quinta-feira, 14 de novembro de 2024

IRACEMA, JOSÉ DE ALENCAR ´( Perguntas e respostas)

 

LÍNGUA PORTUGUESA                                                                                      Professora: Bernadete

NOME:                                                                                                                                                

Nº:

Ano/Série

DATA

Bimestre

P3

 

9 º E.F.

 /   09      /2020

    

Literatura           

IRACEMA -   JOSÉ DE ALENCAR

I-      Após a leitura do texto abaixo, preencha o quadro abaixo: ( Haverá mais perguntas orais para os grupos.)

José Martiniano de Alencar (1829-1877 teve uma vida de atividades muito intensas como ocorreu comumente aos escritores do século XIX.  Foi leitor tanto de Joaquim Manuel de Macedo, como de Balzac, Alexandre D mas, Chateaubriand e Vítor Hugo - grande expoentes da literatura francesa; interessou-se por cursar Direito (estudou na Faculdade d Direito de São Paulo e depois transferiu-se par a Faculdade de Direito de Olinda).

Profissionalizou-se como advogado a partir dos 22 anos; jornalista três anos depois, logo se tornou redator-chefe do jornal "Diário do Rio de Janeiro", publicando sempre folhetins de temas variados, além de críticas a Gonçalves de Magalhães e ao Imperador D. Pedro II propiciara  a publicação de sua obra Confederação dos Tamoios.

Em 1856 publicou, também em folhetins, seu primeiro romance, Cinco Minutos, que iniciou sua intensa produção literária.

Em 1857, em resposta à polêmica criada com Gonçalves de Magalhães, Alencar escreve O Guarani que, com sucesso fantástico, o leva a tentar desenvolver o teatro: escreve comédias, dramas e até operetas.

Ao perder o pai, tenta substituí-lo na carreira política na qual se destacara desde 1832: eleito deputado pelo Partido Conservador, inicia-se politicamente sem deixar de lado a literatura.  Escrevendo romances - urbanos, históricos, indianistas, regionalistas - e teatro e ainda dedicando-se à política, Alencar aos 39 anos torna-se Ministro da Justiça.  Aos 40 é eleito senador, mas tendo seu nome vetado pelo Imperador, em protesto, deixa o Ministério e volta à Câmara.  Esse veto define a carreira política de Alencar: não se candidata a mais nada.  Só a literatura ainda o envolve.

Apesar do sucesso, Alencar sofre muitas críticas, o que não o impede de desenvolver suas obras.

Doente, tenta-se recuperar de uma antiga tuberculose, na Europa, sem o conseguir.  De volta ao Rio, José de Alencar morre, em 1877.

Alencar é um autor verdadeiramente romântico: mesmo que seus romances sejam divididos em urbanos, regionalistas, históricos e indianistas há entre todos, unindo-os, um eixo fundamental que é a idealização  da realidade.  Em qualquer de seus romances o tempo passado é o tempo feliz, é o tempo das experiências inocentes.

O romance urbano trata da realidade presente, mas os valores morais e sociais que regem as personagens são valores conservadores, do passado.  As personagens são muito individualistas, o que é próprio da visão romântica.

Nesse aspecto, o romance urbano se identifica com os demais, pois nos outros há sempre a figura do herói que é a personagem que encarna todas as boas qualidades. É a visão individualista romântica que descarta a ideia do homem mau e caracteriza, em um único indivíduo, aquilo que o autor julga ser bom.

As heroínas e os heróis são tão idealizados, que necessitam de antagonistas também muito idealizados: cria-se o jogo do super-herói X o super-vilão.

Nessa linha, as paixões e os obstáculos são muito fortes: o amor ou é sinônimo de vida, ou leva à morte; a desobediência à moral acarreta a reprovação social, ou divina (a personagem morre).

Os romances urbanos, consagrados pelo público feminino, tratam do amor e revelam que os conflitos entre o homem e a mulher são criados por questões interiores como ciúme, pudor, orgulho, vaidade, sensibilidade maior ou menor. É Alencar trabalhando com a psicologia das personagens e é a partir dela que se desenvolvem as tramas e as complicações.

Esse modo de conduzir a história e as personagens o diferenciam de Macedo e o tornarão próximo de Machado de Assis, autor de romances psicológicos do Realismo.

Nos romances indianistas, O Guarani, Iracema, Ubirajara, o índio é o herói que o autor imbui de características históricas para criar a ideia de veracidade: ele é real porque existiu e assim sua valentia torna-se também incontestável.  O Brasil é cantado através do índio - o homem brasileiro nativo: especial, valente, forte, honroso, e a partir de quem se constituiu o Brasil.

Nos romances regionalistas, O Gaúcho, O Sertanejo, Til, os antigos heróis indígenas reaparecem com características novas; é o homem heroico, fruto da colonização, o humilde, pobre e analfabeto homem do Ceará, pintado como herói (O Sertanejo).  Arnaldo é autor de grandes façanhas, desde mascarar-se para revelar sua força e amor pela portuguesa inacessível, até conversar com cobras e árvores.  O Arnaldo, herói de O Sertanejo, pouco se assemelha ao cearense, mas nessa distorção da realidade está a visão romântica e sonhadora, que não conta a verdade, mas o que o autor imagina como verdade: é a imagem acima do real.

