terça-feira, 12 de novembro de 2024

Folclore no Brasil, provas com respostas.

 A formação artística pode ser dividida em duas correntes principais: a erudita e a popular.

  1. Erudita: De caráter acadêmico, engloba as artes plásticas (como pintura, escultura e arquitetura), além de outras manifestações de formação formal, como o teatro, a música e a dança. Essa forma de arte segue padrões estéticos estabelecidos e é ensinada de forma estruturada.

  2. Popular: Com origem nas tradições culturais transmitidas oralmente, essa corrente engloba manifestações folclóricas, como danças, músicas, festas, brincadeiras, superstições, lendas e mitos. O folclore é um conjunto de expressões criadas "do povo para o povo", valorizando a tradição e a transmissão de geração em geração, geralmente por meio da prática cotidiana (por exemplo, pais ensinando aos filhos).

I- Folclore Brasileiro

O folclore é, portanto, um conjunto de manifestações populares de um povo, que variam de acordo com a cultura local e as influências históricas e étnicas. No Brasil, ele foi formado pela miscigenação de culturas europeias, africanas e indígenas, resultando em uma rica diversidade. As regiões brasileiras apresentam diferenças folclóricas marcantes devido ao nível de influência de cada grupo cultural. Por exemplo, no Nordeste, nas áreas litorâneas, há uma presença equilibrada das influências indígenas, portuguesas e africanas, enquanto no sertão a influência africana é menos presente.

As manifestações folclóricas brasileiras costumam ser expressões artísticas completas, incluindo elementos de teatro, dança, música e artes plásticas. Muitas delas possuem um caráter anônimo e espontâneo, sendo passadas oralmente e praticadas coletivamente, sem autoria identificada.

Definição e Características do Folclore

O termo "folk-lore" foi utilizado pela primeira vez em 22 de agosto de 1846, data que se tornou símbolo da comemoração do folclore. Em sua essência, "folclore" se refere ao conhecimento popular, transmitido de maneira informal, sem a mediação de escolas ou livros. Para que algo seja considerado folclórico, ele deve:

  • Ser transmitido oralmente;
  • Ter caráter social, sendo praticado por muitos;
  • Ser espontâneo e livre;
  • Ser anônimo, ou seja, sem um autor específico.

Conclusão

O folclore brasileiro é um patrimônio cultural que reflete a diversidade e a riqueza histórica do país. Suas manifestações artísticas, espontâneas e comunitárias, não apenas preservam tradições, mas também reforçam a identidade cultural de diferentes regiões. Essa herança folclórica fortalece os laços entre as gerações, mantendo vivo o saber popular que caracteriza o Brasil.

II- FOLCLORE NO BRASIL

O folclore no Brasil é um conjunto riquíssimo de tradições culturais, mitos, lendas, superstições, danças, músicas, brincadeiras, celebrações e conhecimentos transmitidos de geração em geração. A palavra "folclore" vem do inglês "folk" (povo) e "lore" (sabedoria ou conhecimento), referindo-se, então, à "sabedoria popular". Essa cultura popular brasileira é uma mistura de influências indígenas, africanas e europeias, que se fundiram ao longo dos séculos para criar um imaginário único.

No Brasil, o folclore é comemorado anualmente no dia 22 de agosto, conhecido como o Dia do Folclore, e suas lendas e personagens estão presentes em diferentes regiões, refletindo as diversas culturas e tradições locais. Algumas das lendas mais conhecidas do folclore brasileiro são:

1. Saci-Pererê

  • Um personagem travesso e brincalhão, geralmente retratado como um menino negro de uma perna só, que usa um gorro vermelho. Ele gosta de pregar peças nas pessoas, como esconder objetos e assustar viajantes. O Saci está associado à cultura indígena e afro-brasileira, especialmente no Sudeste e no Sul do Brasil.

2. Curupira

  • Uma entidade protetora das florestas, descrita como um ser de cabelos avermelhados e com os pés virados para trás, para confundir caçadores e invasores da floresta. O Curupira é um símbolo da defesa da natureza e dos animais e é uma das lendas mais antigas, com raízes nas tradições indígenas.

3. Boto Cor-de-Rosa

  • Uma lenda amazônica, que conta a história de um boto (golfinho de água doce) que se transforma em um homem bonito nas festas locais para seduzir as mulheres. Após o baile, ele volta ao rio, transformando-se em boto novamente. Dizem que ele é responsável por deixar mulheres grávidas e sumir sem deixar rastros.

4. Iara

  • Conhecida como a "mãe d'água", Iara é uma sereia amazônica que encanta os homens com seu canto hipnotizante e os leva para o fundo dos rios. Ela é muitas vezes retratada como uma bela mulher com cabelos longos, geralmente castanhos ou negros.

5. Boitatá

  • Um espírito em forma de cobra de fogo, que protege os campos e florestas, queimando aqueles que tentam causar danos à natureza. Essa lenda é também de origem indígena e é muito popular no Sul e Nordeste do Brasil.

6. Mula-sem-cabeça

  • Figura de uma mulher amaldiçoada, que se transforma numa mula sem cabeça e com fogo no lugar da cabeça, vagando e assustando quem encontra em seu caminho. Diz-se que a maldição recai sobre mulheres que mantêm relações com padres, e a lenda está ligada a antigos preceitos morais.

7. Lobisomem

  • Inspirada nas tradições europeias, a lenda do lobisomem conta que um homem se transforma em lobo em noites de lua cheia, atacando os moradores e animais de uma vila. Essa lenda é muito presente em várias regiões do Brasil, especialmente no interior.

8. Caipora

  • Outro guardião da floresta, semelhante ao Curupira, a Caipora aparece em várias regiões do Brasil como uma figura indígena que também protege os animais, usando sua esperteza para impedir caçadores e destruidores da mata.

9. Negrinho do Pastoreio

  • Lenda originária do Sul do Brasil, conta a história de um menino negro, escravizado e injustiçado por seu senhor, que, após ser maltratado e morrer, é transformado em um espírito ajudador. Ele aparece para auxiliar aqueles que perderam algo e rezam a ele pedindo ajuda.

O folclore brasileiro é vasto e inclui ainda outras figuras como o Caboclo-d’Água, o Homem do Saco e o Papa-Figo, cada uma com histórias adaptadas às realidades e costumes de diferentes comunidades. Através dessas lendas, o folclore brasileiro não só preserva a história e a cultura popular, mas também ensina valores como respeito à natureza, solidariedade e justiça.

RESUMO: 

O folclore brasileiro é um conjunto de tradições, lendas e mitos populares, nascidos da mistura de influências indígenas, africanas e europeias. A palavra "folclore" vem do inglês "folk" (povo) e "lore" (sabedoria), ou seja, o "conhecimento popular".

LENDAS 

Algumas das principais lendas do folclore brasileiro incluem:

  1. Saci-Pererê: Um menino travesso de uma perna só, que usa gorro vermelho e adora pregar peças.

  2. Curupira: Guardião das florestas, tem os pés virados para trás para confundir caçadores e proteger a natureza.

  3. Boto Cor-de-Rosa: Um golfinho amazônico que se transforma em homem bonito para seduzir mulheres durante festas.

  4. Iara: Uma sereia amazônica que encanta os homens com seu canto e os leva para o fundo dos rios.

  5. Boitatá: Cobra de fogo protetora da natureza, que pune aqueles que prejudicam as florestas.

  6. Mula-sem-cabeça: Mulher amaldiçoada que se transforma numa mula sem cabeça com fogo no lugar da cabeça.

  7. Lobisomem: Homem que se transforma em lobo em noites de lua cheia, inspirado em mitos europeus.

  8. Caipora: Protetor da floresta e dos animais, parecido com o Curupira.

  9. Negrinho do Pastoreio: Espírito de um menino negro injustiçado que ajuda a encontrar objetos perdidos.

Essas lendas refletem valores e ensinamentos sobre respeito à natureza, justiça e moral, preservando as tradições e a identidade cultural de diferentes regiões do Brasil.


III-DESCRIÇÃO  breve sobre cada uma dessas danças e manifestações culturais brasileiras:

1. Dança Cururu

  • Tradicional do interior de São Paulo e Mato Grosso, é uma dança e um estilo musical em que os participantes cantam e improvisam versos sobre temas cotidianos e religiosos. É acompanhada de violas e caracteriza-se por seu estilo declamatório e desafiador.

2. Capoeira & Maculelê

  • Capoeira: Arte marcial brasileira com origem africana, que mistura luta, dança, música e acrobacias. Tem movimentos rápidos e é acompanhada de berimbau e pandeiro.
  • Maculelê: Dança de origem africana que utiliza bastões ou facões em movimentos rítmicos. Os participantes dançam e simulam combates ao som de tambores e cantos.

3. Dança Caiapó

  • Dança indígena de celebração da cultura dos povos Caiapó. Os dançarinos usam trajes coloridos, adornos e movimentos que representam animais, rituais de colheita e conexão com a natureza.

4. Quadrilha Junina

  • Dança típica das festas juninas brasileiras. Inspirada em danças de salão europeias, tem passos que simulam a vida rural e celebra a colheita, sendo acompanhada por músicas de festa junina e trajes coloridos.

5. Moçambique ou Dança de São Benedito

  • Dança religiosa de origem afro-brasileira, em homenagem a São Benedito. É executada em grupos, com dançarinos vestidos em trajes coloridos, usando bastões e tambores, celebrando a cultura africana e a fé.

6. Marujada ou Chegança

  • Manifestação cultural que representa a vida dos marinheiros e suas viagens. Os dançarinos se vestem como marinheiros e realizam uma série de passos e simulações de batalhas ao som de cantos e tambores.

7. Afoxé

  • Manifestação musical e dançante de origem afro-brasileira, comumente associada ao Candomblé e ao Carnaval baiano. Os participantes cantam e dançam ao som de tambores, exaltando orixás e tradições religiosas africanas.

8. Baião

  • Estilo musical e dança típica do Nordeste, popularizado por Luiz Gonzaga. Tem ritmo alegre e dançante, representando a vida sertaneja e usando instrumentos como sanfona, zabumba e triângulo.

9. Fandango

  • Dança de origem portuguesa, praticada principalmente no litoral sul do Brasil. É realizada em pares e envolve sapateados e batidas com os pés, acompanhados de músicas tocadas com viola e rabeca.

10. Calango

  • Estilo musical e dança típico de Minas Gerais e Espírito Santo. É caracterizado pela improvisação de versos e envolve instrumentos como violas e pandeiros, destacando temas do cotidiano rural.

11. Carimbó

  • Dança típica da região Norte, especialmente do Pará. Dançada em pares, apresenta movimentos de saia rodados, ao som de tambores e outros instrumentos. Tem forte influência indígena e africana.

