LÍNGUA PORTUGUESA
Professora:
Bernadete |
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NOME:
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Nº: |
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Ano/Série |
DATA |
Bimestre |
P3 |
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9 º E.F. |
/ 09 /2020 |
1º
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Literatura |
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IRACEMA
- JOSÉ DE ALENCAR
I-
Após a leitura do texto abaixo, preencha
o quadro abaixo: ( Haverá mais perguntas orais para os grupos.)
José Martiniano de Alencar
(1829-1877 teve uma vida de atividades muito intensas como ocorreu comumente
aos escritores do século XIX. Foi leitor
tanto de Joaquim Manuel de Macedo, como de Balzac, Alexandre D mas,
Chateaubriand e Vítor Hugo - grande expoentes da literatura francesa;
interessou-se por cursar Direito (estudou na Faculdade d Direito de São Paulo e
depois transferiu-se par a Faculdade de Direito de Olinda).
Profissionalizou-se como advogado
a partir dos 22 anos; jornalista três
anos depois, logo se tornou redator-chefe do jornal "Diário do Rio de
Janeiro", publicando sempre folhetins de temas variados, além de críticas
a Gonçalves de Magalhães e ao Imperador D. Pedro II propiciara a
publicação de sua obra Confederação dos Tamoios.
Em 1856 publicou, também em
folhetins, seu primeiro romance, Cinco Minutos, que iniciou sua
intensa produção literária.
Em 1857, em resposta à polêmica
criada com Gonçalves de Magalhães, Alencar escreve O Guarani que, com sucesso fantástico, o leva a
tentar desenvolver o teatro: escreve comédias, dramas e até operetas.
Ao perder o pai, tenta
substituí-lo na carreira política na qual se destacara desde 1832: eleito
deputado pelo Partido Conservador, inicia-se politicamente sem deixar de lado a
literatura. Escrevendo romances - urbanos, históricos,
indianistas, regionalistas - e teatro e ainda dedicando-se à política,
Alencar aos 39 anos torna-se Ministro da Justiça. Aos 40 é eleito senador, mas tendo seu nome
vetado pelo Imperador, em protesto, deixa o Ministério e volta à Câmara. Esse veto define a carreira política de
Alencar: não se candidata a mais nada.
Só a literatura ainda o envolve.
Apesar do sucesso, Alencar sofre
muitas críticas, o que não o impede de desenvolver suas obras.
Doente, tenta-se recuperar de uma
antiga tuberculose, na Europa, sem o conseguir.
De volta ao Rio, José de Alencar morre, em 1877.
Alencar é um autor verdadeiramente romântico: mesmo que seus romances sejam
divididos em urbanos, regionalistas, históricos e indianistas há entre todos,
unindo-os, um eixo fundamental que é a idealização da realidade. Em qualquer de seus
romances o tempo passado é o tempo feliz,
é o tempo das experiências inocentes.
O romance urbano trata da
realidade presente, mas os valores morais e sociais que regem as personagens
são valores conservadores, do passado.
As personagens são muito individualistas, o que é próprio da visão
romântica.
Nesse aspecto, o romance urbano
se identifica com os demais, pois
nos outros há sempre a figura do herói que é a personagem que encarna todas as
boas qualidades. É a visão individualista romântica que descarta a ideia do
homem mau e caracteriza, em um único indivíduo, aquilo que o autor julga ser
bom.
As heroínas e os heróis são tão idealizados, que necessitam de antagonistas
também muito idealizados: cria-se o jogo do super-herói X o super-vilão.
Nessa linha, as paixões e os
obstáculos são muito fortes: o amor ou é sinônimo de vida, ou leva à morte; a
desobediência à moral acarreta a reprovação social, ou divina (a personagem
morre).
Os romances urbanos, consagrados pelo público feminino, tratam do amor e
revelam que os conflitos entre o homem e a mulher são criados por questões
interiores como ciúme, pudor, orgulho, vaidade, sensibilidade maior ou menor. É
Alencar trabalhando com a psicologia das
personagens e é a partir dela que se desenvolvem as tramas e as
complicações.
Esse modo de conduzir a história
e as personagens o diferenciam de Macedo e o tornarão próximo de Machado de
Assis, autor de romances psicológicos do Realismo.
Nos romances indianistas, O Guarani, Iracema, Ubirajara, o índio é o herói que o autor imbui de
características históricas para criar a ideia de veracidade: ele é real porque
existiu e assim sua valentia torna-se também incontestável. O Brasil é cantado através do índio - o homem
brasileiro nativo: especial, valente, forte, honroso, e a partir de quem se
constituiu o Brasil.
Nos romances regionalistas, O Gaúcho, O Sertanejo, Til, os
antigos heróis indígenas reaparecem com características novas; é o homem
heroico, fruto da colonização, o humilde, pobre e analfabeto homem do Ceará,
pintado como herói (O Sertanejo). Arnaldo é autor de grandes façanhas,
desde mascarar-se para revelar sua força e amor pela portuguesa inacessível,
até conversar com cobras e árvores. O
Arnaldo, herói de O Sertanejo, pouco
se assemelha ao cearense, mas nessa distorção da realidade está a visão romântica e sonhadora, que não conta a
verdade, mas o que o autor imagina como verdade: é a imagem acima do real.