E por olhar o mundo através da emoção e transformar o real com idealizações, com criações de heróis, o Brasil acaba sendo apresentado através de moças puras, com boa tradição moral; de índios que se heroificam pela vida integrada à natureza; de sertanejos e peões que não são escravos, mas subservientes aos brancos. É o Brasil engrandecido pelo romance histórico.

As personagens alencarianas são movimentadas, participantes de ações intensas.  Os diálogos são construídos de modo a que o autor respeite a fala das personagens: é a primeira vez que a fala do negro, do índio, do sertanejo, do homem sem formação europeia aparece reproduzida numa obra.  E é através da fala que podemos perceber as distinções sociais existentes entre as personagens.

Através da valorização do discurso, Alencar mostra a poesia que o índio cria ao falar: é a linguagem da concisão, das imagens, é a linguagem poética.

As obras Lucíola e Senhora são, dentre todas, as mais arrojadas, pois tratar da prostituição ou do casamento por dinheiro implica uma postura de crítica social. É Alencar se opondo ao espírito e mentalidade mercantis do final do Império.  Mas a visão romântica é recuperada porque o autor opõe ao interesse vil das personagens a nobreza dos sentimentos.  De fato, o autor distingue a postura aristocrata da mercantil: a primeira é digna, fina, elegante, de emoção funda e verdadeira.  A segunda é aparente, superficial, de emoções fugazes e falsas.

Nesses romances o autor termina recuperando as personagens, o que é deixar de lado a verdadeira realidade mercantil que - muito antes de Alencar e muito depois dele determinava dotes, casamentos e destinos das pessoas.

As descrições de Alencar - internas ou externas - são minuciosas, de um realismo quase fotográfico. É no desenvolvimento do romance sonhador que o autor cria o clima de ilusão que carrega o leitor e o envolve nas tramas, ações e clímax da obra.

E tal era o envolvimento dos leitores que muitos deles escreviam para discordar do  desfecho da obra (o final de O Guarani acabou agitando a todos, pois levava a crer que Peri e Ceci morriam, mas a descrição minuciosa de Alencar, nesse momento, omite a morte das personagens e o autor indefine o desfecho).

Alencar foi o romancista que transformou o público do Segundo Reinado em grande consumidor de folhetins: público constituído, principalmente, de mulheres, pois viviam dentro de casa, sem participação social: eram as solteiras ou as casadas com maridos impostos pelas convenções.  Mesmo assim o público feminino era pequeno, pois as leitoras eram brancas e alfabetizadas, o que representava uma minúscula parcela da sociedade.

Novos hábitos vão surgindo: a leitura de folhetins, a discussão dos capítulos alencarianos, a moda de sair e fazer visitas ou compras, a frequência aos salões, tudo isso vai dando à mulher privilegiada novas formas de vida.  As outras, escravas, agregadas, não podem se identificar com as heroínas alencarianas, mas vão, por imitação, aderindo aos novos tempos. É o romance que, além de refletir os hábitos sociais, acaba também por modificá-los.

E de folhetim em folhetim a mulher, antes confinada, começa a ter novos horizontes.  Por essa razão criou-se um preconceito de que romance é apenas leitura para mulher.

Nessa fase de intensa atividade literária, o Rio de Janeiro também é dominado pelos espetáculos teatrais.

 

1- preencha o quadro abaixo: (  respostas  

Nascimento e morte (motivo/ local)

 

Profissões * citar todas

 

1ª Obra

 

Fases e respectivas obras

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Características do Romantismo no Brasil:

 

 

II-              

III-                1. Quadro de informações sobre José de Alencar:

IV-                Aspecto               Informação

V-                  Nascimento e morte (motivo/local)        José de Alencar nasceu em 1829 e faleceu em 1877, no Rio de Janeiro, devido à tuberculose, depois de tentativas de tratamento na Europa.

VI-                Profissões (citar todas) Advogado, jornalista, redator-chefe do jornal Diário do Rio de Janeiro, deputado pelo Partido Conservador, Ministro da Justiça e escritor de várias obras.

VII-              1ª Obra Cinco Minutos (1856), publicado em folhetins.

VIII-            Fases e respectivas obras             - Urbana: Lucíola, Senhora \n- Histórica: As Minas de Prata \n- Indianista: Iracema, O Guarani, Ubirajara \n- Regionalista: O Gaúcho, O Sertanejo, Til

IX-                ________________________________________

X-                  2. Características do Romantismo no Brasil:

XI-                Idealização do Passado e do Herói: No Romantismo brasileiro, o passado é retratado de forma idealizada, com heróis puros e virtuosos, como o índio nobre e valente ou o sertanejo forte e honrado. Alencar cria figuras heroicas, como Peri em O Guarani e Iracema no romance homônimo, que representam o “verdadeiro brasileiro” ligado à natureza e à essência do país.