12. Chimarrita

  • Dança de origem portuguesa, popular no sul do Brasil, principalmente no Rio Grande do Sul. Envolve passos ritmados e muitas vezes é realizada em pares, acompanhada por músicas regionais.

13. Samba

  • Dança e estilo musical de origem afro-brasileira, que se tornou um dos símbolos do Brasil. Variantes do samba incluem o samba-enredo, samba de roda e samba-canção, cada uma com ritmos e danças características.

14. Frevo

  • Dança e estilo musical tradicional de Pernambuco, conhecido por seu ritmo acelerado e passos ágeis. Os dançarinos usam sombrinhas coloridas e realizam movimentos acrobáticos em comemorações carnavalescas.

15. Chula

  • Dança e estilo de música do sul do Brasil, com influências portuguesas. É praticada principalmente em roda, com dançarinos que fazem sapateado ao ritmo de viola, celebrando a cultura gaúcha.

16. Suça

  • Dança tradicional da região Nordeste, especialmente na Bahia. Tem influência africana e envolve cantos e tambores, sendo praticada em celebrações religiosas e populares.

17. Xaxado

  • Dança do sertão nordestino, popularizada por Lampião e seus cangaceiros. Tem ritmo marcado, com os dançarinos fazendo passos firmes e sincronizados, simulando um desfile militar ao som de zabumba.

18. Forró

  • Estilo de dança e música muito popular no Nordeste, com variantes como o xote, o baião e o arrasta-pé. É tocado com sanfona, triângulo e zabumba, e é conhecido por seus passos dançados em pares.

19. Retumbão

  • Dança de origem afro-brasileira e indígena, praticada em festas populares do Maranhão. O ritmo é marcado e alegre, acompanhado por tambores e cantos, celebrando a diversidade cultural da região.

20. Siriri

  • Dança folclórica do Centro-Oeste, especialmente no Mato Grosso. Os dançarinos formam rodas e realizam movimentos alegres ao som de violas, sanfonas e tambores.

21. Coco

  • Dança do Nordeste, com forte presença no litoral. Os dançarinos fazem batidas rítmicas com os pés e dançam ao som de tambores, pandeiros e outros instrumentos percussivos.

22. Maracatu

  • Dança e música de origem afro-brasileira, popular em Pernambuco. É caracterizada pela presença de tambores e uma procissão de participantes vestidos como a realeza africana, em homenagem aos orixás.

23. Boi Bumbá E RESUMO 

  • Manifestação popular do Norte, especialmente no Amazonas e no Maranhão. Envolve uma encenação teatral com personagens que representam um boi e outros elementos míticos, ao som de tambores e danças tradicionais.

Essas manifestações representam a rica diversidade cultural do Brasil e são expressões autênticas das influências indígenas, africanas e europeias que formaram a identidade brasileira.



IV-Bumba-meu-Boi: 

O Bumba-meu-Boi é uma das manifestações folclóricas mais ricas do Brasil, com raízes históricas e culturais que remontam ao final do século XVIII. Existem duas principais teorias sobre sua origem: uma que atribui seu surgimento aos trabalhadores rurais e escravos do interior, e outra que aponta influências do Boi-de-Canastra português. A celebração gira em torno da lenda de Pai Chico, que rouba o boi favorito de seu patrão para atender ao desejo de sua esposa grávida, Catirina, que quer comer a língua do boi. Ao ser encontrado, o boi está doente, mas é curado por pajés, e o fazendeiro perdoa Pai Chico, encerrando a história com uma grande festa.

A festa do Bumba-meu-Boi envolve uma narrativa e diversos personagens, como o Amo (o dono da fazenda), Pai Chico, Mãe Catirina, o Boi (confeccionado com armação de madeira), vaqueiros e índios, além de figuras como a Burrinha e o Cazumbá. A música é essencial e utiliza instrumentos variados de acordo com a influência cultural predominante — indígena, africana ou europeia. Os bois de matraca têm maior influência indígena e usam instrumentos como maracá e matraca. Já os bois de zabumba refletem mais a cultura africana e incluem zabumba e tambor de fogo. Os bois de orquestra, de influência europeia, empregam instrumentos de sopro, como saxofones e clarinetas.

O Bumba-meu-Boi é celebrado em diferentes épocas conforme a região e segue um ciclo que inclui a "morte" do boi, que é simbolicamente substituído e revitalizado a cada ano. Esta manifestação representa a integração de diversas culturas e se adapta criativamente a novas influências, mantendo vivas suas raízes tradicionais.

Conclusão O Bumba-meu-Boi é mais do que uma festa; é um espetáculo popular que integra narrativa, dança, música e religião, refletindo a complexa diversidade cultural brasileira. Enraizado nas tradições de diferentes povos que formaram o Brasil, ele evolui continuamente e resiste ao tempo, reafirmando o valor das tradições populares.

Resumo do Bumba-meu-Boi

  1. Origem

    • Data do final do século XVIII e tem duas teorias principais:
      • Surgiu entre trabalhadores rurais e escravos do interior.
      • Influência do Boi-de-Canastra de Portugal, com adaptações.
  2. História e Enredo

    • A lenda central envolve Pai Chico, que rouba o boi do patrão para satisfazer o desejo de sua esposa grávida, Catirina, de comer a língua do boi.
    • Ao ser encontrado, o boi está doente, mas é curado pelos pajés.
    • O fazendeiro perdoa Pai Chico, e a história termina em uma celebração.
  3. Personagens Principais

    • Amo (dono da fazenda) — comanda o grupo.
    • Pai Chico — rouba o boi para satisfazer o desejo de Catirina.
    • Mãe Catirina — esposa de Pai Chico, que deseja a língua do boi.
    • O Boi — representado por uma estrutura de madeira coberta com tecido bordado.
    • Vaqueiros e índios — ajudam na busca por Pai Chico e o boi.
    • Personagens adicionais como Burrinha e Cazumbá.
  4. Instrumentos e Influências Culturais

    • Influências culturais variam por sotaque e região:
      • Bois de Matraca (influência indígena): instrumentos como maracá e matraca.
      • Bois de Zabumba (influência africana): instrumentos como zabumba e tambor de fogo.
      • Bois de Orquestra (influência europeia): instrumentos de sopro, como saxofones e clarinetas.
  5. Ciclo da Festa

    • A festa não tem época fixa, variando conforme a região.
    • Inclui a "morte" do boi, que é substituído simbolicamente a cada ano.
    • A celebração é marcada por toadas, danças e rezas, além de elementos religiosos, como a Ladainha.
  6. Conclusão

    • O Bumba-meu-Boi é um espetáculo cultural complexo que mistura narrativa, dança, música e religião.
    • Reflete a diversidade cultural brasileira e permanece vivo ao se adaptar a novas influências enquanto preserva suas raízes tradicionais.

    • Resuminho do Bumba-meu-Boi
  1. Origem

    • Surgiu no Brasil no final do século XVIII.
    • Duas teorias principais de origem:
      • Desenvolvido por trabalhadores rurais e escravos no interior.
      • Influenciado pelo Boi-de-Canastra de Portugal, adaptado com características locais.
  2. Lenda e Enredo

    • História gira em torno de Pai Chico, que rouba o boi de seu patrão para atender ao desejo de sua esposa grávida, Catirina, de comer a língua do boi.
    • O boi adoece, é curado pelos pajés, e o fazendeiro perdoa Pai Chico, encerrando-se com uma grande festa.
  3. Principais Personagens

    • Amo (fazendeiro): dono do boi e líder da apresentação.
    • Pai Chico: empregado que rouba o boi para satisfazer Catirina.
    • Mãe Catirina: esposa de Pai Chico, grávida e desejando a língua do boi.
    • Boi: figura central, representada por uma armação de madeira coberta de tecido bordado.
    • Outros personagens incluem vaqueiros, índios e figuras adicionais, como a Burrinha e o Cazumbá.
  4. Influências Culturais e Instrumentação

    • Cada sotaque (variante regional) do Bumba-meu-Boi reflete diferentes influências culturais:
      • Sotaque de Matraca: predominância indígena, com instrumentos como maracá e matraca.
      • Sotaque de Zabumba: influência africana, com zabumba e tambor de fogo.
      • Sotaque de Orquestra: influência europeia, com instrumentos de sopro, como saxofones e clarinetas.
  5. Ritual e Celebração

    • A festa ocorre em diferentes épocas, dependendo da região.
    • Inclui uma encenação do enredo, cânticos, danças e um ciclo que termina com a “morte” do boi, substituído simbolicamente a cada ano.
    • Elementos religiosos também são incorporados, como a Ladainha e louvores aos santos.

Conclusão

  • O Bumba-meu-Boi é uma das manifestações culturais mais ricas e complexas do folclore brasileiro. Mistura aspectos de dança, música, narrativa e religiosidade, refletindo a diversidade e integração das culturas indígena, africana e europeia no Brasil. Adapta-se a novas influências culturais, mas mantém suas raízes, reafirmando seu valor como patrimônio imaterial e representando o espírito festivo e criativo do povo brasileiro.


V- Dança de São Gonçalo

  1. Origem e Contexto Histórico

    • Início do culto no Brasil remonta à chegada dos portugueses.
    • São Gonçalo do Amarante, falecido em 1262 e canonizado em 1561, ganhou grande devoção em Portugal e posteriormente no Brasil.
    • Rei D. João III, de Portugal, foi um dos principais devotos que impulsionaram sua beatificação.
  2. A Dança como Forma de Pagamento de Promessas

    • No Brasil, a dança é realizada principalmente como pagamento de promessas feitas ao santo.
    • As celebrações de São Gonçalo são comuns em várias partes do país.
  3. Lendas e Representação do Santo

    • Diversas lendas rodeiam a figura de São Gonçalo, inclusive histórias de que ele dançava para pagar dívidas e converter pecadores.
    • Em representações, o santo aparece de duas formas:
      • São Gonçalo de Amarante: com vestimenta camponesa da época, capa, chapéu e viola.
      • São Gonçalo Padre: de batina, crucifixo, sapatos com pregos (penitência) e viola.
  4. Características da Imagem

    • A imagem do santo frequentemente mostra uma expressão alegre, reforçando sua personalidade jovial.
    • Trechos de músicas populares refletem essa alegria, como o exemplo:
      • "São Gonçalo está no artá, com sua linda formusura, quem beijá o São Gonçalo tem a sarvação segura."
  5. A Festa e os Diversos Nomes pelo Brasil

    • A festa em homenagem ao santo recebe diferentes nomes: Romaria de São Gonçalo, Voltas a São Gonçalo, Terço de São Gonçalo, entre outros.
    • Geralmente, a dança ocorre em agradecimento a uma graça alcançada e envolve a comunidade local, amigos, familiares e músicos.
  6. Ritual da Dança

    • Realizada em terreiros, casas ou capelas com um altar dedicado ao santo.
    • Padrões de respeito durante a dança:
      • Dançar sempre de frente para o altar do santo.
      • Evitar distrações como conversas e risos.
      • Cumprimentar o santo ao sair da dança, com sapateado e beijo no altar ou fitas.
    • Os músicos (violeiros) ficam entre duas filas de dançarinos, uma de homens e outra de mulheres.

