aos preconceitos e estereótipos que as pessoas têm sobre os que estão à margem da sociedade.
Função da Literatura
- O texto evidencia como a literatura pode representar o mundo e servir como testemunho da sociedade.
- Através da narrativa, o autor representa a cultura de uma sociedade individualista e gananciosa.
- A literatura não é uma simples reprodução da realidade, mas uma construção que envolve intenções e escolhas estilísticas, criando uma reflexão crítica no leitor.
Interação do Leitor com o Texto
- O leitor não é passivo, mas interage com o texto, adquirindo senso crítico.
- O leitor é incentivado a analisar o que é dito no texto e como isso é dito, com o intuito de compreender melhor os personagens e suas vidas.
Ordem Cronológica dos Acontecimentos no Texto
- Dario caminha apressado, com guarda-chuva no braço esquerdo. Ao virar a esquina, diminui o passo e encosta-se a uma parede.
- Uma velhinha de cabeça grisalha grita que Dario está morrendo.
- O guarda chega e, ao se aproximar do corpo, não consegue identificá-lo – os bolsos estão vazios.
- A última pessoa diz: "Ele morreu, ele morreu".
- Um menino descalço e de cor acende uma vela ao lado do cadáver.
Esses tópicos resumem os principais pontos abordados no texto e ajudam a entender o que o autor transmite através de sua narrativa e estilo.
INTERPRETAÇÃO:
1) Assinale a temática do texto.
a) Participação coletiva total nos pequenos dramas do
quotidiano.
b) Alheamento e automatizada insensibilidade das gentes
diante dos dramas que não lhes tocam.
c) Solidariedade instintiva ao sofrimento alheio.
d) Morbidez extremada da humanidade, que se compraz com a
dor alheia.
e) Hipocrisia sentimental, falso pesar em face da desgraça
dos outros.
Resposta correta:
b) Alheamento e automatizada insensibilidade das gentes
diante dos dramas que não lhes tocam.
O texto descreve a falta de solidariedade e a insensibilidade
das pessoas diante da morte de Dario, mostrando uma sociedade que observa o
sofrimento, mas não se envolve em ações para ajudar.
2) A turba concordou com a ponderação do motorista porque:
a) Dario já estava morto.
b) Realmente, ele nada poderia fazer.
c) O melhor era esperar a ambulância.
d) A morte de Dario poderia causar-lhe dor-de-cabeça.
e) A polícia ainda não chegara e o corpo não deveria ser
removido do lugar.
Resposta correta:
d) A morte de Dario poderia causar-lhe dor-de-cabeça.
O motorista se preocupa com os problemas que a morte de
Dario poderia causar, como a questão do pagamento da corrida, e isso reflete a
visão egoísta e prática dele, que preferia que Dario fosse tratado rapidamente
para evitar complicações.
3) Assinale a passagem que denota já ter Dario começado a
perder o controle de seus atos e movimentos.
a) "Vinha apressado..."
b) "Diminuiu o passo até parar..."
c) "Encostando-se à parede de uma casa."
d) "Dobrou a esquina..."
e) "Foi escorregando por ela, de costas..."
Resposta correta:
e) "Foi escorregando por ela, de costas..."
Essa passagem mostra claramente que Dario está perdendo o
controle de seus movimentos, escorregando sem conseguir manter-se firme.
4) O senhor gordo, de branco, pensou que Dario sofresse de:
a) Osteomielite.
b) Pneumonia.
c) Epilepsia.
d) Hemofilia.
e) Hemiplegia.
Resposta correta:
c) Epilepsia.
O senhor gordo de branco confunde a condição de Dario com
uma crise epiléptica, o que reflete a falta de conhecimento das pessoas sobre a
verdadeira condição de Dario.
5) O café próximo tivera um movimento inesperado graças à:
a) Solidariedade humana.
b) Curiosidade humana.
c) Compaixão humana.
d) Impaciência humana.
e) Covardia humana.
Resposta correta:
b) Curiosidade humana.
O movimento no café foi impulsionado pela curiosidade das
pessoas em observar o que estava acontecendo com Dario, não por uma vontade de
ajudá-lo, mas por um interesse superficial.
6) Assinale o último movimento, consciente, de Dario:
a) "Roncou pela garganta..."
b) "Vinha apressado..."
c) "Estendeu-se mais um pouco, deitado agora na
calçada..."
d) "Dario abriu a boca, moveu os lábios, mas não se
ouviu resposta."
e) "... sentou-se na calçada, ainda úmida da chuva, e
descansou no chão o cachimbo."