XII-              Temas de Amor e Obstáculos Intensos: Os romances de Alencar frequentemente exploram o amor idealizado que enfrenta grandes obstáculos, onde o amor é visto como essencial à vida ou uma força trágica que leva à morte, como ocorre com Iracema. Esse conceito enfatiza a dualidade entre vida e morte, felicidade e sofrimento.

XIII-            Crítica Social e Psicologia das Personagens: Em obras como Lucíola e Senhora, Alencar explora temas como a prostituição e o casamento por interesse, criticando a sociedade mercantil e exaltando valores tradicionais. Ele desenvolve as personagens com uma profundidade psicológica incomum, abordando conflitos internos como o orgulho e o ciúme, o que aproxima seu estilo ao de Machado de Assis.

XIV-            Exaltação da Natureza e Nativismo: Nos romances indianistas, Alencar destaca a exuberância da natureza brasileira e a ligação do indígena com essa natureza, idealizando o indígena como símbolo de bravura, pureza e integridade moral.

XV-              Realismo Detalhado nas Descrições: Alencar cria descrições minuciosas dos ambientes, sejam urbanos ou rurais, transportando o leitor para o cenário com um realismo quase fotográfico, mas sempre envolvido por uma aura idealista, que reforça o tom romântico e sonhador.

XVI-            Diálogos e Representação Social: Pela primeira vez, a linguagem de diversas classes sociais e etnias aparece nos diálogos, permitindo que o leitor distinga os diferentes grupos sociais. Isso também reflete a tentativa de representar o Brasil de forma mais ampla, incluindo as falas do indígena, do negro e do homem do sertão.

XVII-          Conexão com o Público Feminino: A maioria dos leitores de Alencar eram mulheres da elite, que se identificavam com os dilemas amorosos e morais das heroínas, levando à popularização dos folhetins entre as mulheres do Segundo Reinado, que viam neles uma forma de entretenimento e, também, um meio de mudança de costumes.

XVIII-         

ARAQUÉM;  POTI ; MARTIM

 

 

      Iracema - "A Virgem dos 'lábios de Mel" apaixona-se por ____________, guerreiro português recolhido pelo seu pai, _____________. Os dois amantes fogem em companhia de  _________ e  vivem um belíssimo amor na floresta; mas os trabalhos de guerra separam os felizes esposos.  Iracema morre após ter uma criança - que viria simbolizar a origem do povo brasileiro, segundo os românticos.

 

 

XIX-             Narrador em _____pessoa  temos um narrador-observador, isto é, um narrador que caracteriza as personagens apenas a partir qo que pode observar de seus sentimentos e de seu comportamento. O narrador conta a história do ponto de vista de Iracema, isto é, do índio, privilegiando os seus sentimentos e não os de Martim, que representa o branco colonizador.

 

IV- Numere os fragmentos a seguir, utilizando números de 1 a 10, a fim de organizar sequencialmente os elementos de que compõe o enredo de "Iracema":

 

          (              ) Martim Soares Moreno, personagem histórico responsável pela colonização do Ceará, encontra-se com Iracema, filha do Pajé Araquém, da tribo dos Tabajaras,” os senhores das montanhas”.

          (              ) Nas entranhas da terra, magicamente abertas por Araquém, Iracema esconde-se com Martim e torna-se sua esposa, traindo o compromisso de virgem vestal, sacerdotisa da tribo e portadora do segredo de Jurema, o segredo da fertilidade dos Tabajaras.

          (              )Martim e Poti voltam vitoriosos; Martim sente mais saudades da pátria; Iracema profetiza a própria morte, que ocorrerá em seguida ao nascimento do filho. Novo combate, nova vitória dos Pitiguaras” os senhores do litoral”; nasce Moacir” aquele que nasce da dor”, o filho do sofrimento de Iracema, que recebe a visita de Poti, seu irmão, quando o leite já está secando e as forças acabando.

          (              )Iracema engravida e, acompanhada de Poti, pinta o corpo de Martim, que passa a ser Coatiabo, “ o guerreiro pintado”, que , às vezes, tem momentos de grande melancolia, com saudades da pátria.

          (              )Durante o sono da tribo propiciado por Iracema, que a leva ao bosque da jurema, onde os guerreiros podem sonhar vitórias futuras, há o reencontro entre Martim e Poti, que fogem guiados por Iracema. Ela não revela a Martim o que houve entre ambos o himeneu, enquanto o jovem iniciava-se nos mistérios de Jurema, só o fazendo depois da fuga.

          (              )Irapuã encontra os fugitivos , trava-se um combate entre os Tabajaras e os melhores Pitiguaras, conduzidos por Jacaúva, irmão de Poti. Nesse combate Iracema pede a Martim que não mate Caubi “ o senhor dos caminhos” , seu irmão, e por duas vezes salva a vida do estrangeiro. Ao Tabajaras debandam, deixando Iracema triste e envergonhada.