E por olhar o mundo através da
emoção e transformar o real com idealizações,
com criações de heróis, o Brasil acaba sendo apresentado através de moças
puras, com boa tradição moral; de índios
que se heroificam pela vida integrada à natureza; de sertanejos e peões que não
são escravos, mas subservientes aos brancos. É o Brasil engrandecido pelo
romance histórico.
As personagens alencarianas são
movimentadas, participantes de ações intensas.
Os diálogos são construídos de modo a que o autor respeite a fala das
personagens: é a primeira vez que a fala do negro, do índio, do sertanejo, do
homem sem formação europeia aparece reproduzida numa obra. E é através da fala que podemos perceber as
distinções sociais existentes entre as personagens.
Através da valorização do
discurso, Alencar mostra a poesia que o índio cria ao falar: é a linguagem da
concisão, das imagens, é a linguagem poética.
As obras Lucíola e Senhora são, dentre todas, as mais arrojadas,
pois tratar da prostituição ou do casamento por dinheiro implica uma postura de
crítica social. É Alencar se opondo
ao espírito e mentalidade mercantis do final do Império. Mas a visão romântica é recuperada porque o
autor opõe ao interesse vil das personagens a nobreza dos sentimentos. De fato, o autor distingue a postura
aristocrata da mercantil: a primeira é digna, fina, elegante, de emoção funda e
verdadeira. A segunda é aparente,
superficial, de emoções fugazes e falsas.
Nesses romances o autor termina
recuperando as personagens, o que é deixar de lado a verdadeira realidade
mercantil que - muito antes de Alencar e muito depois dele determinava dotes,
casamentos e destinos das pessoas.
As descrições de Alencar -
internas ou externas - são minuciosas, de um realismo quase fotográfico. É no
desenvolvimento do romance sonhador que o autor cria o clima de ilusão que
carrega o leitor e o envolve nas tramas, ações e clímax da obra.
E tal era o envolvimento dos
leitores que muitos deles escreviam para discordar do desfecho da obra (o final de O Guarani acabou agitando a todos, pois
levava a crer que Peri e Ceci morriam, mas a descrição minuciosa de Alencar,
nesse momento, omite a morte das personagens e o autor indefine o desfecho).
Alencar foi o romancista que
transformou o público do Segundo Reinado em grande consumidor de folhetins:
público constituído, principalmente, de mulheres, pois viviam dentro de casa,
sem participação social: eram as solteiras ou as casadas com maridos impostos
pelas convenções. Mesmo assim o público
feminino era pequeno, pois as leitoras eram brancas e alfabetizadas, o que
representava uma minúscula parcela da sociedade.
Novos hábitos vão surgindo: a
leitura de folhetins, a discussão dos capítulos alencarianos, a moda de sair e
fazer visitas ou compras, a frequência aos salões, tudo isso vai dando à mulher
privilegiada novas formas de vida. As
outras, escravas, agregadas, não podem se identificar com as heroínas alencarianas,
mas vão, por imitação, aderindo aos novos tempos. É o romance que, além de
refletir os hábitos sociais, acaba também por modificá-los.
E de folhetim em folhetim a
mulher, antes confinada, começa a ter novos horizontes. Por essa razão criou-se um preconceito de que
romance é apenas leitura para mulher.
Nessa fase de intensa atividade
literária, o Rio de Janeiro também é dominado pelos espetáculos teatrais.
1- preencha o quadro abaixo: ( respostas
Nascimento e morte (motivo/
local) |
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Profissões
* citar todas |
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1ª Obra |
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Fases e
respectivas obras |
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Características
do Romantismo no Brasil: |
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II-
III-
1. Quadro de
informações sobre José de Alencar:
IV-
Aspecto Informação
V-
Nascimento e morte
(motivo/local) José de Alencar
nasceu em 1829 e faleceu em 1877, no Rio de Janeiro, devido à tuberculose,
depois de tentativas de tratamento na Europa.
VI-
Profissões (citar
todas) Advogado, jornalista, redator-chefe
do jornal Diário do Rio de Janeiro, deputado pelo Partido Conservador, Ministro
da Justiça e escritor de várias obras.
VII-
1ª Obra Cinco Minutos (1856), publicado em folhetins.
VIII-
Fases e respectivas
obras - Urbana: Lucíola,
Senhora \n- Histórica: As Minas de Prata \n- Indianista: Iracema, O Guarani,
Ubirajara \n- Regionalista: O Gaúcho, O Sertanejo, Til
IX-
________________________________________
X-
2. Características do
Romantismo no Brasil:
XI-
Idealização do Passado
e do Herói: No Romantismo brasileiro, o passado é retratado de forma idealizada,
com heróis puros e virtuosos, como o índio nobre e valente ou o sertanejo forte
e honrado. Alencar cria figuras heroicas, como Peri em O Guarani e Iracema no
romance homônimo, que representam o “verdadeiro brasileiro” ligado à natureza e
à essência do país.
