(OBSERVAÇÃO: HÁ MUITO MATERIAL AO LONGO DE MAIS DE 30 ANOS TRABALHANDO)
"Dom Quixote" de Miguel de Cervantes:
1. Sobre a obra "Dom Quixote"
- Enredo e Tema: Dom Quixote é um cavaleiro idealista que, influenciado por romances de cavalaria da Idade Média, decide combater injustiças ao lado de seu fiel escudeiro, Sancho Pança. Ele é guiado por sua visão distorcida da realidade, acreditando que pode realizar feitos heróicos, como lutar contra moinhos de vento que ele vê como gigantes.
- Gênero e Estilo: O romance é uma mistura de lirismo e sátira, considerado por muitos como o melhor romance já escrito, com uma longevidade de mais de 400 anos.
- Sucesso e Continuação: A obra teve grande sucesso desde seu lançamento, e devido ao apelo popular, Cervantes foi levado a escrever uma continuação após o surgimento de versões apócrifas.
2. Sobre o autor, Miguel de Cervantes
- Primeiros Anos e Formação: Cervantes nasceu em 1547, em Alcalá de Henares. Teve uma educação informal, estudando retórica e gramática com um professor em Madri.
- Vida Militar e Prisão: Em 1571, participou da Batalha de Lepanto, onde foi ferido e ficou conhecido como o “manco de Lepanto”. Em 1575, foi capturado pelo Império Otomano, passando cinco anos em cativeiro na Argélia. Após ser libertado, voltou à Espanha e trabalhou como coletor de impostos.
- Obras e Sucesso: A primeira parte de "Dom Quixote" foi publicada em 1605, após uma prisão por acusações de malversação de impostos. O livro fez enorme sucesso, e Cervantes passou a ser reconhecido mundialmente, mas não teve ganhos materiais significativos com a obra. A segunda parte foi lançada em 1615.
- Morte e Legado: Cervantes morreu em 1616, empobrecido, mas deixou como legado uma das obras literárias mais influentes e traduzidas de todos os tempos.
3. Análise da obra "Dom Quixote"
- Estrutura da Narrativa: A análise da obra se concentra na primeira parte de "Dom Quixote", utilizando a metodologia de estudo bibliográfico, com foco nos elementos estruturais da narrativa: enredo, complicação, clímax, desfecho, personagens, narrador, e outros.
- Personagens:
- Dom Quixote: Um fidalgo idealista e ingênuo que vive em um mundo de fantasia, tentando reviver a era dos cavaleiros medievais.
- Sancho Pança: O escudeiro fiel, prático e realista, que se encanta pela loucura de Dom Quixote e o acompanha em suas aventuras.
- Temas: A obra satiriza as novelas de cavalaria, abordando a luta entre fantasia e realidade, e a figura do homem dividido entre esses dois mundos.
- Comparação com "Coração Valente": A análise também inclui uma comparação entre "Dom Quixote" e o filme Coração Valente (1995), com foco nos elementos estruturais da narrativa e no tema do heroísmo idealizado.
4. A figura de Dom Quixote
- Idealismo vs. Realidade: A personagem de Dom Quixote simboliza a luta pela pureza e bondade em um mundo cínico e pragmático. Ele busca seguir os valores de cavalaria, mas acaba se confundindo com o mundo real, como quando luta contra moinhos de vento ou confunde uma mulher comum com sua amada imaginária, Dulcinéia Del Toboso.
- Sancho Pança: O escudeiro de Dom Quixote, embora cético e mais realista, é tocado pela bondade e pureza de seu mestre e o acompanha nas aventuras.
5. Conclusão
- Impacto Cultural: A obra é vista como uma crítica à sociedade da época de Cervantes e, ao mesmo tempo, uma reflexão universal sobre a natureza humana, a loucura e a idealização do herói.
- Legado: "Dom Quixote" permanece como uma das obras mais importantes da literatura mundial, influenciando gerações de leitores, escritores e cineastas.
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Elementos estruturais da narrativa de "Dom Quixote - O Cavaleiro da Triste Figura":
1. Enredo
- Apresentação de Dom Quixote: Em uma aldeia da Mancha, vive um fidalgo chamado Dom Quixote (ou Dom Quesada), de hábitos rígidos e fortuna decadente. Seu passatempo favorito são os livros de cavalaria andante. Sua obsessão por esses livros faz com que ele perca a noção da realidade e comece a imaginar que é um cavaleiro.
- A Jornada de Dom Quixote: Ele veste uma armadura velha, monta seu cavalo, Rocinante, e escolhe o nome de Dom Quixote de la Mancha. A fim de ter uma dama para amar, ele idealiza Aldonça Lourenço como Dulcinéia Del Toboso. Dom Quixote parte para viver suas aventuras como cavaleiro andante.
- Sancho Pança: Dom Quixote convence seu vizinho, Sancho Pança, a acompanhá-lo como seu fiel escudeiro, prometendo-lhe o governo de uma ilha como recompensa. Eles partem juntos em busca de aventuras.
2. Complicação
- Primeiras Aventuras: Dom Quixote encontra diversos "inimigos" e "missões", como o combate contra moinhos de vento que ele vê como gigantes, a luta contra mercadores de Toledo, e a tentativa de libertar prisioneiros. Em todas essas aventuras, ele se depara com a realidade de forma distorcida.
- Reação dos Amigos e Familiares: Os parentes de Dom Quixote, preocupados com sua loucura, queimam seus livros de cavalaria. Dom Quixote, então, convence Sancho a acompanhá-lo em novas jornadas, agora oficialmente como cavaleiro.
- A Batalha dos Moinhos de Vento: Um dos momentos mais icônicos, em que Dom Quixote ataca moinhos de vento acreditando serem gigantes malignos. Após ser derrubado pelo vento, ele insiste que foram transformados por Frestão, seu inimigo imaginário.
- Outras Aventuras e "Vitórias": Dom Quixote enfrenta mais desafios como o combate com rebanhos de ovelhas, o encontro com o cavaleiro de Biscaia, e a tentativa de conquistar o Elmo de Mambrino (um simples pote de barbear que ele confunde com uma coroa). O nome "Cavaleiro da Triste Figura" é dado a ele após uma série de desventuras, o qual ele aceita com orgulho.
3. Clímax
- Libertação de Prisioneiros e Consequências: Após libertar prisioneiros condenados às galés, Dom Quixote e Sancho tornam-se alvos da justiça e se refugiam na Serra Morena. Durante esse tempo, Dom Quixote pede a Sancho que leve uma carta para Dulcinéia Del Toboso.
- O Plano dos Amigos para Resgatá-lo: O barbeiro e o cura da aldeia, preocupados com o estado mental de Dom Quixote, se disfarçam de donzela e criado para que ele os ajude em sua missão. Eles encontram Dorotéia e Cardênio, e com a história de Dorotéia, fazem Dom Quixote acreditar que ele deve protegê-la, tirando-o da Serra Morena e levando-o de volta à estalagem.
4. Desfecho
- Captura e Retorno à Casa: Para levá-lo de volta à sua casa, seus amigos o prendem em uma jaula montada em um carro de bois. Dom Quixote acredita que aquilo é um sacrifício que o levará ao matrimônio com Dulcinéia Del Toboso. Durante a viagem, ele foge brevemente, mas ao perceber sua derrota, retorna à jaula, acreditando ser esse o único caminho para sua "glória".
- Fim da Jornada: Dom Quixote é levado de volta para sua aldeia, onde, em seu leito de morte, reconhece que os cavaleiros andantes e as aventuras eram apenas ilusões. Ele morre triste, resignado e desiludido.
5. Fechamento da Obra
- A obra fecha com a morte de Dom Quixote e o retorno à realidade, marcando o fim da sua jornada como "cavaleiro da triste figura". Sua morte simboliza a renúncia ao mundo das ilusões e a aceitação da realidade.
Conclusão
- A narrativa de Dom Quixote é uma sátira da cavalaria medieval e da busca por valores idealizados, explorando a luta entre fantasia e realidade. Através das desventuras de Dom Quixote, Cervantes critica as ilusões de grandeza e os conflitos entre o mundo dos sonhos e a dura realidade, enquanto nos apresenta personagens como Sancho Pança, que representam a sabedoria prática frente à loucura idealista.
1. Alonso Quixano
- Quem é: Um fidalgo de uma pequena aldeia na região de Mancha, Espanha. Tem cerca de 50 anos, é magro e alto, com gestos imponentes.
- Características: Homem de costumes rigorosos e uma fortuna decadente, obtida pela exploração de suas propriedades. É mais conhecido por sua vasta biblioteca, repleta de livros sobre cavalaria andante, um passatempo que ocupa sua mente e lhe faz perder o contato com a realidade.
- A Perda da Realidade: Com o tempo, Alonso Quixano começa a se distanciar da realidade devido ao excesso de leitura, até que rompe o elo com a realidade e se imagina um cavaleiro.
- Transformação: Ele se auto-intitula Dom Quixote de la Mancha, arruma uma velha armadura, monta seu cavalo, Rocinante (um pangaré, que ele acredita ser um belo garanhão), e sai em busca de aventuras, adotando uma identidade de cavaleiro andante.
2. Sancho Pança
- Quem é: Sancho Pança é um lavrador gordo e ingênuo, vizinho de Dom Quixote.
- Características: É um homem honesto, trabalhador, mas com uma mente simples.
- A Jornada com Dom Quixote: Sancho começa a seguir Dom Quixote, que promete a ele riquezas, poder e até o governo de uma ilha. Apesar de ser cético em relação às loucuras de Dom Quixote, ele aceita ser seu fiel escudeiro, movido pelas promessas de recompensas.
- Fidelidade e Lucidez: Sancho acompanha Dom Quixote em todas suas aventuras, sendo frequentemente vítima das fantasias do cavaleiro, mas sempre com uma certa lucidez, ainda que envolvido nas promessas de uma ilha.
3. Dulcinéia de Toboso
- Quem é: Dulcinéia é a dama idealizada de Dom Quixote, uma camponesa simples e robusta de Toboso, uma aldeia nas proximidades de Mancha.
- A Ilusão de Dom Quixote: Dom Quixote, em um passado distante, teve uma paixão por Aldonça Lourenço, mas a idealiza como Dulcinéia de Toboso, uma figura digna de sua devoção e heroísmo. Ela é constantemente invocada por Dom Quixote antes de suas batalhas, e todas as suas "vitórias" são dedicadas a ela, mesmo que ela não saiba de sua existência.
4. A Família e Amigos de Dom Quixote
- A Reação de sua Família: Quando a sobrinha e o fazendeiro descobrem a loucura de Dom Quixote, eles queimam seus livros de cavalaria e emparedam sua biblioteca, tentando interromper suas fantasias.
- O Retorno à Casa: Quando Dom Quixote retorna, vê que sua biblioteca foi destruída e acredita que um feiticeiro cruel foi o responsável.
5. A Jornada de Aventuras
- A Partida: Dom Quixote, com seu fiel escudeiro Sancho Pança, foge da aldeia em busca de aventuras. Eles começam uma série de desastrosas e divertidas aventuras, como a famosa luta contra moinhos de vento, que Dom Quixote acredita serem gigantes.
- A Encontro com a Duquesa: Em outra aventura, eles são recebidos por uma duquesa, que os reconhece de livros populares sobre suas desventuras. A duquesa decide se divertir com suas ilusões e faz uma grande festa em sua honra.
- Sancho Pança Governador: Em uma das travessuras, Sancho recebe uma ilha como recompensa, mas os desafios da governança acabam desiludindo-o, fazendo com que ele desista de assumir o cargo.
6. O Retorno à Realidade
- Reflexão e Testamento: Após muitas aventuras e desventuras, Dom Quixote retorna à aldeia. Sentindo-se fraco e acometido por uma doença, ele decide fazer um testamento, deixando suas posses para a sobrinha e a governanta.