Resposta correta:
d) "Dario abriu a boca, moveu os lábios, mas não se
ouviu resposta."
Este é o último movimento consciente de Dario, quando ele
tenta falar, mas não consegue, o que indica que sua consciência está começando
a desaparecer.
7) A luz da vela, a chuva e o tempo:
a) Afugentaram a turba.
b) Acabaram por matar Dario.
c) Entortaram a postura do cadáver.
d) Acentuaram a lividez do morto.
e) Retardaram os policiais.
Resposta correta:
d) Acentuaram a lividez do morto.
A luz da vela e a chuva ajudam a acentuar a imagem do
cadáver de Dario, dando uma sensação mais dramática e sinistra à cena.
8) Durante certo tempo, até a chegada do carro da polícia, a
multidão:
a) Não poupou esforços para salvar o infeliz.
b) Fez um inconsciente velório.
c) Manteve-se na expectativa de um milagre.
d) Não demonstrara interesse pela sorte de Dario.
e) Desconhecera a causa da morte de Dario.
Resposta correta:
d) Não demonstrara interesse pela sorte de Dario.
A multidão apenas observava o sofrimento de Dario, sem se
preocupar em ajudar ou se envolver de forma ativa, demonstrando uma indiferença
coletiva.
9) A única personagem que revelou espírito prático e certo
senso de assistência foi o(a):
a) Senhor gordo de branco.
b) Motorista.
c) Rapaz de bigode.
d) Velhinha da cabeça grisalha.
e) Guarda.
Resposta correta:
b) Motorista.
O motorista foi a única pessoa que teve uma atitude prática
em relação à situação de Dario, pensando rapidamente no que fazer e
questionando o pagamento da corrida.
10) De maneira indireta, porém bastante clara, D. T. nos
sugere todo o conto cenas de:
a) Alucinante necrofobia.
b) Vandalismo coletivo.
c) Revolta contra a ação policial.
d) Piedade cristã.
e) Fria e macabra rapinagem.
Resposta correta:
e) Fria e macabra rapinagem.
O conto transmite uma sensação de crueldade e exploração da
morte de Dario, com a perda de seus bens e a indiferença das pessoas ao redor,
sugerindo uma ação fria e macabra.
11) A multidão se dispersou porque:
a) Nada mais se podia fazer para salvar Dario.
b) A polícia chegara.
c) O rabecão demorava a chegar.
d) O espetáculo chegara ao desfecho.
e) Os botequins fecharam.
Resposta correta:
e) Os botequins fecharam.
A multidão se dispersa quando o interesse pelo evento
diminui, e os botequins fecham, o que marca o fim do espetáculo.
12) Na situação em que se encontrava Dario, o exame de seus
documentos foi:
a) Inútil, pois o endereço era de outra cidade.
b) Produtivo, pois diziam quais seus sinais de nascença.
c) Infrutífero, pois o rabecão já havia chegado.
d) Bastante útil, pois a polícia concluiu que a morte fora
acidental.
e) Proveitoso, pois todos ficaram conhecendo sua doença.
Resposta correta:
a) Inútil, pois o endereço era de outra cidade.
O exame dos documentos foi inútil, pois o endereço não
ajudou em nada no processo de identificação ou resolução da situação.
13) Dario foi largado diante da peixaria por duas razões:
a) Era pesado e a farmácia era longe.
b) Chovia muito e a farmácia estava fechada.
c) Morrera e a polícia ainda não havia chegado.
d) Havia muita gente na calçada e seus bolsos estavam
vazios.
e) A polícia chegara e a chuva voltara a cair.
Resposta correta:
a) Era pesado e a farmácia era longe.
Dario foi largado ali devido a razões práticas: o peso do
corpo e a distância para levar Dario a um local mais adequado.
14) Dalton Trevisan, emérito contista brasileiro, é chamado
o Vampiro de Curitiba. Seus contos trazem aquela atmosfera, aquelas cenas
irônico-insólitas, aquela agressividade característica do estilo e técnica
surrealista. Assinale a única passagem abaixo que poderia não corroborar essa
afirmação.
a) "Imediatamente um enxame de moscas lhe cobriu o
rosto, sem que fizesse o menor gesto para espantá-las."
b) "Dois ou três passantes rodearam-no, indagando se
não estava se sentindo bem."
c) "E várias pessoas tropeçaram no corpo de Dario, que
foi pisoteado dezesseis vezes."
d) "Dario foi conduzido de volta e encostado à parede
não tinha os sapatos e o alfinete de pérola na gravata."
e) "Dario ficara torto como o deixaram, no degrau da
peixaria, sem o relógio de pulso."