XII-
Temas de Amor e
Obstáculos Intensos: Os romances de Alencar frequentemente exploram o amor
idealizado que enfrenta grandes obstáculos, onde o amor é visto como essencial
à vida ou uma força trágica que leva à morte, como ocorre com Iracema. Esse
conceito enfatiza a dualidade entre vida e morte, felicidade e sofrimento.
XIII-
Crítica Social e
Psicologia das Personagens: Em obras como Lucíola e Senhora, Alencar explora
temas como a prostituição e o casamento por interesse, criticando a sociedade
mercantil e exaltando valores tradicionais. Ele desenvolve as personagens com
uma profundidade psicológica incomum, abordando conflitos internos como o
orgulho e o ciúme, o que aproxima seu estilo ao de Machado de Assis.
XIV-
Exaltação da Natureza e
Nativismo: Nos romances indianistas, Alencar destaca a exuberância da natureza
brasileira e a ligação do indígena com essa natureza, idealizando o indígena
como símbolo de bravura, pureza e integridade moral.
XV-
Realismo Detalhado nas
Descrições: Alencar cria descrições minuciosas dos ambientes, sejam urbanos ou
rurais, transportando o leitor para o cenário com um realismo quase
fotográfico, mas sempre envolvido por uma aura idealista, que reforça o tom
romântico e sonhador.
XVI-
Diálogos e
Representação Social: Pela primeira vez, a linguagem de diversas classes
sociais e etnias aparece nos diálogos, permitindo que o leitor distinga os
diferentes grupos sociais. Isso também reflete a tentativa de representar o
Brasil de forma mais ampla, incluindo as falas do indígena, do negro e do homem
do sertão.
XVII-
Conexão com o Público
Feminino: A maioria dos leitores de Alencar eram mulheres da elite, que se
identificavam com os dilemas amorosos e morais das heroínas, levando à
popularização dos folhetins entre as mulheres do Segundo Reinado, que viam neles
uma forma de entretenimento e, também, um meio de mudança de costumes.
XVIII-
ARAQUÉM; POTI ; MARTIM |
Iracema - "A Virgem dos 'lábios de
Mel" apaixona-se por ____________, guerreiro português recolhido
pelo seu pai, _____________. Os dois amantes fogem em companhia de _________ e
vivem um belíssimo amor na floresta; mas os trabalhos de guerra separam
os felizes esposos. Iracema morre após
ter uma criança - que viria simbolizar a origem do povo brasileiro, segundo os românticos.
XIX-
Narrador em _____pessoa temos um narrador-observador, isto é, um
narrador que caracteriza as personagens apenas a partir qo que pode observar de
seus sentimentos e de seu comportamento. O narrador conta a história do ponto
de vista de Iracema, isto é, do índio, privilegiando os seus sentimentos e não
os de Martim, que representa o branco colonizador.
IV- Numere os fragmentos a
seguir, utilizando números de 1 a 10, a fim de organizar sequencialmente os
elementos de que compõe o enredo de
"Iracema":
( ) Martim Soares Moreno, personagem
histórico responsável pela colonização do Ceará, encontra-se com Iracema, filha
do Pajé Araquém, da tribo dos Tabajaras,”
os senhores das montanhas”.
( ) Nas entranhas da terra,
magicamente abertas por Araquém, Iracema esconde-se com Martim e torna-se sua
esposa, traindo o compromisso de virgem vestal, sacerdotisa da tribo e
portadora do segredo de Jurema, o segredo da fertilidade dos Tabajaras.
( )Martim e Poti voltam vitoriosos;
Martim sente mais saudades da pátria; Iracema profetiza a própria morte, que
ocorrerá em seguida ao nascimento do filho. Novo combate, nova vitória dos Pitiguaras” os senhores do litoral”;
nasce Moacir” aquele que nasce da dor”,
o filho do sofrimento de Iracema, que recebe a visita de Poti, seu irmão,
quando o leite já está secando e as forças acabando.
( )Iracema engravida e, acompanhada
de Poti, pinta o corpo de Martim, que passa a ser Coatiabo, “ o guerreiro pintado”, que , às vezes, tem momentos de
grande melancolia, com saudades da pátria.
( )Durante o sono da tribo
propiciado por Iracema, que a leva ao bosque da jurema, onde os guerreiros
podem sonhar vitórias futuras, há o reencontro entre Martim e Poti, que fogem
guiados por Iracema. Ela não revela a Martim o que houve entre ambos o himeneu,
enquanto o jovem iniciava-se nos mistérios de Jurema, só o fazendo depois da
fuga.
( )Irapuã encontra os fugitivos ,
trava-se um combate entre os Tabajaras e os melhores Pitiguaras, conduzidos por
Jacaúva, irmão de Poti. Nesse combate Iracema pede a Martim que não mate Caubi “ o senhor dos caminhos” , seu
irmão, e por duas vezes salva a vida do estrangeiro. Ao Tabajaras debandam,
deixando Iracema triste e envergonhada.
( )Martim, por quem Iracema se
apaixona, vai visitar a sua tribo. Lá encontra com Irapuã, o chefe, um rival.