- O Desfecho: Em um momento de lucidez, Dom Quixote revela à sua família e amigos que sua loucura desapareceu, mas agora ele está perto da morte. Ele aceita a realidade e morre, encerrando sua jornada como "cavaleiro da triste figura".
7. Conclusão
- A Obra de Cervantes: "Dom Quixote" é uma obra de grande importância na literatura mundial, que explora temas como a loucura, a busca pela honra e os efeitos da fantasia na realidade. A história de Dom Quixote e seu escudeiro Sancho Pança é uma crítica tanto à cavalaria medieval quanto à sociedade que glorificava esses heróis imaginários.
Esse é o resumo organizado das personagens e eventos principais de "Dom Quixote", destacando a evolução do personagem de Alonso Quixano para Dom Quixote e a sua relação com os outros personagens, como Sancho Pança e Dulcinéia, em sua busca por aventuras e glórias imaginárias.
II - RESUMO: DOM QUIXOTE DE LA MANCHA - MIGUEL DE CERVANTES
A Batalha dos Moinhos de Vento
Dom Quixote e Sancho Pança chegaram a um local onde havia trinta ou quarenta moinhos de vento. Dom Quixote, em sua loucura, disse a Sancho Pança que havia dezenas de gigantes para combater. Sancho, tentando fazer com que Dom Quixote enxergasse a realidade, explicou que eram apenas moinhos de vento. No entanto, Dom Quixote, em sua fantasia, arremeteu contra o primeiro moinho, acreditando que estava lutando contra gigantes, sendo lançado de volta pelo vento. Sancho o socorreu e, novamente, tentou convencê-lo de que eram apenas moinhos. Dom Quixote, no entanto, afirmou que Frestão, um mago, havia transformado os gigantes em moinhos.
Análise do Trecho:
Este episódio evidencia a loucura de Dom Quixote, que está tão imerso em sua imaginação que não consegue distinguir a realidade da fantasia. Por outro lado, Sancho Pança, ao ver algo fora do normal, tenta alertar seu mestre, mas acaba se conformando e acompanhando suas loucuras, refletindo a atitude da sociedade ao lidar com o irracional. Dom Quixote, ao perceber a verdade sobre os moinhos, ainda tenta justificar a situação, acreditando que a magia de um feiticeiro foi responsável pela distorção da realidade.
A Batalha contra o “Exército de Ovelhas”
Dom Quixote, em sua busca por aventuras, se depara com dois rebanhos de ovelhas. Em sua mente, ele imagina que está enfrentando dois grandes exércitos, completos com generais e cavalos. Ao atacar, Dom Quixote é novamente surrado pelos pastores e pelas próprias ovelhas. Sancho Pança, mais uma vez, tenta dissuadi-lo, mas acaba cedendo à fantasia do cavaleiro, apenas para satisfazê-lo.
Trecho:
O cavaleiro imagina um campo cheio de ovelhas como se fossem exércitos em batalha. Sancho, em seu papel de fiel escudeiro, tenta impedir as loucuras do seu amo, mas, como na sociedade, muitas vezes ele se submete à fantasia de Dom Quixote, apenas para não contrariá-lo. A realidade se confunde com a imaginação, e Dom Quixote, imerso em sua visão idealizada, não percebe que está se prejudicando e prejudicando os outros.
Sancho Pança e a Ilha Prometida
Após tantas loucuras, Sancho Pança é finalmente “nomeado” governador de uma ilha, algo que Dom Quixote havia prometido como recompensa pelas suas aventuras. No entanto, ao assumir o cargo, Sancho logo se vê frustrado, pois a população o ridiculariza e lhe dá tarefas difíceis demais para lidar. Sentindo-se humilhado, Sancho decide abdicar do cargo e retornar à sua vida simples.
Análise do Trecho:
Sancho Pança, ao receber o governo da ilha, se vê em uma situação desconfortável e percebendo a falsidade das promessas de Dom Quixote. A ridicularização e o desprezo da população refletem como a sociedade, ao ver um indivíduo iludido, pode agir com deboche e desprezo, sem tentar ajudar. Sancho, por sua vez, acaba se afastando da fantasia do cavaleiro, entendendo que sua vida simples lhe traz mais satisfação do que a busca pelo poder e pelas ilusões prometidas.
Conclusão do Livro e Causas e Consequências de Dom Quixote:
Causas do Surgimento de Dom Quixote:
- Perda da riqueza: Dom Quixote era um fidalgo que, ao perder sua riqueza devido a dívidas, recorreu à literatura de cavalaria para escapar da realidade. Sua busca por uma solução, através dos livros, o levou a uma total imersão na fantasia.
- Mudança em sua vida: Dom Quixote, já em uma idade avançada e vivendo isolado, começa a buscar uma nova vida, e se entrega a um mundo fantasioso. Seu desejo de mudar sua realidade o leva a adotar a identidade de um cavaleiro andante.
Consequências da “Loucura” de Dom Quixote:
- Lesão às pessoas: Ao agir como cavaleiro, Dom Quixote acaba prejudicando algumas pessoas e ajudando outras, mas sempre de forma descontrolada, sem perceber a diferença entre o bem e o mal.
- Perda da história: Quando amigos de Dom Quixote descobrem a causa de sua “insanidade”, decidem destruir todos os livros de cavalaria, acreditando que isso resolveria seu problema. A sociedade, ao tentar eliminar o que a incomodava, elimina a fonte da loucura do cavaleiro, mas também mostra seu poder e controle.
- Morte do personagem: Dom Quixote, ao longo de sua jornada, não percebe o desgaste físico e emocional que sua loucura causa. Quando finalmente retorna à realidade, ele já está nos momentos finais de sua vida. Morre arrependido, mas em paz, por ter compreendido a verdade, mesmo que tarde demais.
Finalizando:
A obra de Miguel de Cervantes retrata uma crítica à sociedade espanhola e europeia da época, ao mesmo tempo que revisita a ideia dos cavaleiros medievais e suas aventuras. Com uma visão crítica e satírica, Dom Quixote de La Mancha é considerada a última novela de cavalaria e traz à tona as ilusões da sociedade, a cegueira dos indivíduos perante suas próprias crenças e as consequências de viver em um mundo fantasioso.
II. RESUMO - Dom Quixote de La Mancha - Miguel de Cervantes
A batalha dos moinhos de vento
Dom Quixote e Sancho Pança chegam a um local onde havia trinta ou quarenta moinhos de vento. Dom Quixote, acreditando que eram gigantes, diz a Sancho Pança que irá combatê-los. Sancho tenta alertá-lo de que são apenas moinhos de vento, mas Dom Quixote, em sua visão distorcida, arremete contra o primeiro moinho de lança em riste. O vento forte o derruba, e Sancho, novamente, afirma que eram apenas moinhos. No entanto, Dom Quixote insiste que foi Frestão, um mago, quem transformou os gigantes em moinhos.
Análise do trecho
Este episódio mostra claramente a loucura de Dom Quixote, que se perde em um mundo de fantasias, distorcendo a realidade. Enquanto isso, Sancho Pança, representando a sociedade, tenta avisar e corrigir seu amigo, mas sem conseguir interferir efetivamente. A visão de Dom Quixote, distorcida pela leitura excessiva de livros de cavalaria, faz com que ele veja o que quer ver, e, assim, a realidade se transforma para ele em uma ilusão.
A batalha contra o “exército de ovelhas”
Dom Quixote, em mais uma de suas loucuras, imagina que dois rebanhos de ovelhas são exércitos inimigos. Com isso, ele parte para o ataque, mas acaba sendo surrado pelos pastores e pelas próprias ovelhas. Ao tentar atribuir significados e armas aos animais, Dom Quixote cria um cenário de guerra fictício.
Análise do trecho
Neste momento, Dom Quixote ainda se perde na sua fantasia de cavaleiro, vendo inimigos onde não há. Sancho Pança, como um observador da realidade, tenta alertá-lo, mas acaba se conformando com os delírios de seu amo, acompanhando-o em suas loucuras para não contrariá-lo. Essa atitude reflete como, muitas vezes, as pessoas se conformam ou se rendem à fantasia quando não conseguem lidar com a realidade de outra pessoa.
Sancho Pança conquista suas ilhas prometidas
Sancho, inicialmente desacreditado nas promessas de seu amo, acaba recebendo uma ilha como recompensa. Contudo, a população da ilha, vendo a situação como uma brincadeira, trata Sancho com desprezo. Ele, desconfortável com o cargo de "governador", abdica da ilha e retorna à sua vida anterior.
Análise do trecho
Sancho Pança representa a fragilidade da sociedade, que acredita nas promessas fantasiosas de Dom Quixote, mas quando confrontada com a realidade, se vê ridicularizada. A população de "sua ilha" não reconhece o que realmente está acontecendo, zombando de Sancho e de seu posto. No entanto, ele, ao perceber a falsidade da situação, desiste e volta à sua vida simples, apesar do prestígio que a fantasia lhe trouxe.
Conclusões sobre Dom Quixote e a sociedade
O livro de Miguel de Cervantes critica as aventuras dos cavaleiros andantes e os ideais da cavalaria. Ele também reflete sobre as atitudes da sociedade diante da loucura de Dom Quixote e a falta de compreensão de seu problema mental. Embora alguns tentem ajudá-lo, a sociedade, na maior parte do tempo, se limita a ridicularizá-lo.
Causas do surgimento de Dom Quixote
- Perda da riqueza: Dom Quixote era um fidalgo rico, mas perdeu sua fortuna, adquirindo dívidas e se isolando em sua casa, onde se aprofundou na leitura de livros de cavalaria.
- Mudança em sua vida: Além de perder sua riqueza, Dom Quixote, já em uma idade avançada e solitária, se refugia em um mundo fantasioso, tentando escapar de sua realidade com a ilusão de ser um cavaleiro andante.
Consequências da “loucura” de Dom Quixote
- Lesão às pessoas: Em sua busca por lutar contra inimigos imaginários, Dom Quixote prejudica algumas pessoas e, ao mesmo tempo, ajuda outras, sem discernir entre elas.
- Perda da história: Quando a “insanidade” de Dom Quixote é descoberta, seus amigos decidem destruir os livros de cavalaria, tentando eliminar o que consideram a causa de sua loucura.
- Morte do personagem: No final, Dom Quixote morre, já ciente de sua loucura, mas em paz consigo mesmo, pois acredita ter retornado à realidade a tempo de se arrepender.
Resenha de Dom Quixote de La Mancha - Miguel de Cervantes
Dom Quixote de La Mancha, escrito por Miguel de Cervantes, é uma obra-prima da literatura mundial, considerada uma das mais importantes e influentes de todos os tempos. Publicada pela primeira vez em 1605, esta novela é uma sátira das novelas de cavalaria que eram populares na época, ao mesmo tempo em que explora a natureza da realidade, da loucura e da percepção humana.
A história segue o personagem-título, Alonso Quijano, um fidalgo espanhol que, após ler uma quantidade excessiva de romances de cavalaria, perde o juízo e decide tornar-se um cavaleiro andante. Sob o nome de "Dom Quixote de La Mancha", ele embarca em uma série de aventuras, acompanhado por seu fiel escudeiro, Sancho Pança. Armado com uma armadura antiquada e montado em seu cavalo esquelético, Rocinante, Dom Quixote sai em busca de aventuras heroicas, motivado pelo amor platônico à sua "dama" Dulcinéia de Toboso, que ele acredita ser uma princesa, apesar de ela ser, na verdade, uma aldeã simples chamada Aldonza Lorenzo.