          (              )Martim, por quem Iracema se apaixona, vai visitar a sua tribo. Lá encontra com Irapuã, o chefe, um rival. Entretanto, o duelo entre ambos é interrompido pelo grito de guerra dos Pitiguaras, liberados por Poti (Antonio Felipe Camarão, personagem histórico), amigo de Martim .

          (              )Iracema, Martim e Poti chegam ao território Pitiguara, de onde viajam para visitar Batuirité, o avô de Poti, o qual denomina Martim Gavião Branco, fazendo, antes de morrer, a profecia da destruição de seu povo pelos brancos.

          (              )Um mensageiro Pitiguara leva a Poti um recado de Jacaúna, contando sobre a aliança entre os franceses e os Tabajaras. Poti e Martim partem para a guerra; Iracema fica no litoral, em companhia de uma seta envolvida por um galho de maracujá(a lembrança). Triste, recebe a visita de Jandaia, antiga companheira e torna-se, como ela , “ mecejana” ( a abandonada).

          (              ) Mal chega martim, morre Iracema, após entregar-lhe o filho e pedir que fosse sepultada sob o coqueiro que o esposo amava. Nesse lugar nasce o Ceará, colonizado por Martim, logo que este volta de Portugal, para onde levara o filho, mas onde não consegue permanecer.

 

XX-              Coloque V ou F:

(        )"Iracema" é um marco da literatura romântica no Brasil. Publicado pela primeira vez em 1865, o livro foi definido por Machado de Assis como "poema em prosa".
                 O rebuscamento da linguagem e a riqueza das imagens são as principais características deste que se tornou um clássico da literatura brasileira.
                 O romance representa uma literatura marcada pelo ufanismo e pela glorificação das riquezas naturais do Brasil.
                Em capítulos curtos, o cearense José de Alencar conta a lenda da fundação do Ceará centrando-se nas figuras da índia Iracema e do português Martim.
               Os dois se apaixonam quando a índia encontra o rapaz andando pela mata e decide acolhê-lo na cabana de seu pai, Araquém.Porém, esse amor quebra um voto de castidade feito por Iracema, que é obrigada a abandonar sua tribo.
              Ela parte com Martim e, pouco tempo depois, dá à luz um filho.
              O menino é batizado como Moacir, que significa "filho do sofrimento" e simboliza o brasileiro -fruto do cruzamento do índio com o europeu.

 

Respostas XVIII- Respostas do quadro:

 

Iracema - "A Virgem dos lábios de mel" apaixona-se por Martim , guerreiro português recolhido pelo seu pai, Araquém . Os dois amantes fogem em companhia de Poti e vivem um belíssimo amor na floresta; mas os trabalhos de guerra separam os felizes esposos. Iracema morre após ter uma criança - que viria simbolizar a origem do povo brasileiro, segundo os românticos.

 

XIX- Narrador em terceira pessoa: temos um narrador-observador, isto é, um narrador que caracteriza as personagens apenas a partir do que pode observar de seus sentimentos e de seu comportamento. O narrador conta a história do ponto de vista de Iracema, isto é, do índio, privilegiando os seus sentimentos e não os de Martim, que representa o branco colonizador.

 

IV - Sequência dos Fragmentos de "Iracema":

 

( 1 ) Martim Soares Moreno, personagem histórico responsável pela colonização do Ceará, encontra-se com Iracema, filha do Pajé Araquém, da tribo dos Tabajaras, “os senhores das montanhas”.

( 7 ) Martim, por quem Iracema se apaixona, vai visitar a sua tribo. Lá encontra com Irapuã, o chefe, um rival. Entretanto, o duelo entre ambos é interrompido pelo grito de guerra dos Pitiguaras, liderados por Poti (Antônio Felipe Camarão, personagem histórico), amigo de Martim.

( 5 ) Durante o sono da tribo propiciado por Iracema, que a leva ao bosque da jurema, onde os guerreiros podem sonhar vitórias futuras, há o reencontro entre Martim e Poti, que fogem guiados por Iracema. Ela não revela a Martim o que houve entre ambos o himeneu, enquanto o jovem iniciava-se nos mistérios de Jurema, só o fazendo depois da fuga.

( 2 ) Nas entranhas da terra, magicamente abertas por Araquém, Iracema esconde-se com Martim e torna-se sua esposa, traindo o compromisso de virgem vestal, sacerdotisa da tribo e portadora do segredo de Jurema, o segredo da fertilidade dos Tabajaras.

( 8 ) Iracema, Martim e Poti chegam ao território Pitiguara, de onde viajam para visitar Batuirité, o avô de Poti, o qual denomina Martim Gavião Branco, fazendo, antes de morrer, a profecia da destruição de seu povo pelos brancos.

( 6 ) Irapuã encontra os fugitivos; trava-se um combate entre os Tabajaras e os melhores Pitiguaras, conduzidos por Jacaúva, irmão de Poti. Nesse combate, Iracema pede a Martim que não mate Caubi “o senhor dos caminhos”, seu irmão, e por duas vezes salva a vida do estrangeiro. Os Tabajaras debandam, deixando Iracema triste e envergonhada.