Entretanto, o duelo entre ambos é interrompido pelo grito de guerra dos
Pitiguaras, liberados por Poti (Antonio Felipe Camarão, personagem histórico),
amigo de Martim .
( )Iracema, Martim e Poti chegam ao
território Pitiguara, de onde viajam para visitar Batuirité, o avô de Poti, o
qual denomina Martim Gavião Branco, fazendo, antes de morrer, a profecia da
destruição de seu povo pelos brancos.
( )Um mensageiro Pitiguara leva a
Poti um recado de Jacaúna, contando sobre a aliança entre os franceses e os
Tabajaras. Poti e Martim partem para a guerra; Iracema fica no litoral, em
companhia de uma seta envolvida por um galho de maracujá(a lembrança). Triste,
recebe a visita de Jandaia, antiga companheira e torna-se, como ela , “
mecejana” ( a abandonada).
( ) Mal chega martim, morre Iracema,
após entregar-lhe o filho e pedir que fosse sepultada sob o coqueiro que o esposo
amava. Nesse lugar nasce o Ceará, colonizado por Martim, logo que este volta de
Portugal, para onde levara o filho, mas onde não consegue permanecer.
XX-
Coloque V ou F:
( )"Iracema"
é um marco da literatura romântica no Brasil. Publicado pela primeira vez em
1865, o livro foi definido por Machado de Assis como "poema em
prosa".
O rebuscamento da
linguagem e a riqueza das imagens são as principais características deste que
se tornou um clássico da literatura brasileira.
O romance representa uma literatura
marcada pelo ufanismo e pela glorificação das riquezas naturais do Brasil.
Em capítulos curtos, o
cearense José de Alencar conta a lenda da fundação do Ceará centrando-se nas
figuras da índia Iracema e do português Martim.
Os dois se apaixonam
quando a índia encontra o rapaz andando pela mata e decide acolhê-lo na cabana
de seu pai, Araquém.Porém, esse amor quebra um voto de castidade feito por
Iracema, que é obrigada a abandonar sua tribo.
Ela parte com Martim e,
pouco tempo depois, dá à luz um filho.
O menino é batizado como
Moacir, que significa "filho do sofrimento" e simboliza o brasileiro
-fruto do cruzamento do índio com o europeu.
Respostas XVIII-
Respostas do quadro:
Iracema - "A
Virgem dos lábios de mel" apaixona-se por Martim , guerreiro português
recolhido pelo seu pai, Araquém . Os dois amantes fogem em companhia de Poti e
vivem um belíssimo amor na floresta; mas os trabalhos de guerra separam os
felizes esposos. Iracema morre após ter uma criança - que viria simbolizar a
origem do povo brasileiro, segundo os românticos.
XIX- Narrador em
terceira pessoa: temos um narrador-observador, isto é, um narrador que
caracteriza as personagens apenas a partir do que pode observar de seus
sentimentos e de seu comportamento. O narrador conta a história do ponto de
vista de Iracema, isto é, do índio, privilegiando os seus sentimentos e não os
de Martim, que representa o branco colonizador.
IV - Sequência dos
Fragmentos de "Iracema":
( 1 ) Martim Soares
Moreno, personagem histórico responsável pela colonização do Ceará, encontra-se
com Iracema, filha do Pajé Araquém, da tribo dos Tabajaras, “os senhores das
montanhas”.
( 7 ) Martim, por quem
Iracema se apaixona, vai visitar a sua tribo. Lá encontra com Irapuã, o chefe,
um rival. Entretanto, o duelo entre ambos é interrompido pelo grito de guerra
dos Pitiguaras, liderados por Poti (Antônio Felipe Camarão, personagem
histórico), amigo de Martim.
( 5 ) Durante o sono da
tribo propiciado por Iracema, que a leva ao bosque da jurema, onde os
guerreiros podem sonhar vitórias futuras, há o reencontro entre Martim e Poti,
que fogem guiados por Iracema. Ela não revela a Martim o que houve entre ambos
o himeneu, enquanto o jovem iniciava-se nos mistérios de Jurema, só o fazendo
depois da fuga.
( 2 ) Nas entranhas da
terra, magicamente abertas por Araquém, Iracema esconde-se com Martim e torna-se
sua esposa, traindo o compromisso de virgem vestal, sacerdotisa da tribo e
portadora do segredo de Jurema, o segredo da fertilidade dos Tabajaras.
( 8 ) Iracema, Martim e
Poti chegam ao território Pitiguara, de onde viajam para visitar Batuirité, o avô
de Poti, o qual denomina Martim Gavião Branco, fazendo, antes de morrer, a
profecia da destruição de seu povo pelos brancos.
( 6 ) Irapuã encontra
os fugitivos; trava-se um combate entre os Tabajaras e os melhores Pitiguaras,
conduzidos por Jacaúva, irmão de Poti. Nesse combate, Iracema pede a Martim que
não mate Caubi “o senhor dos caminhos”, seu irmão, e por duas vezes salva a
vida do estrangeiro. Os Tabajaras debandam, deixando Iracema triste e
envergonhada.