A obra é uma reflexão profunda sobre a loucura e a realidade. Dom Quixote vive em um mundo de fantasia, onde moinhos de vento se tornam gigantes ameaçadores, rebanhos de ovelhas se transformam em exércitos inimigos, e as pessoas comuns são vistas como personagens heroicos. Seu escudeiro, Sancho, é o contraponto pragmático e realista, sempre tentando trazer seu amo de volta à realidade, mas também se deixando levar por suas promessas de riquezas e ilhas a governar, apesar de seu ceticismo.
O romance é uma crítica tanto à sociedade da época quanto ao próprio idealismo cavaleiresco. Através das desventuras de Dom Quixote, Cervantes questiona a validade da nobreza de espírito que se vê nos romances de cavalaria, expondo as falhas e absurdos de um mundo idealizado. No entanto, ao mesmo tempo, Dom Quixote é um símbolo de perseverança, coragem e lealdade, qualidades que o tornam um personagem tragicamente herOico, que, apesar de estar em desacordo com a realidade, busca viver de acordo com seus princípios e valores.
Dom Quixote também é uma reflexão sobre o poder da literatura e da imaginação. A obsessão do protagonista por livros de cavalaria é tanto sua condenação quanto sua redenção, pois sua aventura é alimentada por sua imaginação, mas também é o que o isola da realidade. No entanto, a obra sugere que a imaginação e os sonhos, por mais distantes da realidade que possam parecer, são parte essencial da experiência humana e da luta pelo que acreditamos ser justo.
A escrita de Cervantes é rica em humor, ironia e profundidade psicológica, e seus personagens são complexos e multifacetados. Dom Quixote, com sua loucura e seus ideais elevados, é um dos grandes heróis literários da história, enquanto Sancho Pança, com seu realismo prático e sua lealdade inabalável, se tornou um dos maiores escudeiros da literatura.
A obra também oferece uma visão crítica da sociedade espanhola do século XVII, com suas rígidas hierarquias sociais, sua hipocrisia e suas falhas morais. No entanto, Dom Quixote é mais do que uma crítica social; é uma meditação sobre a condição humana, sobre a busca por significado e identidade em um mundo frequentemente confuso e contraditório.
Em resumo, Dom Quixote de La Mancha é uma leitura essencial, não apenas pela sua importância histórica, mas também pela sua universalidade. Através das desventuras de um cavaleiro louco e seu escudeiro fiel, Cervantes criou uma obra que transcende os limites de seu tempo e continua a ressoar com os leitores contemporâneos. A história de Dom Quixote é, em última análise, a história de todos nós: a luta entre a realidade e a fantasia, entre os nossos sonhos e a dureza do mundo, e a busca incessante por algo maior do que nós mesmos.
1. Contexto Histórico e Literário
- Dom Quixote foi publicado em um momento de transição no início do século XVII, quando os romances de cavalaria — tão populares na Idade Média — já começavam a ser vistos como antiquados e pouco realistas.
- Miguel de Cervantes usou a obra como uma sátira a esse gênero, fazendo uma paródia das novelas medievais e dos ideais heróicos de seus cavaleiros, aproximando a narrativa de um realismo cômico e crítico que dialogava com o público do Renascimento.
2. Estrutura da Obra
- Dom Quixote é dividido em duas partes: a primeira publicada em 1605 e a segunda em 1615.
- Com um total de 126 capítulos, a obra é considerada uma das precursoras do romance moderno, com uma narrativa complexa, personagens profundos e uma crítica social.
3. Personagens Principais
- Dom Quixote: Um fidalgo (nobre) já em idade avançada, que, após ler obsessivamente romances de cavalaria, começa a acreditar na realidade desses contos. Ele se vê como um cavaleiro andante, o "Cavaleiro da Triste Figura," disposto a lutar contra o mal, embora seus inimigos sejam muitas vezes fruto de sua imaginação, como os famosos moinhos de vento, que ele acredita serem gigantes.
- Sancho Pança: O fiel escudeiro de Dom Quixote. Sancho é realista, prático e representa o oposto de seu amo; enquanto Quixote é idealista e sonhador, Sancho é pragmático e ponderado. Ele segue seu senhor, mas com um pé na realidade.
- Dulcinéia: A musa imaginária de Dom Quixote, a quem ele dedica seus feitos heróicos. Dulcinéia é uma figura inventada que representa o ideal de pureza e beleza que ele quer proteger, simbolizando o quanto Quixote se afasta da realidade.
4. Enredo e Temas
- A trama segue as aventuras de Dom Quixote e Sancho Pança em suas viagens pela região de La Mancha. Dom Quixote, imerso em seus delírios, combate inimigos imaginários e tenta reavivar os valores da cavalaria em um mundo onde esses valores já não têm lugar.
- Os principais temas abordados incluem a realidade versus a ilusão, a loucura e a sanidade, o idealismo contra o pragmatismo, e a busca pela justiça. A obra também critica os valores da época e questiona a validade dos ideais cavalheirescos no mundo moderno.
5. Cenário
- A narrativa se passa principalmente nas planícies da região de La Mancha, na Espanha. O cenário é desolado e árido, simbolizando a dureza da realidade que contrasta com as visões idealizadas de Dom Quixote.
- Elementos como os moinhos de vento e as vastas paisagens reforçam o contraste entre a fantasia e a realidade, representando a luta do protagonista contra forças imaginárias.
6. Linguagem e Estrutura Narrativa
- Cervantes usa humor e ironia, elementos inovadores na época, para criar uma narrativa envolvente que oscila entre o cômico e o trágico.
- A primeira parte da obra é mais leve, enquanto a segunda adota um tom mais sombrio, refletindo uma perda de liberdade conforme Dom Quixote se aproxima da realidade e das consequências de sua loucura.
7. Trecho Marcante
- Um dos trechos mais icônicos é o combate contra os moinhos de vento. Nessa passagem, Dom Quixote acredita que os moinhos são gigantes e tenta enfrentá-los, revelando tanto sua determinação quanto sua desconexão da realidade. Esse trecho simboliza a luta contra inimigos invisíveis e a persistência em ideais que são absurdos aos olhos dos outros.
8. Relevância e Relação com a Atualidade
- Dom Quixote é uma obra universal e atemporal. Muitos leitores identificam em Quixote uma figura de persistência e idealismo que continua inspiradora. A história explora o conflito entre sonhos e realidade, um tema que permanece relevante em um mundo onde, muitas vezes, perseguir sonhos pode parecer uma "loucura."
- O adjetivo "quixotesco" passou a designar pessoas idealistas e sonhadoras que lutam por causas quase impossíveis, mesmo em um mundo pragmático e cético.
9. Similaridades e Influências
- Cervantes cria personagens complexos e humanizados, que evoluem ao longo da narrativa. Essa complexidade faz de Dom Quixote um precursor dos romances psicológicos e realistas.
- A obra influenciou a literatura mundial e continua a ser uma referência cultural, inspirando adaptações em várias mídias e influenciando a visão de mundo de muitos artistas e leitores.
Em resumo, Dom Quixote é um clássico da literatura que oferece uma profunda análise do ser humano e de suas lutas internas entre sonho e realidade. É uma história que, embora situada no século XVII, ressoa com leitores contemporâneos por seu espírito de resistência e persistência diante dos desafios da vida.
Resumo do Enredo de "Dom Quixote"
O romance "Dom Quixote" narra as aventuras de Alonso Quijano, um fidalgo provinciano que, fascinado por livros de cavalaria, decide se tornar cavaleiro andante sob o nome de Dom Quixote de La Mancha. Acreditando na necessidade de restaurar paz, justiça e amor no mundo, ele parte em busca de aventuras, armado com uma velha armadura e montado em seu cavalo Rocinante. Dom Quixote idealiza uma camponesa chamada Dulcinéia del Toboso como sua dama, e a primeira aventura o leva a uma taverna que, em sua imaginação, é um castelo. O estalajadeiro, ao perceber a loucura do fidalgo, finge consagrá-lo cavaleiro, e sugere que ele consiga dinheiro e um escudeiro.
Na segunda jornada, acompanhado do fiel e ingênuo Sancho Pança, Dom Quixote enfrenta uma série de desventuras, incluindo sua famosa batalha com moinhos de vento, que ele acredita serem gigantes. Em meio a mal-entendidos e derrotas, ambos sofrem humilhações e são ridicularizados. A trajetória do cavaleiro é marcada por momentos de idealismo, como sua defesa de valores antigos, e também pela luta constante entre fantasia e realidade.
Após uma sequência de aventuras, Dom Quixote é levado de volta ao lar pelos amigos e familiares, que atribuem sua loucura à leitura excessiva de livros de cavalaria. Apesar disso, ele parte novamente para novas aventuras. Ao longo da segunda parte do romance, ele é frequentemente alvo de zombarias, especialmente ao ser nomeado "governador" da fictícia ilha de Barataria, em uma das muitas brincadeiras feitas pelos nobres que se aproveitam de sua ingenuidade. Ao final, após ser derrotado em duelo pelo bacharel Sansão Carrasco, que usa o título de "Cavaleiro da Branca Lua", Dom Quixote retorna a casa e, preso na realidade, adoece e morre.
História e Estrutura do Romance
"Dom Quixote" é composto de duas partes. A primeira, publicada em 1605, descreve as duas primeiras saídas de Dom Quixote. Devido ao sucesso do romance, um autor anônimo sob o pseudônimo Alonso de Avellaneda escreveu uma continuação antes que Cervantes lançasse a segunda parte oficial, em 1615. Nesta segunda parte, o romance adquire um caráter mais reflexivo, e as aventuras são não apenas descritas, mas também analisadas.
O enredo do romance segue uma estrutura circular e ternária, com Dom Quixote partindo, vivendo aventuras e retornando três vezes. A primeira saída é como uma iniciação, onde ele possui o desejo de combater injustiças, mas ainda não a habilidade necessária. Na segunda, já acompanhado por Sancho, ele segue suas aventuras com mais confiança. Na terceira, o aspecto cômico e ilusório é substituído pela aceitação da realidade, culminando com a derrota definitiva e o fim do sonho cavaleiresco.
Foco Narrativo
Cervantes utiliza um recurso que confere um tom realista à narrativa, ao fingir que a história de Dom Quixote foi traduzida de um manuscrito árabe escrito pelo historiador Cide Hamete Benengeli. Esse artifício proporciona três diferentes focos narrativos:
- Narrador onisciente: uma voz em terceira pessoa que narra os fatos e representa a tradição histórica e cultural da lenda.
- Narrador em primeira pessoa: a voz do autor, que aparece em trechos pontuais, emitindo juízos de valor e interpretação sobre os acontecimentos.
- Narradores intradiegéticos: são as falas dos próprios personagens, como Dom Quixote, Sancho Pança e outros, que expressam suas ideias e sentimentos, enriquecendo a narrativa com múltiplas perspectivas.
Dessa forma, Cervantes cria uma narrativa complexa e rica em camadas, explorando o contraste entre a ilusão e a realidade, a razão e a loucura, e a liberdade individual diante dos costumes sociais.
Sentidos da Obra "Dom Quixote" de Miguel de Cervantes
O romance "Dom Quixote" é uma obra atemporal e complexa, que se abre a múltiplas interpretações. É possível identificar dois sentidos principais: o literal, que reflete a sátira do autor à literatura de cavalaria, e o simbólico, que permite uma leitura mais profunda dos conflitos existenciais e sociais representados pelos personagens.