Conclusão: A Dança de São Gonçalo é uma rica tradição cultural e religiosa brasileira, que combina devoção, folclore e promessa. Representa a fé do povo, seus costumes e suas lendas, preservando uma forma única de culto que fortalece os laços comunitários e mantém vivas as tradições populares.


 VI-Quadrilhas Juninas

  1. Origem

    • A quadrilha teve origem na Inglaterra nos séculos XIII e XIV, durante a Guerra dos Cem Anos com a França, que ajudou a transferir essa dança popular para os palácios franceses.
    • Na França, a quadrilha se tornou uma dança nobre, popular em festividades da aristocracia europeia.
    • A dança chegou ao Brasil no século XIX, trazida pela Corte Real portuguesa, onde foi adaptada ao contexto brasileiro.
  2. Evolução e Popularização no Brasil

    • Originalmente aristocrática, a quadrilha foi incorporada pelo povo, especialmente no meio rural, adquirindo características e marcações em português e francês.
    • Hoje, a quadrilha é uma dança folclórica, especialmente comum nas Festas Juninas, sendo adaptada para os costumes e tradições regionais brasileiras.
  3. Comandos e Passos Principais

    • A quadrilha é marcada por comandos em francês, como "Balancê" (balanceio no ritmo da música), "Anavan" (avançar) e "Anarriér" (retornar).
    • É comandada por um “marcador” que guia os casais nas diferentes figuras e passos, como "Cumprimento", "Trocar de Dama/Cavalheiro", "Túnel", "Olha a Cobra", "É Mentira", "Caracol", "Desviar", "Coroar Damas/Cavalheiros" e "Grande Roda".
  4. Significado e Contexto Religioso

    • Dançada como homenagem aos santos juninos (Santo Antônio, São João e São Pedro), a quadrilha celebra as boas colheitas e reflete a fé e devoção do homem do campo.
    • Expressa gratidão a Deus e é um momento de comemoração e comunhão da comunidade rural.
  5. Aspectos Regionais e Criatividade

    • Em cada região, a quadrilha pode apresentar variações nos passos e comandos, muitas vezes incluindo temas e acontecimentos locais.
    • A dança evolui constantemente, integrando a criatividade dos grupos e dos “marcadores”.

Conclusão: A quadrilha junina é uma expressão cultural brasileira que une tradição, devoção e celebração popular. Embora tenha raízes na nobreza europeia, foi adaptada ao contexto rural brasileiro, adquirindo características próprias e regionalizadas. Hoje, faz parte das Festas Juninas em todo o país, onde desempenha um papel importante no fortalecimento dos laços culturais e comunitários. A quadrilha junina celebra a alegria do povo, a religiosidade e a criatividade, e continua a evoluir com o tempo.

VII Lendas no Brasil:

  1. Definição de Lenda

    • Lenda não significa mentira, mas tampouco é uma verdade absoluta.
    • São histórias que, embora baseadas em elementos reais, podem incluir elementos imaginários, muitas vezes transmitidas por gerações.
    • Lendas podem ser vistas como "livros na memória dos mais sábios", ou seja, uma forma de sabedoria popular.
  2. Diferença entre Mito e Lenda

    • Mito: Refere-se ao personagem ou entidade central da história.
    • Lenda: É a história que envolve esse personagem ou entidade, explicando suas ações ou origem.
  3. Influência da Miscigenação

    • As lendas brasileiras são amplamente influenciadas pela miscigenação de culturas dos povos indígenas, africanos e europeus, criando uma rica diversidade de mitos e histórias em todo o país.
  4. Exemplos de Lendas por Região:

    • Região Norte:

      • Boto, Muiraquitã, Vitória-Régia, Saci Pererê, Boitatá, Mapinguari, Iara, entre outras.
      • Mitos sobre a origem de elementos naturais como o Pirarucu, o Peixe-Boi, a Mandioca e o Guaraná.
    • Região Nordeste:

      • Vaqueiro Misterioso, Mula-Sem-Cabeça, Negro D'Água, Cabra Cabriola, Quimbungo, entre outros.
      • Lendas relacionadas ao folclore rural, com elementos sobrenaturais e animais fantásticos.
    • Região Centro-Oeste:

      • Saci Pererê, Negro D'Água, Caipora e Curupira, Lobisomem, Mãe do Ouro, Pai do Mato, entre outros.
      • Lendas sobre animais e entidades que habitam a natureza selvagem.
    • Região Sudeste:

      • Onça-Maneta, Procissão das Almas, Bicho-Papão, Mão de Cabelo, Lobisomem, entre outros.
      • Mistura de lendas com temas de mistério e elementos sobrenaturais.
    • Região Sul:

      • Saci Pererê, Negrinho do Pastoreio, João de Barro, Gralha Azul, Bicho-Papão, entre outros.
      • Lendas relacionadas ao campo, animais e mistérios de origem popular.
  5. Elementos Comuns nas Lendas

    • Animais Fantásticos: Como o Saci Pererê, Boitatá, Onça-Maneta, Lobisomem, entre outros.
    • Seres Místicos: Como o Curupira, Caipora, Cuca, Mula-Sem-Cabeça.
    • Explicações da Natureza: Muitas lendas explicam a origem de fenômenos naturais, como a Lua, o Sol, a mandioca, e o Guaraná.

Conclusão: As lendas brasileiras são um reflexo da diversidade cultural do país, nascidas da mistura das culturas indígena, africana e europeia. Embora envolvam muitos elementos imaginários, as lendas possuem raízes em fatos reais, sendo passadas de geração em geração como uma forma de preservar a memória coletiva. Cada região do Brasil tem suas próprias lendas, que não apenas explicam fenômenos naturais, mas também refletem as crenças, medos e sabedorias populares de seu povo. A riqueza dessas histórias é um patrimônio cultural do Brasil.


VIII-Culinária Brasileira:

  1. Formação e Influências

    • A culinária brasileira é resultado da miscigenação de diversas culturas, com destaque para as influências indígena, africana e europeia.
    • Esses três povos contribuíram com produtos, técnicas e ingredientes que formam a base da alimentação brasileira.
  2. Influências Indígenas

    • Produtos cultivados: Milho, mandioca (farinha de mandioca, tapioca), aipim, e frutas como o caju.
    • Preparos indígenas: A mandioca foi a maior contribuição, com produtos como a farinha de mandioca, essencial para pratos de origem africana e portuguesa. Também destacam-se a tapioca (para beiju, mingau) e o Cauim, uma bebida alcoólica feita de caju.
    • Pesca e caça: As técnicas de pesca e caça indígenas também influenciaram a culinária.
  3. Influências Africanas

    • Azeite de dendê: Essencial em muitos pratos típicos brasileiros, é um ingrediente-chave da culinária afro-brasileira.
    • Feijoada: Surgiu como uma adaptação dos negros à escravidão, utilizando sobras de carne e técnicas africanas.
    • Frutos do mar: A culinária africana também trouxe o uso de frutos do mar, que é marcante em várias regiões do Brasil.
  4. Influências Europeias

    • Técnicas agrícolas e de criação de animais: Os portugueses, em especial, contribuíram com o conhecimento sobre a criação de animais para alimentação, como boi, carneiro, porco e bode.
    • Subprodutos: Leite, queijo, requeijão, embutidos e defumados foram trazidos pelos europeus.
    • Doces e bebidas: Contribuições significativas na fabricação de doces, conservas e bebidas como licores.

Conclusão: A culinária brasileira é uma rica mistura de influências culturais que refletem a diversidade do povo brasileiro. As contribuições indígenas, africanas e europeias resultaram em uma alimentação única, com pratos típicos e ingredientes que variam de região para região. A fusão desses sabores e técnicas criou uma das cozinhas mais diversas e saborosas do mundo, que continua a evoluir e se enriquecer com o tempo.

Resumo sobre a Culinária Brasileira:

  1. Formação e Influências

    • A culinária brasileira é resultado da fusão de diversas culturas, com as principais influências sendo indígena, africana e europeia.
  2. Influências Indígenas

    • Produtos cultivados: Milho, mandioca, aipim, caju e outras frutas.
    • Preparos indígenas: Farinha de mandioca, tapioca, beiju e Cauim (bebida alcoólica de caju).
    • Pesca e caça: Técnicas que influenciaram a culinária brasileira.
  3. Influências Africanas

    • Azeite de dendê: Base em diversos pratos típicos, especialmente na culinária baiana.
    • Feijoada: Resultado da adaptação dos negros à escravidão, utilizando sobras de carnes com técnicas africanas.
    • Frutos do mar: Importância na alimentação nas regiões costeiras.
  4. Influências Europeias

    • Técnicas agrícolas: Introdução do cultivo de animais para alimentação (boi, porco, carneiro, etc.).
    • Subprodutos de animais: Leite, queijo, requeijão, embutidos e defumados.
    • Doces e bebidas: Influência na fabricação de doces e licores, conservas, entre outros.

Conclusão: A culinária brasileira é um reflexo da história de miscigenação cultural do país, unindo os saberes indígenas, africanos e europeus. Cada grupo trouxe seus próprios ingredientes, técnicas e sabores, que juntos formam uma gastronomia única e diversificada. A combinação desses elementos não só enriqueceu a alimentação no Brasil, mas também a tornou reconhecida mundialmente pela sua criatividade e sabor.


IX-Festas Populares e Brincadeiras Infantis:

1. Festas Populares

As festas populares no Brasil são uma grande expressão da cultura e da religiosidade do povo. São eventos que celebram tradições e representam um elo de união entre as pessoas. Algumas das mais populares incluem:

  • Festas Juninas: Celebradas no mês de junho, homenageiam os santos católicos São João, Santo Antônio e São Pedro. São marcadas por danças como a quadrilha, comidas típicas e fogueiras.

  • Cavalhada: Realizada em várias partes do Brasil, principalmente no interior, a Cavalhada é uma festa que retrata o embate entre mouros e cristãos, com cavaleiros que encenam uma batalha medieval.

  • Carnaval: Uma das maiores festas populares do Brasil, celebrada antes da quaresma, com desfiles de escolas de samba, blocos de rua, bailes e manifestações culturais que celebram a música e a dança.

  • Folias de Reis: Festa tradicional que celebra a visita dos Três Reis Magos ao menino Jesus, com grupos de músicos e cantores percorrendo cidades e vilarejos.

  • Festa do Çairé: Celebrada em Alter do Chão, no Pará, é uma festa que mistura a tradição indígena e católica, com danças, rituais e celebrações que envolvem a cultura local.