( 9 ) Um mensageiro
Pitiguara leva a Poti um recado de Jacaúna, contando sobre a aliança entre os
franceses e os Tabajaras. Poti e Martim partem para a guerra; Iracema fica no
litoral, em companhia de uma seta envolvida por um galho de maracujá (a
lembrança). Triste, recebe a visita de Jandaia, antiga companheira, e torna-se,
como ela, “mecejana” (a abandonada).
( 4 ) Iracema engravida
e, acompanhada de Poti, pinta o corpo de Martim, que passa a ser Coatiabo, “o
guerreiro pintado”, que, às vezes, tem momentos de grande melancolia, com
saudades da pátria.
( 3 ) Martim e Poti
voltam vitoriosos; Martim sente mais saudades da pátria; Iracema profetiza a
própria morte, que ocorrerá em seguida ao nascimento do filho. Novo combate,
nova vitória dos Pitiguaras “os senhores do litoral”; nasce Moacir “aquele que
nasce da dor”, o filho do sofrimento de Iracema, que recebe a visita de Poti,
seu irmão, quando o leite já está secando e as forças acabando.
(10) Mal chega Martim,
morre Iracema, após entregar-lhe o filho e pedir que fosse sepultada sob o
coqueiro que o esposo amava. Nesse lugar nasce o Ceará, colonizado por Martim, logo
que este volta de Portugal, para onde levara o filho, mas onde não consegue
permanecer.
XX- Verdadeiro (V) ou
Falso (F):
( V )
"Iracema" é um marco da literatura romântica no Brasil. Publicado
pela primeira vez em 1865, o livro foi definido por Machado de Assis como
"poema em prosa".
( V ) O rebuscamento da
linguagem e a riqueza das imagens são as principais características deste que
se tornou um clássico da literatura brasileira.
( V ) O romance
representa uma literatura marcada pelo ufanismo e pela glorificação das
riquezas naturais do Brasil.
( V ) Em capítulos
curtos, o cearense José de Alencar conta a lenda da fundação do Ceará
centrando-se nas figuras da índia Iracema e do português Martim.
( F ) Os dois se
apaixonam quando a índia encontra o rapaz andando pela mata e decide acolhê-lo
na cabana de seu pai, Araquém. Porém, esse amor quebra um voto de castidade
feito por Iracema, que é obrigada a abandonar sua tribo. (Iracema esconde-se
com Martim após ajudá-lo na fuga.)
( F ) Ela parte com
Martim e, pouco tempo depois, dá à luz um filho. (Iracema morre após o
nascimento de seu filho Moacir.)
( V ) O menino é
batizado como Moacir, que significa "filho do sofrimento" e simboliza
o brasileiro - fruto do cruzamento do índio com o europeu.
1.
Autor: José de Alencar
Um
dos maiores escritores do romantismo brasileiro.
Autor
de obras sobre a formação nacional brasileira, com foco em temas indígenas e
nacionalistas.
Criou
o "ciclo indianista" na literatura brasileira, exaltando o indígena e
a natureza nacional.
2.
Obra: Iracema
Publicada
em 1865, é considerada uma das obras-primas do romantismo brasileiro.
Descrita
como um "poema em prosa", exaltando a cultura indígena e a natureza
do Brasil.
Iracema
faz parte do ciclo indianista de Alencar, que inclui também O Guarani e
Ubirajara.
3.
Temas Principais
Amor
proibido: A relação entre Iracema e Martim simboliza o encontro entre dois
mundos.
Conflito
cultural: Representa o embate entre culturas indígenas e colonizadoras.
Origem
do povo brasileiro: A união de Iracema e Martim representa a origem simbólica
do Brasil mestiço.
Natureza
idealizada: A fauna e flora brasileiras são enaltecidas, reforçando o
nacionalismo romântico.
4.
Análise
A
obra é uma alegoria da formação do povo brasileiro, que mistura o indígena com
o europeu.
Alencar
idealiza o indígena como puro e ligado à natureza, um símbolo de brasilidade.
A
narrativa é altamente lírica, com uma linguagem poética que engrandece a
paisagem brasileira.
5.
Figuras de Linguagem
Metáfora
e Comparação: Para descrever a beleza da natureza e da personagem Iracema.
Personificação:
Elementos naturais como rios e árvores parecem ter sentimentos e vida.
Aliteração
e Assonância: Usadas para criar musicalidade no texto, acentuando o tom
poético.
Figuras
de Linguagem e Exemplos
Metáfora
Exemplo:
“A virgem dos lábios de mel” — Alencar usa essa metáfora para se referir a
Iracema, destacando sua doçura e inocência.
Explicação:
A metáfora enfatiza a delicadeza e a atração que Iracema exerce sobre Martim.
Personificação
Exemplo:
“O vento brincava com os cabelos de Iracema” — O vento é descrito como se
tivesse intenções, dando-lhe características humanas.
Explicação:
A personificação reforça o cenário natural e idealizado que cerca a personagem,
integrando-a com a natureza.
Aliteração
Exemplo:
“O mar murmura melodias” — O som das palavras transmite musicalidade e
harmonia.