Resposta correta:
b) "Dois ou três passantes rodearam-no, indagando se
não estava se sentindo bem."
Essa passagem é mais suave e menos surrealista em comparação
com as outras, que são mais grotescas e irônicas.
15) Simplicidade e humildade, tão raras no texto,
transparecem na seguinte passagem:
a) "Uma velhinha de cabeça grisalha gritou que Dario
estava morrendo."
b) "O carro negro investiu contra o povo e várias
pessoas tropeçaram no corpo de Dario..."
c) "O senhor gordo repetia que Dario sentara-se na
calçada, soprando ainda a fumaça do cachimbo..."
d) "Já tinham introduzido no carro a metade do corpo,
quando o motorista protestou..."
e) "Um menino de cor e descalço veio com uma vela, que
acendeu ao lado do cadáver."
e) "Um menino de cor e descalço veio com uma vela, que
acendeu ao lado do cadáver."
1) Qual o principal conflito apresentado no
conto "Uma Vela para Dário"?
a) A indiferença da sociedade em relação ao
sofrimento alheio.
b) A luta de Dário pela sobrevivência nas
ruas.
c) A falta de assistência médica nas grandes
cidades.
d) A relação de Dário com os moradores do
café.
Resposta correta: a) A indiferença da
sociedade em relação ao sofrimento alheio.
Explicação: O conflito central do conto é a
apatia das pessoas diante do sofrimento de Dário. A narrativa destaca como as
pessoas ao redor não se importam em ajudar Dário, mesmo vendo seu sofrimento de
perto.
2) Como o autor usa os pertences de Dário
para criticar a sociedade?
a) Mostrando que seus objetos são furtados
enquanto ele está desmaiado.
b) Através de um retrato detalhado de seus
pertences pessoais.
c) Apresentando uma lista de itens que Dário
carrega consigo.
d) Indicando que seus objetos são cuidados
pelas pessoas ao redor.
Resposta correta: a) Mostrando que seus
objetos são furtados enquanto ele está desmaiado.
Explicação: O autor utiliza os pertences de
Dário (como relógio e alfinete) para simbolizar a desumanização da sociedade.
As pessoas não só são indiferentes ao sofrimento dele, como também se
aproveitam da situação para roubar seus bens, mostrando a falta de ética e
empatia.
3) O que representa a vela acesa ao lado do
corpo de Dário?
a) Um gesto de piedade e solidariedade.
b) Um simbolismo de vida e renascimento.
c) A continuidade da curiosidade humana, que
persiste mesmo após a morte.
d) Um elemento religioso ligado à morte e ao
juízo final.
Resposta correta: c) A continuidade da
curiosidade humana, que persiste mesmo após a morte.
Explicação: A vela acesa é um símbolo de
como as pessoas continuam a observar o sofrimento de Dário, mas sem se envolver
emocionalmente ou agir. Ela ilumina a morte de Dário, simbolizando o olhar
curioso e distante da sociedade diante de sua tragédia.
4) O que o narrador sugere sobre o espaço
onde Dário morre (a calçada e a peixaria)?
a) Reflete o abandono e a indiferença que a
sociedade tem com os mais pobres.
b) Mostra que a rua é um lugar de
acolhimento e conforto para os marginalizados.
c) Aponta para o caos e desordem das grandes
cidades.
d) Demonstra a solidariedade da comunidade
local.
Resposta correta: a) Reflete o abandono e a
indiferença que a sociedade tem com os mais pobres.
Explicação: O espaço onde Dário morre (a
calçada e a peixaria) sublinha a marginalização dos pobres. Esses locais são
simbólicos do descaso da sociedade com os mais vulneráveis, como Dário, que
está em uma situação de total abandono.
5) Qual é a principal crítica social feita
pelo autor no conto?
a) A falta de solidariedade e de ação das
pessoas diante do sofrimento alheio.
b) A burocracia do sistema de saúde e
segurança pública.
c) A incapacidade da polícia de lidar com
casos de violência.
d) A hipocrisia religiosa diante da dor e
sofrimento.
Resposta correta: a) A falta de
solidariedade e de ação das pessoas diante do sofrimento alheio.
Explicação: A principal crítica social do
conto é a indiferença das pessoas diante do sofrimento de Dário. Elas o
observam, mas não fazem nada para ajudá-lo, o que reflete uma sociedade
desumanizada e desinteressada em se envolver com o sofrimento alheio.
6) O que caracteriza a personalidade de
Dário no conto?
a) Sua indiferença para com os outros.
b) A falta de interação com a sociedade.
c) Seu distanciamento e falta de controle
sobre a situação.
d) A extrema coragem e resistência ao
sofrimento.