Sentido Literal (Denotativo)
No contexto do século XVI, Cervantes escreveu "Dom Quixote" como uma sátira aos romances de cavalaria, que na época eram populares entre o povo e influenciavam o imaginário coletivo. Esses romances apresentavam cavaleiros heroicos que defendiam a justiça, o amor e a religião, idealizando um mundo perfeito. Dom Quixote, ao se inspirar nessas histórias, acredita ser sua missão andar pelo mundo como um cavaleiro andante, lutando contra injustiças e protegendo os mais fracos. No entanto, sua loucura e suas ilusões o fazem ver gigantes em moinhos e exércitos em rebanhos de ovelhas. O romance, nesse sentido literal, é uma paródia das aventuras exageradas dos heróis cavaleirescos, mostrando a dificuldade de conciliar o idealismo com a realidade.Sentido Simbólico (Conotativo)
Ao olhar mais profundamente, "Dom Quixote" representa o conflito entre o ideal e o real, simbolizado na relação entre Dom Quixote e Sancho Pança. Esses personagens antitéticos representam valores e visões de mundo opostos:- Dom Quixote é o símbolo do idealismo, da utopia e da busca por justiça e amor em um mundo cruel e indiferente. Ele cria uma realidade subjetiva, onde imagina sua amada camponesa como uma princesa e projeta valores elevados em situações banais. Representa o homem sonhador, que luta por ideais inatingíveis.
- Sancho Pança, por outro lado, é o realismo personificado. Ele é pragmático, apegado aos valores concretos da sociedade, como dinheiro e posição social. Sua visão prática da vida contrasta com o mundo ideal de Dom Quixote, e suas falas cheias de provérbios refletem a sabedoria popular.
Ao caminhar juntos, esses dois personagens refletem a tensão entre a fantasia poética e a verdade histórica, entre o espírito e a matéria, entre o desejo e a realidade. Cervantes usa essa relação para explorar o dualismo da condição humana: a coexistência do sonho com a realidade inevitável, um tema que influenciaria o Romantismo e o Modernismo. O humor de Cervantes nasce da percepção da impossibilidade de conciliar esses opostos, transmitindo ao leitor um senso de ironia e de ceticismo em relação à capacidade humana de realizar grandes ideais.
Reflexão Pessoal
Ao ler "Dom Quixote", o que me marcou foi a reflexão sobre o quanto o idealismo e a realidade podem colidir na vida cotidiana. A história me ensinou que, embora seja importante sonhar e buscar valores elevados, é igualmente essencial estar ciente dos limites e desafios impostos pelo mundo. A mensagem que levo é que o idealismo, se levado ao extremo, pode levar ao sofrimento e à frustração. Essa leitura me ajudou a valorizar o equilíbrio entre sonhos e pragmatismo, compreendendo que a verdadeira sabedoria está em adaptar nossos ideais às condições do mundo real, sem perder a capacidade de sonhar.
PERGUNTAS E RESPOSTAS
1. Quem é Alonso Quixano?
Resposta: Alonso Quixano é um fidalgo que vive em uma pequena aldeia na região de Mancha, na Espanha. Ele tem cerca de 50 anos, é magro e alto, e possui uma fortuna decadente. Sua principal ocupação é a leitura de livros sobre cavalaria, o que o faz se afastar da realidade e entrar no mundo das aventuras de cavaleiros.
2. Como ele se transforma em Dom Quixote?
Resposta: Após ler muitos livros sobre cavalaria, Alonso Quixano perde o contato com a realidade e se transforma em Dom Quixote. Ele monta em seu velho cavalo, Rocinante, veste uma armadura enferrujada e se auto-intitula cavaleiro andante. Escolhe uma camponesa chamada Aldonça Lourenço, que ele renomeia como Dulcinéia de Toboso, para ser sua amada e musa de suas aventuras.
3. Quem é Sancho Pança e qual sua relação com Dom Quixote?
Resposta: Sancho Pança é um lavrador gordo e simples, vizinho de Dom Quixote. Ele se torna o fiel escudeiro de Dom Quixote após o cavaleiro prometer-lhe riquezas e o governo de uma ilha. Sancho acompanha Dom Quixote em suas aventuras, muitas vezes sendo vítima das fantasias do cavaleiro, mas com certa lucidez e fidelidade. Embora seja cético, ele acaba se deixando seduzir pelas promessas de poder.
4. Quem é Dulcinéia de Toboso?
Resposta: Dulcinéia de Toboso é a amada idealizada por Dom Quixote, a quem ele dedica todas as suas aventuras. Na realidade, Dulcinéia é uma camponesa simples e robusta chamada Aldonça Lourenço, mas Dom Quixote a vê como uma figura nobre e perfeita. Ela nunca soube de sua devoção, mas Dom Quixote constantemente invoca seu nome em suas batalhas.
5. Quais são algumas das aventuras de Dom Quixote?
Resposta:
- Luta contra os moinhos de vento: Dom Quixote acredita que os moinhos de vento são gigantes ameaçadores, e, ao atacá-los, é derrubado pelo vento.
- A Duquesa e a festa: Dom Quixote e Sancho são recebidos por uma duquesa que se diverte com suas loucuras e os trata com honras, criando uma grande festa em sua homenagem.
- Sancho Pança como governador: Em uma das aventuras, Sancho Pança recebe o título de governador de uma ilha, mas as dificuldades da governança o fazem desistir.
- Libertação dos prisioneiros: Dom Quixote liberta prisioneiros das galés, mas os prisioneiros acabam atacando Dom Quixote e Sancho Pança, demonstrando a violência que muitas vezes acompanha suas ações.
6. O que acontece quando Dom Quixote retorna à aldeia?
Resposta: Após muitas aventuras, Dom Quixote retorna à aldeia, onde, após um período de descanso, sente que sua loucura desapareceu. Ele decide fazer um testamento, deixando suas posses para sua sobrinha e a governanta. No final, Dom Quixote morre, agora consciente de sua verdadeira identidade, e a história se encerra com ele aceitando a morte.
7. Como a obra de Cervantes critica a cavalaria medieval?
Resposta: Dom Quixote faz uma crítica à cavalaria medieval ao mostrar a loucura de um homem que tenta reviver um ideal ultrapassado e fantasioso de heroísmo. Através das aventuras de Dom Quixote, Cervantes questiona a idealização dos cavaleiros e da honra cavaleiresca, expondo as falácias e os perigos de viver em um mundo de fantasia, ao mesmo tempo em que valoriza a fidelidade, a amizade e a lealdade de personagens como Sancho Pança.
1. Sobre uma de suas primeiras batalhas "imaginárias", Dom Quixote diz estar lutando contra:
Resposta:
c) Gigantes.
Dom Quixote acredita que os moinhos de vento são gigantes e que ele está em uma grande batalha para derrotá-los.
2. Em troca de que Sancho concordou em ser escudeiro de Dom Quixote?
Resposta:
a) Ganhar uma ilha e se tornar governante dela.
Sancho Pança segue Dom Quixote em busca de aventuras, motivado pela promessa de se tornar governador de uma ilha.
3. Qual era o nome da amada e desejada "princesa" de Dom Quixote?
Resposta:
e) Dulcinéia.
Dom Quixote transforma Aldonça Lourenço, uma simples camponesa, em sua amada Dulcinéia de Toboso.
4. Qual era o nome do jumento do escudeiro de Dom Quixote?
Resposta:
b) Ruço.
O jumento de Sancho Pança, que o acompanha nas aventuras, chama-se Ruço.
5. Como Dom Quixote era conhecido? E qual o seu verdadeiro nome?
Resposta:
d) O cavaleiro da triste figura.
Dom Quixote é chamado "O Cavaleiro da Triste Figura" após sua derrota e as situações desastrosas em suas aventuras.
Verdadeiro nome: Alonso Quixano.
6. Qual é o nome do cavalo de Dom Quixote?
Resposta:
b) Rocinante.
O cavalo de Dom Quixote é chamado Rocinante, e ele acredita que é um belo garanhão.
7. Qual era o verdadeiro nome de Dom Quixote?
Resposta:
c) Alonso Quixano.
Dom Quixote era, na verdade, Alonso Quixano, um fidalgo que enlouqueceu lendo romances de cavalaria.
8. Qual era o nome da sobrinha de Dom Quixote?
Resposta:
a) Antonia.
A sobrinha de Dom Quixote se chama Antonia.
9. Considerando que todos os cavaleiros andantes adoram uma princesa, Dom Quixote decide apaixonar-se por Aldonza Lorenzo, uma aldeã que ele transforma na princesa Dulcinéia de Toboso. Marque com uma cruz as características que correspondem a Dulcinéia:
Respostas:
- a) Tem os braços grossos. ✔️
- b) Tem a pele muito branca.
- c) Toca harpa.
- d) Tem o cabelo que nem piaçava. ✔️
- e) Cata batatas. ✔️
- f) Tem as mãos delicadas.
- g) Costura com fios de ouro.
- h) Tem os cabelos dourados.
- i) Tem buço. ✔️
- j) Semeia trigo. ✔️
Dulcinéia é uma camponesa simples e robusta, e Dom Quixote a imagina de uma maneira totalmente idealizada e glorificada.
10. O personagem principal enlouquece porque lê livros de cavalaria e decide tornar-se cavaleiro andante. Tira a armadura de que necessita para ser cavaleiro de um canto de sua casa?
Resposta:
Sim, Dom Quixote pega uma velha armadura enferrujada que pertenceu a seus ancestrais, e com ela se veste para se tornar cavaleiro.
11- LEIA O TEXTO ABAIXO E DÊ SUA OPINIÃO
Dom Quixote de La Mancha é um cavaleiro andante de origem fidalga, sempre disposto a realizar façanhas que ele acredita serem justificadas pelas Leis da Cavalaria, todas, evidentemente, encomendadas por Deus e pelo amor à sua amada, a sem-par Dulcinéia de Toboso.
Seu escudeiro, Sancho Pança, é de origem simples e desconhece as Leis da Cavalaria. Sancho segue seu amo, mas seu foco está apenas em suas necessidades básicas, como dormir, comer e beber. Enquanto Dom Quixote cultiva nobres valores e ideais, como o exercício das armas para endireitar os tortos, favorecer os necessitados e socorrer os desvalidos, Sancho tem poucas expectativas em relação à vida, sendo mais motivado pela vaidade em se tornar governador de uma ilha, conforme as promessas de seu amo.
Enquanto Dom Quixote se dedica a uma causa maior, com responsabilidades e uma missão, seu escudeiro escolhe sempre o caminho mais curto, pacífico e confortável para enfrentar as adversidades.
RESPOSTA
Este trecho apresenta uma excelente reflexão sobre as diferenças de caráter e visão de mundo entre Dom Quixote e seu escudeiro Sancho Pança, que são os pilares da obra de Cervantes.
Dom Quixote representa o idealismo, o heroísmo e a busca por um mundo mais justo, mesmo que, em muitos momentos, suas ações sejam absurdas ou fantasiosas. Ele é guiado por um conjunto de valores elevados e uma nobreza de espírito, mesmo que esses valores sejam, muitas vezes, desconectados da realidade. Sua devoção à Dulcinéia de Toboso, sua amada idealizada, é a razão de suas ações, e ele acredita firmemente que seu destino é ser um herói, em busca da honra e da justiça.
Por outro lado, Sancho Pança é um homem prático, mais centrado nas necessidades do dia a dia e mais consciente das limitações da realidade. Sua lealdade a Dom Quixote é motivada, em parte, pela promessa de recompensas materiais, como o governo de uma ilha. Sancho não tem os mesmos ideais elevados de seu mestre, mas ao longo da narrativa ele passa a compreender, de uma maneira mais pragmática, as intenções e o coração de Dom Quixote, mesmo que ainda preserve sua visão mais simplista da vida.
A relação entre eles é uma das mais interessantes de toda a literatura, pois reflete como a fantasia e a realidade podem coexistir em um mesmo espaço, gerando tanto conflito quanto aprendizado. O contraste entre Dom Quixote e Sancho Pança também pode ser visto como uma crítica social e uma análise da natureza humana: o idealismo e o realismo frequentemente coexistem de maneira conflituosa, mas também complementam-se.