Explicação:
Esse recurso é usado para criar uma atmosfera lírica e poética, ajudando a
intensificar a beleza da descrição.
Comparação
Exemplo:
“Iracema era bela como o amanhecer” — Compara Iracema ao amanhecer para
ressaltar sua beleza e frescor.
Explicação:
A comparação enfatiza a pureza e renovação associadas à personagem.
Hipérbole
Exemplo:
“Seu amor era mais forte que o próprio destino” — Exagera o poder do amor entre
Iracema e Martim.
Explicação:
A hipérbole ajuda a intensificar o caráter trágico e inevitável do romance.
Antítese
Exemplo:
“O branco e o índio, unidos na dor e na felicidade” — Contrapõe as duas
culturas e suas experiências compartilhadas.
Explicação:
A antítese ressalta o encontro entre dois mundos e a complexidade do
relacionamento entre Iracema e Martim.
6.
Personagens Principais
Iracema:
Jovem indígena dos Tabajaras, de “lábios de mel”. Representa a pureza e
inocência. Psicologicamente, é apaixonada e fiel ao amor e à cultura.
Martim
Soares Moreno: Português, representante do colonizador. É aventureiro, forte, e
ao longo da narrativa, tem conflitos entre saudade e o dever.
Poti:
Amigo indígena de Martim, representa a aliança entre brancos e indígenas.
Irapuã:
Chefe dos Tabajaras, apaixonado por Iracema e rival de Martim.
Personagens
Principais
Iracema
Descrição
Física: "A virgem dos lábios de mel", descrita como uma jovem bela,
com traços delicados e naturais.
Descrição
Psicológica: Representa pureza, inocência, e devoção ao amor. Vive um conflito
entre a lealdade ao povo e o amor por Martim.
Papel:
Protagonista indígena que simboliza a união entre as culturas nativa e europeia
e a origem do povo brasileiro.
Martim
Soares Moreno
Descrição
Física: Guerreiro português, forte e determinado.
Descrição
Psicológica: Homem corajoso e explorador, leal aos amigos indígenas e
apaixonado por Iracema, embora sinta saudades de sua pátria.
Papel:
Representa o colonizador europeu que se integra com a cultura indígena, mas
carrega a dualidade entre o amor e o dever.
Poti
Descrição
Física: Forte e corajoso, o guerreiro Pitiguara.
Descrição
Psicológica: Amigo fiel de Martim, representa a aliança entre brancos e
indígenas, movido por lealdade e honra.
Papel:
Simboliza a amizade e a cooperação entre os povos indígenas e o colonizador.
Personagens
Secundários
Araquém
Descrição
Física e Psicológica: Pajé dos Tabajaras e pai de Iracema, é respeitado e
sábio. Sente o peso da traição de sua filha, mas também o conflito de ser pai.
Papel:
Figura que representa a espiritualidade e tradição do povo indígena.
Irapuã
Descrição
Física: Guerreiro dos Tabajaras, robusto e imponente.
Descrição
Psicológica: Orgulhoso e temperamental, sente ciúmes de Martim e o vê como uma
ameaça.
Papel:
Rival de Martim e símbolo do conflito entre culturas, opondo-se ao
relacionamento de Iracema e Martim.
Jacaúna
Descrição
Física e Psicológica: Guerreiro indígena e aliado de Poti.
Papel:
Representa o papel dos aliados indígenas na trama, contribuindo para os
conflitos e resoluções da narrativa.
Moacir
Descrição
Física: Filho de Iracema e Martim, "aquele que nasce da dor".
Papel:
Simboliza a miscigenação e o surgimento de um novo povo, o brasileiro, fruto da
união entre indígenas e europeus.
7.
Período Literário
Romantismo:
Enfatiza o nacionalismo, a valorização do indígena e a idealização da natureza.
Ciclo
Indianista: Representa o indígena como o herói nacional e busca criar uma
identidade brasileira independente dos modelos europeus.
8.
Contexto Histórico, Social e Político
Histórico:
A colonização do Brasil e a relação entre indígenas e colonizadores.
Social
e Político: Reflete o nacionalismo do século XIX, promovendo uma identidade
cultural brasileira.
Literário:
A busca por uma literatura brasileira autêntica, independente das tradições
europeias.
9.
Ponto de Vista e Mensagem
Narrador
em terceira pessoa, onisciente, com foco nas emoções dos personagens,
especialmente de Iracema.
Mensagem
de união entre culturas para a formação de uma nação mestiça, embora marcada
por perda e sacrifício.
10.
Elementos da Narrativa
Clímax:
A fuga de Iracema e Martim para o território dos Pitiguaras, selando o amor
entre os dois e rompendo Iracema com sua tribo.
Enredo:
Desenvolve-se em torno do romance entre Iracema e Martim e suas consequências.
Desfecho:
Iracema morre após dar à luz Moacir, e Martim, triste, retorna a Portugal. O
nascimento de Moacir simboliza o nascimento do povo brasileiro.
11.
Relação com Outras Obras da Época
Iracema
é comparável a outras obras do romantismo indianista, como O Guarani, de
Alencar, e Caramuru, de Santa Rita Durão.