( 9 ) Um mensageiro Pitiguara leva a Poti um recado de Jacaúna, contando sobre a aliança entre os franceses e os Tabajaras. Poti e Martim partem para a guerra; Iracema fica no litoral, em companhia de uma seta envolvida por um galho de maracujá (a lembrança). Triste, recebe a visita de Jandaia, antiga companheira, e torna-se, como ela, “mecejana” (a abandonada).

( 4 ) Iracema engravida e, acompanhada de Poti, pinta o corpo de Martim, que passa a ser Coatiabo, “o guerreiro pintado”, que, às vezes, tem momentos de grande melancolia, com saudades da pátria.

( 3 ) Martim e Poti voltam vitoriosos; Martim sente mais saudades da pátria; Iracema profetiza a própria morte, que ocorrerá em seguida ao nascimento do filho. Novo combate, nova vitória dos Pitiguaras “os senhores do litoral”; nasce Moacir “aquele que nasce da dor”, o filho do sofrimento de Iracema, que recebe a visita de Poti, seu irmão, quando o leite já está secando e as forças acabando.

(10) Mal chega Martim, morre Iracema, após entregar-lhe o filho e pedir que fosse sepultada sob o coqueiro que o esposo amava. Nesse lugar nasce o Ceará, colonizado por Martim, logo que este volta de Portugal, para onde levara o filho, mas onde não consegue permanecer.

XX- Verdadeiro (V) ou Falso (F):

 

( V ) "Iracema" é um marco da literatura romântica no Brasil. Publicado pela primeira vez em 1865, o livro foi definido por Machado de Assis como "poema em prosa".

( V ) O rebuscamento da linguagem e a riqueza das imagens são as principais características deste que se tornou um clássico da literatura brasileira.

( V ) O romance representa uma literatura marcada pelo ufanismo e pela glorificação das riquezas naturais do Brasil.

( V ) Em capítulos curtos, o cearense José de Alencar conta a lenda da fundação do Ceará centrando-se nas figuras da índia Iracema e do português Martim.

( F ) Os dois se apaixonam quando a índia encontra o rapaz andando pela mata e decide acolhê-lo na cabana de seu pai, Araquém. Porém, esse amor quebra um voto de castidade feito por Iracema, que é obrigada a abandonar sua tribo. (Iracema esconde-se com Martim após ajudá-lo na fuga.)

( F ) Ela parte com Martim e, pouco tempo depois, dá à luz um filho. (Iracema morre após o nascimento de seu filho Moacir.)

( V ) O menino é batizado como Moacir, que significa "filho do sofrimento" e simboliza o brasileiro - fruto do cruzamento do índio com o europeu.

 

1. Autor: José de Alencar

Um dos maiores escritores do romantismo brasileiro.

Autor de obras sobre a formação nacional brasileira, com foco em temas indígenas e nacionalistas.

Criou o "ciclo indianista" na literatura brasileira, exaltando o indígena e a natureza nacional.

 

2. Obra: Iracema

Publicada em 1865, é considerada uma das obras-primas do romantismo brasileiro.

Descrita como um "poema em prosa", exaltando a cultura indígena e a natureza do Brasil.

Iracema faz parte do ciclo indianista de Alencar, que inclui também O Guarani e Ubirajara.

 

3. Temas Principais

Amor proibido: A relação entre Iracema e Martim simboliza o encontro entre dois mundos.

Conflito cultural: Representa o embate entre culturas indígenas e colonizadoras.

Origem do povo brasileiro: A união de Iracema e Martim representa a origem simbólica do Brasil mestiço.

Natureza idealizada: A fauna e flora brasileiras são enaltecidas, reforçando o nacionalismo romântico.

 

4. Análise

A obra é uma alegoria da formação do povo brasileiro, que mistura o indígena com o europeu.

Alencar idealiza o indígena como puro e ligado à natureza, um símbolo de brasilidade.

A narrativa é altamente lírica, com uma linguagem poética que engrandece a paisagem brasileira.

 

5. Figuras de Linguagem

Metáfora e Comparação: Para descrever a beleza da natureza e da personagem Iracema.

Personificação: Elementos naturais como rios e árvores parecem ter sentimentos e vida.

Aliteração e Assonância: Usadas para criar musicalidade no texto, acentuando o tom poético.

Figuras de Linguagem e Exemplos

Metáfora

 

Exemplo: “A virgem dos lábios de mel” — Alencar usa essa metáfora para se referir a Iracema, destacando sua doçura e inocência.

Explicação: A metáfora enfatiza a delicadeza e a atração que Iracema exerce sobre Martim.

Personificação

 

Exemplo: “O vento brincava com os cabelos de Iracema” — O vento é descrito como se tivesse intenções, dando-lhe características humanas.

Explicação: A personificação reforça o cenário natural e idealizado que cerca a personagem, integrando-a com a natureza.

Aliteração

 

Exemplo: “O mar murmura melodias” — O som das palavras transmite musicalidade e harmonia.