  • Festa do Boi Bumbá: Popular em Manaus e em outras regiões do Norte do Brasil, é uma festa que conta a história do boi que morre e ressuscita, com desfiles, danças e dramatizações que envolvem a cultura amazônica.

2. Brincadeiras Infantis

As brincadeiras infantis têm um papel importante no desenvolvimento das crianças, promovendo a interação social, a criatividade e o senso de pertencimento. Algumas das mais populares incluem:

  • Gudes: Brincadeira que envolve pequenos discos ou pedras, onde as crianças tentam acertar o alvo com precisão.

  • Pipas/Papagaios/Araias/Periquitos: Brincadeiras que envolvem o voo de pipas, muito populares em todo o Brasil, com variações regionais e até competições para ver quem consegue fazer a pipa voar mais alto.

  • Pião: Brincadeira tradicional que envolve girar um pião com uma corda, tentando fazer com que ele fique girando o maior tempo possível.

  • Boca de Forno: Brincadeira onde as crianças formam um círculo e uma delas fica no meio, fazendo um "forno" com as mãos e chamando outra criança para "entrar" na boca do forno.

  • Ciranda ou Cantigas de Roda: Brincadeiras cantadas que envolvem várias crianças dançando em círculo, com músicas tradicionais e movimentos lúdicos.

  • Amarelinha: Jogo de pular entre casas desenhadas no chão, muito popular entre as crianças, com regras que variam conforme a região.

  • Esconde-Esconde: Brincadeira onde uma criança se esconde enquanto as outras tentam encontrá-la. Desenvolve o senso de orientação e a habilidade de se esconder e procurar.

Conclusão:

As festas populares brasileiras são um reflexo da diversidade cultural e religiosa do país, celebrando desde influências indígenas até tradições europeias e africanas. Elas são momentos de expressão artística, social e religiosa, capazes de unir comunidades e perpetuar tradições. Já as brincadeiras infantis são fundamentais para o desenvolvimento social e cognitivo das crianças, ensinando valores como a colaboração, o respeito pelas regras e o trabalho em equipe. Ambas as manifestações culturais são essenciais para manter vivas as tradições e fortalecer os laços comunitários em diferentes regiões do Brasil.


X-Medicina Popular no Brasil:

1. Medicina Popular no Brasil:

  • Origem: A medicina popular brasileira tem raízes profundas nas práticas dos indígenas que habitavam o país antes da chegada dos portugueses. Esse conhecimento foi transmitido ao longo das gerações e se enriqueceu com as influências africanas e europeias.
  • Prática: A medicina popular trata a pessoa de maneira holística, considerando não apenas a saúde física, mas também a saúde espiritual. A crença é que muitas doenças podem ter origens espirituais, como o "mal olhado", que é causado por inveja ou energia negativa de outras pessoas.
  • Método: Na medicina popular, o tratamento envolve três formas principais: o uso de plantas medicinais, rezas e simpatias. Em muitos casos, esses métodos são combinados para potencializar a cura.

2. Plantas Medicinais:

  • Uso: As plantas medicinais têm sido utilizadas desde os tempos antigos, com muitos povos indígenas dominando o conhecimento sobre suas propriedades curativas. Elas são aplicadas de diversas formas: chá, infusão, compressa, pomadas, entre outros.
  • Exemplos: Entre as plantas mais conhecidas estão a arnica (para contusões), a camomila (calmante), o alho (para doenças respiratórias) e a cascara sagrada (laxante).
  • Função: Essas plantas são usadas para tratar uma variedade de condições, como problemas digestivos, febre, inflamações, dores e até distúrbios emocionais.

3. Reza:

  • Prática espiritual: A reza é uma prática comum na medicina popular, muitas vezes realizada por rezadeiras ou benzedeiras. Essas pessoas são consideradas portadoras de um poder espiritual capaz de curar doenças físicas e espirituais.
  • Objetivo: As rezas geralmente têm um caráter de cura espiritual, podendo ser usadas para afastar energias negativas ou doenças associadas ao "mal olhado". A reza é uma forma de pedir ajuda a entidades espirituais, santos ou forças divinas.
  • Rituais: As rezas podem ser feitas em momentos de necessidade, como quando uma pessoa está doente ou aflita. Muitas vezes, são acompanhadas de gestos, toques ou até o uso de plantas.

4. Simpatia Medicinal:

  • Definição: As simpatias são práticas populares que envolvem rituais e encantamentos com o objetivo de curar ou melhorar a saúde de uma pessoa. Elas muitas vezes envolvem objetos, gestos, orações e até alimentos específicos.
  • Objetivo: As simpatias visam tratar doenças ou problemas através de crenças e práticas místicas. Elas podem incluir receitas populares, como passar ervas no corpo da pessoa ou fazer oferendas para entidades protetoras.
  • Exemplos: Uma simpatia popular é o uso de sal grosso para afastar a inveja ou a folha de louro para trazer prosperidade e saúde.

Conclusão:

A Medicina Popular no Brasil é um exemplo da sabedoria popular e do conhecimento tradicional transmitido de geração em geração. Ela valoriza o equilíbrio entre corpo e espírito, considerando que a saúde não é apenas física, mas também energética e emocional. As plantas medicinais, as rezas e as simpatias desempenham um papel importante nesse contexto, oferecendo alternativas à medicina científica. Embora muitas dessas práticas tenham base em crenças populares e culturais, elas continuam sendo utilizadas por muitas pessoas em diversas regiões do Brasil, evidenciando a resistência e a importância da medicina tradicional na vida cotidiana do povo brasileiro.


XI- Superstições ou Crendices

  • Definição: São crenças populares baseadas em explicações não científicas sobre acontecimentos naturais e cotidianos, muitas vezes relacionadas a azar, sorte ou preságios.

Exemplos de Superstições:

  1. Coceira na Mão:

    • Palma da mão esquerda coçando indica que vem dinheiro.
    • Palma da mão direita coçando significa que uma visita desconhecida está prestes a chegar.
  2. Orelha Quente:

    • Se a orelha esquenta, alguém está falando mal de você. A superstição diz que falar os nomes dos suspeitos pode fazer a orelha parar de arder.
  3. Gato Preto:

    • Cruzar com um gato preto é considerado um sinal de azar, devido à crença medieval de que gatos pretos seriam bruxas disfarçadas.
  4. Espelho Quebrado:

    • Quebrar um espelho traz sete anos de má sorte. Admirar-se em um espelho quebrado é ainda pior, sendo dito que isso quebra a própria alma.
  5. Guarda-Chuva:

    • Abrir um guarda-chuva dentro de casa é considerado um sinal de infortúnio e problemas de saúde para os membros da casa.
  6. Aranhas:

    • A presença de aranhas, grilos e lagartixas em casa é vista como sinal de boa sorte. Matar uma aranha pode trazer infelicidade, especialmente no campo do amor.
  7. Verrugas:

    • Apontar para estrelas ou deixar o sangue de uma verruga cair sobre a pele pode causar o surgimento de novas verrugas.
  8. Brinde:

    • Se alguém fizer um brinde com bebida alcoólica e outro com bebida não alcoólica, seus desejos podem se inverter.
  9. Sexo do Bebê:

    • Para adivinhar o sexo do bebê:
      1. Se a futura mãe mostrar a mão com a palma para baixo, será menino; se for para cima, será menina.
      2. A forma da barriga: pontuda e saliente indica menino, arredondada e espalhada para os lados indica menina.

Conclusão:

As superstições e crendices refletem uma tentativa de compreender e controlar o mundo à volta, muitas vezes associando acontecimentos naturais a explicações místicas. Embora não tenham base científica, elas desempenham um papel importante na cultura popular, sendo transmitidas de geração para geração. Essas crenças representam o desejo humano de prever e influenciar o destino, tornando-se parte do patrimônio cultural de diversos povos.


XII-Simpatias Medicinais

  • Definição: A palavra "simpatia" vem do grego, significando "sentir juntos o mesmo". Trata-se de práticas populares de cura que não têm explicação científica comprovada. Originárias do Egito antigo e dos rituais de cura indígenas no Brasil, as simpatias são muito utilizadas na medicina popular.

  • Função: As simpatias buscam curar doenças físicas e emocionais como verrugas, asma, soluços, problemas no parto, e até mesmo para evitar a secagem do leite materno. Muitas vezes, essas práticas se combinam com rezas e remédios tradicionais.

  • Exemplos de Simpatias Medicinais:

    • Gagueira: Beber água da campainha de altar ou assustar a pessoa para perder a gagueira.
    • Hemorróidas: Sentar-se sobre o couro de bicho-preguiça ou usar banhos com erva-de-bicho.
    • Malária: Levar gravetos até uma encruzilhada e dizer palavras de afastamento.
    • Febre e dor de dente: Bater um prego numa árvore como forma de cura.
    • Mau Olhado: Falar palavras de proteção ao tomar o último gole de café ou chá.
  • Conceito de Amuleto:

    • Amuletos são objetos que servem como mecanismos de proteção ou para atrair sorte, como o trevo de quatro folhas, o patuá, ou a figa.
    • Cada amuleto é associado a forças sobrenaturais que buscam trazer benefícios como sorte, proteção e cura.

    • Simpatias para o Bebê Dormir Bem

      1. Materiais Necessários:

        • 3 dentes de alho
        • 3 galhinhos de arruda
        • Fio de linha
        • Maçã madura
        • Prato de louça
      2. Modo de Fazer:

        • Amarre os dentes de alho e os galhinhos de arruda no fio de linha e pendure no quarto da criança.
        • Coloque uma maçã madura em um prato de louça e deixe-a no quarto, longe da criança.
        • Certifique-se de que o quarto esteja bem arejado.
      3. Duração:

        • Deixe os itens por 3 dias no quarto. Após esse período, o bebê deverá ter um sono mais tranquilo.
        • Se necessário, repita a simpatia para manter o efeito.

Conclusão:

As simpatias e amuletos fazem parte das tradições de cura popular, sendo utilizadas para proteger, curar e atrair boa sorte. Embora sem comprovação científica, essas práticas continuam sendo um elo importante entre as pessoas e sua cultura, refletindo crenças que buscam a melhoria do bem-estar físico e emocional. No caso específico das simpatias para o bebê dormir bem, elas combinam elementos naturais e rituais de proteção para proporcionar um sono tranquilo


XIII-Amuletos Populares

  • Definição: Amuletos são objetos usados como mecanismos de proteção ou para atrair sorte em várias áreas, como financeira, amorosa, entre outras. Sua origem remonta ao período pré-histórico e são associados a poderes sobrenaturais.

  • Origem e Difusão: No Brasil, o uso de amuletos é amplo, sendo influenciado pela miscigenação cultural e religiosa. A utilização desses amuletos foi difundida em diversas regiões do país.