Minha opinião é que esse texto mostra uma rica e profunda dinâmica entre dois personagens que, apesar de suas diferenças, representam duas facetas essenciais do ser humano: o sonho e a realidade. A beleza de Dom Quixote está na capacidade que temos de identificar tanto com o idealismo de Dom Quixote quanto com o pragmatismo de Sancho. A obra oferece uma rica reflexão sobre como as pessoas, independentemente de sua classe social ou formação, podem ter diferentes maneiras de ver o mundo, mas também como essas visões podem se complementar.
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- O senhor Alonso Quijano enlouquece e decide tornar-se cavaleiro andante.
a) Por que enlouquece?
Porque lê muitos livros de cavalaria ou de cavaleiros andantes.
b) De onde tira a armadura de que necessita para ser cavaleiro?
De um canto de sua casa.
c) Como é o seu cavalo, e que nome lhe dá?
Ele era só pele e osso, e Dom Quixote lhe dá o nome de Rocinante.
Organização das Respostas:
Sancho Pança é o fiel escudeiro de Dom Quixote. Eles se conheceram na antiga vila em que moravam.
- Resposta correta: Ganhar uma ilha e se tornar governante dela.
- Explicação: Sancho aceita ser escudeiro de Dom Quixote com a promessa de que, ao final de suas aventuras, ele será nomeado governador de uma ilha. No entanto, no final, ele recebe a ilha, mas decide abdicar do cargo e voltar à sua vida anterior.
Dulcinéia era uma camponesa horrorosa, grosseiramente falando, que Dom Quixote via como uma bela princesa.
- Explicação: Dom Quixote idealiza Dulcinéia de Toboso, uma camponesa simples, como sendo uma princesa maravilhosa, mas na realidade ela não corresponde à imagem que ele cria dela em sua mente.
Qual era o nome do jumento do escudeiro de Dom Quixote?
- Resposta correta: Ruço.
- Explicação: O jumento de Sancho Pança se chama Ruço, devido à sua cor acinzentada. Sancho às vezes se refere a ele de maneira mais simples como "burro".
Qual era o nome do cavaleiro de Dom Quixote?
- Resposta correta: O cavaleiro da triste figura.
- Explicação: Dom Quixote ficou conhecido como "cavaleiro da triste figura" devido à sua aparência magra e envelhecida, e ao seu cavalo igualmente magro e esquelético. Junto com o escudeiro gordo, ele fazia uma figura lamentável e cômica.
Quem foi Miguel de Cervantes Saavedra?
- Explicação: Miguel de Cervantes Saavedra foi um poeta, dramaturgo e novelista espanhol, autor de Dom Quixote de La Mancha, nascido em Alcalá de Henares em 29 de setembro de 1547 e falecido em Madri, em 22 de abril de 1616.
Qual é o nome do cavalo de Dom Quixote?
- Resposta correta: Rocinante.
- Explicação: O nome "Rocinante" vem de "rocim", que significa cavalo de pouca monta, um cavalo fraco e esquelético. Esse nome reflete a condição do cavalo de Dom Quixote, que também é uma figura magra e frágil.
Qual era o verdadeiro nome de Dom Quixote?
- Resposta correta: Alonso Quixano.
- Explicação: Antes de se tornar o cavaleiro andante Dom Quixote, ele era conhecido como Alonso Quixano. Após ler muitos livros de cavalaria e se inspirar nos heróis dessas histórias, ele decide mudar seu nome e sua vida.
Qual era o nome da sobrinha de Dom Quixote?
- Resposta correta: Antonia.
- Explicação: Antonia é a sobrinha de Dom Quixote, que se preocupa com ele e tenta impedi-lo de seguir suas loucas aventuras, mas sem muito sucesso.
Conclusão: Através dessas perguntas, podemos perceber as características centrais do romance Dom Quixote de La Mancha. A obra é uma crítica bem-humorada e profunda à sociedade e à literatura de cavalaria, e seus personagens, como Dom Quixote e Sancho Pança, continuam a ser símbolos de coragem, loucura e lealdade, refletindo sobre a realidade e a fantasia.
Organização e Respostas:
Por que Alonso Quijano enlouquece?
- Resposta: Alonso Quijano enlouquece porque lê muitos livros de cavalaria ou de cavaleiros andantes. Ele se perde nas histórias de heróis e aventuras, até que passa a acreditar que também precisa se tornar um cavaleiro andante, assumindo o nome de Dom Quixote.
De onde Dom Quixote tira a armadura para ser cavaleiro?
- Resposta: Dom Quixote tira a armadura de um canto de sua casa. Ele utiliza as armaduras antigas de seu bisavô, transformando objetos comuns em itens de cavaleiro para criar sua fantasia.
Como é o cavalo de Dom Quixote e qual o seu nome?
- Resposta: O cavalo de Dom Quixote é descrito como sendo fraco e magro, “só pele e osso”. Seu nome é Rocinante, uma combinação de "rocim" (cavalo de pouco valor) e "ante", que pode significar o cavalo antigo ou anteriormente usado.
Qual o nome do jumento de Sancho Pança?
- Resposta: O jumento de Sancho Pança se chama Ruço. Ele é descrito como simples e modesto, sendo o companheiro de Sancho nas aventuras com Dom Quixote.
Qual era o verdadeiro nome de Dom Quixote?
- Resposta: O verdadeiro nome de Dom Quixote era Alonso Quixano. Ele decide mudar seu nome após se inspirar nas histórias de cavalaria que leu.
Qual era o nome da sobrinha de Dom Quixote?
- Resposta: O nome da sobrinha de Dom Quixote era Antonia. Ela se preocupa com o tio e tenta impedi-lo de seguir suas aventuras malucas, mas sem muito sucesso.
Quem é Sancho Pança e o que ele ganha ao seguir Dom Quixote?
- Resposta: Sancho Pança é o fiel escudeiro de Dom Quixote, de origem simples. Ele aceita seguir seu amo, porque Dom Quixote promete-lhe uma ilha para governar. Sancho eventualmente recebe a ilha, mas acaba abdicando do cargo, preferindo retornar à sua vida simples.
Quem é Dulcinéia de Toboso e como Dom Quixote a vê?
- Resposta: Dulcinéia de Toboso é uma camponesa simples e sem graça, mas Dom Quixote a idealiza como uma bela princesa, a quem dedica suas aventuras, acreditando que ela representa o amor perfeito e puro.
Por que Dom Quixote é conhecido como "o cavaleiro da triste figura"?
- Resposta: Dom Quixote é chamado de "cavaleiro da triste figura" devido à sua aparência física magra e envelhecida, e ao fato de estar sempre acompanhado de Sancho Pança, um escudeiro gordo, montado em um jumento. Sua figura é uma mistura de nobreza idealizada e um ridículo trágico.
Quem foi Miguel de Cervantes?
- Resposta: Miguel de Cervantes Saavedra foi um poeta, dramaturgo e novelista espanhol, nascido em 1547 e falecido em 1616. Ele é amplamente considerado um dos maiores escritores da literatura mundial e é o autor da famosa obra Dom Quixote de La Mancha, considerada a primeira grande obra moderna da literatura ocidental.
Essas respostas ajudam a entender a trama e os principais personagens da obra Dom Quixote, que critica a literatura de cavalaria e a sociedade da época, com um tom humorístico e ao mesmo tempo profundo sobre a condição humana.
Organização e Respostas:
Por que Alonso Quijano enlouquece?
- Resposta: Alonso Quijano enlouquece porque lê muitos livros de cavalaria ou de cavaleiros andantes. Ele se perde nas histórias de heróis e aventuras, até que passa a acreditar que também precisa se tornar um cavaleiro andante, assumindo o nome de Dom Quixote.
De onde Dom Quixote tira a armadura para ser cavaleiro?
- Resposta: Dom Quixote tira a armadura de um canto de sua casa. Ele utiliza as armaduras antigas de seu bisavô, transformando objetos comuns em itens de cavaleiro para criar sua fantasia.
Como é o cavalo de Dom Quixote e qual o seu nome?
- Resposta: O cavalo de Dom Quixote é descrito como sendo fraco e magro, “só pele e osso”. Seu nome é Rocinante, uma combinação de "rocim" (cavalo de pouco valor) e "ante", que pode significar o cavalo antigo ou anteriormente usado.
Qual o nome do jumento de Sancho Pança?
- Resposta: O jumento de Sancho Pança se chama Ruço. Ele é descrito como simples e modesto, sendo o companheiro de Sancho nas aventuras com Dom Quixote.
Qual era o verdadeiro nome de Dom Quixote?
- Resposta: O verdadeiro nome de Dom Quixote era Alonso Quixano. Ele decide mudar seu nome após se inspirar nas histórias de cavalaria que leu.
Qual era o nome da sobrinha de Dom Quixote?
- Resposta: O nome da sobrinha de Dom Quixote era Antonia. Ela se preocupa com o tio e tenta impedi-lo de seguir suas aventuras malucas, mas sem muito sucesso.
Quem é Sancho Pança e o que ele ganha ao seguir Dom Quixote?
- Resposta: Sancho Pança é o fiel escudeiro de Dom Quixote, de origem simples. Ele aceita seguir seu amo, porque Dom Quixote promete-lhe uma ilha para governar. Sancho eventualmente recebe a ilha, mas acaba abdicando do cargo, preferindo retornar à sua vida simples.
Quem é Dulcinéia de Toboso e como Dom Quixote a vê?
- Resposta: Dulcinéia de Toboso é uma camponesa simples e sem graça, mas Dom Quixote a idealiza como uma bela princesa, a quem dedica suas aventuras, acreditando que ela representa o amor perfeito e puro.
Por que Dom Quixote é conhecido como "o cavaleiro da triste figura"?
- Resposta: Dom Quixote é chamado de "cavaleiro da triste figura" devido à sua aparência física magra e envelhecida, e ao fato de estar sempre acompanhado de Sancho Pança, um escudeiro gordo, montado em um jumento. Sua figura é uma mistura de nobreza idealizada e um ridículo trágico.
Quem foi Miguel de Cervantes?
- Resposta: Miguel de Cervantes Saavedra foi um poeta, dramaturgo e novelista espanhol, nascido em 1547 e falecido em 1616. Ele é amplamente considerado um dos maiores escritores da literatura mundial e é o autor da famosa obra Dom Quixote de La Mancha, considerada a primeira grande obra moderna da literatura ocidental.
Essas respostas ajudam a entender a trama e os principais personagens da obra Dom Quixote, que critica a literatura de cavalaria e a sociedade da época, com um tom humorístico e ao mesmo tempo profundo sobre a condição humana.
A noite das confusões
Naquele dia, nem bem amanheceu, Dom Quixote e Sancho Pança avistaram ao longe trinta ou quarenta moinhos de vento.
Dom Quixote, então, disse:
- Já temos aqui a primeira aventura, amigo Sancho! Está vendo aqueles gigantes tão furiosos? Pois penso lutar com eles até matá-los para que nunca mais façam maldades.
Sancho, surpreendido, perguntou:
- Que gigantes?
Dom Quixote respondeu:
- Aqueles que despontam lá longe. Não está vendo que braços enormes?
Sancho tentou explicar:
- Aqueles não são gigantes, são moinhos de vento, e o que parecem braços são as pás.
No entanto, como Dom Quixote estava completamente enlouquecido, ele via tudo de forma distorcida, como nos livros de cavalaria que tanto lia. Ele confundia porcos com dragões, criadas com princesas, pousadas com castelos e, agora, moinhos de vento com gigantes poderosos.
Sancho, preocupado, repetiu várias vezes que o que viam ao longe eram moinhos. Mas Dom Quixote não acreditava. Ele respondeu:
- Vejo que está com medo! Mas não tema, que esse combate é assunto meu.