Explicação: Esse recurso é usado para criar uma atmosfera lírica e poética, ajudando a intensificar a beleza da descrição.

Comparação

 

Exemplo: “Iracema era bela como o amanhecer” — Compara Iracema ao amanhecer para ressaltar sua beleza e frescor.

Explicação: A comparação enfatiza a pureza e renovação associadas à personagem.

Hipérbole

 

Exemplo: “Seu amor era mais forte que o próprio destino” — Exagera o poder do amor entre Iracema e Martim.

Explicação: A hipérbole ajuda a intensificar o caráter trágico e inevitável do romance.

Antítese

 

Exemplo: “O branco e o índio, unidos na dor e na felicidade” — Contrapõe as duas culturas e suas experiências compartilhadas.

Explicação: A antítese ressalta o encontro entre dois mundos e a complexidade do relacionamento entre Iracema e Martim.

 

6. Personagens Principais

Iracema: Jovem indígena dos Tabajaras, de “lábios de mel”. Representa a pureza e inocência. Psicologicamente, é apaixonada e fiel ao amor e à cultura.

Martim Soares Moreno: Português, representante do colonizador. É aventureiro, forte, e ao longo da narrativa, tem conflitos entre saudade e o dever.

Poti: Amigo indígena de Martim, representa a aliança entre brancos e indígenas.

Irapuã: Chefe dos Tabajaras, apaixonado por Iracema e rival de Martim.

Personagens Principais

Iracema

 

Descrição Física: "A virgem dos lábios de mel", descrita como uma jovem bela, com traços delicados e naturais.

Descrição Psicológica: Representa pureza, inocência, e devoção ao amor. Vive um conflito entre a lealdade ao povo e o amor por Martim.

Papel: Protagonista indígena que simboliza a união entre as culturas nativa e europeia e a origem do povo brasileiro.

Martim Soares Moreno

 

Descrição Física: Guerreiro português, forte e determinado.

Descrição Psicológica: Homem corajoso e explorador, leal aos amigos indígenas e apaixonado por Iracema, embora sinta saudades de sua pátria.

Papel: Representa o colonizador europeu que se integra com a cultura indígena, mas carrega a dualidade entre o amor e o dever.

Poti

 

Descrição Física: Forte e corajoso, o guerreiro Pitiguara.

Descrição Psicológica: Amigo fiel de Martim, representa a aliança entre brancos e indígenas, movido por lealdade e honra.

Papel: Simboliza a amizade e a cooperação entre os povos indígenas e o colonizador.

Personagens Secundários

Araquém

 

Descrição Física e Psicológica: Pajé dos Tabajaras e pai de Iracema, é respeitado e sábio. Sente o peso da traição de sua filha, mas também o conflito de ser pai.

Papel: Figura que representa a espiritualidade e tradição do povo indígena.

Irapuã

 

Descrição Física: Guerreiro dos Tabajaras, robusto e imponente.

Descrição Psicológica: Orgulhoso e temperamental, sente ciúmes de Martim e o vê como uma ameaça.

Papel: Rival de Martim e símbolo do conflito entre culturas, opondo-se ao relacionamento de Iracema e Martim.

Jacaúna

 

Descrição Física e Psicológica: Guerreiro indígena e aliado de Poti.

Papel: Representa o papel dos aliados indígenas na trama, contribuindo para os conflitos e resoluções da narrativa.

Moacir

 

Descrição Física: Filho de Iracema e Martim, "aquele que nasce da dor".

Papel: Simboliza a miscigenação e o surgimento de um novo povo, o brasileiro, fruto da união entre indígenas e europeus.

 

 

7. Período Literário

Romantismo: Enfatiza o nacionalismo, a valorização do indígena e a idealização da natureza.

Ciclo Indianista: Representa o indígena como o herói nacional e busca criar uma identidade brasileira independente dos modelos europeus.

 

8. Contexto Histórico, Social e Político

Histórico: A colonização do Brasil e a relação entre indígenas e colonizadores.

Social e Político: Reflete o nacionalismo do século XIX, promovendo uma identidade cultural brasileira.

Literário: A busca por uma literatura brasileira autêntica, independente das tradições europeias.

 

9. Ponto de Vista e Mensagem

Narrador em terceira pessoa, onisciente, com foco nas emoções dos personagens, especialmente de Iracema.

Mensagem de união entre culturas para a formação de uma nação mestiça, embora marcada por perda e sacrifício.

 

10. Elementos da Narrativa

Clímax: A fuga de Iracema e Martim para o território dos Pitiguaras, selando o amor entre os dois e rompendo Iracema com sua tribo.

Enredo: Desenvolve-se em torno do romance entre Iracema e Martim e suas consequências.

Desfecho: Iracema morre após dar à luz Moacir, e Martim, triste, retorna a Portugal. O nascimento de Moacir simboliza o nascimento do povo brasileiro.

 

11. Relação com Outras Obras da Época

Iracema é comparável a outras obras do romantismo indianista, como O Guarani, de Alencar, e Caramuru, de Santa Rita Durão.