Todas
exaltam o indígena e a natureza brasileira e abordam o encontro entre culturas,
buscando a construção de uma identidade nacional romântica.
Conclusão:
Iracema de José de Alencar é uma obra emblemática do romantismo brasileiro que
explora o amor e o conflito entre culturas. A narrativa poética, personagens
idealizados e temas como o nacionalismo e a miscigenação fazem dela um marco na
literatura brasileira. Alencar cria uma alegoria da formação do povo
brasileiro, marcada pela união entre indígenas e colonizadores, e pela
exaltação da paisagem e cultura nacionais.
Esses
personagens e recursos de linguagem contribuem para criar o ambiente poético,
idealizado e nacionalista de Iracema. A obra reflete o romantismo brasileiro e
explora temas como o amor impossível, o conflito cultural e a origem do povo
brasileiro. As figuras de linguagem reforçam a exaltação da natureza, dos
personagens e do amor, tornando Iracema uma representação lírica e simbólica da
cultura e identidade brasileira.
Conclusão
Geral sobre Iracema
Iracema,
de José de Alencar, é uma obra icônica do Romantismo brasileiro, representando
um marco na literatura nacional por meio de sua exaltação da cultura indígena e
da natureza exuberante do Brasil. O romance idealiza o amor entre a indígena
Iracema e o português Martim, utilizando-o como alegoria para a formação do
povo brasileiro, resultado da miscigenação entre nativos e colonizadores
europeus.
Alencar
cria uma narrativa lírica e poética, caracterizada pelo uso intenso de figuras
de linguagem que elevam o romance a uma espécie de "poema em prosa",
como descrito por Machado de Assis. A linguagem elaborada e o tom de exaltação
do Brasil demonstram o ufanismo romântico, enquanto a história revela as
tensões e tragédias do encontro entre culturas diferentes. A morte de Iracema e
o nascimento de Moacir simbolizam a perda e o renascimento, uma síntese do
passado e da construção do futuro brasileiro.
Iracema
permanece como uma obra representativa do nacionalismo romântico, que buscava
valorizar a identidade brasileira através de figuras idealizadas como o
indígena, a natureza, e os sentimentos elevados. A obra não apenas enaltece as
raízes nacionais, mas também explora temas universais, como o amor, a perda, e
a busca por uma identidade coletiva. Em resumo, Iracema é uma celebração das
origens do Brasil e um convite à reflexão sobre a convivência entre diferentes
culturas e suas contribuições para a formação de uma nação única.
Exaltação
da Natureza Brasileira:
O
Romantismo no Brasil teve como característica o nacionalismo e a idealização da
paisagem brasileira. Em Iracema, José de Alencar usa descrições detalhadas da
floresta, rios e fauna para exaltar a beleza natural do Brasil, apresentando o
país como uma terra virgem e majestosa.
Idealização
do Índio:
No
Romantismo brasileiro, o indígena é visto como símbolo da pureza, bravura e
inocência. Em Iracema, Alencar idealiza o indígena através da personagem
Iracema, que é caracterizada como "a virgem dos lábios de mel". Ela
representa a pureza e o espírito selvagem, símbolos de uma América ainda não
corrompida pelo contato com os colonizadores.
Nacionalismo
e Construção da Identidade Brasileira:
O
período romântico buscava construir uma identidade nacional distinta da
europeia. Iracema ilustra a criação dessa identidade ao narrar o romance entre
uma indígena e um colonizador, resultando em Moacir, o "filho da
dor", que representa a fusão entre os povos e a origem do povo brasileiro.
Idealização
do Amor e da Mulher:
A
figura feminina no Romantismo é geralmente idealizada, e Iracema é apresentada
com perfeição física e moral. Seu amor por Martim é puro e absoluto,
representando o amor romântico que supera obstáculos e se sacrifica pelo outro.
Pessimismo
Romântico e Tragédia:
A
literatura romântica também incluiu temas de dor e perda, refletindo um certo
pessimismo. A obra de Alencar conclui com a morte de Iracema, que simboliza o
sacrifício do indígena e da natureza brasileira. Isso reforça a melancolia
romântica e a noção de que a "união" com o colonizador é um processo
doloroso e trágico.
Uso
de Figuras de Linguagem Poéticas:
O
Romantismo foi caracterizado por uma linguagem poética rica em metáforas,
sinestesias e comparações. Alencar usa essas figuras para dar um tom lírico à
narrativa, criando o efeito de um "poema em prosa". Isso aproxima o
romance da tradição oral e das narrativas míticas.
Contexto
Histórico e Literário:
No
Brasil, o Romantismo se desenvolveu no contexto pós-independência (1822),
quando havia uma necessidade de afirmar uma identidade cultural própria. A
literatura romântica buscou se distanciar das influências europeias,
valorizando temas locais. Iracema é uma das obras que melhor incorpora essa
proposta, fundindo mito, história e literatura para criar uma narrativa que
exaltava a nacionalidade.
Influência
da Literatura Europeia:
Embora
o Romantismo brasileiro buscasse autonomia, ainda havia uma influência dos
escritores europeus, como Chateaubriand e Victor Hugo. Alencar foi inspirado
por esses autores na criação de personagens idealizados e no uso da natureza
como elemento central da narrativa.