E sem dar ouvidos a Sancho, Dom Quixote avançou a toda velocidade, empunhando sua lança contra os gigantes imaginários.
- São moinhos, senhor! – gritava Sancho, tentando alertá-lo.
Mas Dom Quixote já não podia ouvi-lo. E, como o vento movia as pás dos moinhos, Dom Quixote, cheio de bravura, exclamava:
- Podem agitar os braços quanto queiram, que não me assustam!
Quando chegou ao primeiro moinho, Dom Quixote cravou sua lança na pá, e o impacto foi tão forte que ele e seu cavalo, Rocinante, rolaram no chão em meio a uma nuvem de poeira. O cavaleiro ficou tonto, viu estrelas e ficou tão pálido quanto um fantasma.
Nesse momento, Sancho se aproximou e gritou:
- Eu não disse que eram moinhos?
Dom Quixote, ainda convencido de sua loucura, respondeu:
- Cale-se, meu amigo, que tudo isso foi coisa do mago Frestón. No outro dia ele levou meus livros pelos ares e agora transformou os gigantes em moinhos para me ver rolar no chão. Mas juro por minha Dulcinéia que esse feiticeiro pagará muito caro por todo o mal que está me fazendo.
Esse é o resumo organizado da aventura de Dom Quixote e Sancho Pança com os moinhos de vento, abordando a confusão de Dom Quixote com as ilusões criadas por sua leitura dos livros de cavalaria.
Aqui estão as respostas organizadas com base no texto e nas questões propostas:
1. No texto, nota-se que Sancho Pança é bastante diferente de seu patrão. A partir da luta contra os moinhos de vento, explique:
a) Qual a principal diferença entre os dois?
Resposta: A principal diferença entre Dom Quixote e Sancho Pança é que Dom Quixote vive imerso na fantasia, enxergando coisas inexistentes, como gigantes onde há moinhos de vento. Sancho, por sua vez, tenta mostrar-lhe a realidade, apontando que o que Dom Quixote vê são apenas ilusões e fantasias de seus livros.
b) De que forma Sancho tenta ajudar Dom Quixote a enxergar a realidade?
Resposta: Sancho tenta ajudar Dom Quixote explicando-lhe que as visões do cavaleiro são fruto das fantasias dos livros de cavalaria. Ele constantemente tenta mostrar-lhe que os moinhos são apenas moinhos e não gigantes como Dom Quixote imagina.
2. No texto, o narrador diz: “Acontece que, como Dom Quixote estava louco de amarrar, tudo o que via lhe parecia igual ao que havia lido nos livros.”
a) Qual é o sentido da expressão "louco de amarrar", no contexto?
Resposta: No contexto, a expressão "louco de amarrar" significa que Dom Quixote perdeu completamente a razão, ou seja, ele está totalmente insano e fora de controle.
b) Cite duas passagens do texto que comprovem a loucura de Dom Quixote.
Resposta:
- “E sem acrescentar mais nada, começou a cavalgar a toda velocidade, empunhando a lança contra os gigantes da sua imaginação.”
- “- Cale-se, meu amigo, que tudo isso foi coisa do mago Frestón.”
3. Nas novelas de cavalaria, os heróis são geralmente cavaleiros andantes, isto é, cavaleiros que caminham solitariamente em busca de aventuras e de fama. Esse perfil de herói é confirmado no texto? Explique.
Resposta: Não, o perfil do herói de novela de cavalaria não é totalmente confirmado no texto. Dom Quixote não possui a elegância dos cavaleiros medievais e, embora viva em busca de aventuras, ele está preso a um mundo de fantasia. Ele não age como um herói tradicional, mas como alguém que vê o mundo de maneira distorcida.
4. “E sem acrescentar mais nada, começou a cavalgar a toda velocidade, empunhando a lança contra os gigantes da sua imaginação.” Copie desse trecho do texto:
a) uma preposição: sem, a, contra
b) uma conjunção: e
c) um advérbio: mais, nada
d) um verbo no gerúndio: empunhando
e) um verbo no infinitivo: acrescentar, cavalgar
Texto “Era uma vez Dom Quixote”
Há quatrocentos anos, quando Miguel de Cervantes criou Dom Quixote de La Mancha, ele certamente não poderia imaginar que tanto ele quanto seu personagem encantariam leitores através dos séculos. A história apresenta-nos um senhor rural ingênuo que adorava livros de cavalaria e acreditava nas aventuras escritas. Decidindo tornar-se um cavaleiro andante, ele passa a viver como se estivesse na Idade Média, onde cavaleiros, damas, gigantes e moinhos de vento, frutos de sua imaginação, eram seres vivos. A adaptação Era uma vez Dom Quixote (de Agustín Sánchez Aguilar, traduzida por Marina Colasanti) permite que o jovem leitor viaje pelo mundo da fantasia com o cavaleiro aventureiro, seu fiel escudeiro Sancho Pança, seu cavalo Rocinante e sua amada, a princesa Dulcinéia.
1. O senhor Alonso Quijano enlouquece e decide tornar-se cavaleiro andante.
a) Por que enlouquece?
Resposta: Porque lê muitos livros de cavalaria ou de cavaleiros andantes.
b) De onde tira a armadura de que necessita para ser cavaleiro?
Resposta: De um canto de sua casa.
c) Como é o seu cavalo, e que nome lhe dá?
Resposta: Ele era só pele e osso, e Dom Quixote o chama de Rocinante.
2. Considere que todos os cavaleiros andantes adoram uma princesa. Dom Quixote decide apaixonar-se por Aldonza Lorenzo, uma aldeã que ele, com sua imaginação, transforma na princesa Dulcinéia de Toboso. Marque as características de Aldonza e de Dulcinéia.
Característica | Aldonza | Dulcinéia |
---|---|---|
Tem os braços grossos | (X) | |
Tem a pele muito branca | (X) | |
Toca harpa | (X) | |
Tem o cabelo que nem piaçava | (X) | |
Cata batatas | (X) | |
Tem as mãos delicadas | (X) | |
Costura com fios de ouro | (X) | |
Tem os cabelos dourados | (X) | |
Tem buço | (X) | |
Semeia trigo | (X) |
3. Em sua segunda saída, Dom Quixote se faz acompanhar por um escudeiro: Sancho Pança.
a) A que se dedica Sancho e qual a sua aparência?
Resposta: Ele se dedica a ajudar Dom Quixote e é baixinho e gordo.
b) Por que decide ajudar Dom Quixote?
Resposta: Porque Dom Quixote lhe promete moedas para que fique rico.
4. Louco de pedra, Dom Quixote vê as coisas diferentes do que são na realidade.
a) Por que ataca os moinhos de vento?
Resposta: Porque pensa que são gigantes.
b) Como explica o golpe que leva no final?
Resposta: Explica que os gigantes estariam enfeitiçados por Freston.
5. Durante a noite na venda, Dom Quixote e Sancho recebem pancadas. Tudo começa devido a uma confusão.
a) Com quem Dom Quixote confunde Maritornes?
Resposta: Com uma princesa.
b) Por que Sancho maltrata Maritornes?
Resposta: Porque ela está atraindo/seduzindo Dom Quixote.
c) O que Dom Quixote oferece a Sancho para curar todos os seus males?
Resposta: O bálsamo de Ferabras.
d) Que efeito faz em Sancho o remédio de Dom Quixote?
Resposta: Dá-lhe dor de barriga e vômito.
6. De volta à estrada, Sancho e seu patrão cruzam com um rebanho de ovelhas. Por que Dom Quixote as ataca?
Resposta: Porque acha que é um exército.
7. Na aventura do elmo de Mambrino, o que é realmente esse elmo e quem é o cavaleiro que o usa?
Resposta: O elmo é uma bacia e quem o utiliza é o barbeiro.
8. Quando Sancho vai para Toboso com uma carta para Dulcinéia, encontra o padre e o barbeiro, que lhe perguntam sobre Dom Quixote. Por que Sancho começa a chorar?
Resposta: Porque perdeu a carta dada por Dom Quixote.
9. A princesa Micomicona busca Dom Quixote para uma perigosa missão.
a) De que missão se trata?
Resposta: Trata-se de matar os gigantes.
10. A caminho de Micomicón, Dom Quixote pergunta a Sancho por sua amada. O diálogo é divertido, pois o cavaleiro e o criado imaginam Dulcinéia de forma bem diferente. Marque quem afirma cada coisa a seguir.
Característica | Dom Quixote | Sancho |
---|---|---|
Dulcinéia cheira a suor | (X) | |
Dulcinéia costura com fio de ouro | (X) | |
Dulcinéia cheira a rosas | (X) | |
Dulcinéia salga lombos de porco | (X) |
11. Ao sair de Serra Morena, Dom Quixote e os acompanhantes hospedam-se na venda. Por que Dom Quixote investe contra os odres de vinho?
Resposta: Porque acha que são gigantes enfeitiçados por Freston.
12. Ao despertar no dia seguinte, Dom Quixote descobre quatro "demônios" ao seu redor, que o trancam numa jaula.
a) De acordo com o fantasma de voz rouca, aonde estão levando Dom Quixote?
Resposta: A Miconicón.
b) Quem são realmente os quatro "fantasmas" e para onde está indo o carro?
Resposta: São o padre, o barbeiro, o vendeiro e Doroteia, que estão levando-o de volta a sua casa em La Mancha.
c) Quando Sancho avisa Dom Quixote de que é uma armadilha, o que ele responde?
Resposta: Dom Quixote responde que Sancho está louco e não acredita nele.
13. Graças a Sancho, Dom Quixote sai da jaula por um momento, mas investe contra os camponeses.
a) Por que os ataca?
Resposta: Porque pensa que estão prendendo sua princesa.
b) Que castigo recebe Dom Quixote?
Resposta: Ele é preso novamente numa jaula.
c) Já na aldeia, como reage a criada de Dom Quixote ao vê-lo na jaula?
Resposta: Ela se assusta, pois nunca o viu assim.
TEXTO: Uma história de Dom Quixote
Moacyr Scliar
Quando se fala num quixote, as pessoas logo pensam num desastrado, num sujeito que não consegue fazer nada direito, que tem boas ideias, mas sempre quebra a cara. E até repetem aquela história que o escritor espanhol Cervantes contou sobre o Dom Quixote.
Ele era um daqueles cavaleiros andantes que usavam armadura, lança e escudo; percorria as planícies da Espanha num cavalo muito magro e muito feio, chamado Rocinante, procurando inimigos a quem pudesse desafiar em nome da moça que amava, e que ele chamava de Dulcineia. Pois um dia este Quixote avistou ao longe uns moinhos de vento.
Naquela época, vocês sabem, o trigo era moído desta maneira: havia um enorme cata-vento que fazia girar a máquina de moer. Pois o Dom Quixote viu, nesses moinhos, gigantes que agitavam os braços, desafiando-os para a luta.
Sancho Pança, seu ajudante, tentou convencê-lo de que não havia gigante nenhum; mas foi inútil.
Dom Quixote estava certo de que aquele era o grande combate de sua vida. Empunhando a lança, partiu a galope contra os gigantes…
O resultado, diz Cervantes, foi desastroso. A lança do cavaleiro ficou presa nas asas do moinho, ele foi levantado no ar e depois jogado para longe. Para Sancho, e para todas as pessoas que ali viviam, uma clara prova de que o homem era mesmo maluco.
Essa era a história que Cervantes contava. Já meu tatara-tatara-tataravô, que também conheceu o Dom Quixote, narrava o episódio de uma maneira inteiramente diferente. Ele dizia que, de fato, Dom Quixote viu os moinhos e que ficou fascinado com eles, mas não por confundi-los com gigantes. “Se eu conseguir enfiar minha lança naquelas asas que giram”, pensou, “e se puder aguentar firme, terei descoberto uma coisa sensacional.”