Resposta correta: c) Seu distanciamento e
falta de controle sobre a situação.
Explicação: Dário é retratado como uma
figura frágil e desamparada, sem controle sobre sua própria situação. Ele está
distante do resto da sociedade e em um estado de sofrimento profundo, o que
reflete a vulnerabilidade do ser humano diante da indiferença social.
7) Qual a reação dos personagens ao redor de
Dário enquanto ele sofre?
a) Todos se unem para tentar ajudá-lo, mas
sem sucesso.
b) Apenas o motorista se preocupa com ele,
mas se sente impotente.
c) As pessoas se afastam e observam, com
poucas exceções.
d) A comunidade tenta organizar uma
mobilização para ajudá-lo.
Resposta correta: c) As pessoas se afastam e
observam, com poucas exceções.
Explicação: A maioria das pessoas ao redor
de Dário age de maneira passiva, observando seu sofrimento sem se envolver
ativamente. Isso enfatiza a indiferença e a apatia da sociedade.
8) Como o autor de "Uma Vela para
Dário" transmite a ideia de que as relações humanas são desumanizadas na
sociedade moderna?
a) Através da ausência de diálogos entre os
personagens.
b) Através da crítica à burocracia do
sistema de saúde.
c) Através da observação do sofrimento
alheio sem ação, como o furto dos pertences de Dário.
d) Através da apresentação de personagens
que se ajudam mutuamente em tempos de crise.
Resposta correta: c) Através da observação
do sofrimento alheio sem ação, como o furto dos pertences de Dário.
Explicação: O conto critica a desumanização
das relações humanas ao mostrar como as pessoas assistem ao sofrimento de Dário
sem agir para ajudá-lo. Além disso, elas se aproveitam dele, roubando seus
objetos pessoais, o que evidencia a falta de empatia.
9) O que a figura do "senhor gordo de
branco" representa no contexto do conto?
a) Um representante da classe média, alheio
ao sofrimento do pobre.
b) Uma pessoa que, apesar de observadora,
tem uma atitude prática e tenta ajudar.
c) Um simbolismo de autoridade que não age
em situações de emergência.
d) Um exemplo de alguém que tenta ser
altruísta, mas é desconectado da realidade.
Resposta correta: a) Um representante da
classe média, alheio ao sofrimento do pobre.
Explicação: O "senhor gordo de
branco" representa um tipo de figura da classe média que, apesar de
observar o sofrimento de Dário, não se envolve. Sua posição social o torna
distante e alheio à dor dos outros.
10) Qual a importância do espaço onde Dário
é encontrado em relação à crítica social do conto?
a) A calçada e a peixaria simbolizam o
abandono e a negligência dos pobres pela sociedade.
b) O ambiente representa um lugar de
acolhimento e esperança.
c) A escolha do espaço simboliza a
indiferença das autoridades perante os moradores de rua.
d) A rua é vista como um espaço seguro para
quem vive fora da sociedade.
Resposta correta: a) A calçada e a peixaria
simbolizam o abandono e a negligência dos pobres pela sociedade.
Explicação: A escolha desses espaços
sublinha a exclusão e o descaso com os pobres. O ambiente não é acolhedor,
refletindo o abandono e a falta de interesse das autoridades e da sociedade em
geral pelas pessoas marginalizadas.
Perguntas feitas oralmente para os alunos:
O que você sente ao ler o conto "Uma Vela para Dário"?
Resposta pessoal:
Ao ler "Uma Vela para Dário", sinto uma mistura de
tristeza e indignação. A indiferença das pessoas ao redor de Dário é algo que
me impacta profundamente, pois reflete uma realidade cruel onde as pessoas
muitas vezes ignoram o sofrimento dos outros, preferindo olhar de longe sem
agir. Isso me faz refletir sobre a falta de empatia e solidariedade que,
infelizmente, ainda existe em nossa sociedade.
2) Como você interpretaria a figura de Dário no conto? Você
acha que ele é uma vítima ou tem alguma responsabilidade sobre sua situação?
Resposta pessoal:
Vejo Dário como uma vítima do sistema e das circunstâncias
da vida. Ele parece ser alguém sem muita capacidade de ação, talvez por causa
de sua situação de vulnerabilidade ou de um destino trágico que ele não pôde
controlar. Não acredito que ele tenha responsabilidade sobre sua situação. Ele
é apenas mais uma vítima de uma sociedade que falha em oferecer ajuda aos que
mais precisam. Essa visão me faz pensar nas pessoas invisíveis nas ruas das
grandes cidades, que são ignoradas diariamente.