  • Principais Tipos de Amuletos:

    • Trevo de quatro folhas: Símbolo de sorte, especialmente utilizado em bolsas e carteiras.
    • Patuá: Amuleto usado no Candomblé, com ervas e símbolos religiosos ligados aos Orixás.
    • Contas de Orixá: Colares de miçangas, usados para proteção conforme a cor de cada Orixá.
    • Figa: Feita para afastar espíritos maus, popular entre descendentes africanos.
    • Carranca: Escultura de madeira com rosto feroz, usada como proteção contra espíritos maus.
    • Espantalho: Utilizado em lavouras para espantar aves e roedores.
    • Bentinho ou Escapulário: Peças com orações ou imagens religiosas para proteção.
    • Medalhas e Medalhões: Imagens de santos, geralmente usadas em colares ou colocadas em bolsas para proteção.
    • Crucifixo (Cruz): Símbolo cristão utilizado como amuleto contra o mal.
    • Ferradura: Colocada atrás da porta para afastar espíritos maus.
    • Pata de Coelho: Acredita-se que atrai sorte e riqueza, especialmente financeira.
    • Imã: Utilizado para atrair dinheiro, colocando moedas próximas a ele.
    • Fitinhas de Santos: Utilizadas para pedidos religiosos, amarradas ao pulso, com a crença de que ao se partir, o pedido foi atendido.
  • Exemplo de Simpatia Popular:

    • Para perder a barriga: Encostar a barriga em uma parede por três vezes ao levantar e antes de dormir, dizendo "vai embora barriga", por quinze dias. (Embora os resultados não sejam garantidos, a prática é comum.)

    • Trava-línguas: Jogos de palavras difíceis de pronunciar repetidamente, como forma de diversão e treinamento vocal.


Conclusão: Os amuletos populares são elementos profundamente enraizados na cultura brasileira, com origem nas práticas religiosas e superstições. A diversidade desses amuletos reflete a rica mistura de tradições, crenças e práticas culturais presentes no Brasil. Seja para proteção, sorte ou outros objetivos, os amuletos continuam a ser uma parte importante da vida cotidiana, muitas vezes associando as práticas espirituais às necessidades pessoais. Além disso, as simpatias, como as que envolvem amuletos, mostram o poder simbólico que as pessoas atribuem a objetos e rituais para alcançar objetivos desejados.


XIV-FRASES E DITADOS POPULARES  

1. Frases Populares:

  • Definição: São expressões usadas no cotidiano que fazem comparações entre diferentes temas, como comportamentos humanos ou características de animais. Elas têm o objetivo de refletir um modo de pensar e agir.
  • Diferença entre Ditados e Frases Populares: Enquanto as frases populares tendem a julgar uma situação no momento em que ela ocorre, as frases ditas como ditados populares servem como um alerta ou conselho para o futuro.

Exemplos de Frases Populares:

  • Memória de Elefante: Refere-se a uma pessoa que tem uma memória extraordinária e lembra de tudo.
  • Dormir com as galinhas: Significa dormir cedo, como as galinhas, que se recolhem ao cair da noite.
  • Acordar com as galinhas: Acordar muito cedo, assim como as galinhas fazem ao amanhecer.
  • Estômago de Avestruz: Alguém que é capaz de comer qualquer tipo de comida, independente do seu gosto ou qualidade.
  • Lágrimas de Crocodilo: Refere-se a uma demonstração de choro falso ou fingido.
  • O Canto do Cisne: A última realização de alguém antes de uma despedida ou fim.
  • Abraço de Tamanduá: Representa uma ação de traição ou deslealdade, usando a imagem do tamanduá que se deita de barriga para cima e surpreende seu inimigo com um abraço esmagador.
  • Olhos de Lince: Expressão usada para descrever alguém com uma visão muito apurada, capaz de enxergar longe.
  • Osso duro de roer: Algo muito difícil de resolver ou superar.
  • Dar nó em pingo d'água: Ser capaz de sair de uma situação difícil com habilidade.
  • Remar contra a Maré: Tentar realizar algo sem sucesso, onde tudo parece dar errado.
  • Dar a mão a palmatória: Admitir que cometeu um erro.
  • Pintar o 7: Fazer bagunça ou confusão.
  • Dar com os burros n’água: Trabalhar muito e não alcançar o resultado esperado.
  • Colocar a carroça na frente dos bois: Fazer algo na ordem errada, sem planejamento.
  • Criança Traquina: Criança travessa, que gosta de fazer travessuras.
  • Amigo da Onça: Uma pessoa que finge ser amiga, mas na verdade age de forma traiçoeira.
  • Ficar chupando dedo: Ficar apenas desejando algo, mas sem tomar nenhuma ação para consegui-lo.
  • Cabeça martelando: Estar com muitos problemas ou preocupações, ou ter dor de cabeça.

2. Ditados Populares:

  • Definição: Frases tradicionais que expressam sabedoria popular, frequentemente usadas como conselhos ou advertências, refletindo experiências passadas.
  • Objetivo: Servem para alertar sobre ações, oferecer conselhos ou transmitir ensinamentos para situações futuras.

Exemplos de Ditados Populares:

  • Antes só do que mal acompanhado: Melhor estar sozinho do que se associar com pessoas de má índole.
  • Quem mistura-se com porcos, farelo come: Aqueles que se associam com pessoas ruins acabam se tornando como elas.
  • Cada macaco no seu galho: Cada pessoa deve ocupar o seu lugar e cumprir suas responsabilidades.
  • De grão em grão, a galinha enche o papo: A paciência e o esforço gradual levam ao sucesso.
  • Deus escreve certo por linhas tortas: Mesmo que as coisas pareçam difíceis ou confusas, o destino acaba se cumprindo de forma correta.
  • Cavalo dado, não se olha os dentes: Quando recebemos algo de presente, não devemos criticar ou questionar o valor.
  • Quem fala demais, dá bom dia a cavalo: Refere-se a pessoas que falam demais, geralmente sem pensar no que estão dizendo.
  • Um dia da caça, o outro é do caçador: A sorte varia, às vezes estamos em uma boa fase e outras vezes em uma fase ruim.
  • Quem casa, quer casa: Quem se casa deseja ter sua própria casa, estabilidade e independência.
  • Quando um burro fala, o outro murcha a orelha: Quando alguém fala muito, a outra pessoa se cala, muitas vezes por perceber que não vale a pena responder.
  • Uma andorinha só não faz verão: Uma única pessoa não consegue resolver um problema sozinho; é preciso trabalho em equipe.

Conclusão:

As frases populares e ditados populares são parte fundamental da comunicação diária e refletem a sabedoria acumulada ao longo de gerações. Enquanto as frases populares abordam aspectos imediatos e diretos de comportamento ou situações cotidianas, as expressões por trás dos ditados populares trazem ensinamentos, conselhos e advertências que visam orientar ações futuras. Ambos têm um papel essencial na preservação cultural e no compartilhamento de valores e ideias em sociedade. Essas expressões, além de serem de fácil compreensão e memorização, servem também para educar e reforçar normas sociais de maneira simples e eficaz, muitas vezes com um toque de humor ou crítica social.i

Resumo:

  1. Trava-línguas (ou Quebra-línguas):

    • Jogos de palavras difíceis de pronunciar repetidamente, gerando confusão e rindo das dificuldades de comunicação.
    • Exemplo: "Porco crespo, tôco pretro", "Um Tigre, dois Tigres, três Tigres", entre outros.
  2. Parlendas:

    • Versos tradicionais, rimados e de fácil ritmo, usados em brincadeiras infantis.
    • Não são cantadas, mas recitadas, muitas vezes para escolher participantes ou divertir.
    • Exemplos incluem: "Dedo Mindinho, seu vizinho", "Rei Capitão, Soldado, Ladrão", e "Um, dois, feijão com arroz".
  3. Adivinhas:

    • Perguntas enigmáticas com respostas difíceis de descobrir, como charadas.
    • Exemplos: "Do tamanho de uma bolota enche a casa até a porta?" (resposta: luz) e "O que é, o que é? Cai de pé e corre deitado?" (resposta: chuva).
  4. Ditados Populares e Frases Populares:

    • Frases Populares: Expressões que comparam situações a animais ou comportamentos humanos, frequentemente usadas para ensinar algo de forma direta.
      • Exemplo: "Memória de elefante", "Dormir com as galinhas", "Lágrimas de crocodilo".
    • Ditados Populares: Frases com significado de advertência ou sabedoria prática.
      • Exemplos: "Antes só do que mal acompanhado", "Quem fala de mais, dá bom dia a cavalo", "Deus escreve certo por linhas tortas".
  5. Exemplos de Frases Populares:

    • "Estômago de avestruz": Capacidade de comer qualquer coisa.
    • "Olhos de lince": Ter visão apurada.
    • "Dar nó em pingo d'água": Superar grandes dificuldades.
  6. Exemplos de Ditados Populares:

    • "Cada macaco no seu galho": Cada pessoa no seu devido lugar.
    • "De grão em grão, a galinha enche o papo": O sucesso vem aos poucos.
    • "Cavalo dado, não se olha os dentes": Não se deve questionar o valor do que é dado.

Conclusão: Trava-línguas, parlendas, adivinhas e ditados populares são formas de expressão cultural que envolvem palavras e frases com significados profundos, lúdicos e educativos. Essas tradições orais refletem o humor, as dificuldades, as esperanças e a sabedoria popular, sendo fundamentais para a preservação de linguagens e práticas culturais ao longo do tempo. Embora muitas vezes com um tom humorístico ou leve, essas expressões carregam ensinamentos e alertas, além de promoverem a interação social e o aprendizado, especialmente no contexto infantil.

Frases Populares:

  • Definição: São expressões usadas no cotidiano que fazem comparações entre diferentes temas, como comportamentos humanos ou características de animais. Elas têm o objetivo de refletir um modo de pensar e agir.
  • Diferença entre Ditados e Frases Populares: Enquanto as frases populares tendem a julgar uma situação no momento em que ela ocorre, as frases ditas como ditados populares servem como um alerta ou conselho para o futuro.