Todas exaltam o indígena e a natureza brasileira e abordam o encontro entre culturas, buscando a construção de uma identidade nacional romântica.

 

Conclusão: Iracema de José de Alencar é uma obra emblemática do romantismo brasileiro que explora o amor e o conflito entre culturas. A narrativa poética, personagens idealizados e temas como o nacionalismo e a miscigenação fazem dela um marco na literatura brasileira. Alencar cria uma alegoria da formação do povo brasileiro, marcada pela união entre indígenas e colonizadores, e pela exaltação da paisagem e cultura nacionais.

 

 

Esses personagens e recursos de linguagem contribuem para criar o ambiente poético, idealizado e nacionalista de Iracema. A obra reflete o romantismo brasileiro e explora temas como o amor impossível, o conflito cultural e a origem do povo brasileiro. As figuras de linguagem reforçam a exaltação da natureza, dos personagens e do amor, tornando Iracema uma representação lírica e simbólica da cultura e identidade brasileira.

 

 

Conclusão Geral sobre Iracema

Iracema, de José de Alencar, é uma obra icônica do Romantismo brasileiro, representando um marco na literatura nacional por meio de sua exaltação da cultura indígena e da natureza exuberante do Brasil. O romance idealiza o amor entre a indígena Iracema e o português Martim, utilizando-o como alegoria para a formação do povo brasileiro, resultado da miscigenação entre nativos e colonizadores europeus.

 

Alencar cria uma narrativa lírica e poética, caracterizada pelo uso intenso de figuras de linguagem que elevam o romance a uma espécie de "poema em prosa", como descrito por Machado de Assis. A linguagem elaborada e o tom de exaltação do Brasil demonstram o ufanismo romântico, enquanto a história revela as tensões e tragédias do encontro entre culturas diferentes. A morte de Iracema e o nascimento de Moacir simbolizam a perda e o renascimento, uma síntese do passado e da construção do futuro brasileiro.

 

Iracema permanece como uma obra representativa do nacionalismo romântico, que buscava valorizar a identidade brasileira através de figuras idealizadas como o indígena, a natureza, e os sentimentos elevados. A obra não apenas enaltece as raízes nacionais, mas também explora temas universais, como o amor, a perda, e a busca por uma identidade coletiva. Em resumo, Iracema é uma celebração das origens do Brasil e um convite à reflexão sobre a convivência entre diferentes culturas e suas contribuições para a formação de uma nação única.

 

 Relação entre Iracema e o Período Literário do Romantismo no Brasil

Exaltação da Natureza Brasileira:

 

O Romantismo no Brasil teve como característica o nacionalismo e a idealização da paisagem brasileira. Em Iracema, José de Alencar usa descrições detalhadas da floresta, rios e fauna para exaltar a beleza natural do Brasil, apresentando o país como uma terra virgem e majestosa.

Idealização do Índio:

 

No Romantismo brasileiro, o indígena é visto como símbolo da pureza, bravura e inocência. Em Iracema, Alencar idealiza o indígena através da personagem Iracema, que é caracterizada como "a virgem dos lábios de mel". Ela representa a pureza e o espírito selvagem, símbolos de uma América ainda não corrompida pelo contato com os colonizadores.

Nacionalismo e Construção da Identidade Brasileira:

 

O período romântico buscava construir uma identidade nacional distinta da europeia. Iracema ilustra a criação dessa identidade ao narrar o romance entre uma indígena e um colonizador, resultando em Moacir, o "filho da dor", que representa a fusão entre os povos e a origem do povo brasileiro.

Idealização do Amor e da Mulher:

 

A figura feminina no Romantismo é geralmente idealizada, e Iracema é apresentada com perfeição física e moral. Seu amor por Martim é puro e absoluto, representando o amor romântico que supera obstáculos e se sacrifica pelo outro.

Pessimismo Romântico e Tragédia:

 

A literatura romântica também incluiu temas de dor e perda, refletindo um certo pessimismo. A obra de Alencar conclui com a morte de Iracema, que simboliza o sacrifício do indígena e da natureza brasileira. Isso reforça a melancolia romântica e a noção de que a "união" com o colonizador é um processo doloroso e trágico.

Uso de Figuras de Linguagem Poéticas:

 

O Romantismo foi caracterizado por uma linguagem poética rica em metáforas, sinestesias e comparações. Alencar usa essas figuras para dar um tom lírico à narrativa, criando o efeito de um "poema em prosa". Isso aproxima o romance da tradição oral e das narrativas míticas.

Contexto Histórico e Literário:

 

No Brasil, o Romantismo se desenvolveu no contexto pós-independência (1822), quando havia uma necessidade de afirmar uma identidade cultural própria. A literatura romântica buscou se distanciar das influências europeias, valorizando temas locais. Iracema é uma das obras que melhor incorpora essa proposta, fundindo mito, história e literatura para criar uma narrativa que exaltava a nacionalidade.