3) Você acha que as pessoas ao redor de Dário no conto
representam a sociedade como um todo? Por quê?
Resposta pessoal:
Sim, acredito que as pessoas ao redor de Dário representam a
sociedade em geral, especialmente no que diz respeito à indiferença em
situações de sofrimento. O fato de observarem o sofrimento de Dário sem tomar
nenhuma atitude concreta reflete como, muitas vezes, a sociedade se torna
apática diante da dor alheia, seja por medo, egoísmo ou falta de empatia. Isso
me faz questionar até que ponto estamos dispostos a ajudar o próximo quando ele
está em dificuldade.
4) Se você fosse um dos personagens no conto, o que você
faria ao ver Dário nessa situação?
Resposta pessoal:
Eu tentaria ajudar de alguma forma, seja chamando por
socorro ou tentando aliviar o sofrimento de Dário até que alguém mais
qualificado pudesse chegar. A atitude de observar sem agir realmente me
incomoda, e sinto que cada pessoa tem a responsabilidade de fazer sua parte,
mesmo que de maneira pequena, para ajudar quem está em situação de
vulnerabilidade. A falta de ação das pessoas ao redor de Dário é um reflexo do
que acontece quando a compaixão é ignorada em favor da indiferença.
5) Qual a mensagem principal que você acha que o autor quis
transmitir ao escrever "Uma Vela para Dário"?
Resposta pessoal:
A mensagem principal do conto, na minha opinião, é uma
crítica à falta de solidariedade e à apatia da sociedade diante do sofrimento
alheio. A vela acesa, por exemplo, simboliza a curiosidade e o distanciamento
das pessoas, que se sentem mais inclinadas a observar o sofrimento de perto do
que a se envolver ativamente para mudar a situação. O autor nos mostra como a
desumanização é um reflexo do egoísmo coletivo, que muitas vezes prioriza a
própria zona de conforto em vez de agir em prol do próximo.
6) O que você pensa sobre o espaço onde Dário morre (calçada
e peixaria)? Qual o significado desse local para a crítica social do conto?
Resposta pessoal:
O espaço onde Dário morre, a calçada e a peixaria, me faz
refletir sobre o abandono dos marginalizados. Esses lugares são geralmente
vistos como “não-lugares” – espaços sem valor social, onde as pessoas são
descartáveis. A escolha do autor de situar a morte de Dário em um ambiente
assim reforça a ideia de que ele é uma figura sem importância para a sociedade,
um reflexo de como as grandes cidades e a sociedade moderna tratam os mais
vulneráveis. Esse local parece representar a marginalização e a invisibilidade
dos pobres.
7) O que você acha que a vela acesa ao lado do corpo de
Dário simboliza?
Resposta pessoal:
A vela ao lado do corpo de Dário simboliza, para mim, a
única forma de solidariedade genuína no conto. Apesar de ser um gesto simples,
é o único ato de compaixão visível, contrastando com a apatia e o egoísmo das
demais pessoas ao redor. A vela também pode representar a fragilidade e a
efemeridade da vida, um pequeno símbolo de que, enquanto a vida de Dário se
apaga, ainda há uma faísca de humanidade que se mantém acesa, mesmo que de
forma mínima. Esse pequeno gesto é uma forma de reconhecer a dor do outro, mas
sem de fato agir para ajudá-lo.
8) Qual é a sua opinião sobre a crítica social que o autor
faz no conto? Você concorda com ela?
Resposta pessoal:
Concordo com a crítica social do autor. O conto expõe uma
realidade dura e desconfortável: a indiferença da sociedade em relação aos mais
pobres e necessitados. Eu acredito que é fácil se afastar do sofrimento alheio,
especialmente quando ele não nos afeta diretamente, mas o autor nos convida a
refletir sobre nossa responsabilidade como seres humanos em ajudar uns aos
outros. O conto também me faz pensar sobre como as pequenas atitudes
cotidianas, como ignorar o sofrimento ou tirar proveito da vulnerabilidade de
alguém, são formas de desumanização.
Agora que já entenderam bem o texto, façam o resumo. NÃO DÊ OPINIÃO PESSOAL EM SEU RESUMO!
]NÃO SE ESQUEÇA DE INICIAR SEU RESUMO CITANDO AUTOR, OBRA, ANO DE PUBLICAÇÃO.
Dalton Trevisan, no conto “Uma vela para Dario ”, extraído da
obra “Vinte contos menores” publicado pela editora Record no ano de
1979 conta-nos que
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