Exemplos de Frases Populares:

  • Memória de Elefante: Refere-se a uma pessoa que tem uma memória extraordinária e lembra de tudo.
  • Dormir com as galinhas: Significa dormir cedo, como as galinhas, que se recolhem ao cair da noite.
  • Acordar com as galinhas: Acordar muito cedo, assim como as galinhas fazem ao amanhecer.
  • Estômago de Avestruz: Alguém que é capaz de comer qualquer tipo de comida, independente do seu gosto ou qualidade.
  • Lágrimas de Crocodilo: Refere-se a uma demonstração de choro falso ou fingido.
  • O Canto do Cisne: A última realização de alguém antes de uma despedida ou fim.
  • Abraço de Tamanduá: Representa uma ação de traição ou deslealdade, usando a imagem do tamanduá que se deita de barriga para cima e surpreende seu inimigo com um abraço esmagador.
  • Olhos de Lince: Expressão usada para descrever alguém com uma visão muito apurada, capaz de enxergar longe.
  • Osso duro de roer: Algo muito difícil de resolver ou superar.
  • Dar nó em pingo d'água: Ser capaz de sair de uma situação difícil com habilidade.
  • Remar contra a Maré: Tentar realizar algo sem sucesso, onde tudo parece dar errado.
  • Dar a mão a palmatória: Admitir que cometeu um erro.
  • Pintar o 7: Fazer bagunça ou confusão.
  • Dar com os burros n’água: Trabalhar muito e não alcançar o resultado esperado.
  • Colocar a carroça na frente dos bois: Fazer algo na ordem errada, sem planejamento.
  • Criança Traquina: Criança travessa, que gosta de fazer travessuras.
  • Amigo da Onça: Uma pessoa que finge ser amiga, mas na verdade age de forma traiçoeira.
  • Ficar chupando dedo: Ficar apenas desejando algo, mas sem tomar nenhuma ação para consegui-lo.
  • Cabeça martelando: Estar com muitos problemas ou preocupações, ou ter dor de cabeça.

2. Ditados Populares:

  • Definição: Frases tradicionais que expressam sabedoria popular, frequentemente usadas como conselhos ou advertências, refletindo experiências passadas.
  • Objetivo: Servem para alertar sobre ações, oferecer conselhos ou transmitir ensinamentos para situações futuras.

Exemplos de Ditados Populares:

  • Antes só do que mal acompanhado: Melhor estar sozinho do que se associar com pessoas de má índole.
  • Quem mistura-se com porcos, farelo come: Aqueles que se associam com pessoas ruins acabam se tornando como elas.
  • Cada macaco no seu galho: Cada pessoa deve ocupar o seu lugar e cumprir suas responsabilidades.
  • De grão em grão, a galinha enche o papo: A paciência e o esforço gradual levam ao sucesso.
  • Deus escreve certo por linhas tortas: Mesmo que as coisas pareçam difíceis ou confusas, o destino acaba se cumprindo de forma correta.
  • Cavalo dado, não se olha os dentes: Quando recebemos algo de presente, não devemos criticar ou questionar o valor.
  • Quem fala demais, dá bom dia a cavalo: Refere-se a pessoas que falam demais, geralmente sem pensar no que estão dizendo.
  • Um dia da caça, o outro é do caçador: A sorte varia, às vezes estamos em uma boa fase e outras vezes em uma fase ruim.
  • Quem casa, quer casa: Quem se casa deseja ter sua própria casa, estabilidade e independência.
  • Quando um burro fala, o outro murcha a orelha: Quando alguém fala muito, a outra pessoa se cala, muitas vezes por perceber que não vale a pena responder.
  • Uma andorinha só não faz verão: Uma única pessoa não consegue resolver um problema sozinho; é preciso trabalho em equipe.

Conclusão:

As frases populares e ditados populares são parte fundamental da comunicação diária e refletem a sabedoria acumulada ao longo de gerações. Enquanto as frases populares abordam aspectos imediatos e diretos de comportamento ou situações cotidianas, as expressões por trás dos ditados populares trazem ensinamentos, conselhos e advertências que visam orientar ações futuras. Ambos têm um papel essencial na preservação cultural e no compartilhamento de valores e ideias em sociedade. Essas expressões, além de serem de fácil compreensão e memorização, servem também para educar e reforçar normas sociais de maneira simples e eficaz, muitas vezes com um toque de humor ou crítica social.

XV-Cangaço

Origem do Cangaço:

  • O Cangaço surgiu a partir da metade do século XIX no Sertão Nordestino, caracterizado por extrema miséria e injustiça social. A manifestação foi marcada por banditismo e ficou conhecida como Cangaço.
  • Desde 1834, o termo já era utilizado para descrever indivíduos armados, com chapéus de couro e carabinas, que andavam de forma agressiva e combativa pelo sertão. O nome "Cangaço" deriva do termo canga, que se referia ao dispositivo usado para atar bois, simbolizando a forma como os cangaceiros carregavam suas armas.

A Natureza do Cangaço:

  • O Cangaço é considerado por alguns historiadores como um banditismo social, cujas raízes estão nas desigualdades econômicas e sociais do Nordeste.
  • Ele é visto como uma reação à injustiça social, e a figura do Cangaceiro (ou jagunço) surgiu como um indivíduo fora dos padrões da civilização, pertencente à cultura rural do sertão, onde o poder econômico e as lutas políticas muitas vezes se fundiam.

Divisão do Banditismo:

  • No Nordeste, o banditismo do Cangaço dividia-se em dois grupos principais:
    1. Jagunços ou Capangas (Pistoleiros): Trabalhavam como guarda-costas ou seguranças para pessoas de poder econômico, geralmente envolvidas em disputas de propriedades ou conflitos políticos.
    2. Cangaceiros: Eram considerados "bandidos sociais", pois, apesar de praticarem crimes, contavam com o apoio das comunidades locais, que forneciam recursos como alimentos, esconderijos e informações.

Biografia de Lampião:

  • Lampião (Virgulino Ferreira da Silva) foi o líder mais famoso do Cangaço. Nascido no sertão nordestino, Lampião se tornou um símbolo de resistência e ao mesmo tempo de violência. Ele comandou um grupo de cangaceiros que praticava tanto roubos quanto atos de resistência contra as autoridades locais.
  • A história de Maria Bonita, companheira de Lampião, é uma das mais conhecidas dentro do Cangaço. Ela se tornou um ícone feminista por sua coragem e participação ativa nas lutas com os cangaceiros.

Os Cangaceiros e as Lutas:

  • Os cangaceiros eram conhecidos por sua organização e capacidade de resistência nas disputas com as volantes (polícias especializadas em combater o Cangaço). As batalhas eram frequentes, e o Cangaço tinha grande influência nas comunidades locais, embora fosse alvo constante das forças de repressão.

Coiteiros e as "Volantes":

  • Coiteiros eram pessoas que apoiavam os cangaceiros, fornecendo apoio logístico como esconderijos, alimentação e informações.
  • As "Volantes" eram grupos militares e policiais que tinham a missão de caçar e eliminar os cangaceiros, gerando uma contínua guerra no sertão.

Fim de Lampião:

  • O fim de Lampião aconteceu em 1938, quando ele foi emboscado e morto por forças policiais. Sua morte marcou o declínio do Cangaço, embora o movimento tenha continuado por algum tempo.

Histórias Folclóricas:

  • O Cangaço também gerou uma rica tradição de histórias folclóricas, que envolvem feitos heroicos, mitos e lendas sobre os cangaceiros, transformando-os em figuras quase míticas da cultura popular nordestina.

Conclusão:

O Cangaço foi um fenômeno social e cultural do Nordeste brasileiro, que refletiu as tensões sociais, políticas e econômicas da época. Surgiu como uma resposta às condições de miséria e injustiça, e os cangaceiros, em sua maioria, foram vistos como heróis populares por algumas comunidades, embora também fossem temidos e odiados pelas autoridades. O líder Lampião e sua companheira Maria Bonita se tornaram símbolos de resistência e coragem, enquanto as batalhas entre cangaceiros e as volantes marcaram um período de conflito intenso. O legado do Cangaço perdura até hoje, principalmente no folclore nordestino, representando uma época de luta e de resistência contra um sistema injusto.


 XVI- Umbanda

A Umbanda é uma religião brasileira que combina elementos do Espiritismo, Candomblé e outras tradições indígenas e africanas, com um forte foco na caridade e na evolução espiritual. O objetivo principal da Umbanda é a prática do bem, com ênfase na elevação espiritual do médium e das entidades espirituais que se comunicam com ele.

Características da Umbanda

  • Caridade: A Umbanda tem como base a prática da caridade, tanto para o médium quanto para as entidades que o guiam. O médium, ao se dedicar à caridade e ao desenvolvimento espiritual, adquire consciência e aprimoramento de seu dom mediúnico.
  • Mediunidade: A religião acredita que todos os médiuns têm a capacidade de se comunicar com o plano espiritual, sendo guiados por entidades como caboclos, pretos-velhos, exus, e orixás, que auxiliam os fiéis em suas dificuldades.
  • Religião popular: A Umbanda é uma religião acessível e aceita em todas as camadas sociais. Embora tenha origens em diversas culturas, ela se torna simples à medida que o médium se dedica ao seu aprendizado.

Ensinamentos e Práticas:

A Umbanda segue princípios de amor, fraternidade e união, com os principais conceitos sendo:

  1. Existência de um Deus único.
  2. Entidades espirituais em evolução.
  3. Crença nos orixás e santos que chefiariam falanges espirituais.
  4. Prática da mediunidade como meio de desenvolvimento espiritual.
  5. Cura espiritual através de ervas e passes, e orientação de entidades.

Sete Linhas de Umbanda:

A Umbanda se divide em sete linhas, cada uma com entidades específicas que ajudam em áreas como cura, proteção e desenvolvimento espiritual:

  1. Linha de Oxalá (Santos): Falanges de santos como São Francisco, Santa Rita, entre outros.
  2. Linha de Yemanjá: Falanges de sereias e caboclas do mar.
  3. Linha do Oriente: Inclui falanges de hindus, árabes, romanos e outros povos.
  4. Linha de Oxossy: Falanges de caboclos indígenas que auxiliam com plantas medicinais e protegem contra magia.
  5. Linha de Xangô: Falanges ligadas à justiça e ao equilíbrio, como os caboclos do sol e da lua.
  6. Linha de Ogun: Falanges de proteção contra conflitos e brigas, incluindo Ogun Beira-Mar e outros.
  7. Linha Africana: Falanges ligadas a povos africanos, como Congo, Angola e Luanda, que orientam para o bem.

O Ponto Riscado

O ponto riscado é um símbolo sagrado na Umbanda, usado pelos guias espirituais para se identificar e contar suas histórias. Ele é feito com pemba (um tipo de giz) e tem valor mágico. Quando uma entidade está bem incorporada, ela pode riscar seu ponto com precisão.

Guias e Cores

As guias (ou fios de contas) representam diferentes orixás e entidades, com cores específicas associadas a cada uma. Por exemplo:

  • Exu: preto e vermelho
  • Oxum: azul claro
  • Yemanjá: azul e branco
  • Oxalá: branco

Diferença entre "Tenda" e "Terreiro"

  • Tenda: Era o termo usado para as casas de Umbanda nos primeiros tempos, especialmente no Rio de Janeiro, e se referia a cultos realizados em sobrado.
  • Terreiro: Refere-se a espaços mais amplos onde o culto era realizado no chão e se popularizou mais rapidamente.