Influência da Literatura Europeia:

 

Embora o Romantismo brasileiro buscasse autonomia, ainda havia uma influência dos escritores europeus, como Chateaubriand e Victor Hugo. Alencar foi inspirado por esses autores na criação de personagens idealizados e no uso da natureza como elemento central da narrativa.

Conclusão

Iracema é uma obra representativa do Romantismo brasileiro, pois incorpora e exalta os ideais do movimento: o nacionalismo, a idealização do indígena e da natureza, e a construção de uma identidade nacional. A obra exemplifica o espírito romântico da época, em que o amor trágico e a fusão das culturas representam a formação do Brasil. Assim, Iracema é não apenas uma história de amor, mas uma alegoria da fundação da nação brasileira e um dos textos mais influentes no desenvolvimento da literatura nacional.

 Características da Fase de José de Alencar no Romantismo:

Nacionalismo e Idealização do Brasil:

 

Alencar buscou criar uma literatura que refletisse a realidade brasileira, em contraposição à literatura europeia. Ele focou nas raízes e na formação do país, valorizando o indígena, a natureza exuberante do Brasil e os primeiros tempos da colonização. Obras como Iracema e O Guarani são exemplos dessa busca por uma literatura nacionalista e idealizada.

Indianismo:

 

O autor foi um dos principais representantes do romance indianista, um subgênero do Romantismo que exalta o indígena como herói nacional. Ele apresenta os índios não como simples selvagens, mas como figuras nobres, cheias de virtudes. Iracema é a principal obra dessa fase, com a personagem indígena sendo idealizada e simbolizando a pureza e a bravura da terra brasileira.

Misticismo e Exaltação da Natureza:

 

Alencar utilizou-se da figura do índio e da natureza para representar um Brasil místico e mítico. Em seus romances, a natureza não é apenas um cenário, mas um personagem ativo na narrativa. A floresta, o mar, os rios e os coqueirais são constantemente descritos de forma idealizada, sendo elementos centrais na construção da identidade brasileira.

Linguagem Rebuscada e Poética:

 

A linguagem de Alencar, típica do Romantismo, é carregada de figuras de linguagem como metáforas, sinestesias e hipérboles, que intensificam o caráter poético e lírico de suas obras. Isso reflete o desejo romântico de expressar emoções profundas e idealizações através da palavra.

Heróis Idealizados e Conflitos Profundos:

 

Alencar constrói personagens heroicas e moralmente puras, como a própria Iracema, que representa a virgindade e a inocência. Esses heróis enfrentam grandes conflitos internos, geralmente entre a lealdade à sua cultura e o amor por personagens vindos de fora, representando a luta entre o passado (índios) e o futuro (colonizadores brancos) do Brasil.

Contexto Histórico e Político:

 Durante a fase de Alencar no Romantismo, o Brasil passava por um processo de afirmação pós-independência (1822), e os escritores buscavam uma identidade nacional, que fosse livre da herança colonial portuguesa. O período também era marcado pela consolidação do Império, sob o governo de D. Pedro II, e pela crescente tensão entre a cultura brasileira e as influências europeias.

Carreira Política:

 Além de escritor, Alencar também teve uma carreira política ativa. Foi advogado, jornalista, deputado e ministro da Justiça. Esse engajamento político influenciou sua obra, especialmente em termos de um patriotismo que transparece em suas histórias e na valorização de um Brasil com raízes próprias, livres de influências externas.

Conclusão:

José de Alencar, em sua fase romântica, foi um dos maiores defensores da literatura nacionalista, focando na construção de uma identidade cultural brasileira. Seu trabalho refletiu o espírito da época ao buscar nas raízes indígenas e nas belezas naturais do Brasil uma forma de afirmar a nação. Ele foi fundamental para a afirmação do Indianismo e para a formulação de um romance nacionalista, e suas obras seguem sendo pilares da literatura brasileira.

 José de Alencar é um dos principais autores da primeira fase do Romantismo no Brasil, que corresponde ao Indianismo. Essa fase, que teve seu auge entre 1830 e 1860, é caracterizada pela exaltação da natureza, dos mitos e da cultura indígena, em oposição à cultura europeia.

 

Primeira Fase do Romantismo no Brasil (Indianismo) - Características:

Exaltação do índio: O índio, em suas obras, é idealizado e mostrado como herói nacional, símbolo de pureza e bravura, em contraste com a figura do colonizador branco. Essa exaltação do indígena foi uma tentativa de construir uma identidade nacional brasileira.

Valorização da natureza: A exuberância da natureza brasileira é constantemente destacada, transformando-a em um dos maiores símbolos da identidade nacional.

Nacionalismo: A literatura romântica desse período buscava uma definição de identidade nacional, com foco no passado pré-colonial e nas origens do Brasil.

Misticismo: A primeira fase do Romantismo também é marcada por um certo misticismo, que se reflete em temas como a relação entre o homem e a natureza e os conflitos entre culturas diferentes.

José de Alencar, com obras como Iracema, O Guarani e Ubirajara, foi um dos principais expoentes dessa fase, dedicando-se ao Indianismo e à criação de uma literatura que fosse tipicamente brasileira.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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