E foi o que ele tentou. Não deu completamente certo, porque nada do que a gente faz dá completamente certo; mas, no momento em que a asa do moinho levantava o Dom Quixote, ele viveu o seu momento de glória. Estava subindo, como os astronautas hoje sobem; estava avistando uma paisagem maravilhosa, os campos cultivados, as casas, talvez o mar, lá longe, talvez as terras de além-mar, com as quais todo o mundo sonhava. Mais que isso, ele tinha descoberto uma maneira sensacional de se divertir.
É verdade que levou um tombo, um tombo feio. Mas isso, naquele momento, não tinha importância. Não para Dom Quixote, o inventor da roda-gigante.
Extraído e adaptado de FILHO, Otavio Frias et al. Vice-versa ao contrário:histórias clássicas recontadas. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 1993
Questão 01
O autor, Moacyr Scliar, reconta a clássica história de Dom Quixote alterando a versão original. O artifício que utiliza para atingir esse objetivo é:
Resposta: (A) introduzir, no texto, a versão de seu tatara-tatara-tataravô, um contador de histórias.
Questão 02
Considere as afirmações a respeito do texto:
I. Em suas aventuras, Dom Quixote era acompanhado por seu cavalo Rocinante, por sua amada Dulcineia e por seu fiel escudeiro Sancho Pança.
II. Sancho Pança tinha maior senso de realidade do que Dom Quixote, mas não conseguia fazê-lo desistir de suas ideias.
III. Embora normalmente Dom Quixote se desse mal em suas aventuras, na versão contada por Moacyr Scliar, o personagem atinge seu momento de glória ao inventar a roda gigante.
Resposta: (A) I, II e III.
Questão 03
Se o narrador da história fosse o próprio Dom Quixote, a frase “Dom Quixote estava certo de que aquele era o grande combate de sua vida.” poderia ser reescrita, mantendo-se a coerência, como:
Resposta: (B) Eu estava certo de que aquele era o grande combate de minha vida.
Questão 04
Em um texto narrativo, a história se desenvolve sobretudo com base em uma complicação e em um clímax. As ações que sintetizam essas partes, respectivamente, são:
Resposta: (D) o momento em que Sancho Pança tenta inutilmente convencer Dom Quixote de que não havia gigante nenhum – o momento em que Dom Quixote é levantado pelo moinho e vive seu momento de glória.
Questão 05
Considerando os trechos selecionados, assinale se indicam FATO (F) ou OPINIÃO (O).
- “Ele era um daqueles cavaleiros andantes que usavam armadura, lança e escudo, […].” – F
- “Naquela época, vocês sabem, o trigo era moído desta maneira: havia um enorme cata-vento que fazia girar a máquina de moer.” – F
- “O resultado, diz Cervantes, foi desastroso.” – O
- “Para Sancho, e para todas as pessoas que ali viviam, uma clara prova de que o homem era mesmo maluco.” – O
- “Não deu completamente certo, porque nada do que a gente faz dá completamente certo; […].” – O
Resposta: (B) F – F – O – O – O
Questão 06
Se as ações descritas indicassem hipótese, o trecho deveria ser reescrito da seguinte maneira:
Resposta: (B) Se a lança do cavaleiro ficasse presa nas asas do moinho, ele seria levantado no ar e depois jogado para longe.
Questão 07
O uso da palavra "pois" pode ser explicado como:
Resposta: (A) uma conjunção explicativa que vincula a ideia iniciada no período à frase anterior.
Questão 08
Em "as pessoas logo pensam num sujeito que não consegue fazer nada direito, que tem boas ideias, mas sempre quebra a cara.", a expressão destacada poderia ser substituída por:
Resposta: (D) é mal sucedido em suas ações.
Questão 09
Em “Mais que isso, ele tinha descoberto uma maneira sensacional de se divertir.”, o termo destacado só não poderia ser substituído, sem prejuízo de sentido, por:
Resposta: (B) inesquecível.
FALE SOBRE O TEXTO ABAIXO:
Na pequena aldeia de La Mancha, na província espanhola, vivia um fidalgo de costumes rigorosos e fortuna decadente. Chamado Dom Quesada ou Quixano — ninguém sabe ao certo —, ele vivia da exploração de suas propriedades, que mal lhe rendiam o suficiente para manter uma aparência de abastança. Era um homem forte, altivo e nervoso, que praticava a caça tanto como esporte quanto para enriquecer sua mesa. Aos cinquenta anos, magro, alto, com gestos imponentes e uma altivez um tanto forçada, era mais conhecido por sua grande biblioteca do que por seu modo de vida excêntrico.
Entre um povo pouco habituado à leitura, a voracidade com que consumia livro após livro causava espanto e admiração. O mais curioso era que sua biblioteca só abrigava livros de aventuras de cavalaria andante, algo que, na época, já pertencia ao passado. De tanto ler e imaginar essas histórias, ele começou a se distanciar da realidade, a ponto de não conseguir mais distinguir o que era real. Passava noites e noites à luz de um candeeiro, lendo, relendo e recriando a seu modo o desenrolar das aventuras, com sua mente cada vez mais confusa.
Até que, um dia, rompendo completamente o elo com a realidade, entrou num estado febril e agitado e iniciou uma existência onde só existiam personagens da cavalaria andante: gigantes a derrotar, castelos a invadir, donzelas prisioneiras de tiranos a salvar e legiões de bandidos a combater.
Totalmente transtornado, decidiu que se tornaria cavaleiro andante e partiria com suas armas e seu cavalo em busca de aventuras e de justa fama. Como era costume dos nobres cavaleiros de suas histórias, adotou um novo nome: Dom Quixote de la Mancha. Tudo estava preparado, mas ainda faltava uma dama a quem dedicar suas façanhas. Escolheu então Aldonza Lourenço, a quem deu o título de Dulcineia, completando o nome com a aldeia onde ela morava, chamando-a de Dulcineia de Toboso.
No porão, encontrou uma velha armadura, herança de seu bisavô, e um pangaré magro e feio, a quem deu o nome de Rocinante. Assim, com tudo pronto, estava preparado para partir em busca da glória das batalhas e do prazer da aventura.
Certa madrugada, completamente armado e montado em seu “altivo” corcel, lançou-se ao mundo em busca de seus sonhos. Foi nessa jornada que conheceu aquele que se tornaria seu fiel escudeiro: Sancho Pança.
Extraído de:
MIGUEL DE CERVANTES. Dom Quixote – O cavaleiro da triste figura. 3. ed. Adaptação de José Angeli. São Paulo: Scipione, 1997 (Série Reencontro).
Este texto descreve a transformação de Dom Quixote, personagem icônico criado por Miguel de Cervantes, de um fidalgo comum em um cavaleiro andante. A narrativa mostra sua obsessão com as histórias de cavalaria, que acaba por distorcer sua visão da realidade a ponto de ele desejar tornar-se um cavaleiro. Com esse propósito, ele assume o nome de "Dom Quixote de la Mancha," adota uma dama idealizada (Dulcineia de Toboso), e elege como escudeiro o fiel Sancho Pança. O texto caracteriza Dom Quixote como alguém de personalidade forte, mas desconectado do mundo real, vivendo um sonho de glória e aventura que contrasta com a sua vida monótona e decadente.
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PROJETO:
Esse é um projeto bastante abrangente e detalhado para a introdução e estudo do clássico "Dom Quixote de La Mancha" de Miguel de Cervantes. Vamos seguir para a elaboração das respostas conforme solicitado, dividindo as partes principais para facilitar o preenchimento.
PARTE I – Conhecendo a Literatura Clássica com Auxílio dos Clássicos em HQ
1. Qual o nome completo de Miguel de Cervantes?
Miguel de Cervantes Saavedra.
2. Onde nasceu? Quando?
Nasceu em Alcalá de Henares, Espanha, em 29 de setembro de 1547.
3. Onde morreu? Quando? De quê?
Morreu em Madrid, Espanha, em 23 de abril de 1616, provavelmente devido a complicações de diabetes.
4. Descreva sua família. Qual o nome de seus pais?
Cervantes era filho de Rodrigo de Cervantes, um cirurgião endividado, e de Leonor de Cortinas. Teve vários irmãos e uma família com condições econômicas modestas.
5. Cursou Universidade ou realizou outros cursos? Comente.
Não há registros de que tenha cursado universidade. No entanto, estudou retórica e gramática com um professor em Madri.
6. Quando iniciou suas atividades literárias? Comente a respeito de suas primeiras produções, ou seja, elas foram bem aceitas pelo público?
Ele começou escrevendo poemas, mas suas primeiras obras, como o poema Galatea, não foram muito bem aceitas pelo público.
7. Quais as principais obras desse autor?
Além de Dom Quixote de La Mancha, Cervantes escreveu Novelas Exemplares, Oito Comédias e Oito Entremezes e Os Trabalhos de Persiles e Sigismunda.
8. Qual o livro mais importante de Miguel de Cervantes?
O mais importante é Dom Quixote de La Mancha, uma obra que marcou o início do romance moderno.
9. Quando começou a escrever a obra “Dom Quixote” e onde isso aconteceu?
Cervantes começou a escrever Dom Quixote durante seu período na prisão, provavelmente em 1597.
10. Em que data foi lançado “Dom Quixote” pela primeira vez? E como foi a recepção dos leitores?
Foi lançado em 1605, e a recepção foi extremamente positiva, tornando-se um sucesso imediato.
11. Como Miguel de Cervantes retratou o perfil do ser humano?
Cervantes mostrou o ser humano dividido entre a fantasia e a realidade, revelando tanto a nobreza quanto as falhas da condição humana.
12. O que narra o livro “Dom Quixote”?
Dom Quixote narra as aventuras de um fidalgo que, fascinado por histórias de cavalaria, decide tornar-se um cavaleiro andante para combater a injustiça, embora viva em uma época em que esses valores já não fazem mais sentido.
13. Para você, por que “Dom Quixote” é um dos livros mais lidos no mundo?
Porque apresenta um personagem atemporal que simboliza a busca por ideais, e sua história ressoa universalmente, abordando o desejo humano por sonhos e aventuras.
14. Qual a intenção de Cervantes ao escrever “Dom Quixote”?
A intenção era satirizar os romances de cavalaria, ao mesmo tempo que explorava o conflito entre o idealismo e a realidade.
15. Qual é o adjetivo usado para descrever pessoas extremamente sonhadoras e idealistas?
O adjetivo é "quixotesco".
16. Qual foi a coincidência literária associada ao dia 23 de abril de 1616?
Foi a data de morte de Miguel de Cervantes e também de William Shakespeare, dois dos maiores escritores da literatura mundial.
17. Qual sua opinião sobre a justiça baseada na vingança?
A justiça baseada na vingança pode levar a um ciclo interminável de retribuição, enquanto uma justiça baseada na empatia e nas leis oferece uma resolução mais construtiva e menos violenta.
PARTE II – Descrição de Personagem e de Cenário
1. Principais elementos da imagem de Dom Quixote e Sancho Pança
Dom Quixote está sempre representado com sua armadura e sua lança, enquanto Sancho Pança geralmente está de roupas simples, montado em um burro. Isso indica o contraste entre os sonhos heroicos de Dom Quixote e a realidade prática de Sancho.
2. Quem é Dom Quixote e quem é Sancho Pança na imagem de Gustave Doré?
Dom Quixote é o personagem com a armadura e uma postura altiva, enquanto Sancho Pança é o mais baixo e robusto, com roupas comuns, sugerindo ser um escudeiro.