Pretos-Velhos

A Falange dos Pretos-Velhos é uma das mais caridosas dentro da Umbanda. Originários dos escravizados africanos, eles incorporam no médium trazendo sabedoria e humildade. Durante a incorporação, se apresentam como figuras com a aparência de idosos, muitas vezes fumando cachimbo, e sua missão é prestar ajuda espiritual e material.

Caboclos

Os caboclos são entidades indígenas de grande força espiritual. Eles possuem profundo conhecimento das ervas e amacis (mistura de plantas) e ajudam na cura e proteção espiritual dos fiéis. Caboclos como Caboclo 7 Flechas, Caboclo Pena Branca, e Caboclo Boiadeiro são muito respeitados e trazem ensinamentos de sabedoria e força.

Jurema

A Jurema é uma planta de grande importância no culto de Umbanda, especialmente no culto à Jurema, tradicional no Norte e Nordeste. Os índios enterravam seus mortos sob a raiz da jurema, acreditando que ela ajudava na evolução espiritual dos falecidos.

Conclusão

A Umbanda é uma religião que combina elementos espirituais, mágicos e culturais para promover a caridade, o amor e a evolução espiritual. Por meio da mediunidade, das incorporações e da prática da caridade, ela busca a melhoria das condições de vida dos fiéis, cultivando uma visão de paz e fraternidade.

 Umbanda é uma religião brasileira que surge da combinação do Espiritismo, Candomblé e influências indígenas e africanas, com um foco central na prática da caridade e na evolução espiritual tanto dos médiuns quanto das entidades que se comunicam com eles. Seu principal objetivo é o desenvolvimento do bem, promovendo a elevação espiritual dos envolvidos e a prática de ações beneficentes.

Características Principais:

  • Caridade: A Umbanda preza pela caridade, não apenas para os médiuns, mas também para as entidades espirituais que guiam os fiéis. O médium é incentivado a se dedicar ao seu aprimoramento espiritual por meio dessa prática.
  • Mediunidade: A religião acredita que todos têm a capacidade de se comunicar com o plano espiritual, sendo guiados por diferentes entidades, como caboclos, pretos-velhos, exus e orixás, que ajudam a resolver dificuldades da vida.
  • Religião Popular: A Umbanda é acessível e aceita em todas as camadas sociais, sendo simples na medida em que o médium se dedica ao aprendizado dessa prática espiritual.

Ensinamentos e Práticas: A Umbanda segue princípios de amor, fraternidade e união, sustentando os seguintes conceitos básicos:

  1. Deus único: Uma crença em um único Deus, fonte de todas as coisas.
  2. Entidades em evolução: Espíritos em processo de evolução contínua.
  3. Orixás e santos: Entidades espirituais que lideram falanges, agrupando-se em diferentes hierarquias.
  4. Mediunidade: A prática da mediunidade é vista como uma ferramenta de crescimento espiritual.
  5. Cura espiritual e orientação: As entidades oferecem cura espiritual por meio de ervas, passes e orientações.

Linhas de Umbanda: A Umbanda é dividida em sete linhas, com entidades específicas que auxiliam em diferentes aspectos da vida:

  1. Linha de Oxalá (Santos): Envolve santos como São Francisco e Santa Rita, focando na dissolução de energias negativas.
  2. Linha de Yemanjá: Inclui sereias e caboclas do mar, relacionadas à proteção e equilíbrio emocional.
  3. Linha do Oriente: Engloba falanges de culturas como hindus, árabes e romanas.
  4. Linha de Oxossy: Caboclos indígenas que ensinam sobre plantas medicinais e protegem contra influências negativas.
  5. Linha de Xangô: Entidades associadas à justiça e equilíbrio, como caboclos do sol e da lua.
  6. Linha de Ogun: Protege contra conflitos e dificuldades físicas.
  7. Linha Africana: Envolvem povos como Congo, Angola e Luanda, trazendo sabedoria e orientações morais.

Ponto Riscado e Guias:

  • Ponto Riscado: Símbolos espirituais usados pelas entidades para se identificar e contar suas histórias, sendo um aspecto importante para a validação da incorporação.
  • Guias: Fios de contas representando os orixás e entidades espirituais, cada um com cores associadas, como Exu (preto e vermelho), Oxum (azul claro) e Yemanjá (azul e branco).

Diferença entre "Tenda" e "Terreiro":

  • Tenda: Refere-se a cultos realizados em sobrado, mais comum no Rio de Janeiro nos primeiros tempos.
  • Terreiro: Espécie de espaço mais amplo e acessível, onde o culto se expandiu de forma mais popular.

Entidades Espirituais:

  • Pretos-Velhos: Espíritos de antigos escravizados africanos que incorporam em médiuns, trazendo sabedoria e humildade. Sua missão é ajudar espiritualmente, muitas vezes representados como idosos que fumam cachimbo.
  • Caboclos: Entidades indígenas conhecidas por seu profundo conhecimento de ervas e sua força espiritual. São auxiliares importantes em processos de cura e proteção espiritual.

A Jurema: Planta de grande importância no culto, especialmente no Norte e Nordeste do Brasil, associada à evolução espiritual dos mortos, que, segundo as crenças, habitariam as raízes da jurema.

Conclusão: A Umbanda é uma religião rica em simbologia e práticas espirituais, onde caridade, amor, evolução e cura são seus pilares fundamentais. Por meio de médiuns e entidades, ela busca proporcionar a melhoria da vida dos fiéis, fomentando uma visão de paz, fraternidade e elevação espiritual.


XVI-Candomblé

O Candomblé é uma religião afro-brasileira que tem suas raízes nas tradições religiosas dos povos africanos trazidos como escravizados para o Brasil, principalmente nas regiões da África Ocidental. Ele é estruturado em torno de diferentes "nações", que representam as origens tribais e culturais dos povos africanos. As três principais nações do Candomblé são a Jeje, a Ketu e a Angola.

As Três Nações

  1. Nação Jeje: Originária dos povos Fons da região de Dahomé, a Nação Jeje cultua os Voduns, que são entidades espirituais relacionadas à natureza, como trovões, terra e plantas. O termo "Jeje" significa "estrangeiro" em iorubá, refletindo a percepção dos iorubás sobre esses povos.

  2. Nação Ketu: Formada pelos povos Yorubás, que são conhecidos pelos seus deuses ou Orixás, como Oxalá, Iemanjá e Xangô. O culto da Nação Ketu é focado na veneração desses deuses e no uso da mediunidade e de rituais como forma de comunhão espiritual.

  3. Nação Angola: Proveniente dos povos Bantos, principalmente de Angola, que adoram os Inkices. Este grupo de deidades também está relacionado a forças da natureza e aos ancestrais, com forte ênfase nas energias de proteção e no equilíbrio do universo.

Práticas e Divindades

  • O Candomblé é caracterizado pelo culto de orixás, voduns ou inkices, dependendo da nação. Cada divindade tem atributos específicos ligados à natureza e à vida cotidiana, como a cura, a fertilidade, a justiça e o amor.

  • Rituais: O Candomblé é marcado por cânticos, danças, batidas de atabaques e oferendas, sempre com o objetivo de estabelecer a comunicação com os orixás e receber suas bênçãos.

Estrutura e Cargos

  • Babalawo: Sacerdote de grande sabedoria, conhecido por seu domínio sobre os mistérios do oráculo de Ifá, importante na orientação espiritual.

  • Ogan: Responsável pela administração do terreiro e pela execução de tarefas relacionadas aos rituais, como tocar os atabaques.

  • Ajoié (ou Ekedi): Cargo feminino importante, responsável por zelar pela organização e pelos cuidados com os orixás. Atua como intermediária entre os orixás e a comunidade.

  • Abiyan: São os iniciantes no Candomblé, que estão em um período de observação e aprendizado antes de serem formalmente iniciados nos rituais.

A Casa de Candomblé

O local sagrado onde os cultos acontecem é chamado de Kwe (ou terreiro), e é considerado um espaço de grande importância espiritual. Esse espaço deve estar em um local tranquilo, rodeado de natureza, para facilitar o contato com as energias dos orixás e voduns.

Conclusão

O Candomblé é uma religião profundamente ligada à ancestralidade africana, com práticas espirituais que buscam promover a conexão com as forças da natureza e com as divindades, por meio de rituais e celebrações. Cada nação dentro do Candomblé possui características próprias, mas todas compartilham o princípio da comunicação com o divino, a busca pela harmonia e a valorização da cultura afro-brasileira.



XVII-Resumo sobre o Dialeto Ewe e o Candomblé

O dialeto Ewe é um idioma africano falado principalmente no Togo, Benin e em algumas regiões da Nigéria. Em suas práticas culturais, ele se mistura com as religiões afro-brasileiras, como o Candomblé, influenciado pelos povos yorubá, jeje e angola, entre outros. O Candomblé, uma das religiões afro-brasileiras mais praticadas no Brasil, adota diversas palavras e expressões que provêm desses dialetos africanos, como "esin" (água), "bakuxé" (parto de barro), e "agutan" (ovelha), entre outras. Cada termo carrega um significado profundo, associado à cultura, à vida cotidiana, à natureza e aos rituais religiosos.

No culto de Orixás, como o praticado na Nação Ketu, o objetivo é o equilíbrio entre o ser humano e os Orixás, que são as divindades encarregadas de interceder entre Olodumare (Deus Supremo) e os seres humanos. Cada Orixá possui mitos e ensinamentos específicos, que são transmitidos oralmente ao longo das gerações, como a história da criação do mundo segundo a mitologia yorubá, envolvendo Oxalá e Oduduwa.

Dentro do Candomblé, os rituais e cerimônias possuem grande importância, e muitas delas envolvem o uso do dialeto Ewe para a realização dos cânticos, invocações e obrigações. As hierarquias dentro do Ilê Axé (casa de Candomblé) são estruturadas de forma rigorosa, com títulos específicos para cada função, como Iyalorixá (mãe de santo) e Ogãns (sacerdotes), refletindo a organização e o respeito pelas tradições ancestrais.

Conclusão

O dialeto Ewe, assim como outros dialetos africanos, desempenha um papel crucial na preservação e transmissão das tradições culturais e espirituais dos povos africanos. No contexto do Candomblé, essas palavras não são apenas uma ferramenta de comunicação, mas uma ponte entre o sagrado e o mundano, carregando consigo o axé (energia divina) que alimenta e orienta as práticas religiosas. Ao explorar esses termos e suas funções dentro do culto, observa-se como a língua se entrelaça com os rituais e a espiritualidade, garantindo a continuidade da cultura afro-brasileira.