Conclusão
Iracema
é uma obra representativa do Romantismo brasileiro, pois incorpora e exalta os
ideais do movimento: o nacionalismo, a idealização do indígena e da natureza, e
a construção de uma identidade nacional. A obra exemplifica o espírito
romântico da época, em que o amor trágico e a fusão das culturas representam a
formação do Brasil. Assim, Iracema é não apenas uma história de amor, mas uma
alegoria da fundação da nação brasileira e um dos textos mais influentes no
desenvolvimento da literatura nacional.
Características da Fase de José de Alencar no Romantismo:
Nacionalismo
e Idealização do Brasil:
Alencar
buscou criar uma literatura que refletisse a realidade brasileira, em
contraposição à literatura europeia. Ele focou nas raízes e na formação do
país, valorizando o indígena, a natureza exuberante do Brasil e os primeiros
tempos da colonização. Obras como Iracema e O Guarani são exemplos dessa busca
por uma literatura nacionalista e idealizada.
Indianismo:
O
autor foi um dos principais representantes do romance indianista, um subgênero
do Romantismo que exalta o indígena como herói nacional. Ele apresenta os
índios não como simples selvagens, mas como figuras nobres, cheias de virtudes.
Iracema é a principal obra dessa fase, com a personagem indígena sendo
idealizada e simbolizando a pureza e a bravura da terra brasileira.
Misticismo
e Exaltação da Natureza:
Alencar
utilizou-se da figura do índio e da natureza para representar um Brasil místico
e mítico. Em seus romances, a natureza não é apenas um cenário, mas um
personagem ativo na narrativa. A floresta, o mar, os rios e os coqueirais são
constantemente descritos de forma idealizada, sendo elementos centrais na
construção da identidade brasileira.
Linguagem
Rebuscada e Poética:
A
linguagem de Alencar, típica do Romantismo, é carregada de figuras de linguagem
como metáforas, sinestesias e hipérboles, que intensificam o caráter poético e
lírico de suas obras. Isso reflete o desejo romântico de expressar emoções
profundas e idealizações através da palavra.
Heróis
Idealizados e Conflitos Profundos:
Alencar
constrói personagens heroicas e moralmente puras, como a própria Iracema, que
representa a virgindade e a inocência. Esses heróis enfrentam grandes conflitos
internos, geralmente entre a lealdade à sua cultura e o amor por personagens
vindos de fora, representando a luta entre o passado (índios) e o futuro (colonizadores
brancos) do Brasil.
Contexto
Histórico e Político:
Durante a fase de Alencar no Romantismo, o Brasil passava por um processo de afirmação pós-independência (1822), e os escritores buscavam uma identidade nacional, que fosse livre da herança colonial portuguesa. O período também era marcado pela consolidação do Império, sob o governo de D. Pedro II, e pela crescente tensão entre a cultura brasileira e as influências europeias.
Carreira
Política:
Além de escritor, Alencar também teve uma carreira política ativa. Foi advogado, jornalista, deputado e ministro da Justiça. Esse engajamento político influenciou sua obra, especialmente em termos de um patriotismo que transparece em suas histórias e na valorização de um Brasil com raízes próprias, livres de influências externas.
Conclusão:
José
de Alencar, em sua fase romântica, foi um dos maiores defensores da literatura
nacionalista, focando na construção de uma identidade cultural brasileira. Seu
trabalho refletiu o espírito da época ao buscar nas raízes indígenas e nas
belezas naturais do Brasil uma forma de afirmar a nação. Ele foi fundamental
para a afirmação do Indianismo e para a formulação de um romance nacionalista,
e suas obras seguem sendo pilares da literatura brasileira.
José de Alencar é um dos principais autores da primeira fase do Romantismo no Brasil, que corresponde ao Indianismo. Essa fase, que teve seu auge entre 1830 e 1860, é caracterizada pela exaltação da natureza, dos mitos e da cultura indígena, em oposição à cultura europeia.
Primeira
Fase do Romantismo no Brasil (Indianismo) - Características:
Exaltação
do índio: O índio, em suas obras, é idealizado e mostrado como herói nacional,
símbolo de pureza e bravura, em contraste com a figura do colonizador branco.
Essa exaltação do indígena foi uma tentativa de construir uma identidade
nacional brasileira.
Valorização
da natureza: A exuberância da natureza brasileira é constantemente destacada,
transformando-a em um dos maiores símbolos da identidade nacional.
Nacionalismo:
A literatura romântica desse período buscava uma definição de identidade
nacional, com foco no passado pré-colonial e nas origens do Brasil.
Misticismo:
A primeira fase do Romantismo também é marcada por um certo misticismo, que se
reflete em temas como a relação entre o homem e a natureza e os conflitos entre
culturas diferentes.
José
de Alencar, com obras como Iracema, O Guarani e Ubirajara, foi um dos
principais expoentes dessa fase, dedicando-se ao Indianismo e à criação de uma
literatura que fosse tipicamente brasileira.
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