3. Como é o cenário e o que ele sugere?
O cenário é frequentemente desolado e vazio, refletindo a solidão das ilusões de Dom Quixote em um mundo que não compreende seus sonhos de cavalaria.
4. A visão dos moinhos de vento como gigantes
a) Dom Quixote vê moinhos de vento e imagina que são gigantes.
b) A estrutura alta e rotativa dos moinhos.
c) A imaginação fervorosa e idealista de Dom Quixote, que distorce a realidade.
5. Razões dos sonhos e o que isso pode significar
a) Dom Quixote teria ido em direção aos grandes feitos heróicos e ao combate à injustiça.
b) Ele pode se meter em situações absurdas devido a suas ilusões.
6. Você já teve vontade de lançar-se ao mundo?
Buscar meus próprios sonhos seria semelhante a Dom Quixote, mas sem ilusões de grandeza. Eu levaria um planejamento, preparação e algo que me motivasse, como amigos ou habilidades especiais.
PARTE III – Compreendendo as Canções “Dom Quixote”
1. “Muito prazer, meu nome é otário…”
Esse verso pode refletir a visão de si próprio como alguém que luta por algo em que acredita, mesmo que o mundo ao redor não o compreenda.
2. “Que os dragões sejam moinhos de vento” / “O moinho vento nova geração”
Essas frases fazem alusão ao enfrentamento de problemas que podem ser fictícios ou criados pela própria mente.
3. “Cavaleiro andante estrela marginal”
O cavaleiro é uma figura que se distancia da sociedade, uma “estrela marginal”, vivendo em suas próprias aventuras e em busca de ideais.
4. “Jamais rendia sua lança”
Isso simboliza a perseverança e a determinação de Dom Quixote, que não desiste de sua causa.
5. “De bom humor Sancho Pança soube entender seu senhor”
Sim, Sancho Pança é alguém que, apesar de seu pragmatismo, aceita e respeita as fantasias de Dom Quixote.
6. Situação refletida nas canções
As canções abordam o idealismo de Dom Quixote e sua luta por sonhos e ideais, por vezes inalcançáveis.
7. Coincidência nas três canções
As três retratam o tema central da busca idealista e heroica, abordando-o de formas poéticas e emocionantes.
8. Resumo essencial das canções
As canções abordam a jornada de Dom Quixote como uma busca por causas perdidas e uma personificação do idealismo humano. Cada música reforça sua luta constante entre fantasia e realidade.
PARTE VIII – Comparação entre “As Viagens de Gulliver” e “Dom Quixote”
Relação entre "As Viagens de Gulliver" e "Dom Quixote"
Ambas as histórias exploram a crítica social e o idealismo. Enquanto Dom Quixote lida com a luta contra moinhos de vento, Gulliver enfrenta sociedades desconhecidas e estranhas. Ambas as histórias trazem um olhar satírico e irônico sobre os valores e a sociedade de seus tempos.
1. Complete com as palavras:
Resposta: O livro é interessante, pois mostram as paisagens da região da Espanha no período pós Idade Média. Mergulha também no imaginário e nas fantasias do personagem principal. Embora passe por situações de privação e, muitas vezes, ridículas, Dom Quixote desperta um sentimento de simpatia. A fé e o entusiasmo motivam o leitor, pois os sentimentos do cavaleiro são nobres e puros.
2. Relacione:
a) Dom Quixote/Dom Alonso Quixano: ( ) Um velho fidalgo que morava em uma aldeia chamada La Mancha, ele adorava ler, histórias sobre cavalaria, um dia leu tanto sobre cavalaria que ficou achando que era um cavaleiro andante.
b) Sancho Pança: ( ) Escudeiro de Dom Quixote, ele é baixo e gordo, pensa que vai ganhar uma ilha prometida por Dom Quixote, às vezes apanha no lugar do seu amo, Sancho tem uma mulher e dez filhas.
c) Senhor Cura: ( ) Amigo de Dom Quixote e vigário da aldeia de La Mancha.
d) Mestre Nicolau: ( ) Um dos melhores amigos de Dom Alonso, discutia com ele qual cavaleiro das novelas de cavalaria era mais forte. Também era barbeiro.
e) Antonia: ( ) Jovem e bonita, mandona, toda vez que seu tio saía tentava tomar medidas drásticas; já queimou a maioria dos livros da biblioteca de seu tio.
f) Rocinante: ( ) Um pangaré magro e feio usado nos serviços do sítio, batizado pelo fidalgo de Rocinante, que participou das grandes aventuras de Dom Quixote.
g) Amazonas/Duquesa: ( ) Uma bela senhora casada, morava em um belo castelo e era apaixonada pelos livros de Dom Quixote. Seu reino todo pregou uma peça em Dom Quixote.
h) Duque: ( ) Casado com a bela duquesa, é um jovem senhor elegante. Deu a tão sonhada “ilha” a Sancho, mas era falsa, parte da peça que pregavam em Dom Quixote.
i) Camponesa: ( ) Ele a chama de Dulcinéia Del Toboso. Ela é gorda, feia, desengonçada e analfabeta, mas, para Dom Quixote, era uma bela princesa.
j) Sansão Carrasco: ( ) Belo e formoso, porém trambiqueiro, Sansão Carrasco é outro louco e falso cavaleiro que travou duas batalhas com Dom Quixote.
3. Verdadeiro ou Falso:
- (V) Dom Quixote é um grande sonhador, que busca por amor, paz e justiça, mas está distante da realidade.
- (V) Sancho Pança atua como contraste ao idealismo de Dom Quixote, mantendo uma visão realista.
- (V) Sancho percebe a discrepância entre realidade e fantasia, mas aceita as justificativas de Dom Quixote.
- (V) A história se passa em uma aldeia na Espanha e o senhor Alonso Quixano sonha em se tornar um cavaleiro.
- (V) A história retrata Dom Quixote vivendo uma ilusão, confundindo a realidade com a fantasia dos livros.
- (F) Características de Dom Quixote: ele é descrito como sendo físico - magro, mas não astuto; era sonhador e nobre.
4. Diálogo de Dom Quixote e Sancho sobre Dulcinéia:
- a) Sancho
- b) Dom Quixote
- c) Dom Quixote
- d) Sancho
5. Ordem dos eventos:
- Causas do surgimento de Dom Quixote
- A batalha dos moinhos de vento
- A batalha contra o “exército de ovelhas”
- Sancho Pança conquista suas ilhas prometidas
- Consequências da “loucura” de Dom Quixote
6. Reflexão:
Resposta: Sim, eu gostei da história. Ela me ensinou sobre a importância de seguir os sonhos, mas também de manter um equilíbrio entre fantasia e realidade. A história mostra como o idealismo pode ser inspirador, mas também perigoso se desconectado do mundo real. Ela me deixou uma mensagem sobre buscar um propósito, mas sem perder de vista a sensatez e a empatia com as pessoas ao nosso redor.
1. Perguntas Dissertativas:
Pergunta 1: Explique como Dom Quixote confunde a realidade com a fantasia. Como isso afeta suas ações e suas relações com os outros personagens?
Resposta 1: Dom Quixote, ao longo de sua jornada, se entrega totalmente ao mundo das novelas de cavalaria que lê, confundindo a realidade com as fantasias descritas nos livros. Ele imagina que as situações e pessoas ao seu redor são parte de um grande épico de cavalaria, como os moinhos de vento que ele acredita serem gigantes ou os rebanhos de ovelhas que ele vê como exércitos inimigos. Isso afeta suas ações, pois ele toma atitudes impulsivas e muitas vezes ridículas, como atacar os moinhos de vento ou lutar contra inimigos imaginários. Suas relações com os outros personagens são influenciadas pela sua crença nas fantasias, causando confusão e, muitas vezes, hostilidade, como vemos em sua interação com os camponeses e outros habitantes que não entendem seu comportamento.
Pergunta 2: Qual o papel de Sancho Pança na obra "Dom Quixote"? Como ele serve como contraste ao protagonista?
Resposta 2: Sancho Pança é o fiel escudeiro de Dom Quixote e seu papel é essencial tanto como apoio emocional quanto como contraste direto ao protagonista. Enquanto Dom Quixote vive imerso em suas fantasias de cavaleiro andante, Sancho é realista, pragmático e sempre tenta, sem sucesso, trazer seu amo de volta à realidade. No entanto, ao longo da obra, vemos que Sancho também se deixa envolver pela fantasia de Dom Quixote, embora de forma mais gradual. Essa relação de contraste é importante para o desenvolvimento da trama, pois mostra como as duas perspectivas (idealismo e realismo) podem coexistir, mas também como o idealismo pode levar a desventuras.
2. Perguntas de Múltipla Escolha (Alternativas):
Pergunta 1: Qual é a razão principal pela qual Dom Quixote decide se tornar um cavaleiro andante?
a) Ele deseja conquistar a beleza de Dulcinéia Del Toboso.
b) Ele quer lutar por justiça e defender os oprimidos.
c) Ele quer ser famoso como os cavaleiros dos livros que leu.
d) Ele quer recuperar sua riqueza perdida.
Resposta: b) Ele quer lutar por justiça e defender os oprimidos.
Pergunta 2: Quem é o verdadeiro objetivo de Dom Quixote ao atacar os moinhos de vento?
a) Ele acredita que os moinhos são gigantes malvados.
b) Ele quer destruir os moinhos para proteger os camponeses.
c) Ele está tentando combater um feitiço que foi lançado sobre ele.
d) Ele quer se vingar dos moinhos que destruíram seu cavalo.
Resposta: a) Ele acredita que os moinhos são gigantes malvados.
3. Perguntas de Verdadeiro ou Falso:
Pergunta 1:
Dom Quixote é um personagem completamente consciente da diferença entre realidade e fantasia ao longo de toda a história.
Resposta: Falso.
Pergunta 2:
Sancho Pança, embora realista no início, acaba se envolvendo na fantasia de seu mestre e até se tornando um governante de uma ilha fictícia.
Resposta: Verdadeiro.
4. Pergunta de Relacionamento (Relacionar):
Relacionar as colunas:
Personagem
a) Dom Quixote
b) Sancho Pança
c) Dulcinéia Del Toboso
d) Rocinante
e) O Duque e a Duquesa
Descrição
- Cavalo de Dom Quixote, magro e feio, mas considerado nobre por seu cavaleiro.
- A amada idealizada por Dom Quixote, descrita como bela, mas, na realidade, uma camponesa comum.
- Escudeiro de Dom Quixote, que muitas vezes serve como contraponto ao seu idealismo.
- Duquesa e Duque que pregam peças em Dom Quixote e em Sancho Pança durante a história.
- Fidalgo que se torna um cavaleiro andante, em busca de aventuras e justiça, mas que vive em um mundo de fantasia.
Respostas:
a) 5
b) 3
c) 2
d) 1
e) 4
5. Pergunta de Análise Crítica:
Pergunta 1: O que a história de Dom Quixote nos ensina sobre o idealismo versus o realismo? A história crítica os excessos do idealismo ou do realismo? Justifique sua resposta.
Resposta 1: A história de Dom Quixote nos ensina sobre os perigos de viver completamente no idealismo, desconectado da realidade. O personagem principal, ao tomar suas decisões com base em fantasias, acaba entrando em situações ridículas e prejudiciais, que mostram os excessos do idealismo. Por outro lado, a figura de Sancho Pança, que representa o realismo, também não é completamente apegada à realidade, pois ele se envolve nas fantasias do seu amo, embora em menor grau. A crítica da obra não é apenas contra o idealismo ou o realismo, mas contra o desequilíbrio entre os dois, mostrando que é importante manter os sonhos vivos, mas sem perder o contato com a realidade.
Essas perguntas e respostas cobrem vários aspectos do livro, incluindo análise literária, interpretação de personagens, compreensão da trama e reflexão sobre o conteúdo.
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