Resumo 

  1. Dialeto Ewe:

    • O Ewe é uma língua com palavras específicas relacionadas a diferentes aspectos da vida religiosa e cultural.
  2. Algumas Palavras Comuns:

    • Exemplos de palavras usadas no dia a dia e em contextos religiosos:
      • esin = água
      • atinçá = árvore
      • agrusa = porco
      • avun = cachorro
      • nivu = bezerro
      • vodun-se = filho do vodun (iniciado da Nação Jeje)
      • yawo = iniciado da Nação Ketu
      • muzenza = iniciado da Nação Angola
      • zandro = cerimônia Jeje
      • sabaji = quarto sagrado de Voduns
      • runbono = primeiro filho iniciado
  3. Religião de Orixá (Nação Ketu):

    • Culto com ênfase no equilíbrio entre o ser humano e os orixás.
    • Importância da transmissão oral dos ensinamentos.
    • Divindades principais:
      • Olorun = Deus Supremo
      • Olodumare = Senhor do Destino
      • Orunmilá = Divindade da Sabedoria
      • Orixá = Divindade intermediária entre Olodumare e os homens
      • Egungun = Espíritos dos Ancestrais
  4. Mito da Criação (Yorubá):

    • Oxalá, enviado por Olodumaré para criar o mundo, negligenciou fazer uma oferenda a Exu, o que causou a sua embriaguez.
    • Oduduwa intervém, criando os seres humanos, e a disputa entre ele e Oxalá resulta na vitória de Oduduwa, que se torna o primeiro Oba de Ifé.
  5. Estrutura Hierárquica no Ilê Axé:

    • Iyalorixá/Babalorixá: Posto mais elevado, responsável pela iniciação.
    • Iyaegbé/Babaegbé: Conselheira, responsável pela manutenção da ordem.
    • Iyalaxé: Responsável pela distribuição do axé (energia espiritual).
    • Diversos outros postos ligados ao culto, como Iyakekere, Iyamoro, Iyabassé, entre outros.
  6. Postos e Funções em Diversos Cultos:

    • Cargos como Olóyès, Ogãns, Àjòiès, com responsabilidades sobre a organização e cerimônias.
    • Funções específicas em relação aos orixás, como Axogun (responsável pelos sacrifícios) e Olopondá (relacionado à iniciação).
  7. Palavras Comuns no Candomblé:

    • Animais: Exemplo de termos como Abô (carneiro), Malu (boi), Ajaú (cachorro).
    • Corpo Humano: Palavras como Ory (cabeça), Irun (cabelo), Imum (nariz), Ete (lábios).
    • Utensílios: Ilê (casa), Ajaké (mesa), Obé (faca).
    • Família: Exemplos incluem Babá (pai), (mãe), Omolàra (postor de confiança).
    • Vestuário: Axó (roupa), Ubatá (sapato), Akêtê (chapéu).
    • Bebidas: Omim (água), Otin-nibé (cerveja), Otin-fum-fum (aguardente).

Este resumo reflete a estrutura religiosa e cultural do culto, o significado de palavras-chave, e a hierarquia e rituais associados ao Candomblé e à Nação Ketu.

XIX-Candomblé de Nação Angola e sua Organização

  1. Contexto e Origem:

    • O culto banto ou candomblé de Nação Angola foi difundido no Brasil por figuras como Mameto de Inkice Maria Nenen, Bernardinho e Ciri Aco.
    • Os bantos, negros originários de áreas como Casanje, Munjolo, Cabinda e Luanda, seguiam tradições religiosas próprias.
  2. Estrutura e Cargos no Candomblé Banto:

    • Tata Ria Inkice: Zelador / Pai
    • Mameto Ria Inkice: Zeladora / Mãe
    • Tata Ndenge: Pai pequeno
    • Kixika Ingoma: Tocador
    • Tata Kambono: Ogan
    • Tatta Kivonda: Sacrificador de animais
    • Kinsaba: Colhedor de folhas
    • Kikala Mukaxe: Filho de santo
    • Tata Utala: Herdeiro da casa
    • Dikota: Ekedi
    • Kijingu: Cargo
    • Tata Unganga: Jogador de búzios
    • Zakae Npanzo: Troncos de árvores nas portas dos santos
    • Munzenza: Iniciado
    • Ndunbe: Abian
    • Vumbi: Egun
    • Dizungu Kilumbe: Saída de santo
    • Dimba Inkice: Obrigações aos santos
    • Kumbi Ngoma: Dias de toque
    • Kufumala: Defumação
  3. Oração no Candomblé de Nação Angola:

    • Orações variadas, como por doentes, benfeitores, objetos perdidos, motoristas e às 13 almas.
    • Exemplos de orações: Oração pelos doentes, pelos benfeitores, por objetos perdidos, do motorista, e a oração às 13 almas benditas.
    • Reforço da fé e proteção divina nas orações.
  4. Origens Religiosas e Santos Católicos:

    • As orações incluem referências a santos católicos como São Cosme e Damião, São Benedito, São João Batista, São Francisco de Assis, e outros, com preces pedindo cura, proteção e intercessão.
  5. Orixás e Suas Qualidades:

    • Orixás principais: Oxalá, Exú, Yansã, Ogum, Xangô, Yemanjá, entre outros.
    • Cada pessoa tem um orixá individual, formado por sete orixás em sua "cuia", com um orixá principal e características únicas.
    • Cada orixá tem suas qualidades e se expressa de acordo com a nação (Kêto, Gêge, Angola, Ijexá).
  6. Incorporação e Possessão:

    • A incorporação do orixá é uma experiência que envolve a manifestação da energia do orixá no corpo do iniciado, mas deve ser controlada pelo livre arbítrio do indivíduo.
    • O Candomblé enfatiza o respeito ao livre arbítrio e a forma como a energia do orixá age de maneira responsável.

Este resumo destaca a organização dos cargos e práticas dentro do Candomblé de Nação Angola, incluindo orações devocionais e a manifestação dos orixás, além da definição de suas "qualidades" únicas.


Resumo do Candomblé de Nação Angola e sua Organização

  • Contexto e Origem:

    • O Candomblé de Nação Angola (ou culto banto) foi difundido no Brasil por figuras como Mameto de Inkice Maria Nenen, Bernardinho e Ciri Aco.
    • Os bantos, negros originários de regiões como Casanje, Munjolo, Cabinda e Luanda, seguiam tradições religiosas próprias.
  • Estrutura e Cargos no Candomblé Banto:

    • Tata Ria Inkice: Zelador/Pai
    • Mameto Ria Inkice: Zeladora/Mãe
    • Tata Ndenge: Pai pequeno
    • Kixika Ingoma: Tocador
    • Tata Kambono: Ogan
    • Tatta Kivonda: Sacrificador de animais
    • Kinsaba: Colhedor de folhas
    • Kikala Mukaxe: Filho de santo
    • Tata Utala: Herdeiro da casa
    • Dikota: Ekedi
    • Kijingu: Cargo
    • Tata Unganga: Jogador de búzios
    • Zakae Npanzo: Troncos de árvores nas portas dos santos
    • Munzenza: Iniciado
    • Ndunbe: Abian
    • Vumbi: Egun
    • Dizungu Kilumbe: Saída de santo
    • Dimba Inkice: Obrigações aos santos
    • Kumbi Ngoma: Dias de toque
    • Kufumala: Defumação
  • Oração no Candomblé de Nação Angola:

    • Oração por doentes, benfeitores, objetos perdidos, motoristas e pelas 13 almas.
    • Exemplos: Oração pelos doentes, benfeitores, objetos perdidos, do motorista e oração às 13 almas benditas.
    • Reforço da fé e proteção divina nas orações.
  • Origens Religiosas e Santos Católicos:

    • Referências a santos católicos em orações, como São Cosme e Damião, São Benedito, São João Batista, São Francisco de Assis, entre outros.
    • Preces pedindo cura, proteção e intercessão.
  • Orixás e Suas Qualidades:

    • Orixás principais: Oxalá, Exú, Yansã, Ogum, Xangô, Yemanjá, entre outros.
    • Cada pessoa tem um orixá individual, formado por sete orixás em sua "cuia", com um orixá principal e características únicas.
    • Cada orixá possui qualidades e se expressa de forma única conforme a nação (Kêto, Gêge, Angola, Ijexá).
  • Incorporação e Possessão:

    • A incorporação do orixá envolve a manifestação da energia do orixá no corpo do iniciado, mas deve ser controlada pelo livre arbítrio.
    • O Candomblé enfatiza o respeito ao livre arbítrio e a forma responsável de agir com a energia do orixá.

Este resumo abrange a organização dos cargos e práticas no Candomblé de Nação Angola, destacando as orações devocionais, a manifestação dos orixás e a definição das suas qualidades.


XX-Presépio Natalino

  • Histórico:

    • Criado para reconstituir o nascimento de Jesus, com o primeiro registro em 1223 por São Francisco de Assis em Greccio.
    • A tradição já era conhecida desde o século IV.
    • "Presépio" vem do hebraico "praesepium", significando manjedoura ou estábulo.
  • Função do Presépio:

    • Representação, louvação e admiração do nascimento de Jesus, conforme os relatos dos Evangelhos.
    • Personagens principais: Nossa Senhora, São José, Anjos, Pastores, Três Reis Magos, e animais (principalmente o jumento).
  • No Brasil:

    • Introdução provavelmente no início do século XVII, por Frei Franciscano Gaspar de Santo Agostinho em Olinda (PE).
    • Tradicionalmente montado em dezembro e desmontado em janeiro.
    • Variadas representações de Presépios, mas sempre com a função de mostrar o nascimento de Jesus.
  • Canções Populares:

    • Músicas como "Salvamos a Deus Menino" celebram o nascimento do Salvador e a importância da humildade de Jesus.

XXI-Repentes ou Desafios

  • Histórico:

    • Originado de tradições árabes, introduzido pelos portugueses no Brasil.
    • No Sul e Nordeste do Brasil, o repente tem diferentes características de musicalidade e estrutura.
    • No Sul, música e instrumentos acompanham o canto; no Nordeste, o canto é independente, com instrumentos usados entre os versos.
  • Música e Instrumentos:

    • No Sul, os instrumentos (violão, sanfona, pandeiro) acompanham os cantores.
    • No Nordeste, o canto ocorre sem acompanhamento, com instrumentos usados apenas para separar as partes.
    • Temas abordados: adivinhações, enigmas, histórias, insultos e eventos locais.

XXII-Linguagem Criptológica

  • Definição e Características:

    • Linguagem popular, originária do folclore e transmitida oralmente.
    • Utiliza variantes fonéticas que dificultam a compreensão, tornando a mensagem sigilosa.
    • Transmitida de boca em boca, é anônima e parte da tradição cultural.
    • A linguagem criptológica é uma forma de comunicação que envolve repetição e alteração de sons, criando uma "língua" incompreensível para os não iniciados.
  • Função e Prática:

    • Desenvolvida principalmente por crianças, adolescentes e alguns adultos.
    • Envolve regras e variações fonéticas que só os iniciados conseguem entender.
    • Serve como passatempo e exercício de comunicação secreta entre os participantes.


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